Colapsados aspetos essenciais do dia-a-dia na capital cabo-verdiana, desconhece-se informação sobre as sucessivas avarias, dado que o Dia Mundial da Criança é celebrado como feriado em todo o arquipélago, não havendo por essa razão quaisquer esclarecimentos sobre a situação.
A água continua sem correr nas torneiras da capital de Cabo Verde há dez dias, enquanto que a energia elétrica tem faltado recorrentemente, tornando-se já "um hábito", a que os 130 mil habitantes da cidade da Praia, mais de um quarto da população total do arquipélago, já se foram habituando.
A falha na Internet está a afetar também toda a capital cabo-verdiana, desconhecendo-se ainda se é extensível a todo o país.
"É um vergonha isto acontecer em Cabo Verde" é a frase mais ouvida entre a população praiense - que, habitualmente resignada, começa a dar ares de alguma indignação face aos sucessivos cortes de água, luz e agora Internet -- a que se junta uma outra também já banalizada: "Agora só dá para rir".
Mais a mais, a energia elétrica tem sofrido cortes frequentes ao longo do dia num vai e vem constante o que já levou alguns cafés e restaurantes a encerrar portas.
Os auto-tanques desdobram-se numa correria para abastecer depósitos, habitações e estabelecimentos comerciais, enquanto o Hospital da Praia, o Doutor Agostinho Neto, continua a usar as largas reservas de que dispõe.
O mais problemático, além de não haver informação oficial disponível, é o facto de ninguém conseguir dizer com precisão quando serão ultrapassados os três problemas.
Na Cidade da Praia, persiste a avaria detetada sábado na central dessalinizadora do Palmarejo, a maior do país e que abastece a capital, sem que haja esclarecimentos públicos quer do Governo quer da empresa responsável pela produção e distribuição de água, a Electra.
A população praiense, de mais de 130 mil habitantes, mais os cerca de 20 mil "flutuantes" que se deslocam diariamente à capital está sem água desde 23 de maio, altura em que foram iniciados os trabalhos de ligação de uma nova rede de distribuição e de mais depósitos.
No entanto, sábado, dia previsto para a regularização da distribuição de água, foi detetada uma avaria durante os testes de entrada em funcionamento, avaria sobre a qual nada se sabe a não ser que é "grave" e que não há prazo para a sua resolução.
A Electra, a empresa nacional de produção e distribuição de água e energia elétrica, indicou, no fim-de-semana passado, que a distribuição de água está a menos de metade da produção diária, uma vez que estão a ser produzidos 2400 metros cúbicos, em vez dos habituais 7400.
A quantidade é "manifestamente insuficiente para as necessidades" da Cidade da Praia, tal como então reconheceu Hipólito Gomes, responsável da empresa.
Fonte: Lusa
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