A comunidade esteve unida em torno de Beatriz, mas alguns familiares
e amigos ainda estão de costas voltadas |
"Na quarta-feira [5 de Junho] ouvi a notícia na Rádio Latina, de morte natural, mas não disseram o nome. Só quando cheguei a casa é que soube que era ela. No próprio dia já tinham tudo no Facebook e não tivemos tempo para nada", diz o marido da tia Fernanda, António Rocha.
"Se ela veio para a Europa foi através de nós. Fui eu e a minha mulher que recebemos a Beatriz quando chegou a Portugal para tratar a diabetes. Legalizamos as coisas para ela e a mãe. Nós ajudámos a Beatriz", garante o tio por afinidade.
A mãe também nega a falta de apoio de que a família foi acusada por Zenaida, com quem Beatriz viveu quando veio para o Luxemburgo, há dois anos. "Soube na véspera que a minha filha ia para o Luxemburgo tomar conta das crianças da Zenaida", revela Maria de Fátima, residente em Portugal, e que sempre foi contra esta vinda para o Luxemburgo.
"Eu é que criei a Beatriz até aos 21 anos e sempre fui contra a ideia de ela ir para o Luxemburgo, por causa da doença [diabetes tipo 1]. Mas mesmo assim ligava-lhe sempre à noite porque era quando me dava maior preocupação", garante Maria de Fátima.
"Quando a Zenaida ia para comprar casa a Bety passou a morar sozinha, mas os médicos disseram que ela não podia viver sozinha. Tinha de tomar insulina três vezes ao dia e a Zenaida devia saber disso, até porque a Bety já tinha tido uma crise na sua casa, em que foi assistida pelo marido", conta a mãe.
No Luxemburgo, teria sido a Beatriz a não procurar apoio, diz a família. "Ela não nos disse que estava cá. Encontrei-a por acaso numa festa. Dei-lhe o nosso contacto e ela disse que ia ligar. Via-a sempre nas festas, mas nunca se quis dirigir à família. Dizia 'vou ligar à tia' e nada. Se ela estava bem com a Zenaida não íamos impedir isso", explica a filha do casal Rocha, a prima Andreia.
Mesmo assim, António Rocha garante ter procurado a Bety em Bonnevoie e diz que a família estava pronta para ajudá-la."Se ela nos tivesse procurado aqui, teríamos ajudado como em Portugal. Mesmo assim agradeço a contribuição da comunidade", diz António Rocha, referindo-se às contribuições para pagar o funeral.
"Não é verdade que a família não se interessou. Eu fui com a família à morgue para ver como podiam fazer as coisas em conjunto para enterrá-la em paz, mas a Zenaida disse que tinha tudo tratado. Eles não foram lá para reclamar o corpo da Bety", conta Etelvina dos Santos, que acompanhou António Rocha e a mulher à morgue.
"Além disso pôs no Facebook que a Beatriz não tinha família no Luxemburgo. É uma história mal contada", defende a amiga do casal Rocha.
Nesta história, e quanto ao pai, "ligava de Cabo Verde todos os minutos e dizia que tinha condições para enterrar a filha em Cabo Verde. Ele também queria enterra-la em paz", acrescenta Etelvina, "mas daqui não quiseram falar com a família". Do lado da mãe: "Até agora estou à espera da conta do funeral para pagar", conclui Maria de Fátima.
Henrique de Burgo
"Se ela veio para a Europa foi através de nós. Fui eu e a minha mulher que recebemos a Beatriz quando chegou a Portugal para tratar a diabetes. Legalizamos as coisas para ela e a mãe. Nós ajudámos a Beatriz", garante o tio por afinidade.
A mãe também nega a falta de apoio de que a família foi acusada por Zenaida, com quem Beatriz viveu quando veio para o Luxemburgo, há dois anos. "Soube na véspera que a minha filha ia para o Luxemburgo tomar conta das crianças da Zenaida", revela Maria de Fátima, residente em Portugal, e que sempre foi contra esta vinda para o Luxemburgo.
"Eu é que criei a Beatriz até aos 21 anos e sempre fui contra a ideia de ela ir para o Luxemburgo, por causa da doença [diabetes tipo 1]. Mas mesmo assim ligava-lhe sempre à noite porque era quando me dava maior preocupação", garante Maria de Fátima.
"Quando a Zenaida ia para comprar casa a Bety passou a morar sozinha, mas os médicos disseram que ela não podia viver sozinha. Tinha de tomar insulina três vezes ao dia e a Zenaida devia saber disso, até porque a Bety já tinha tido uma crise na sua casa, em que foi assistida pelo marido", conta a mãe.
No Luxemburgo, teria sido a Beatriz a não procurar apoio, diz a família. "Ela não nos disse que estava cá. Encontrei-a por acaso numa festa. Dei-lhe o nosso contacto e ela disse que ia ligar. Via-a sempre nas festas, mas nunca se quis dirigir à família. Dizia 'vou ligar à tia' e nada. Se ela estava bem com a Zenaida não íamos impedir isso", explica a filha do casal Rocha, a prima Andreia.
Mesmo assim, António Rocha garante ter procurado a Bety em Bonnevoie e diz que a família estava pronta para ajudá-la."Se ela nos tivesse procurado aqui, teríamos ajudado como em Portugal. Mesmo assim agradeço a contribuição da comunidade", diz António Rocha, referindo-se às contribuições para pagar o funeral.
"Não é verdade que a família não se interessou. Eu fui com a família à morgue para ver como podiam fazer as coisas em conjunto para enterrá-la em paz, mas a Zenaida disse que tinha tudo tratado. Eles não foram lá para reclamar o corpo da Bety", conta Etelvina dos Santos, que acompanhou António Rocha e a mulher à morgue.
"Além disso pôs no Facebook que a Beatriz não tinha família no Luxemburgo. É uma história mal contada", defende a amiga do casal Rocha.
Nesta história, e quanto ao pai, "ligava de Cabo Verde todos os minutos e dizia que tinha condições para enterrar a filha em Cabo Verde. Ele também queria enterra-la em paz", acrescenta Etelvina, "mas daqui não quiseram falar com a família". Do lado da mãe: "Até agora estou à espera da conta do funeral para pagar", conclui Maria de Fátima.
Henrique de Burgo
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