15/01/2011

ONU apoia programa de segurança alimentar escolar em Cabo Verde


As Nações Unidas, em parceria com o governo de Cabo Verde, lançam esta sexta-feira um programa de apoio à segurança alimentar e nutrição escolar no país.

A iniciativa é financiada pelo governo do Luxemburgo e envolve US$ 5,6 milhões, a serem aplicados até 2014.

Integração

O desenvolvimento do projeto inclui o Programa Mundial da Alimentação, o Fundo para Agricultura e Alimentação, Fundo das Nações Unidas para a Infância e a Organização Mundial da Saúde.

Em entrevista à Rádio ONU, na cidade da Praia, o representante da FAO em Cabo Verde, Frans Van De Ven, disse que o trabalho, pioneiro por integrar várias agências no país, vai servir mais de 80 mil crianças.

"É o primeiro programa comum da ONU que envolve o PMA, FAO, Unicef e Organização Mundial da Saúde. Pretende dar uma resposta a necessidade de consolidar e de continuar a reforçar todo o programa nacional de alimentação escolar. O programa teve apoio do PMA durante os últimos 30 anos. Agora passou completamente para a responsabilidade do governo que precisa de assistência técnica", disse.

Economia Local

Segundo o representante, a assistência técnica a ser prestada pela ONU vai permitir consolidar e aprofundar o programa, que será desenvolvido em ligação com a economia local.

"Criar valores para permitir aos produtores locais, que participem no abastecimento do Programa Nacional de Alimentação Escolar. Dar uma educação nutricional e, ao mesmo tempo, permitir que haja uma componente de hortas escolares como mecanismo e instrumento educativo ao lado das escolas", sublinhou.

Segundo o Escritório da ONU em Cabo Verde, o programa visa consolidar os Objectivos do Milénio ao garantir a escolarização das crianças do arquipélago.

12/01/2011

Praia acolhe encontro de interculturalidade e associativismo emigrante Luxemburgo/Cabo Verde

Trinta associações de Cabo Verde e outras dez associações de emigrantes cabo-verdianas no Luxemburgo (encabeçada pelo presidente da FACVL, João da Luz), reuniram-se, esta terça-feira, no Palácio das Comunidades, num encontro de intercâmbio promovido pela Rede Mill Union em parceria com o Instituto das Comunidades.
O encontro enquadra-se nas actividades do projecto Milenium, financiado pela cooperação luxemburguesa em parceria com o projecto “Cabo Verde no Coração do IC”. Segundo a organização, o encontro visa promover "o conhecimento das melhores formas de cooperação entre estas associações".

A mesa redonda tem como tema: "Migração e interculturalidade: O papel das associações comunitárias enquanto instituições locais parceiras no desenvolvimento do sucesso educativo e na integração sociocultural dos migrantes".

Durante três horas de trabalho, os participantes vão abordar temas como a interculturalidade - o papel das associações no sucesso educativo dos migrantes, a situação dos emigrantes residentes no Luxemburgo e a integração dos jovens descendentes, entre outros.

Entre os participantes do encontro estão a Verdefan, Morabi, Acarinhar, Plataforma das Ong's, Adirv, Lajut, CityHabitat, Advic, Acordar, entre outros.

O projecto Milenium pretende promover a troca de experiências, preocupações e informações sobre a gestão das associações e instituições locais e reforçar a solidariedade dos jovens no território e na diáspora cabo-verdiana.
Fonte: Expresso das Ilhas

08/01/2011

Ano de crescimento para Cabo Verde

O Presidente de Cabo Verde, Pedro Pires, afirmou ontem que 2011 será um ano exigente, para evitar que a crise financeira afecte o país, mas afirmou estar confiante no futuro do arquipélago.


O chefe de Estado, que ontem recebeu os cumprimentos de Ano Novo da Assembleia Nacional e do Governo cabo-verdiano, afirmou que os efeitos da crise estão a ser mitigados em Cabo Verde.

"O cabo-verdiano já se habitou, ao longo da sua história a lutar forma intensa e incessante para atingir os seus objectivos e não se deixa intimidar pelas dificuldades. Estou certo de que temos energia e confiança suficientes para encarar o futuro com esperança e serenidade. Posso mesmo afiançar que é imbuídos de confiança que encaramos 2011", sublinhou.

Pedro Pires salientou que Cabo Verde, apesar de uma trajectória jovem, tornou-se num caso de sucesso e referência e acrescentou que os "avanços conseguidos de forma consistente" são encorajadores e garantem a confiança no futuro.

Durante o seu discurso, o chefe de Estado aproveitou a oportunidade para felicitar o presidente da Assembleia Nacional, Aristides Lima e os deputados que o acompanharam por terem "conseguido levar a bom termo a revisão constitucional".

Fonte: DN

07/01/2011

Cabo Verde: Televisão pública promove primeiro debate de candidatos a chefes de governo

Os dois principais candidatos às eleições legislativas de 6 de Fevereiro, José Maria Neves, presidente do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, no poder) e Carlos Veiga, do Movimento para a Democracia (MpD, principal partido de oposição), participam pela primeira vez num debate eleitoral na rádio e televisão públicas.

A informação foi avançada pelo director da Televisão de Cabo Verde (TCV), Álvaro Ludgero Andrade, que explicou que o debate vai ser transmitido em direto e em simultâneo na Rádio de Cabo Verde (RCV) e TCV, conforme foi proposto pelos partidos.

Com a duração de uma hora e meia e moderado por um jornalista da RCV e outro da TCV, este vai ser o primeiro debate entre os dois presidentes dos dois maiores partidos cabo-verdianos (PAICV e MpD), na história da democracia cabo-verdiana.

O frente a frente realiza-se no âmbito de uma série de debates entre os líderes partidários que a Televisão e Rádio Públicas leva a cabo a partir de 14 de janeiro.
No primeiro encontro, José Maria Neves (PAICV), Carlos Veiga (MpD), António Monteiro (UCID) e João do Rosário (PTS) vão apresentar as suas propostas para os próximos cinco anos, caso ganhem as eleições, adiantou Álvaro Ludgero Andrade.

“Esse debate terá a duração de duas horas. Deverá ter o mesmo formato que temos estado a utilizar até o momento, com perguntas, respostas e réplicas”, explicou.
A seguir ao debate geral, estão programados os duelos entre os candidatos.
O primeiro, a ter lugar no dia 16 entre os partidos menos representativos, ou seja, que não concorrem a todos os 13 círculos eleitorais, designadamente a UCID e o PTS, para dois dias mais tarde acontecer o confronto entre os líderes dos maiores partidos, PAICV e MpD.
As eleições legislativas estão marcadas para 6 de fevereiro, sendo que a campanha eleitoral terá início no dia 20 deste mês.
Às eleições concorrem cinco partidos: o PAICV, O MPD, a UCID, o PTS e o PSD.

18/12/2010

Manuel Inocêncio Sousa de visita ao Luxemburgo

O candidato presidencial da área política do PAICV, Manuel Inocêncio Sousa, já se encontra no Luxemburgo. Essa visita de Inocêncio Sousa surge a convite do núcleo de apoio à sua candidatura naquela região da Europa, dirigido por Antão Freitas.

O aspirante ao Palácio de Plateau deverá cumprir nestes dias um vasto programa de contactos com a comunidade cabo-verdiana e suas organizações representativas no Luxemburgo. Tudo com o propósito de mobilizar apoios para o seu projecto presidencial junto dos crioulos residentes no Grão-Ducado do Luxemburgo.

Manuel Inocêncio Sousa teve ontem uma série de encontros com associações de cabo-verdianos na cidade de Ettelbruck. Para hoje está marcada uma reunião idêntica com as organizações representativas de cabo-verdianos na capital Luxemburgo. Já à noite, está previsto um jantar alargado aberto à comundade també na capital. Inocêncio Sousa deverá, depois de ouvir as declarações de incentivo à sua candidatura por parte de um grupo de cidadãos, agradecer os presentes por tal gesto.

Constam ainda do seu programa para a tarde de domingo, mais dois encontros com a nossa comunidade: um na região norte e o outro na capital Luxemburgo. O programa da segunda-feira, 20, será preenchido com contactos sociais personalizados. Manuel Inocêncio Sousa regressará a Cabo Verde na madrugada do mesmo dia.

Bancos de investimento da Europa e de África ultimaram acordo de financiamento a Cabo Verde

Os bancos de investimento europeu e africano ultimaram esta quarta-feira, no Luxemburgo, o acordo de financiamento de 45 milhões de euros para desenhar, construir e operar parques de energia eólica em quatro ilhas de Cabo Verde, anunciou a instituição europeia.
O projecto terá capacidade para gerar 28 megawatts de energia eléctrica e, sendo um dos maiores do género em África, ajudará o governo local a atingir o objectivo de ter 25 por cento das necessidades energéticas garantidas por energias renováveis até 2012 e 50 por cento até 2020.

O comunicado do Banco Europeu de Investimento (BEI) adianta que o projecto está a ser desenvolvido pela InfraCo, numa parceria público-privada entre o governo de Cabo Verde e a Electra - Empresa de Electricidade e Água de Cabo Verde.

Nos termos do acordo de financiamento, o BEI contribuirá com 30 milhões de euros e o Banco de Desenvolvimento Africano com 15 milhões de euros para o projecto que necessitará de um investimento de 65 milhões de euros.

16/12/2010

Alunos estrangeiros no Luxemburgo na cauda do sistema educativo

Três anos após o último estudo PISA, Luxemburgo mais uma vez mostra resultados decepcionantes que ilustram a dificuldade de integração dos estudantes estrangeiros.
Os dados do estudo da OCDE revelam que os estudantes do Luxemburgo estão abaixo da média, que avalia a compreensão da leitura, a matemática e as ciências.

O sentimento de decepção, à hora da apresentação dos resultados foi patente na ministra da educação Mady Delvaux-Stehres.
“Estou decepcionada por esta estagnação. É a motivação que é dramática. Não chegamos a passar aos alunos o hábito de leitura”, lamenta a ministra.
Vários representantes partidários (Déi Gréng, DP, etc.) vieram também a terreiro criticar a política de educação do governo, reclamando um reforma no sistema.

A situação única no Luxemburgo, é uma verdadeira dor de cabeça para o sistema escolar, que não tem encontrado uma solução milagrosa para os últimos 20 anos. Um record de taxa de estudantes estrangeiros, um trilinguísmo nem sempre fácil de gerir, alfabetização numa língua estrangeira, todos os ingredientes estão presentes para fazer uma política educação nacional quase insolúvel. O problema aumenta e o mau resultado neste estudo PISA não tranquiliza as autoridades públicas nem famílias, mesmo tendo em conta a situação única do Luxemburgo em comparação com outros países que ensinam apenas num idioma.

O desafio da integração dos estudantes estrangeiros.
Com quase 37% dos estudantes estrangeiros, um número que continua a aumentar, o desafio é enorme: a integração dos alunos que não têm o alemão ou luxemburguês como língua materna. A ênfase deve ser colocada, em primeiro lugar, numa das línguas nacionais aquando da alfabetização. Se a tendência é seguir o alemão, a selecção do francês deve ser dirigida mais para os romanófonos (portugueses, franceses, italianos, etc.), porque para eles “o alemão não é intuitivo", lembra a ministra.

A luta contra a repetição e o atraso escolar, foram dois aspectos apontados ao Luxemburgo pelos peritos que realizaram o PISA 2009. Além disso, directamente ou não, os relatores do estudo põem também em causa o sistema escolar luxemburguês, por estigmatizar os alunos não germanófonos e de estratos sociais mais desfavorecidos.

"Mais do que a língua, é o estatuto social que se apresenta como handicap para a maioria dos estudantes. Factores da língua e da imigração paradoxalmente têm menos valor. O nosso objectivo deve ser o de reduzir as desigualdades sociais", disse a ministra.

No Luxemburgo, as diferenças de desempenho entre estudantes locais e os estudantes estrangeiros são mais pronunciados do que na média da OCDE. Em todas as três áreas avaliadas, os alunos locais estão largamente à frente dos colegas estrangeiros: 25 pontos para a compreensão escrita e matemática e 30 pontos para a cultura científica. Estas diferenças correspondem a um atraso na aprendizagem de um pouco mais de uma metade de um ano escolar. Estas diferenças são ainda mais significativas quando observamos as condições socioeconómicas. Alunos provenientes de um ambiente favorável têm até dois anos lectivos de vantagem face aos alunos mais desfavorecidos.

Mas o quadro não é muito negro. Ao contrário de outros países, o Luxemburgo pode sempre afirmar ser capaz de oferecer aos seus alunos avaliação em duas línguas: o plurilinguismo continua a ser uma realidade e um trunfo para o Grão-Ducado, onde os alunos falam pelo menos dois idiomas.

No âmbito do estudo PISA, o Luxemburgo optou por realizar um estudo nacional adicional para comparar a compreensão dos alunos na escrita do alemão e Francês. Concluiu-se que os estudantes que preferiam o francês não são estimulados ao máximo do seu potencial de aprendizagem e que falta saber quais os factores que jogam contra os alunos romanófonos no ensino do francês, já que os germanófonos se encontram melhores.

DIFERENÇA
O estudo descobriu que os estudantes estrangeiros não germanófonos económica e culturalmente desfavorecidos recebem, em média, entre 120 e 140 pontos a menos que os alunos locais, germanófonos e favorecidos.
Uma lacuna de aprendizagem de três anos.

CIDADÃOS DESDE TENRA IDADE
Além da linguagem e da ciência, as escolas básicas e secundárias são também transmissores também de valores morais e de cidadania. Desde 2008, cerca de 30 mil euros foram dispensados para formar melhor os alunos nas áreas de educação para a cidadania e Direitos Humanos. Um investimento útil, porque, em comparação com outros países, o Grão-Ducado também nesta matéria faz má figura.
HB