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05/07/2013

Associação Cabo-verdiana Notre-Dame do Norte apresenta-se oficialmente este sábado

A Cabo-verdiana Notre-Dame do Norte é a mais recente associação cabo-verdiana no Luxemburgo. Com três meses de existência, a associação vai ser apresentada oficialmente este sábado, durante os festejos da Independência de Cabo Verde, a ter lugar entre as 21h e as 3h, no Halle Michels (59, rue Minchel Thilges), em Wiltz.

"A associação já existe há três meses, mas vai ser apresentada agora no sábado", confirmou a vice-presidente, Lucete Ramos.

"Ajudar hospitais, escolas e igrejas em Cabo Verde são os principais objectivos da associação", garante a dirigente associativa, que abre também as portas a actividades no Luxemburgo.

"Também aqui no Luxemburgo vamos estar de portas abertas para ajudar a comunidade, dentro das nossas possibilidades".

Além de Lucete Ramos (vice-presidente), o corpo directivo da Cabo-verdiana Notre-Dame do Norte conta com Vitorino Veríssimo (presidente), Benvindo Sousa (secretário), Lúcia Monteiro (tesoureira), entre outros.
Para mais informações e novos membros pode contactar a associação através do tel. 621 321 970.

02/11/2012

Torneio internacional de futebol 5 e banda Splash juntam cabo-verdianos em Ettelbruck, 10 de Novembro

A associação Veteranos do Norte organiza um torneio internacional de futebol de 5, no dia 10 de Novembro, no hall desportivo junto ao Centro Hospitalar Neuropsiquiátrico (CHNP) de Ettelbruck.
 
O torneio começa às 9h30 e conta com as seguintes equipas: Aliança do Norte (Grupo de Portugueses de Bettendorf), Velhas Glórias de Micau, Veteranos do Norte, Veteranos do Sul, Veteranos Bumelbus, Grupo Wagner, Dominguinhas (Holanda), Veteranos da Basileia (Suíça), Velha Guarda de Paris (França) e Grupo S. Nicolau.
 
Nesse mesmo dia, mas à noite, os Veteranos do Norte trazem a conceituada banda Splash ao Hall Deich, também em Ettelbruck, para um espectáculo a partir das 22h30.
Os bilhetes custam 20 euros em pré-venda e 25 euros no local.
 
Mais informações pelo tel. 621 725 888 (Roberto Lima, presidente dos Veteranos do Norte) e/ou 621 756 025 (vice-presidente Kennedy).



29/10/2012

Casting para Estrela Pop Cabo Verde no Luxemburgo é já este sábado

A associação Ami Ku Nhos organiza este sábado, 3 de Novembro, o casting para o programa musical Estrela Pop Cabo Verde no Luxemburgo.

O casting começa às 12h, no Centro cCltural de Bonnevoie (2, rue des  Ardennes L-1133, Luxembourg).

As inscrições podem ser feitas na Epicerie Creole (Bonnevoie e Ettelbruck) ou online (www.estrelapopcv.net).
A partir das 22h, a noite de sábado vai ser animada pelo cantor David Brazão e pelos DJ's Semedo, Luís, Nos Manera e Banzi Cabo Verde.

O custo do bilhete em pre-venda são 20 euros. No local a entrada custa 25 euros. Local de venda: Epicerie Creole (Bonnevoie e Ettelbruck).

Jornada multicultural em Hollerich, este sábado

Bilhetes à venda através dos telefones: 621 779209, 621 472 094 e 621 146217
 

22/08/2012

Maio: Associação de Maienses Residentes no Luxemburgo quer apoiar a ilha

A Associação de Maienses Residentes no Luxemburgo (Lux- Maio) pretende apoiar a ilha em diversos sectores, razões pela qual o seu vice-presidente está de visita a terra natal para contactos com diversas instituições.

Em declarações à Inforpress, o vice-presidente da associação Lux-Maio, Marcelino Ribeiro Silva, assegurou que a sua visita a ilha para férias tem também como objectivo contactar as diversas instituições locais para dar a conhecer a existência da referida associação e conhecer as reais necessidades da ilha.

"O nosso interesse é ajudar em aspectos que se mostrarem importantes para ilha e sua gente" adiantou a mesma fonte, que anunciou contactos já estabelecidos com responsáveis de instituições como a Câmara Municipal, Cruz Vermelha, Centro de Saúde e Delegação Escolar.

Fonte: Inforpress/ExpressodasIlhas

23/05/2012

“Há muitas associações cabo-verdianas de fachada e a federação é um caso a rever”

Dois anos depois de ter abandonado o cargo de presidente da Organização dos Cabo-verdianos no Luxemburgo, José Maurício quebra o silêncio e tece críticas ao associativismo cabo-verdiano no país. As farpas
 dirigem-se às associações e à Federação das Associações Cabo-verdianas no Luxemburgo.

 José Maurício é uma das figuras mais conhecidas da comunidade cabo-verdiana no Luxemburgo. Foi representante da comunidade no Conselho Nacional de Estrangeiros e, em 2005, passou a presidente da Organização dos Cabo-verdianos no Luxemburgo (OCL), cargo que ocupou até à extinção daquela organização, em 2010. Nesse ano, a OCL mudou de estatutos e passou a denominar-se Federação das Associações Cabo-verdianas no Luxemburgo (FACVL), tendo José Maurício passado o testemunho a João da Luz.
"Quando eu era dirigente da OCL defendia a mudança do nome para federação porque entendia que era esse o nome correcto, mas para além dessa mudança pensei que ia haver uma nova dinâmica. Passados estes anos, posso dizer que ficou aquém das expectativas, pois falta precisamente isso – dinâmica. Não estou a criticar directamente a pessoa que assumiu essa responsabilidade, até porque não havia mais ninguém que quisesse assumir esse desafio. Mas creio que a culpa também se deve às associações e às instituições cabo-verdianas, porque a federação não tem apoio de nenhuma instituição", aponta José Maurício.

Falta de organização e interesses individuais estão na base do 'vírus' que se apoderou do associativismo cabo-verdiano, reduzindo a sua representatividade, refere Maurício.
"A representatividade das associações cabo-verdianas no Luxemburgo está com 'deficit zero'. Esse é o vírus das associações e também da federação. As associações não estão organizadas e cada uma se baseia no interesse individual e as coisas não funcionam. Não há interesse colectivo. A federação não conseguiu pôr as coisas em ordem depois de todo este tempo, como fizeram as federações de outras comunidades. Ela [FACVL] tem nome, mas não representa ninguém. Está a trabalhar com nome de federação, mas de forma individual, e não pode ser. É por isso que a federação é um caso a rever”, diz.

Se a federação é um caso a rever, o mesmo se aplica às associações, que, segundo o antigo presidente da OCL, devem ser distinguidas: as "associações de fachada" e as associações que trabalham para a comunidade.
"Há muitas associações de fachada e é preciso fazer uma escolha. Vai ter de ser uma instituição cabo-verdiana, com outra voz, a sentar-se à mesa com as associações e dizer 'meus senhores, deixamos de trabalhar com associações de fachada e vamos trabalhar com associações credíveis'. Caso contrário, cada um faz o que quer e o que vai haver é uma competição entre as associações sérias e as associações de fachada. Dentro do mundo associativo são todos iguais, mas na prática há uns que se aproveitam do aspecto lucrativo e outros que não. É preciso separar as águas e é o associativismo cabo-verdiano que vai ganhar".

 A falta de abertura à cultura de origem é outra das críticas apontadas por José Maurício, que lamenta que a comunidade cabo-verdiana esteja a perder terreno face a comunidades recém-chegadas ao Luxemburgo, por apostar em "festas e DJ’s", diz, em vez de partilhar e perpetuar a cultura cabo-verdiana.
"Não estamos a dar nada às outras comunidades sobre o conhecimento da cultura de Cabo Verde. Estamos a ficar muito atrás de comunidades que chegaram ao Luxemburgo depois de nós. Dou o exemplo de associações de países africanos recém-chegados ao Luxemburgo que têm trazido historiadores, escritores e têm feito exposições de pintura com o apoio do Ministério da Cultura do Luxemburgo. Nós não temos isso. A mentalidade das nossas associações é que trazer, por exemplo, um autor de literatura cabo-verdiana para aqui é um disparate. Para onde vamos só com festas e DJ's? Felizmente temos excepções, com algumas associações que têm feito algo por Cabo Verde", desabafa.

Para mudar a situação, José Maurício pede a intervenção da embaixada de Cabo Verde. "A federação não pode funcionar se não houver colaboração das associações. Ou temos uma federação forte e apoiada pelas associações e instituições, ou não vale a pena. Daí a necessidade de virar a página no associativismo cabo-verdiano no Luxemburgo. Esse virar de página tem de vir da embaixada. Se a embaixada meter em cima da mesa um plano de trabalho e vir quais as associações que respeitam esse plano, aí as coisas avançam, porque senão o vírus da 'representatividade zero' vai continuar no nosso meio".
"Há gente capaz de assumir a federação e dar estabilidade às associações. Algumas pessoas da antiga OCL têm boa vontade e querem regressar ao mundo associativo e fazer um trabalho não para 'a', 'b' ou 'c', mas para todos", conclui.

HB

17/05/2012

Cabo Verde faz-se representar no 3o Encontro de Migrações Lusófonas na Europa

Foto: ExpressodasIlhas
Júlio Ascensão Silva (foto) é o representante sindical de Cabo Verde no "3o Encontro de Sindicalistas, Conselheiros e Dirigentes Associativos das Comunidades Lusófonas na Europa", que tem lugar este fim-de-semana, no Luxemburgo. Sindicalistas, conselheiros e dirigentes associativos vão debater a migração no Centro de Formação e de Seminários (CEFOS) de Remich, a partir das 9h de sábado, prolongando-se até ao meio-dia de domingo.

Ao longo dos últimos anos, o sindicato português CGTP-IN e o luxemburguês OGB-L têm organizado no Luxemburgo vários encontros de sindicalistas, conselheiros das comunidades e dirigentes associativos. Em 2009, as duas centrais sindicais decidiram alargar o âmbito destes encontros às diferentes comunidades lusófonas emigradas no espaço europeu.
Este ano, além da participação de centrais sindicais da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), a reunião conta também com a presença de centrais sindicais europeias convidadas, movimentos associativos, conselheiros das comunidades portuguesas e sindicalistas lusófonos que tenham a Europa como área principal da sua acção.

O encontro tem como objectivos identificar e encontrar respostas para os principais problemas laborais e sociais das comunidades dos países de língua oficial portuguesa na Europa; debater a evolução da UE, a sua política migratória, externa e de cooperação; debater as reivindicações das comunidades lusófonas emigradas na Europa; e o reforço da cooperação e acção do movimento sindical e das organizações representativas das comunidades.

O programa tem início no sábado de manhã, às 9h, com a apresentação dos participantes. Entre as 9h30 e as 10h30 esperam-se intervenções do ministro do Trabalho e da Imigração do Luxemburgo, Nicolas Schmit, Carlos Trindade (CGTP-IN), Carlos Pereira (OGB-L),    Félix Braz (deputado luso-luxemburguês), Paulo Pisco (deputado PS/Europa), Carlos Gonçalves (deputado PSD/Europa), João Tambi (UNTA Angola e CPLP Sindical), António Vale (CUT-Brasil) e Júlio Ascensão Silva (UNTC-CS, Cabo Verde). Antes do início dos debates, Eduardo Dias (OGB-L) e Carlos Trindade (CGTP-IN) apresentam os objectivos e documentos de trabalho para o encontro.

Ainda no quadro deste encontro, acontece uma festa no sábado, a partir das 19h30, no restaurante Bairrada, em Esch/Alzette, que conta com as actuações de José Pinho e Artur Alves, vindos de Lisboa, que vão interpretar músicas de José Afonso, poemas de Manuel Alegre, entre outras canções de Abril.

30/03/2012

Alunos organizam jantar de solidariedade por Cabo Verde

Foto: Aleida Vieira
Os alunos do liceu Mathias Adam organizam um jantar de solidariedade por Cabo Verde, este sábado, dia 31.

Claudio Beretta, Fabrice Beretta, Jérémy Neves e Sebastiani Adriano são alunos do 12o ano do curso de Comércio e Gestão do Liceu Técnico Mathias Adam, em Pétange. O projecto "Dinêr de solidarité pour le Cap Vert" é da autoria dos quatro e faz parte do currículo escolar.

"Todos os alunos que chegam ao 12o ano de Comércio têm de fazer um projecto e nós decidimos organizar este jantar. Os fundos recolhidos com o jantar têm como objectivo ajudar a associação Cap Vert Espoir et Développement (CVED), sediada no Luxemburgo", disse ao CONTACTO Jérémy Neves.

A CVED tem neste momento no terreno quatro projectos, todos focados no desenvolvimento socioeconómico de Cabo Verde. Melhoria das condições de vida dos jovens em São Miguel (colaboração com os farmacêuticos Sem Fronteiras e Black Boys); promoção de energias renováveis e eficiência energética em Cabo Verde (colaboração com os Farmacêuticos Sem Fronteiras); construção de um centro de acolhimento educativo e promoção da saúde infantil e feminina da cidade do Tarrafal, na ilha de Santiago; e aquisição de uma estação fotovoltaica para alimentar uma aldeia da Ribeira Brava, na ilha de São Nicolau, são os projectos da associação.

O jantar organizado pelos alunos do Mathias Adam vai servir também para mostrar Cabo Verde e a sua cultura através da música, culinária e alguns projectos. O encontro deste sábado está marcado para o Centro de Lazer de Lamadelaine, às 19h30. A noite vai ser animada por um DJ, pela música cabo-verdiana e muita dança até às 3h da manhã. O preço de entrada são 35 euros. Mais informações e reservas através do email solidaritéCV@live.com ou pelo tel. 691 970 681 (Jérémy Neves).

A associação Cap Vert Espoir et Développement informa que vai ter a sua Assembleia Geral já no dia 4 de Abril, no CLAE, (26, rue de Gasperich), pelas 19h.
HB

25/01/2012

Cap Vert Espoir et Dévelepment leva electricidade a escola em S. Antão

A escola básica de Chã da Cruz, em Cabo Verde, já tem electricidade. O projecto nasceu no Luxemburgo e contou com o financiamento da associação "Cap Vert Espoir et Dévelopment" (CVED).

Os três professores e 50 alunos da escola podem agora usufruir de energia eléctrica para a iluminação das salas de aulas e para o funcionamento diário do estabelecimento.

A Escola Básica de Chã da Cruz, encontra-se isolada a 47 km de Porto Novo, nas montanhas da ilha de S. Antão, e não dispunha de rede eléctrica pública.

O projecto da CVED consistia em equipar a escola com uma estação fotovoltaica. Em Novembro do ano passado, uma delegação da CVED esteve no terreno para colocar em marcha o projecto. A escola recebeu oito painéis solares com capacidade para produzir 3500kw de energia limpa. Os painéis foram instalados por um membro local da associação e agora novas oportunidades estão à disposição da escola.

A utilização de meios audiovisuais e tecnológicos na gestão pedagógica ou a utilização de um frigorífico para conservar os géneros alimentícios servidos aos alunos diariamente já fazem diferença na comunidade educativa local.

Esta aposta nas energias renováveis foi totalmente financiada pela CVED, com um custo total de 8.900 euros, incluindo um frigorífico e um computador.
O edifício circundante, um Posto Sanitário, vai poder também utilizar a energia produzida na escola.

05/01/2012

Amizade Cabo-verdiana organiza jantar

A associação Amizade Cabo-Verdiana organiza um jantar-convívio no dia 13 de Janeiro para os actuais e ex-alunos dos cursos de francês e luxemburguês, professores, membros e comunidade em geral.

O evento vai ter lugar no Centre Sociétaire (29, rue Strasbourg), na cidade do Luxemburgo, entre as 18h e a 1h da manhã.

Animada pelo músico Ney Évora, a noite promete ser de festa, contando também com outras actividades culturais. A data serve também para assinalar o Dia da Liberdade e da Democracia em Cabo Verde, que se celebra a 13 de Janeiro.

Para mais informações, contactar Firmino Inocêncio Neves pelo tel. 691 651 399.

14/12/2011

Associações luxemburguesas ajudam jovens cabo-verdianos

A delegação esteve no terreno para avaliar o projecto
As associações "Cap Vert Espoir et Développement" (CVED), Farmacêuticos sem Fronteiras (PSF) e os Black Boys levam a cabo um projecto sócio-educativo junto do município de São Miguel, na ilha de Santiago, Cabo Verde.

O concelho de São Miguel é um dos mais pobres de Cabo Verde e o trabalho sócio-educativo com os jovens é uma prioridade.

Recentemente, uma delegação luxemburguesa de seis pessoas, composta por membros da CVDE e PSF, esteve em Cabo Verde para estudar a aplicação do projecto no terreno. As associações vão agora disponibilizar 10 mil euros a uma associação local cabo-verdiana para dar corpo ao projecto.

"Apoiar a comunidade escolar de São Miguel nas actividades desportivas, culturais e educativas" são os objectivos deste projecto, que quer de uma maneira clara "lutar contra o abandono escolar, a tendência para a delinquência e o consumo de estupefacientes", referem as associações em comunicado.

Em 2010, durante a visita de uma delegação luxemburguesa ao conselho de São Miguel, a CVED foi convidada pelo presidente da Associação Juvenil Esperança e Paz (AJEP) a desenvolver um projecto sócio-educativo. Esta associação local bate-se diariamente em prol da melhoria das condições de vida dos habitantes de São Miguel, nomeadamente dos seus jovens, mas tem poucos meios financeiros. Foi já no mês de Novembro, com a visita de outra delegação, que se aprofundou o conhecimento das necessidades mais urgentes da comunidade escolar de São Miguel. Encetaram-se diversos encontros e seminários entre a delegação luxemburguesa, a AJEP e as autoridades locais. Como resultado, foram apontados alguns problemas a combater.

"Existe uma ausência de transporte escolar que dê respostas aos alunos que habitam em zonas mais recônditas do concelho, que é um dos mais pobres de Cabo Verde. As localidades são muito dispersas e afastadas do liceu da Calheta", refere a associação.

A entrega de equipamentos também faz parte do projecto
"Os jovens estão entregues a si mesmos, frequentemente ociosos e vulneráveis", uma preocupação também notada nas reuniões. "A AJEP precisa de um local para organizar actividades culturais e educativas com os jovens; de um meio de transporte para as crianças, no âmbito das actividades extra-escolares (encontros desportivos, concertos musicais, representações de dança e teatro), mas também a fim de transportar os alunos para o liceu", lê-se ainda no comunicado.

As associações luxemburguesas vão pôr à disposição da AJEP 10 mil euros para prosseguir com o projecto. Desta forma, a AJEP pode desenvolver parcerias com outras entidades cabo-verdianas (autarquia de São Miguel, diversos ministérios e liceu da Calheta), melhorar as acções que realiza em prol dos jovens e adquirir equipamentos desportivos, instrumentos musicais e trajes para as actividades com jovens.

A CVED trabalha no reforço das capacidades locais, ao fazer participar a população cabo-verdiana em acções de desenvolvimento sustentável. Os Black Boys têm-se destacado em projectos desportivos e os Farmacêuticos Sem Fronteiras fornecem e distribuem medicamentos em diversos projectos em África e na Ásia.

A comuna de Ettelbruck, o Clube Richeleau e o Ladies Circle são os parceiros financeiros deste projecto.

HB

Santo Antão: IC socializa temática das migrações, família, diáspora e associativismo na ilha

Foto: asemana
O Instituto das Comunidades (IC), em parceria com os Centros da Juventude e Liceus dos três Concelhos de Santo Antão, levou a cabo ontem um workshop sobre migrações, família, diáspora e associativismo no Internato da Ribeira Grande. Mais de uma centena de pessoas, vindas do Porto Novo, Paul e Ribeira Grande participaram no encontro.

O sociólogo e investigador das Migrações, Júlio Santos Rocha, em representação do (IC), Celeste Monteiro, em representação da Embaixada de Luxemburgo em Cabo Verde e Paulo Rodrigues, em representação da Câmara Municipal da Ribeira Grande, presidiram ao evento.

“A importância da comunicação entre familiares na diáspora e em Cabo Verde, o reagrupamento familiar, os acordos de migração e de mobilidade entre Europa e Cabo Verde, a integração dos emigrantes e o associativismo” foram, de entre outros, os principais temas discutidos no encontro.

Declamação de poemas, apresentação de uma peça teatral e algumas mornas sobre a problemática da emigração, antecederam o início do workshop, que mereceram grandes aplausos por parte dos presentes.

Fonte: asemana

19/10/2011

Associação São Vicente organiza jantar de solidariedade

A Associação São Vicente convida a comunidade cabo-verdiana em geral para o seu “Soirée de Solidarité pour les écoles du Cap Vert”.

O jantar vai ter lugar no Centre de Loisirs, em Steinsel (rue de l’Azette), no dia 22 de Outubro, entre as 19h30 e as 3h da manhã e conta com a animação de diversos artistas: Jorge Humberto, Toi Oliveira, Ramiro Lima, Ramiro Da Luz, Djoi D’ninha, Djamil, Humberto Da Graça, Tiago Delgado, Mendyss, Inalino Oliveira, Adelino, David Brazão e o grupo Cabolux.

No mês de Julho a Associação de São Vicente enviou um contentor repleto de mobília escolar oferecida pela autarquia de Differdange para as escolas de Cabo Verde.

O montante recolhido durante o jantar vai servir para pagar as despesas de transporte do contentor até Cabo Verde. O preço do jantar é de 30 euros. Para mais informações contacte: 621 47 19 18, 621 14 62 17, 621 47 20 94.

13/09/2011

Associação Amizade Cabo-verdiana oferece "catchupada" gratuita à comunidade este domingo

A Associação Amizade Cabo-verdiana (AGACV) organiza neste domingo, dia 18 de Setembro, uma “catchupada” a partir das 12:00h, na sua sede (Rue Michel Welter, nº19), para membros, simpatizantes, ex-alunos e comunidade em geral.

O prato de “catchupa” é GRATUITO e serve para marcar o início das actividades deste ano 2011/2012.
Não vai faltar a boa música cabo-verdiana e outras animações.

A associação comunica ainda que estão a decorrer as inscrições para os cursos de línguas 2011/2012: francês, luxemburguês, português e atelier de escrita e leitura.
As inscrições podem ser efectuadas na sede da associação (rue Michel Welter, nº19) a qualquer altura do dia.

A AGACV é uma das associações cabo-verdianas mais carismáticas do Luxemburgo, tendo desde a sua fundação (oficialmente formada em 1987) se destacado nas áreas da cultura, cooperação com Cabo Verde e desporto.
Ultimamente tem apostado mais na formação para adultos.

Para mais informações: 26 19 62 16; 691 651 399; 691 630 030.

28/02/2011

Associação Amizade Cabo Verde - Luxemburgo aposta na formação para adultos

Oficialmente formada em 1987 a Associação Amizade Cabo Verde - Luxemburgo, também conhecida como Amizade Cabo-verdiana, tem sido uma das referências associativas cabo-verdianas no Luxemburgo, tendo-se destacado desde cedo nas áreas da cultura, cooperação com Cabo Verde e no desporto. Contudo, nos últimos anos a educação tem sido a prioridade desta colectividade.

"Antes mesmo de 87 já tínhamos actividades, mas só a partir daí é que passamos a ter este nome e passamos a ser uma associação oficial. No início, os nossos projectos eram mais de solidariedade para projectos em Cabo Verde e construímos uma escola e a casa da Organização da Mulher Cabo-verdiana na ilha de S. Antão. Enviámos também material escolar para Cabo Verde, entre outras coisas", refere o presidente da associação, Firmino Neves.

Quando às actividades que se faziam para a comunidade cabo-verdiana residente no Grão-Ducado "aqui tínhamos uma equipa de futebol e fazíamos muitas festas para a comunidade, nos centros culturais da Comuna do Luxemburgo", acrescenta.

De 2007 para cá a aposta tem sido na formação de adultos, contando com o apoio dos ministérios da Educação, Família e Integração.
"Temos vindo a trabalhar na área da formação para adultos e contamos com quatro professores, que dão aulas de francês e luxemburguês e mais de 70 alunos, de diversas nacionalidades, porque estamos abertos a todos. É por isso que temos alunos portugueses, brasileiros, guineenses, cabo-verdianos, do leste europeu e de outros países africanos", explica o dirigente associativo.

Quanto a esse papel mediador para a integração dos emigrantes no Luxemburgo, Neves reconhece que "os imigrantes vêm aqui porque precisam de aprender a língua para poder trabalhar e nós damos esse apoio na integração. A língua é muito importante nesse processo e os ministérios da Família e da Educação, bem como a OLAI estão satisfeitos com nosso trabalho."

Outro projecto que a Amizade Cabo-verdiana tem para este ano é a reparação da escola construída pela associação em Cabo Verde, envolvendo pintura, substituição de janelas e outras obras de restauro.

No campo humanitário e da solidariedade, a associação Amizade Cabo Verde - Luxemburgo tem colaborado com outras duas associações no projecto "Valdino Rodrigues".
Valdino Rodrigues é uma criança cabo-verdiana com falta de assistência médica e que vai agora se submeter a uma intervenção cirúrgica de algum risco em Metz. Para custear a viagem Cabo Verde-Luxemburgo, bem como a estadia, vai se realizar uma festa em breve, na continuidade de outras que já se têm feito, desta vez no Centro Cultural de Cessange. Espera-se que este espaço seja útil para a festa de angariação de fundos e torno deste projecto. O "projecto Valdino" está a ser levado a cabo pela Cultura Cabo-verdiana no Luxemburgo e pela associação francesa Cap Vert Cooperation, sendo que a Associação Amizade Cabo Verde – Luxemburgo se associou a esta causa para encontrar uma sala.

Dos largos anos que já leva no Luxemburgo, o olhar associativo de Firmino Neves é crítico e aponta a falta de união entre a comunidade, como resultado também da falta de união entre as associações cabo-verdianas.
"Cada um quer fazer as coisas por si e ninguém trabalha para a comunidade. Eu trabalho como voluntário para a minha associação, mas algumas pessoas que foram chegando nos últimos anos [às associações] não estão preparadas para a vida associativa, mas sim para fazer negócios e as associações não são para fazer negócios."

As críticas ainda se estendem ao programa Morabeza, da Rádio Latina, que é dirigida ao público cabo-verdiano.
"Do que tenho ouvido, está muito mal porque aquele programa é para a comunidade cabo-verdiana e não para fazer campanha. Tem sido partidário e a comunidade cabo-verdiana tem sido mal servida. Não podemos continuar com esta brincadeira", desabafa Firmino Neves.

A finalizar, Neves aproveitou para deixar um apelo: "estamos à espera que os jovens que têm gosto pela vida associativa e com conhecimentos de informática possam aparecer na nossa associação, porque estamos a precisar de pessoal."

Para qualquer informação sobre inscrições nos cursos de língua ou outros dados da associação: 26 19 62 16, 691 651 399 ou email gacv87@yahoo.fr
HB

12/01/2011

Praia acolhe encontro de interculturalidade e associativismo emigrante Luxemburgo/Cabo Verde

Trinta associações de Cabo Verde e outras dez associações de emigrantes cabo-verdianas no Luxemburgo (encabeçada pelo presidente da FACVL, João da Luz), reuniram-se, esta terça-feira, no Palácio das Comunidades, num encontro de intercâmbio promovido pela Rede Mill Union em parceria com o Instituto das Comunidades.
O encontro enquadra-se nas actividades do projecto Milenium, financiado pela cooperação luxemburguesa em parceria com o projecto “Cabo Verde no Coração do IC”. Segundo a organização, o encontro visa promover "o conhecimento das melhores formas de cooperação entre estas associações".

A mesa redonda tem como tema: "Migração e interculturalidade: O papel das associações comunitárias enquanto instituições locais parceiras no desenvolvimento do sucesso educativo e na integração sociocultural dos migrantes".

Durante três horas de trabalho, os participantes vão abordar temas como a interculturalidade - o papel das associações no sucesso educativo dos migrantes, a situação dos emigrantes residentes no Luxemburgo e a integração dos jovens descendentes, entre outros.

Entre os participantes do encontro estão a Verdefan, Morabi, Acarinhar, Plataforma das Ong's, Adirv, Lajut, CityHabitat, Advic, Acordar, entre outros.

O projecto Milenium pretende promover a troca de experiências, preocupações e informações sobre a gestão das associações e instituições locais e reforçar a solidariedade dos jovens no território e na diáspora cabo-verdiana.
Fonte: Expresso das Ilhas

05/12/2010

Associação Ami Ku Nhos celebra 10° aniversário

Para celebrar uma década de existência, a Associação "Ami Ku Nhos" organiza no próximo Sábado, 11 de Dezembro, uma festa-convívio que terá lugar na Hond-Sport Club (Rua Hédange, em Schifflange ), pelas 15 horas.

Para corresponder às expectativas, não faltarão as especialidades cabo-verdianas e a música e dança da terra prometem trazer mais gosto ao resto do dia. O convite fica desde já lançado a todos os membros e simpatizantes, que devem confirmar a sua participação através dos telefones 27991406, 621220007 ou 661616104.

Fundada em 2000, a associação Ami Ku Nhos é uma associação baseada no respeito, amizade e cultura. Embora a maioria dos seus membros seja de origem cabo-verdiana, a sua abertura tem permitido a sua participação em grandes eventos interculturais organizados no Luxemburgo.

As suas actividades têm sido executadas através de uma abordagem responsável, focada na promoção da cultura cabo-verdiana - dança, teatro, gastronomia - em relação à cultura de acolhimento. Desta forma, a associação participa todos os anos no Festival das Migrações, Culturas e Cidadania, organiza festas e refeições interculturais.
HB

03/11/2010

Amizade Cabo-verdiana Aposta na Formação

A Associação Amizade Cabo-verdiana vai apostar na formação e nos cursos de línguas durante as actividades planeadas para o próximo ano.

Se no passado os projectos da Associação Cabo-verdiana estavam mais virados para as vertentes cultural e social, nesta fase o destaque tem sido a educação.
“Antes, os nossos projectos eram mais de solidariedade no sentido Luxemburgo - Cabo Verde, com a construção de uma escola, da casa da Organização da Mulher Cabo-verdiana, ambas em S. Antão, envio de material escolar para Cabo Verde, etc. Contudo, desde 2007, temos vindo a trabalhar na área da formação para adultos”, refere Firmino Neves, presidente da associação cabo-verdiana.
"Neste momento temos quatro professores, que dão aulas de francês e Luxemburguês e mais de 70 alunos, de varias nacionalidades, mas para o ano vamos avançar com um projecto educativo nacional, com o apoio do Ministério da Educação”, acrescenta.

A professora Ludmila Fortes saúda a aposta: “E um trabalho importante da associação porque e um apoio para as pessoas se integrarem melhor no pais. Gosto de ajudar e quero fazer também um trabalho de acompanhamento psicológico com os alunos para superarem os obstáculos e terminar o curso.”

Outro projecto apresentado vai ser a reparação da escola construída pela associação em Cabo Verde, envolvendo pintura, substituição de janelas, etc.

Já noutra vertente, a associação vai se encarregar do traslado de uma criança vinda de Cabo Verde para tratamento hospitalar, assegurando as despesas inerentes, graças as parcerias que mantém.
“Contamos com o apoio do Ministério da Família e Integração / OLAI, dos Fundos Europeus e também da Câmara do Luxemburgo para os nossos projectos”, confirma Firmino Neves.

Ainda sobre as parcerias, apesar das boas relações com o estado de Cabo Verde, Mateus Domingos, presidente da assembleia da associação, lamenta alguma falta de apoio. “O apoio que queremos não e financeiro, mas um contacto mais estreito com esta associação, que e mais bem reconhecida aqui do que a própria representação do governo [cabo-verdiano].”
“Na época de Carlos Veiga recebíamos jornais, informações de Cabo Verde, mas com a entrada do novo primeiro-ministro isso acabou porque achavam que eram despesas a mais. Ate o apoio da Câmara do Luxemburgo e maior do que se esperava em relação a nossa embaixada ou governo”, acrescenta Mateus Domingos.

Uma outra novidade vai ser a remodelação da sede.
“Já temos a confirmação do Burgomestre do Luxemburgo ao pedido de renovação da nossa sede para o início do próximo ano. E uma forma de reconhecimento do nosso trabalho com a Câmara”, diz Firmino, mas “falta agora os cabo-verdianos reconhecerem esse trabalho”, remata Mateus Domingos.

Para finalizar, deixaram os apelos: “Gostaríamos que a comunidade fosse mais activa nesta associação e apelamos também aos membros não-activos que retornem a base, pois para o ano há muita coisa a fazer.”

HB

09/05/2010

50 anos da presença da comunidade cabo-vediana no Luxemburgo (17 Março 2010)

A imigração cabo-verdiana no Luxemburgo começou no início da década de 1960, à semelhança da portuguesa. Hoje, “pode chegar aos 8 mil”, segundo números da Embaixada de Cabo Verde no Luxemburgo.
"Os primeiros cabo-verdianos a chegaram ao Luxemburgo, em 1963/64 vieram da Mosela francesa”, conta Pedro Santos (mais conhecido na comunidade pela alcunha de "Piduca", na foto abaixo), dirigente da Associação Luso-Cabo-Verdiana.

Segundo o presidente da Associação Amizade Cabo Verde – Luxemburgo, Firmino Neves, criou-se em Dommeldange o “primeiro grupo”, com Carlos Costa, Afonso Pires, entre outros, mas é a 31 de Agosto de 75 que nasce a primeira associação oficial cabo-verdiana – Ettelbruck, como dava conta o jornal CONTACTO na sua edição de Setembro de 1975 (pág. 3), levada a cabo por José da Luz e Armando Brito. Piduca ajuda nas contas: "E a 2 de Fevereiro de 1979 aparece a segunda, a Luso-cabo-verdiana, vulgo FC Amílcar Cabral". Hoje são cerca de 30 e nas mais diversas áreas de actuação e consoante as regiões em que os cabo-verdianos se concentram mais: na capital, Ettelbruck, Esch/Alzette e Differdange, revelam os dirigentes.

A chegada, a integração e a comunidade

Carlos Silva (acompanhado da esposa na segunda foto), hoje com 85 anos, estava no fim dos anos 50 em Metz e assegura que foi um dos primeiros cabo-verdianos a chegar a essa região.
“A integração não foi fácil. Eu trabalhava nas estradas e as condições não eram as mesmas de hoje”, recorda. “Depois vim para o Grão-Ducado, em 1959. A ideia não era ficar no Luxemburgo”, mas com a guerra do Ultramar, Carlos decidiu ir buscar os filhos a Cabo Verde antes de estes chegarem à idade da tropa e trouxe a família para cá.

Em 1974, com 18 anos, chega ao Luxemburgo João da Luz (terceira foto), filho de José da Luz (fundador da primeira associação cabo-verdiana no país). João confia que foi num dos liceus da capital que sentiu “os primeiros conflitos e discriminação” e lembra a mentalidade dos professores: “Os estrangeiros tinham de ter o mínimo de formação para irem trabalhar o quanto antes na construção civil.”
“O Luxemburgo era vazio em casas, estradas, imigrantes, mas os cabo-verdianos e portugueses tinham uma comunidade formidável, uma grande família”, recorda.
   Nelson Neves nasceu em Santo Antão e veio de Cabo Verde com sete anos de idade, em 1980. O primeiro choque foi com a “hora para a refeição, hora de brincar e da escola, foi dura a adaptação!”, começa por dizer. Em Diekirch “eram poucas as pessoas de cor e as crianças às vezes eram cruéis, chamavam-me negro e outras coisas”. Mas Nelson vingou na escola e formou-se em pintura e decoração.
   Fátima Monteiro, residente em Ettelbruck, deixou Portugal em 2003 sem hesitar. “Se me chamassem para a França, era a França, mas não houve escolha. Um amigo cabo-verdiano chamou-nos para o Luxemburgo porque não havia trabalho em Portugal", conta. E lembra que foi com a ajuda de uma portuguesa que encontrou o seu primeiro trabalho neste país.
   Humberto da Graça, residente na cidade do Luxemburgo, chegou de Cabo Verde em 1988 e lembra que foi “bem recebido”.
   “A comunidade era reduzida. Havia futebol e festas nos locais onde os cabo-verdianos se encontravam para tomar um copo e conversar”. "Hoje", ressalva, "a união mantém-se, mas está um pouco mais espalhada.”
Uma das recentes e bem coroadas chegadas foi a de Ana Santos, 32 anos, secretária na Citco Bank. “Nunca pensei vir cá para o Luxemburgo, até o momento em que fiquei desempregada em Portugal”. Mas se encontrou trabalho numa instituição bancária de prestígio, nem tudo o que veio cá encontrar lhe traz boas memórias. Recorda como em 2008, da casa de uma amiga portuguesa que vivia na rue de Strasbourg (na capital), via “a parte da comunidade cabo-verdiana menos integrada, com as suas festas, confusões e brigas". "Tínhamos espectáculos de graça quase todos os fins-de-semana”, ironiza.

Preocupações e desafios

Para Fátima e Carlos, “o desemprego é hoje o principal problema da comunidade cabo-verdiana”. Ana Santos apresenta outra visão: “Acho a nossa comunidade fechada, como a dos brasileiros, que fazem as suas festas apenas para si próprios”.
   Nelson, que passou pelo sistema de ensino luxemburguês, comenta o que conhece: “Fico triste quando vejo jovens cabo-verdianos a abandonarem os estudos, o que leva os luxemburgueses a pensar que o nosso povo não é capaz. Fico triste porque isso não corresponde à verdade”.
   Humberto também lamenta: “Há muito tempo que estamos aqui e temos ainda poucos quadros. Há qualquer coisa que não está bem no sistema de educação [no Luxemburgo]”. Humberto formou um grupo de contradança (dança típica cabo-verdiana) e confia que “gostava de ensinar as danças tradicionais do seu país aos mais pequenos, como forma de estes guardarem a sua cultura de origem”. Considera que a comunidade tem “ignorado a sua própria cultura, sem lhe dar apoio".
   João da Luz lembra que no seu tempo “o sistema escolar luxemburguês, já era muito baseado na língua alemã e isso travou a sua geração no acesso a um melhor emprego". E é por isso que alerta os jovens cabo-verdianos de hoje: "Sem formação podemos ser esmagados por outros”.
   Para Firmino Neves, "os problemas da comunidade são encontrar um patrão, ter um documento na mão, os preços exorbitantes da habitação e a falta de união na comunidade.”
   Já para Piduca, um dos problemas que a comunidade enfrenta e a que mais lamenta é a de “os luxemburgueses continuarem apreensivos em relação aos estrangeiros e sobretudo às pessoas de cor”.

Concretizações e oportunidades


“Hoje, tudo o que tenho é graças ao Luxemburgo”, diz Nelson Neves, que fora das horas em que pinta trabalha como funcionário do Estado num laboratório. “Pensava que trabalhar na Função Pública era só reservado aos luxemburgueses, mas é um erro pensar assim.” Conta como concorreu a um trabalho entre dois mil outros candidatos e conseguiu. O que o faz afirmar hoje peremptório: “Se eu consegui, outros também podem conseguir”.
   Nelson conta igualmente que teve apoio quando quis expor as suas obras em Paris e Cabo Verde. “O Estado luxemburguês dá apoios, mas a comunidade [cabo-verdiana] não apresenta projectos”, diz.
   Fátima concorda que o Luxemburgo tem muitos lados positivos: “Aqui pagam-nos salários razoavelmente bons. Se uma pessoa tem organização, consegue fazer a sua vida.”
   Na mesma linha, Humberto refere: “Conheço muita gente que viveu 40 anos em Portugal, mas só 10 anos daqui [Luxemburgo] têm mais vantagem do que esses 40 anos.” E revela-nos o seu sonho: “Gostava de ver um dia os filhos de cabo-verdianos a estudar na Universidade.”
   Ana Santos reconhece que “aqui há oportunidades e uma pessoa pode evoluir e fazer carreira.” O seu desejo era que “os cabo-verdianos pudessem naturalizar-se e ocupar cargos administrativos ou outros postos que normalmente são atribuídos a outras nacionalidades.”
   “Muitos conseguiram trabalho de forma honesta e adaptaram-se bem”, limita-se a dizer Carlos e a sua principal referência é a sua própria vida.
   João da Luz prefere deixar o mote: “Esta não é uma sociedade fechada, mas é uma sociedade de combate”.
   Para Piduca, “apesar de tudo, o Luxemburgo é um país acolhedor, porque mesmo no desemprego pode-se superar os problemas, melhor do que em outros países”. “Um cabo-verdiano que viva cá no Luxemburgo tem outra dinâmica de vida”, remata por seu lado Firmino.

Relação com as outras comunidades lusófonas


E como são as relações entre a comunidade cabo-verdiana e as outras comunidades lusófonas, quis ainda saber o CONTACTO.
   Se para Humberto “existe uma boa relação entre as comunidades lusófonas”, já para Ana Santos, “estas convivem quando têm de conviver, embora muitos tentem integrar-se.”
   Fátima diz que há “algumas desavenças, porque alguns portugueses pensam que são superiores a nós, mas no fundo entendemo-nos bem.”
   João da Luz recua no tempo e lembra que nos anos 70 “cabo-verdianos e portugueses viviam juntos, numa relação de amizade, mas a partir dos anos 80, os retornados de África trouxeram esse ódio com eles e houve fortes fricções”. "Hoje, no desporto estamos todos juntos, mas nas manifestações culturais, cada um organiza as suas coisas e, tecnicamente, não há lusofonia”, lamenta João.
   Nelson defende que devia haver “mais união, porque as nossas culturas têm muitas semelhanças, o português é língua oficial [de Cabo Verde], somos todos emigrantes e é mais fácil enfrentarmos os problemas juntos.”
   “O FC Amílcar Cabral entrou no campeonato português do Luxemburgo em 1981 e isso mostra que sempre houve laços. Mas, por outro lado, nesse campeonato não há equipas guineenses, brasileiras ou angolanas”, nota Piduca.
      
 Firmino lembra como nos anos 70, "éramos conhecidos aqui todos como portugueses", nessa altura, lembra, "não se falava de cabo-verdianos”.E para dar o exemplo da interculturalidade, Firmino (na foto ao lado) a sua própria associação: "a Amizade Cabo Verde-Luxemburgo ensina francês e luxemburguês a guineenses, portugueses, brasileiros, angolanos, são-tomenses e não só a cabo-verdianos. Temos trabalhado sempre juntos”.
HB

OCL passa a denominar-se Federação das Associações Cabo-verdianas no Luxemburgo (14 Março 2010)

(Foto: Henrique de Burgo. Da esquerda para a direita: José Maurício, João da Luz e Osvaldo Silva)
A Organização dos Cabo-verdianos no Luxemburgo (OCL) transformou-se domingo em Federação das Associações Cabo-verdianas no Luxemburgo (FACVL), fruto da alteração dos estatutos - decisão aprovada na assembleia geral da organização que decorreu no Centro Social, na rua de Strasbourg, na capital.
Para João da Luz, presidente da assembleia geral, o encontro foi “histórico”. “A partir de hoje começa a funcionar a nova federação. O futuro nos vai dar razão de estarmos hoje nesta sala”, acrescentou.
A revisão dos estatutos foi preparada por Jean-Pierre Dichter, Pedros Santos, entre outros, como resposta às novas exigências legais do país.
   A assembleia geral decorreu na capital Luxemburguesa e contou com a presença da comissão organizadora, diversas associações e da encarregada de negócios da embaixada de Cabo Verde – Clara Delgado.
   A diplomata cabo-verdiana usou da palavra para apelar à união da “utilidade de todas as associações numa federação” relembrando que será assim “mais fácil obter resultados”. Por outro lado, facilitará “o diálogo com os luxemburgueses e com a embaixada”.
   Clara Delgado mostrou-se ainda disponível à discussão conjunta com a FACVL, de uma “agenda útil para a sociedade”.
   O presidente cessante da OCL, José Maurício, lembra: “Desde o primeiro congresso, em que fui eleito como presidente, tentei defender uma organização que fosse neste sentido, mas agora são as associações que têm de acreditar e apoiar o projecto”.
   João da Luz apelou ainda ao “sacrifício” e “assumir das responsabilidades” por parte das associações. Estas, por sua vez, manifestaram esperança na federação.
   Germana Delgado (Comité Spencer) espera que a FACVL “consiga pôr as associações a trabalhar em conjunto para representar os cabo-verdianos aos olhos do Estado luxemburguês”.
   Deolinda dos Santos (Associação São Vicente) acredita que a federação pode coordenar o “calendário de actividades” evitando, por exemplo que “duas associações façam o mesmo torneio de Páscoa”.
   Já para Antão Freitas (Associação Estrela Amadora), quer uma federação “mais forte e coesa” e que dê às associações “confiança para aderir”.
   A associação Black Boys, representada por Victor Martins, acredita mais nos seus projectos. “Queremos criar uma escola de futebol em S. Miguel, Santiago” e agora “é mais fácil”.
   Para Joana Ferreira (APADOC), a FACVL lhes pode ajudar no “diálogo com o ministério da educação” e suprir a “ausência” das associações junto do “governo luxemburguês”.
   O próximo passo da FACVL para breve: a eleição do presidente.
HB