04/11/2010

Padre Adriano dos Reis de volta ao Luxemburgo

Enquadrado no trabalho conjunto das igrejas de Cabo Verde e do Luxemburgo, o padre Adriano dos Reis Cabral acaba de chegar ao Grão-Ducado para a sua segunda visita de acompanhamento à comunidade cabo-verdiana, até final de Novembro.

Numa curta entrevista, o pároco de Mindelo (S. Vicente), começa por enquadrar esta sua bem acolhida presença pelos serviços pastorais e pela comunidade: “Os cabo-verdianos no Luxemburgo têm uma experiência de fé muito forte, que é importante acompanhar” e nesse sentido “o objectivo da visita é assistir e dinamizar os nossos emigrantes e ajudar a estruturar, com formação, a nossa comunidade, de modo a que haja líderes, que mesmo na minha ausência pessoal possam organizar-se, participar nas celebrações e que se sinta a presença dos cabo-verdianos nesta sociedade e de modo muito particular na igreja luxemburguesa.”

Sobre o acolhimento dos cabo-verdianos na igreja, realça uma grande abertura dos serviços centrais e pastorais luxemburgueses. “O meu trabalho também é ajudar a comunidade a tomar consciência dessa abertura, pois a igreja luxemburguesa conta com a participação e vivência da fé dos nossos emigrantes, até porque temos a mesma fé.”

Respondendo à questão sobre a necessidade de um acompanhamento permanente à comunidade cabo-verdiana, o padre Adriano refere: “Seria algo desejável no momento, mas não seria possível devido à falta de sacerdotes em Cabo Verde, mas penso que não se tem de criar necessariamente uma missão cabo-verdiana para que a comunidade possa viver a sua fé. Estamos muito ligados à missão portuguesa, que presta um grande serviço à nossa diáspora.” Além disso, “a igreja luxemburguesa também não tem interesse em criar mais uma missão aqui, porque a igreja é por si missionária e acolhe a todos.”

“Inicialmente o acordo era uma presença mais regular, três vezes ao por ano, para ver a evolução”, mas ciente das dificuldades, acrescenta que para esse acompanhamento permanente e mais próximo a aposta seria “tal como a Páscoa, épocas fortes”.

Para já, por uma questão linguística, “seria mais fácil aos adultos uma integração à missão portuguesa e aos jovens que nascem aqui a tendência é favorecer a integração nas paróquias luxemburguesas”, acrescenta.

Do programa de actividades, já neste Sábado vai apresentar uma “interessante proposta” aos jovens de origem cabo-verdiana com o objectivo de “incutir alguns valores cristãos e humanos, bem como momentos de convívio”, num encontro em Bonnevoie. Constam também realizações de missas, visitas às famílias, com momentos de oração para reforçar a dimensão espiritual, mas o ponto alto será mesmo a presidência da festa de Santa Catarina, a 25 de Novembro, em Esch. “Os cabo-verdianos manifestam uma grande devoção à Santa Catarina, que no meio de muitas dificuldades viveu e testemunhou a sua fé e isto tem muito a ver com a imigração.”

Atento à realidade, termina deixando este apelo aos cabo-verdianos: “continuem a viver a fé e estejam mais unidos.”
HB

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