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12/06/2013

Comunidade cabo-verdiana juntou-se no último adeus a Beatriz Fernandes


A comunidade esteve unida no último adeus à jovem cabo-verdiana Beatriz Fernandes
A comunidade cabo-verdiana no Luxemburgo está de luto pela morte da jovem Beatriz Lima Fernandes, tendo-se associado para ajudar a assegurar as despesas do funeral, no passado sábado. A jovem de 23 anos foi encontrada morta na sua residência em Bonnevoie pela polícia luxemburguesa, no dia 4 de Junho, depois do alerta de um grupo de amigos que estranhou a sua ausência durante dois dias.
"Os amigos não davam por ela há dois dias e avisaram a polícia, que teve de arrombar a porta da casa. Ela foi encontrada morta ao lado do prato com comida e do copo. Segundo os amigos, ela tinha diabetes", contou o dirigente associativo João da Luz ao CABOLUX/CONTACTO.

Uma doença confirmada pela pessoa que a trouxe para o Luxemburgo e responsável pela sua legalização no país, Zenaida Santos. "Ela tinha diabetes desde nascença. Tinha diabetes crónica. Foi morte natural".

Ouvida também pelo CABOLUX/CONTACTO, a polícia luxemburguesa diz não dispor de mais informações sobre este caso. "Não temos qualquer relatório médico que aponte não se tratar morte natural, portanto, não temos informações sobre este caso".

Beatriz Fernandes, natural da ilha cabo-verdiana de São Vicente, tinha chegado ao Luxemburgo há dois anos, vinda de Portugal (e não há dez, como erradamente como tínhamos percebido e avançado aqui), e vivia sozinha.

"Antes ela morava comigo e depois de ter encontrado trabalho foi para o quarto dela", diz Zenaida, que recorda os momentos que passaram juntas. "Ela era muito meiga. Gostava de crianças e ajudava a tomar conta das minhas filhas. Era também muito alegre e tinha muitos amigos. Ela gostava de viver e era a minha família", conta, emocionada.

Com o pai a viver em Cabo Verde e a mãe em Portugal, Beatriz tinha ainda no Luxemburgo duas tias e primos. "Só um dia antes do funeral é que soubemos que ela tinha aqui duas tias e primos. Mas ela tem também muitos amigos", garante João da Luz.

Beatriz foi a enterrar no cemitério de Hollerich
"Tinha família aqui", confirma Zenaida, "mas nunca a procuraram. Só na véspera do funeral é que
apareceram", lamenta a cabo-verdiana.

De Portugal veio a mãe e alguns amigos para o funeral. Da Suíça outros tantos amigos. Ao todo, perto de quinhentas pessoas acorreram ao cemitério de Hollerich, no passado sábado, para o último adeus a "Bety Morena", como era também conhecida.

COMUNIDADE JUNTOU TRÊS MIL EUROS PARA CUSTEAR FUNERAL

Para custear o funeral, um grupo de amigos e colegas de Bety abriu uma conta no Banque et Caisse d'Épargne de l'État, em nome de Beatriz Lima Fernandes (LU94 0019 4155 1469 4000).

A Embaixada de Cabo Verde, que também se fez representar no funeral, lamentou esta perda e confirma que também recebeu um pedido para contribuir para as despesas.

"Lamentamos imenso esta morte", disse ao CABOLUX/CONTACTO a encarregada de Negócios da Embaixada de Cabo Verde no Luxemburgo, Clara Delgado. "Eles [grupo de amigos] pediram apoio e nós estamos a apoiar [...] dentro daquilo que é possível", acrescentou a diplomata, que apela à comunidade para procurar a Embaixada para obter "informações sobre mecanismos de seguro de saúde e seguro de vida" para minorar situações como esta, já que a própria Embaixada não pode responder a todos os pedidos de ajuda.

Ao todo, e até esta segunda-feira, os fundos recolhidos para cobrir as despesas do funeral rondavam os três mil euros.

"Agradeço a toda a comunidade. Até agora temos 2.800 euros, mas só o caixão foi dois mil euros. Se não conseguirmos pagar tudo, eu e o meu marido pagamos o resto. Afinal, sou a responsável, porque eu é que assinei os papéis", explica Zenaida Santos, que lamenta ainda a falta de apoio da família.


Peditório com o número de conta para ajudar a custear o funeral
"O pai tem muitas condições. Disse que vai ajudar, mas até agora não disse nada. A mãe veio de Portugal. Telefonei na quarta-feira a avisar da morte da filha e ela só chegou na sexta à noite. Não conseguiu ver o corpo da filha e foi-se embora no sábado, depois do funeral", lamenta Zenaida.

Segundo Zenaida Santos, o funeral foi feito no Luxemburgo, em vez de o corpo ser transladado para Portugal ou Cabo Verde, porque a jovem Beatriz "não tinha apoio da mãe e do pai".

A Embaixada de Cabo Verde confirmou ao CABOLUX/CONTACTO que também não recebeu nenhum pedido de apoio nesse sentido.
Homenagem dos amigos no Facebook
O CABOLUX/CONTACTO tentou até ao fecho desta edição falar com a família de Beatriz, sem sucesso.

Henrique de Burgo

05/06/2013

Jovem cabo-verdiana desaparecida há dois dias foi encontrada morta em sua casa

Uma jovem de origem cabo-verdiana foi encontrada esta terça-feira morta na sua residência, em Bonnevoie, pela polícia luxemburguesa. A jovem de 23 anos vivia sozinha no Luxemburgo, e o alerta foi dado à polícia por um grupo de amigos que estranhou a ausência da jovem nos últimos dois dias.

"Os amigos não davam por ela há dois dias e avisaram a polícia que teve de arrombar a porta da casa. Ela foi encontrada morta ao lado do prato com comida e do copo. Segundo os amigos ela tinha diabetes", conta João da Luz ao CABOLUX/CONTACTO.

Beatriz Fernandes chegou ao Luxemburgo há 10 anos, vinda de Portugal. Nos últimos tempos  morava sozinha em Bonnevoie e não tem família no Luxemburgo.
Segundo os amigos, os familiares residem todos em Portugal.

Os amigos da vítima estão agora a recolher fundos para o funeral, que vai ter lugar este sábado às 16h no cemitério de Hollerich, na cidade do Luxemburgo.

A polícia grã-ducal, contactada pelo CONTACTO, não adiantou mais pormenores  sobre este caso.

Mais informações acerca do funeral podem ser obtidas  através do tel. 661 742 710 (Zenaida).

Henrique de Burgo

Comunidade cabo-verdiana chocada com o caso da agressão no comboio

Para o dirigente associativo cabo-verdiano João da Luz o caso é
"lamentável" e deve ter uma "condenação severa" Foto: Rui Melo
O caso da agressão no comboio julgado na semana passada nos tribunais luxemburgueses está a chocar a comunidade cabo-verdiana no Luxemburgo. As autoridades cabo-verdianas e os dirigentes associativos ouvidos pelo CABOLUX/CONTACTO lamentam o caso e dizem que vão agir contra a violência.
 
"É de lamentar o sucedido porque toca a boa imagem dos cabo-verdianos no Luxemburgo. Lamento também porque são pessoas jovens e a tendência é para uma pena pesada", disse ao CABOLUX/CONTACTO a encarregada de Negócios da Embaixada de Cabo Verde no Luxemburgo, Clara Delgado.

Em causa está a agressão violenta a um homem de 49 anos num comboio entre a cidade do Luxemburgo e Rodange, em Dezembro de 2011, alegadamente por três jovens de origem cabo-verdiana, julgados na semana passada.

"A questão da violência é algo discutido há algum tempo com as autoridades luxemburguesas, mas este é um caso que sai das nossas esferas, e que não vai beliscar as relações entre os dois países. É um caso isolado, mas estamos atentos e a acompanhá-lo", garante Clara Delgado.

A associação cabo-verdiana contra a violência, Comité Spencer, diz que está já a preparar projectos para combater casos como estes.

"Temos agora uma nova direcção, mas já falámos deste caso em duas reuniões. Estamos a preparar um projecto em conjunto com a comuna de Esch-sur-Alzette, que deve arrancar depois do Verão. Queremos fazer uma 'workshop' contra a violência", conta a nova secretária da associação sediada no Luxemburgo, Dominique Rocha.

"Vamos ter peças de teatro sobre o tema. Pequenos sketches onde os jovens simulam situações conflituosas, como por exemplo em discotecas. Aí vamos ver as reacções do público, mas vamos também convidar o público jovem a subir ao palco e a entrar na peça para reagir de forma diferente", explica Dominique Rocha, que quer ver os jovens a passar pela associação (26, place de la Gare, Galerie Kons) na cidade do Luxemburgo.

"Os jovens que venham ter connosco. Estamos cá para os ajudar na inserção laboral, mas também no voluntariado. Aí, eles podem conhecer outras pessoas do Luxemburgo, misturar-se com outras culturas. Além disso, vão estar mais activas", apela Dominique Rocha.

Já o presidente da Federação das Associações Cabo-verdianas no Luxemburgo (FACVL), João da Luz, mostra mais firmeza. Diz que este caso é "lamentável" para a comunidade, mas que deve ter uma "condenação severa".

"Este é um caso lamentável, e a condenação contra a violência deve ser severa", diz o dirigente associativo, que felicita a polícia pela rápida intervenção. "Quero dar os parabéns à polícia por ter reagido de forma rápida. A divulgação do vídeo ajudou a perceber o que se estava a passar. Foi positivo".

Para o dirigente associativo, é preciso desenvolver uma "nova política dirigida aos jovens recém-chegados", que "não conhecem bem" esta sociedade. "É preciso um melhor enquadramento, e isto tem de ser feito pelo Serviço Nacional da Juventude e pelas associações. A sociedade civil tem uma grande responsabilidade em relação a esses jovens", diz.

O dirigente associativo vai aproveitar a próxima assembleia geral da federação, marcada para 15 de Junho, para "pedir às associações para aumentarem as acções para jovens", anunciou o presidente da FACVL, que apela também ao envolvimento das associações portuguesas.

"Quando falo em associações, falo nas cabo-verdianas, mas também nas associações portuguesas, porque muitos desses jovens recém-chegados vêm de Portugal, nasceram e cresceram lá, e identificam-se mais com Portugal do que com Cabo Verde", conclui.

Herique de Burgo

05/10/2011

Cabo-verdianos ainda pouco motivados para as comunais

Em 2005, a lei eleitoral permitia o voto aos cabo-verdianos nas comunais, mas não a candidatura, algo que a nova lei de 2011 reverteu, passando a haver também o direito à candidatura.

Saber quantos candidatos de origem cabo-verdiana se apresentam às eleições do próximo dia nove é uma tarefa difícil, dado que as entidades competentes não disponibilizam dados quantificadores referentes a candidatos de origem estrangeira.

Ainda assim conseguimos apurar uma lista de nove candidatos de origem cabo-verdiana: Edna Semedo (Os Verdes - Betzdorf), Carlo Lima (CSV - Ettelbruck), Anabela Neves (LSAP - Luxembourg-Ville), Maria Gomes Ganeto (LSAP - Esch/Alzette), André Bernardo (Os Verdes - Remich), Manuel Brito Delgado (CSV, Diekirch), Alex Semedo (DP, Esch/Alzette), Filomena Delgado (DP, Ettelbruck), António Santos Moreno (ADR, Mondercange).

Comparando com as últimas eleições, de 2005, em que “houve apenas um candidato de origem cabo-verdiana às comunais (CSV - Ettelbruck)”, segundo o presidente da Federação das Associações Cabo-verdianas no Luxemburgo, João da Luz, este aumento (ainda que residual, tendo em conta o universo dos candidatos: 3.321), pode ser já um sinal de uma maior participação cabo-verdiana na política luxemburguesa.

Quanto ao número de eleitores, os cabo-verdianos apresentam uma das mais notáveis subidas entre as comunidades estrangeiras, em relação a 2005, com 118%, registando-se 115 inscrições nas últimas eleições, ao passo que este ano foram apuradas 251, revela o Centro de Estudos e Formação Intercultural e Social (CEFIS). Para este aumento poderá ter contribuído o papel mobilizador da Embaixada de Cabo Verde no Luxemburgo, esta que foi "a primeira Embaixada no Grão-Ducado a realizar um acto de sensibilização à comunidade sobre a importância da participação política dos estrangeiros nestas comunais", refere a Encarregada de Negócios da mesma, Clara Delgado.

Mas face ao potencial, estes números continuam a ser baixos, pois “as pessoas não estão tão interessadas e o aumento dos candidatos, por exemplo, explica-se sobretudo pela mudança da lei”, acrescenta. O empenho das autoridades na mudança da mentalidade da comunidade em torno desta problemática é notório.

Recentemente, a visita da ministra das comunidades de Cabo Verde, Fernanda Fernandes, trouxe também essa preocupação, e os incessantes apelos do programa Morabeza da Rádio Latina ou ainda o trabalho dos núcleos partidários cabo-verdianos do MpD e PAICV e de algumas associações encontram algumas dificuldades em demover a letargia instalada.

No Luxemburgo, a participação política cabo-verdiana faz-se notar sobretudo nas eleições legislativas e presidenciais de Cabo Verde, registadas nas mesas de voto da embaixada, Ettelbruck e Esch, pois “as pessoas seguem com mais interesse as eleições cabo-verdianas do que as comunais”, reconhece o dirigente associativo, João da Luz. 251 cabo-verdianos inscritos nas comunais a contrastar com os 952 inscritos na Embaixada que votam nas eleições cabo-verdianas.

Se a cooperação bilateral Luxemburgo-Cabo Verde tem funcionado, pelo menos visivelmente do lado cabo-verdiano, já quando se fala da cooperação no domínio da “participação política dos estrangeiros no Luxemburgo”, parece que esta comunidade se sente mesmo estrangeira ou... estará à espera de alguma contrapartida que faça despertar nela esse enorme potencial.

HB

22/06/2011

Misses cabo-verdianas passam pelo programa Morabeza - Radio Latina

Equipa do programa Morabeza, da Radio Latina, com as misses cabo-verdianas:
Da esq. para a dir.: Cynthia da Moura (Miss Popularity), Marizia, Vania Pereira (Miss United Nations), Djony, Yasmine Lima (Miss Global Cabo Verde 2011) e Zé Henrique.

14/02/2011

"Quem for para Cabo Verde goza da mesma protecção de saúde que aqui [Luxemburgo] - João da Luz

Após a maioria absoluta e um terceiro mandato para o primeiro-ministro cabo-verdiano José Maria Neves, o secretário da delegação no Luxemburgo do Partido Africano para a Independência de Cabo Verde, João da Luz, reconheceu que apesar da vitória a nível global, tirou “algumas lições do trabalho no terreno do MpD [que venceu aqui com 243 votos contra 200 do PAICV], e que vão ser usadas para as presidenciais no mês de Outubro.”

Mais votos, mas menos deputados

Actualizados os últimos dados divulgados pela Cabolux/Contacto, a Comissão Nacional de Eleições atribui então definitivamente 38 deputados ao PAICV, 32 ao MpD e 2 à UCID.
Desta forma o PAICV perde 3 deputados para o MpD face ao último mandato, apesar de ter aumentado a percentagem de votos em 0.5% (51,4) e o MpD ter descido 1% (41.8).
Sobre este desfasamento João da Luz lamenta: “o PAICV foi penalizado pelo sistema eleitoral vigente, que estabelece novas normas de eleições de deputados.”
“Por exemplo, no Fogo, o PAICV conseguiu mais 4306 votos que o MpD e, deste número, 1902 votos não contaram para a determinação de mandatos, enquanto em sentido contrário, na ilha do Sal, o MpD conseguiu um mandato a mais por escassos 78 votos”, explica.

Olhando ainda para os números, “ao contrário do que a oposição dizia, houve uma maior participação nestas últimas legislativas e um aumento no número de votos [no PAICV], o que quer dizer que a política feita por José Maria Neves ao longo destes dez anos é uma política aprovada pelos cabo-verdianos”, conclui.

O balanço dos 10 anos

“Os primeiros 5 anos de governo foram para concertar um país que estava combalido” e o segundo mandato para “conseguir uma visão para Cabo Verde”, tendo então o país conquistado duas vezes o Millenium Challenge Account e passado de país atrasado para país de desenvolvimento médio.”
Para o secretário do PAICV-Luxemburgo estas foram as 4 plataformas de desenvolvimento levadas a cabo pelo governo de José Maria Neves e que se pretendem reforçar:
O primeiro pilar é “a boa governação, com estabilidade, sem corrupção e gestão sã, algo que foi provado nestes mandatos”.
Em segundo, assegurar a única potencialidade de Cabo Verde - os recursos humanos – apostando em parcerias estratégicas de integração regional, que passam pela CPLP, CEDAO, Europa, América e a nova região Macaronésia, que faz Cabo Verde entrar na periferia da Europa.”
Por outro lado “mais construção de escolas técnicas em Cabo Verde, maior abertura em termos de negócios no país” e por último “a construção de estradas, energias renováveis, renovação e criação de novos portos e a construção de 3 aeroportos internacionais.”

Já para estes próximos 5 anos pretende-se reforçar os pontos referidos e “apostar na aceleração da formação da juventude cabo-verdiana nas novas tecnologias, alargamento do poder das universidades no país (foram criadas 9 universidades de 2000 para cá) e sobretudo combater a pobreza com o projecto “casa para todos”.

Incentivos aos emigrantes

Na área da emigração, “quem for do Luxemburgo para Cabo Verde, goza da mesma protecção de saúde que aqui tem”, o mesmo acontecendo de lá para cá e dentro do acordo de segurança social que se conseguiu, sendo que “o PAICV assinou 15 deles, com 15 países diferentes, enquanto o MpD apenas 4.”
Sobre as taxas alfandegárias, relembra que “a isenção total alfandegária é aplicada quando um indivíduo volta definitivamente para Cabo Verde” e se antes era preciso provar que um artigo pertencia a alguém pelo menos há 6 meses, “hoje em dia não é preciso provar nada.”
Quanto aos investimentos em Cabo Verde apela “a toda emigração para não se deixar ser enganada por indivíduos que estão à espera de apanhar um inocente.”
“O Instituto das Comunidades faz-lhe um plano financeiro de graça em vez de procurar intermediários”, complementa.
Para além destes incentivos o emigrante “têm à disposição a Casa do Cidadão, a embaixada e o portal do cidadão.”
A criação do Banco de Cabo Verde de Investimentos visa também apoiar o emigrante “desde a criação da empresa à construção da casa em Cabo Verde.”
A finalizar, relembra que “a Embaixada está preparada para prestar estas e outras informações a qualquer cidadão.”
HB

03/02/2011

Cabo Verde vai a votos este domingo

É já neste domingo, dia 6, que os cabo-verdianos são chamados às urnas para escolherem o primeiro-ministro para os próximos 5 anos e os 72 lugares da Assembleia Nacional, numa eleição disputada taco a taco e sem vencedor antecipado.

São 309 617 os cabo-verdianos recenseados para estas eleições legislativas e também para as presidenciais de Agosto deste mesmo ano, ou seja, 62,9% da população (491 575), sendo que os restantes 37 645 cabo-verdianos estão recenseados na diáspora, principalmente em Portugal e não mais de um milhar no Luxemburgo.
Na corrida às eleições estão o actual primeiro-ministro José Maria Neves, do Partido Africano para a Independência de Cabo Verde (PAICV), Carlos Veiga, antigo primeiro-ministro e líder do Movimento para a Democracia (MpD), António Monteiro, da União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID), João Silvestre Além, do Partido Social Democrata (PSD) e João do Rosário - Partido do Trabalho e da solidariedade (PTS).
Dos 5 partidos, apenas os 2 principais, PAICV e MpD se apresentam a todos os círculos, 10 em Cabo Verde e 3 da diáspora - África, América e Europa.

A bipolarização em Cabo Verde

À boa maneira das democracias ocidentais, o destaque destas eleições vai para a luta entre os dois homens que governaram Cabo Verde nos últimos 20 anos – Carlos Veiga, de 1991 a 2001 e José Maria Neves, de 2001 a 2011, ou seja, centro-direita (MpD) e centro-esquerda (PAICV).

Se é certo que desde o início da campanha até ao fecho das mesas de voto a lei cabo-verdiana não permite divulgação e comentário dos resultados de sondagens ou inquéritos de opinião dos eleitores sobre os concorrentes às eleições, nem mesmo assim alguém arrisca em prognosticar um potencial vencedor no dia 6, tal é a incógnita.
Se também é certo que os dois partidos já se assumem como vencedores, não é menos certo que nenhum dos dois pode assumir uma maioria absoluta.
Se este cenário se vier a verificar, pode-se abrir uma porta para coligação com a terceira força política – UCID.
Sobre este possível cenário, um alto dirigente da UCID, partido claramente contra a bipolarização, já tinha assumido que para uma coligação “o nosso partido vai escolher o programa de governação que melhor responde às necessidades dos cabo-verdianos e Cabo Verde”.

Da pré à campanha

Pela primeira vez em Cabo Verde, os candidatos ao cargo de primeiro-ministro apresentaram em pré campanha as suas propostas de governação do país em debates transmitidos pela Rádio e Televisão de Cabo Verde (RTC).
Se nesses debates o destaque foi para temas como economia, emprego, turismo e emigração, já na fase da campanha passou-se do racional para o sentimental. Arruadas e comícios por todo o país fazendo as pessoas sair à rua, no típico ambiente romano de “pão e circo”.
É caso para dizer que se a multiplicação dos pães e peixes em tempos serviu para alimentar uma multidão, nesta recta final de campanha eleitoral, a multiplicação dessas arruadas e comícios, regadas com acusações mútuas de compra de votos e não só, serve agora para alimentar os dirigentes políticos. Ora se dá pão e peixe (e circo) à multidão, ora é essa multidão o pão e peixe dos candidatos.

Mesas de voto em Ettelbruck, Luxemburgo e Esch

No Luxemburgo apenas o MpD e o PAICV têm delegações permanentes e nesta terça foi possível reuni-los num debate caloroso para esclarecer a comunidade, pelo menos os que não têm outras fontes de informação actualizada. Nelson Brito, candidato a deputado pelo círculo eleitoral da Europa pelo MpD e João da Luz, secretário da delegação do PAICV, passaram pelo programa Morabeza da Rádio Latina para o balanço dos últimos anos de governação, apresentação do conteúdo programático dos seus partidos, análise dos anseios da comunidade cabo-verdiana no Luxemburgo, entre outros temas.

Este debate foi seguido por muitos ouvintes e teve alguns picos de crispação entre os dois intervenientes, vulgo Netcha e Djony, aquando dos “apagões”, números do INE sobre o desemprego, cooperação tripartida entre Luxemburgo, Cabo Verde e São Tomé e Principe, entre outros temas.
Ambos tentaram mostrar, com mais ou menos sucesso, os seus argumentos para convencer os eleitores.
Já para o dia 8 de Feveveiro, esperam-se novamente as duas representações no programa Morabeza para a análise e comentário do resultado das eleições.

De referir que além do Morabeza, o blog Cabolux e o jornal Contacto têm colaborado para a divulgação das informações pertinentes sobre as eleições legislativas em Cabo Verde. Relembre-se que serão instaladas 2 mesas de voto na Embaixada de Cabo Verde no Luxemburgo para residentes na cidade de Luxemburgo e arredores; 1 mesa na Comuna de Ettelbruck e outra na Comuna de Esch.

O horário de voto é entre as 8:00 e as 18:00h, devendo os eleitores fazerem-se acompanhar do boletim de inscrição eleitoral bem como de um documento de identidade - passaporte ou bilhete de identidade.

HB