13/10/2013

Cabo-verdianos celebram Dia da Cultura e das Comunidades no Luxemburgo


O Dia da Cultura e das Comunidades de Cabo Verde (18 de Outubro) vai ser assinalado no próximo domingo, dia 20, na cidade do Luxemburgo com uma tarde cultural, a partir das 14h, na sede da associação Amizade Cabo-verdiana, (19, rue Michel Welter).

O programa tem início às 14h com a projecção de um vídeo sobre as ilhas de Cabo Verde. Às 15h, e já com a presença da encarregada de Negócios da Embaixada de Cabo Verde, Clara Delgado, tem lugar uma homenagem simbólica a três artistas cabo-verdianos residentes no Luxemburgo: os músicos Zé Delgado e Ney Évora, e o artista plástico Nelson Neves.

Segue-se o momento esperado da tarde com a presença da escritora cabo-verdiana Glória Monteiro, que vai apresentar o seu livro de poesias “Poesia das Lágrimas”.

Glória Monteiro, residente na Holanda, vai apresentar o seu recente trabalho “Poesia das lágrimas”, da chancela da Chiado Editora. Um livro que conta, através da poesia, as amarguras, os desabafos e as alegrias de uma jovem menina longe de casa e dos seus.

"Poesia das lágrimas" é o primeiro livro da escritora, de 28 anos, e já foi apresentado na Casa da Cultura, na Holanda, e na livraria "Les enfants terribles", em Lisboa.
O programa cultural está previsto terminar com uma participação musical de Humberto da Graça e amigos, seguido por um convívio.

O evento é organizado por um grupo de cabo-verdianos e conta com a parceria da associação Amizade Cabo-verdiana, Epicerie Creole, café brasserie Metissage e restaurante Ociani.

Fonte: Wort.lu/Aleida Vieira

02/10/2013

Grupo cabo-verdiano apresenta primeira mixtape de originais (vídeo)

"Cocktail Vol.1" está disponível para download no Soundcloud e Youtube,
a 10 de Outubro
                                                                    Fotos: M. Dias
Chama-se "Cocktail Vol. 1" e é a primeira mixtape de originais do novo grupo musical cabo-verdiano no Luxemburgo, "J&mc". Tal como o nome indica, "Cocktail Vol. 1" é uma mistura dos vários estilos: hip-hop , tarracha , kizomba e zouk . Ao todo são 12 faixas de originais, incluindo "Méché bo polba", criados por Samy Sam, um dos integrantes do grupo, nascido em Portugal e filho de cabo-verdianos.


Jayo (dta.) e Samy Sam (esq.) já preparam "Cocktail Vol.2"

"Coktail Vol. 1 vai estar disponível para download no Soundcloud e Youtube no dia 10 de Outubro", acrescenta o criativo de 20 anos, Samy Sam, residente no Luxemburgo há nove anos. Outra boa notícia para os fãs do grupo é o lançamento do vídeo "Taf sur la sisha", que já está online (ver abaixo).

Jayo é o rapper do grupo
Quanto à formação do grupo, começou há três anos, conta o rapper dos "J&mc", Jayo.
"O primeiro contacto foi há três anos quando estávamos na escola. Ele [Samy Sam] estava a fazer música e eu também já tinha começado. Estávamos no início, ele no hip-hop e eu no piano, mas foi aí que começámos a falar e demos o nome ao grupo", conta o rapper de 21 anos, nascido no Luxemburgo e filho de pais de S. Antão, em Cabo Verde.

Mas o grupo conta ainda com mais elementos. Dj Cabo Boy e Dj Pingusso também fazem parte dos "J&mc", Krees e Bruno são os responsáveis pelos vídeos e Destiny Tavares é a manager.

Samy Sam, o criador dos beats




"Cocktail Vol. 1" contou também com as participações de Bossmen, Eliane, Schaicho e Black (Paris). Quanto ao próximo desafio dos "J&mc", chama-se "Coctail Vol. 2" e já começou a ser preparado.

HB








28/09/2013

Cooperação entre Luxemburgo e Cabo Verde "é uma grande história de amor", diz Juncker

À saída do encontro, que durou uma hora, o PR recebeu garantias de que
o arquipélago vai continuar a ser um dos países prioritários da cooperação
luxemburguesa                                                                          Fotos: M. Dias
Cabo Verde vai continuar a ser um dos países prioritários da cooperação luxemburguesa, garantiu Juncker durante a visita ao Luxemburgo do Presidente da República do arquipélago, Jorge Carlos Fonseca. Uma cooperação que o primeiro-ministro luxemburguês considera "uma grande história de amor", disse Juncker a Jorge Carlos Fonseca, durante o encontro que teve com o Presidente da República de Cabo Verde, esta sexta-feira.

O encontro durou uma hora e focou-se sobretudo no Programa Indicativo de Cooperação (PIC) entre o Luxemburgo e Cabo Verde, que se prolonga até 2015, disse Jorge Carlos Fonseca à edição portuguesa do Wort.lu, afirmando que confirmou "a ideia de que Juncker é um grande amigo de Cabo Verde".

“Pareceu-me uma pessoa que conhecia muito bem Cabo Verde, que conhecia em pormenor os programas de cooperação do Luxemburgo, e sobretudo reconfirmei a ideia de que ele é um grande amigo de Cabo Verde. Garantiu-nos que o Luxemburgo irá continuar a apoiar Cabo Verde, seja no apoio na ajuda orçamental ou em projectos como energias renováveis, e que está determinado em fazer da cooperação entre o Luxemburgo e Cabo Verde, como ele disse, uma ‘grande história de amor’”, disse o Presidente da República de Cabo Verde a este jornal.


Jorge Carlos Fonseca e Jean-Claude Juncker deram "aquele abraço" 
As relações de cooperação entre o Luxemburgo e Cabo Verde iniciaram-se no final dos anos 80, tendo os dois países assinado o primeiro Programa Indicativo de Cooperação (PIC) em 2002, durante uma visita de Jean-Claude Juncker ao arquipélago. Desde esse primeiro acordo, que representou um investimento de 33,5 milhões de euros, o montante das ajudas do Grão-Ducado a Cabo Verde não parou de aumentar: o PIC II envolveu 45 milhões de euros, com o PIC actualmente em vigor, que se prolonga até 2015, a rondar os 60 milhões de euros.

Ao final da tarde, durante um encontro com a comunidade cabo-verdiana no Luxemburgo, Jorge Carlos Fonseca disse que os emigrantes "são os melhores embaixadores de Cabo Verde", e que a boa imagem da diáspora contribui para as "excelentes relações" que o país mantém com o Luxemburgo.  

"Comunidade cabo-verdiana é muito respeitada"

O Presidente da República de Cabo Verde tinha à sua espera uma centena de imigrantes cabo-verdianos no Grão-Ducado, incluindo dirigentes associativos, mas também imigrantes que quiseram conhecê-lo. Caso das irmãs Stéphanie e Arlene Delgado, que nasceram no Luxemburgo, filhas de imigrantes de Santo Antão.

O Comité Spencer ofereceu uma T-shirt com o nome da
associação ao PR. A associação de jovens cabo-verdianos no
Luxemburgo acorreu em peso ao encontro
"Gosto de Cabo Verde e do Luxemburgo, e é bonito ver que os dois países trabalham juntos", disse Stéphanie Delgado, de 21 anos, ao Wort.lu/pt.
No Luxemburgo vivem cerca de nove mil imigrantes de origem cabo-verdiana, segundo a Embaixada de Cabo Verde no Grão-Ducado. Quatro mil têm nacionalidade portuguesa.

"É uma comunidade muito respeitada, e não é por acaso que existe tão boa cooperação entre os dois países", garante Cristina Gonçalves, portuguesa de origem cabo-verdiana a viver há 17 anos no Luxemburgo. A popular animadora da Rádio Latina nasceu em Portugal e nunca esteve em Cabo Verde, mas diz que "mantém as raízes", e fez questão de estar no encontro com Jorge Carlos Fonseca, que se prolongou durante várias horas.

"É importante que o Presidente da República venha ao encontro da comunidade cabo-verdiana no Luxemburgo: é uma mensagem de que não foram esquecidos", disse, frisando que a visita "reforça também o bom entendimento entre o Luxemburgo e Cabo Verde".

A dificuldade de integração dos alunos cabo-verdianos no sistema escolar luxemburguês foi uma das questões que os emigrantes levantaram no encontro.

A acompanhar a visita estiveram a encarregada de Negócios no
Luxemburgo, Clara Delgado, o secretário de Estado dos Negócios
Estrangeiros, José Luís Rocha, a embaixadora de Cabo Verde em
Bruxelas e o deputado do MpD, Jorge Santos
“A integração dos jovens na escola ainda é difícil, e é mais difícil ainda quando chegam depois dos 11 anos, por causa das línguas. Muitos não têm a possibilidade de estudar e são obrigados a ir para a Bélgica para fugir ao Alemão”, explicou Carisa Delgado Dias, emigrante no Luxemburgo e autora de uma tese de mestrado sobre a integração dos recém-chegados cabo-verdianos no sistema escolar luxemburguês.

O Presidente de Cabo Verde começou na sexta-feira uma visita ao Luxemburgo, Bélgica, Holanda e Itália, visando reforçar as relações com a União Europeia (UE), tendo prevista uma reunião com Durão Barroso e contactos com a comunidade cabo-verdiana nesses países.

Durante a visita, Jorge Carlos Fonseca faz-se acompanhar pelo secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros, José Luís Rocha, pelos embaixadores de Cabo Verde nos países a visitar, e pelo deputado do Movimento para a Democracia (MpD, oposição), Jorge Santos.

Fonte: CONTACTO/PTA

27/09/2013

Projecto do governo cabo-verdiano apoia regresso definitivo a Cabo Verde

Viviane van Hueck, da Organização Mundial das Migracoes,
Nadir Delgado, coordenadora da CAMPO, e Clara Delgado,
Encarregada de Negócios de Cabo Verde no Luxemburgo Foto: Aleida Vieira
A comunidade cabo-verdiana assistiu no domingo, no Centre Sociétaire, na cidade de Luxemburgo, à apresentação do projecto "Reforço das capacidades de Cabo Verde na gestão das Migrações". Este projecto tem origem numa parceria entre a União Europeia (UE) e Cabo Verde e tem como objectivo o apoio à reintegração económica dos emigrantes cabo-verdianos que desejem regressar a Cabo Verde e aí criar uma empresa ou integrar-se no mercado de trabalho daquele país.

O projecto foi apresentado por Clara Delgado, encarregada de Negócios da Embaixada de Cabo Verde no Luxemburgo, Viviane Van Hoeck, da Organização Mundial das Migrações (OIM), e Nadir Delgado, coordenadora do Centro de Apoio ao Migrante no País de Origem (CAMPO). Muitos foram os cabo-verdianos que compareceram a esta sessão de esclarecimento.

No âmbito da parceria de mobilidade entre Cabo Verde e a UE, o projecto "Reforço das capacidades de Cabo Verde na gestão das Migrações" prevê um apoio económico de cerca de 4.000 euros para os cabo-verdianos emigrantes nos países como Portugal, Holanda, França ou Luxemburgo que queiram regressar ao seu país de origem. Apenas os cabo-verdianos residentes num destes quatro países e que nunca tenham sido alvos de medidas de afastamento de um dos estados membros da EU podem beneficiar deste projecto.

O apoio à criação de uma empresa é feito em quatro fases. Apoio técnico para a criação de uma empresa, ou seja, após a apresentação do seu projecto à OIM ou directamente ao CAMPO, o emigrante irá ser aconselhado por um consultor especializado que analisará o projecto e aconselhará quanto à viabilidade do projecto.

Após a certificação da viabilidade do projecto, o emigrante recebe uma ajuda financeira de cerca de 4.000 mil euros e vai, também, ser acompanhado no lançamento e implementação do seu negócio. Uma formação inerente à sua actividade é também garantida.

Para quem queira regressar ao arquipélago e integrar o mercado de trabalho, a coordenadora do CAMPO informou que "é possível disponibilizar online o CV através da ferramenta PQuE, que irá partilhar o currículo pelas diferentes instituições do país de acordo com a formação e experiência da pessoa", garantiu Nadir Delgado, sublinhando que desta forma a comunicação entre as instituições será garantida.

Nadir Delgado informou ainda que 10 % das pessoas que apresentaram os seus projectos já foram seleccionadas.

O projecto "Reforço das capacidades de Cabo Verde na gestão das Migrações" tem uma duração de 36 meses e o empresário é acompanhado durante o primeiro ano da empresa. Para apresentar um projecto ou simplesmente pedir informações, deve ser enviado um email para campo@campo.com.cv ou ainda consultar a página em linha da CAMPO (www.campo.com.cv).

Fonte: CONTACTO/AV

09/09/2013

Jorge Carlos Fonseca visita Luxemburgo de 26 a 28 de Setembro

O Presidente da República de Cabo Verde, José Carlos Fonseca, vai estar no Luxemburgo entre os dias 26 e 28 de Setembro, com o objectivo principal de visitar a comunidade cabo-verdiana residente no Grão-Ducado.

No dia 27, sexta-feira, a Embaixada de Cabo Verde no Luxemburgo convida a comunidade para um encontro/convívio com o Presidente da República a partir das 17h30, no hotel Parc Belle-Vue (5, Av. Marie-Therese, cidade do Luxemburgo).

02/09/2013

Juventude em Marcha a 14 de Setembro no Luxemburgo

Juventude em Marcha, o grupo teatral mais antigo de Cabo Verde, vai estar no Luxemburgo no dia 14 de Setembro para apresentar a peça "Cabo Verde Terra Sabe" (Cabo Verde terra agradável). O espectáculo vai ter lugar às 19h30, no Kinneksbond, em Mamer.

A encenação conta a história de um casal que chega a uma agência de viagem à procura de um destino de paz e tranquilidade. Na viagem ao estrangeiro, o casal vive momentos inesquecíveis e a conhecida "morabeza" cabo-verdiana.

Fundado a 25 de Março de 1984, o brilhante percurso do grupo Juventude em Marcha conta já com três dezenas de obras que visam a promoção dos valores socioculturais cabo-verdianos e cinco produções audiovisuais: Problemas de Família, Rabo da Bruxa, Dilema, o Preço de um Contrabando e Órfãos do Penedo.

O grupo teatral cabo-verdiano actuou já em Setembro de 2011 no Centro Cultural Tramsschapp, em Limpertsberg, na cidade do Luxemburgo e, no mesmo mês do ano passado, em Florange (França).
O preço da entrada, no local, custa 30 euros, mas os bilhetes podem ser adquiridos em pre-venda, a 25 euros, na Épicerie Créole de Bonnevoie e de Ettelbrück ou através da associação Comité Spencer, que organiza o evento.

Parte dos fundos revertem a favor dos projectos do Comité Spencer para a ajuda ao desenvolvimento em Cabo Verde.

Mais informações na internet (www.comitespencer.lu)

02/08/2013

Programa de intercâmbio em Cabo Verde arranca sem candidatos do Luxemburgo

Hoje chegaram os primeiros jovens à Praia, na ilha de Santiago
A coordenadora do programa "Cabo Verde na Corason", um intercâmbio gratuito para jovens na diáspora, lamentou hoje a ausência de candidaturas de jovens cabo-verdianos no Luxemburgo.

Os primeiros jovens vindos de Portugal, França e São Tomé chegaram hoje ao arquipélago e "estão muito entusiasmados", garante Ana Barros.

 Dez jovens de origem cabo-verdiana vindos de Portugal, França, São Tomé e Príncipe, Estados Unidos e Senegal vão passar uma semana em Cabo Verde, num programa que visa o regresso ao país de jovens de origem cabo-verdiana na diáspora. De fora ficaram cinco países que não se candidataram: além do Luxemburgo, também não houve candidaturas de Angola, Guiné-Bissau, Holanda e Itália.

"Não tivemos uma única candidatura do Luxemburgo, nem de cinco dos outros dez países que faziam parte do programa, e tivemos de seleccionar mais pessoas de cada país", explicou ao Wort.lu/pt Ana Barros, coordenadora do programa de intercâmbio juvenil do Ministério das Comunidades de Cabo Verde, que arrancou hoje na Praia.

"Queríamos que todos os países identificados no programa participassem, porque a ideia é reforçar o intercâmbio entre jovens cabo-verdianos na diáspora, mas infelizmente só cinco países participaram nesta primeira edição", explica a coordenadora do programa, que deixa um apelo aos jovens que vivem no Luxemburgo.

"Esperamos que nas próximas edições do programa os jovens do Luxemburgo participem e que venham conhecer Cabo Verde. Os jovens que chegaram hoje estão muito entusiasmados por estarem aqui", disse Ana Barros a este jornal.

Três jovens de Portugal já chegaram a Cabo Verde

Nesta primeira edição do programa "Cabo Verde na Corason" participam três jovens a viver em Portugal, dois provenientes de São Tomé e Príncipe,  dois a viver em França, um nos Estados Unidos e um do Senegal.

Entre os candidatos seleccionados, todos com idades entre os 19 e os 25 anos,  oito nunca estiveram em Cabo Verde, enquanto um, de Portugal, emigrou recém-nascido e nunca regressou, segundo a lista  publicada no portal do Ministério das Comunidades. Há ainda um jovem seleccionado, também de Portugal,  que regressa a Cabo Verde pela primeira vez desde 2001.  

Criado pelo Ministério das Comunidades de Cabo Verde, o projecto "Cabo Verde na Corason" permite aos jovens a participação numa colónia de férias na ilha de Santiago, durante uma semana. O programa é dirigido a jovens descendentes de cabo-verdianos com idade entre os 18 e os 25 anos e que residam no Luxemburgo, Portugal, Angola, Guiné-Bissau, Senegal, São Tomé e Príncipe, França, Holanda, Itália ou EUA.

Os candidatos não devem ter regressado a Cabo Verde há pelo menos 10 anos, sendo a preferência dada aos que nunca visitaram o país.

Por cada país é seleccionado um jovem, pagando o Ministério das Comunidades de Cabo Verde todas as despesas (deslocação, alojamento e alimentação) durante uma semana de actividades culturais e sociais com os jovens residentes.

31/07/2013

Já conhece "Djar Fogo Coffee Spirit", o novo single de Cassandra Lobo?


Ficha técnica:
Gravação: "on the road studio", Joaquim Rodrigues.
Mixagem e masterização: Mark Park Studio, Marc Cornet
Cassandra Lobo - voz
Bebe Serra - bateria
Philippe Libois - Órgão Hammond (studio Climax)
Ron Giebels - guitarra
Joaquim Rodrigues - guitarra rítmica, side, baixo e percussão
Música e letra: Joaquim Rodrigues
 
Vídeo: Félix Andrade
Grafismo: Félix Andrade

23/07/2013

Cinzas do “Rei da Morna” chegaram à ilha cabo-verdiana de São Vicente

As cinzas do cantor cabo-verdiano Bana, falecido a 12 deste mês em Lisboa, chegaram hoje ao Mindelo, na ilha cabo-verdiana de São Vicente, terra natal de Adriano Gonçalves, onde será prestada, na quinta-feira, uma cerimónia fúnebre com honras de Estado.


 
Segundo a noticia da edição "online" do jornal cabo-verdiano "A Semana", a cerimónia de recepção das cinzas decorreu no Centro Cultural do Mindelo, onde vão permanecer até a manhã de quinta-feira, para que a população de São Vicente possa prestar um último adeus ao "Rei da Morna".

Segundo o jornal, a Câmara Municipal de São Vicente está a ultimar os preparativos, juntamente com os ministérios da Cultura e das Comunidades de Cabo Verde, para realizar uma cerimónia fúnebre oficial, que acontecerá no Palácio do Povo, que terá honras de Estado. As cinzas serão depositadas, depois, no cemitério de São Vicente.

Aldemiro Almeida, filho do cantor, confirmou que o processo de cremação e de deposição das cinzas "num pedacinho da terra natal" está em curso, seguindo o desejo do cantor que, antes de falecer, deu conta de isso mesmo ao presidente de Câmara Municipal de São Vicente, Augusto Neves.

"Quero agradecer a manifestação espontânea feita aqui no dia do seu funeral. Teve muito significado para os familiares lá em Portugal. Um obrigado simples por aquilo que o povo de São Vicente lhe deu ao longo da sua carreira", disse Aldemiro Almeida ao "A Semana".

A recepção das cinzas do cantor contou com a presença dos filhos do cantor e das entidades municipais de São Vicente.

Nascido a 11 de Março de 1932, no Mindelo, Bana morreu aos 81 anos, no Hospital de Loures, na sequência de vários problemas de saúde. O corpo foi cremado a 15 deste mês no Cemitério do Alto de São João.

Bana, cujo verdadeiro nome é Adriano Gonçalves, gravou mais de meia centena de discos ao longo da sua carreira, iniciada em 1942, com apenas dez anos, nas ruas e cafés da cidade que o viu nascer.

Fonte: Wort.lu/pt

21/07/2013

Miriam Monteiro venceu "Vozes da Diáspora". Eliane Rodrigues, do Luxemburgo, ficou em 2°

Miriam Monteiro venceu a edição 2013 do concurso "Vozes da Diáspora"

Miriam Monteiro, a representante de Cabo Verde, foi a justa vencedora da quinta edição do concurso musical “Vozes da Diáspora”, que decorreu ontem, sábado, no Centro Cultural de Bonnevoie, na capital luxemburguesa. A representante da comunidade do Luxemburgo, Eliane Rodrigues, ficou em 2° lugar.

O título foi disputado por mais oito candidatas, aclamadas por aguerridas claques dos vários países. 
“É uma emoção tão grande, não tenho palavras para descrever o que sinto, não estava nada à espera de ser eu a ganhar, as outras concorrentes são igualmente muito boas, foi muito difícil, mas espero vir a ser uma futura cantora”, confidenciou emocionada a jovem vencedora de 18 anos ao CONTACTO, no momento da eleição.

Na sua actuação, a jovem encantou o público ao interpretar “Ponto de Luz” de Sara Tavares.
Eliane Rodrigues, de 18 anos, foi a candidata que representou o Luxemburgo e conquistou um honroso 2º lugar, tendo Kátia Bragança, de São Tomé e Princípe, alcançado o 3º lugar.

(Da esq. p/ a dta.:) Kátia Bragança, de São Tomé e Princípe, que alcançou o 3º lugar, Joana Ferreira, presidente da APADOC, a presidente da Fundação Infância Feliz e ex-primeira-dama de Cabo Verde, Adélcia Pires,a vencedora Miriam Monteiro e Eliane Rodrigues, que foi a 2a classificada

O júri era composto por Teófilo Santos, cantor e ex-produtor de Cesário Évora, a cantora Lili Évora e o cantor Jorge Humberto.

Esta é a segunda participação da comunidade cabo-verdiana do Luxemburgo no concurso, depois de no ano passado a representante do Grão-Ducado, Jéssica Delgado, ter vencido a final de Paris, motivo pelo qual coube este ano ao Grão-Ducado a organização do evento internacional.

À frente da organização do evento no Luxemburgo está a Fundação Infância Feliz, pela mão da ex-primeira-dama de Cabo Verde, Adélcia Pires que, com o apoio da Associação dos Pais de Alunos de Origem Cabo-verdiana (APADOC) do Luxemburgo, pretende promover o talento dos jovens cabo-verdianos da diáspora, como nos explicou João da Luz, porta-voz da APADOC.

"A promoção de novas vozes dos jovens, a troca de experiências e o convívio proporcionado entre várias nações é a mais-valia deste evento, com a particularidade de que todos partilham um ponto comum: todos falam a língua crioula”.

À semelhança da edição de 2012, que prestou homenagem a Cesária Évora, a organização prestou este ano homenagem póstuma a artistas cabo-verdianos que nos deixaram recentemente como o cantor Sema Lopi, rei do funaná, e o cantor Bana, rei da morna. A organização pediu um minuto de silêncio na sala do espectáculo.


Os países participantes nesta final foram o Luxemburgo, Portugal, Cabo Verde, França, Suíça, Reino Unido, Estados Unidos, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe, com a particularidade de só haver candidatas.
A jovem vencedora Miriam ganhou uma viagem de avião a Cabo Verde, enquanto a segunda e terceira classificadas receberam diplomas de participação e troféus.

Também foram sorteados prémios para o público, entre os quais uma viagem a Cabo Verde e equipamento desportivo.

Estiveram presentes no evento Adélcia Pires, presidente da Fundação Infância Feliz e ex-primeira-dama de Cabo Verde, Joana Ferreira, presidente da Associação dos Pais de Alunos de Origem Cabo-Verdiana (APADOC), Christiane Martin, directora do Gabinete Luxemburguês para o Acolhimento e Integração (OLAI), e Clara Delgado, encarregada de Negócios da Embaixada de Cabo Verde no Luxemburgo.

Nas pausas musicais do festival, o público assistiu à actuação de vários grupos de dança cabo-verdianos, ao talento musical da vencedora da edição anterior, Jéssica Salgado, ao grupo de rap KMS e ao desempenho de um grupo da Grã-Bretanha, que encantou com danças tradicionais de Cabo Verde.

Fonte: Wort.lu/pt/Patrícia Marques

17/07/2013

Final de "Vozes da Diáspora", este sábado à noite, em Bonnevoie

A final da 5a edição do concurso musical Vozes da Diáspora tem lugar este sábado, às 18h, no Centro Cultural de Bonnevoie, na cidade do Luxemburgo. Esta é a segunda participação da comunidade cabo-verdiana no Luxemburgo no concurso, depois de no ano passado a representante do Luxemburgo, Jéssica Delgado, ter vencido a final de Paris.

Eliane Rodrigues é a representante do Luxemburgo Foto: APADOC
 
Segundo as normas do concurso, o país vencedor é quem recebe a final da próxima edição, razão pela qual o Grão-Ducado organiza este ano o evento internacional.

Quanto aos países participantes, e depois das desistências da Holanda e Itália, restam nove países finalistas (Luxemburgo, Portugal, Cabo Verde, França, Suíça, Reino Unido, Estados Unidos, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe), com a particularidade de só haver candidatas.

Eliane Rodrigues é a candidata que vai representar o Luxemburgo, mas a concorrência promete ser aguerrida, sobretudo por causa das claques.

"Só do Reino Unido vem um autocarro com trinta e tal pessoas para apoiar a sua candidata. Da França haverá também muita gente, por isso pedimos a toda a comunidade cabo-verdiana no Luxemburgo que venha em grande número para apoiar a candidata do Luxemburgo", apela a presidente da Associação dos Pais de Alunos de Origem Cabo-verdiana (APADOC), Joana Ferreira, que está à frente da organização do evento no Luxemburgo, juntamente com a Fundação Infância Feliz.

A vencedora vai ganhar uma viagem de avião a Cabo Verde, enquanto as segunda e terceira classificadas vão receber diplomas de participação e troféus. Mas também há prémios para o público.

"Temos uma tômbola em que vamos sortear um bilhete duplo para um destino da Luxair à escolha. As pessoas vão ter de pagar apenas 10 euros para escolher para onde querem viajar", garante Joana Ferreira.Garantida também está já a presença do ministro luxemburguês da Família, Marc Spautz.

O concurso vai abrir as portas ao público a partir das 17h, no próximo sábado."O concurso vai começar às 18h, mas vamos abrir as portas às 17h. Como temos de respeitar os horários diplomáticos, pedimos às pessoas para virem à hora certa, porque vamos começar às 18h", explica Joana Ferreira.

Os bilhetes vão estar à venda no local, no próprio dia, mas também na agência Sales-Lentz do City Concord (funcionária Maria).
Mais informações sobre reservas e as finalistas na página Facebook da organização (Vozes da Diáspora Luxemburgo).

Henrique de Burgo

Último dia de inscrições para férias gratuitas em Cabo Verde

Hoje é o último dia de candidatura ao projecto "Cabo Verde na Corason", que visa o regresso àquele país, durante uma semana nestas férias de Verão, de jovens de origem cabo-verdiana na diáspora.

 
Criado pelo Ministério das Comunidades de Cabo Verde (MDC), o projecto Cabo Verde na Corason vai permitir aos jovens a participação numa colónia de férias na ilha de Santiago, durante uma semana, já a partir do dia 2 de Agosto.

O projecto é dirigido aos jovens descendentes de cabo-verdianos residentes no Luxemburgo, Portugal, Angola, Guiné-Bissau, Senegal, São Tomé e Príncipe, França, Holanda, Itália ou EUA.
Os candidatos devem ter idades entre os 18 e os 25 anos e não ter regressado a Cabo Verde há pelo menos 10 anos, sendo a preferência dada aos que nunca visitaram o país.

Por cada país será seleccionado um jovem para a viagem a Cabo Verde, com todas as despesas pagas (deslocação, alojamento e alimentação), durante uma semana de actividades culturais e sociais com os jovens residentes.

A selecção dos participantes será feita através do site do MDC ( www.mdc.gov.cv ), onde estão disponíveis o formulário de inscrição e outras informações.

O concurso tem como principais objectivos o reforço do sentimento de pertença ao país de origem e a sensibilização para as causas sociais nacionais.

14/07/2013

Cabo-verdianos animaram centro de Ettelbruck

A associação cabo-verdiana Veteranos do Norte organizou no sábado, na Grand-rue, em Ettelbruck, um dia dedicado à cultura cabo-verdiana.



Os moradores e comerciantes do centro de Ettelbruck acordaram no sábado de manhã ao som de batuques exóticos, tribais e bem africanos. A animação musical dava início a um dia dedicado inteiramente à cultura e à comunidade cabo-verdiana na cidade nortenha.

O burgomestre de Ettelbruck Jean-Paul Schaaf e a encarregada de Negócios de Cabo Verde no Luxemburgo, Clara Delgado, foram algumas das individualidades oficiais que passaram pelo evento.

A grande afluência de público deu-se pela tarde, transeuntes que tinham vindo fazer compras ao centro da cidade, mas que depressa se transformaram em espectadores da festa cabo-verdiana atraídos pela animação, pela música e pelos perfumes da gastronomia do arquipélago.

No local, havia ainda vários stands de associações da comunidade cabo-verdiana do norte do país, da comuna de Ettelbruck e do Sindicado Iniciativa, bem como uma exposição com obras de arte, fotografias, têxteis, artesanato de Cabo Verde.

Além do conhecido artista plástico cabo-verdiano residente no Luxemburgo, Nelson Neves, refira-se também a presença do artesão Beto Diogo, que veio expressamente de Cabo Verde expor as suas "sandálias albergas".

Esta foi a primeira vez que um evento destas dimensões e exclusivamente dedicado à cultura cabo-verdiana teve lugar em Ettelbruck.


Fonte: CONTACTO/Félix Andrade - texto e fotos

13/07/2013

Cantor cabo-verdiano Bana morreu hoje, calou-se o “Rei da Morna”

O cantor cabo-verdiano Bana, conhecido como o "Rei da Morna", faleceu hoje de madrugada no Hospital de Loures, em Portugal, vítima de doença prolongada, disse à agência Lusa fonte oficial.

 



Bana, de nome completo Adriano Gonçalves, 81 anos, foi um dos nomes que mais ajudou a projectar a música de Cabo Verde no mundo, desempenhando um papel fundamental como agente da cultura do arquipélago.

Bana nasceu em 11 de Março de 1932, no Mindelo, São Vicente, Cabo Verde. Gravou mais de meia centena de discos, ao longo da sua carreira, iniciada em 1942, com apenas dez anos, nas ruas e cafés da cidade que o viu nascer. O corpo de Bana estará em câmara ardente na Igreja de Benfica e o funeral será domingo.

Quem era Bana?

 

O cantor cabo-verdiano Bana faleceu vítima de doença prolongada, após uma longa carreira de 70 anos.
Conhecido mundialmente, Bana gravou mais de meia centena de LP e EP ao longo da sua carreira, iniciada em 1942 no Mindelo, cidade onde nasceu a 11 de Março de 1932, dez anos antes da sua conterrânea Cesária Évora, falecida a 17 de Dezembro de 2011, tendo sido apadrinhado por B.Leza, um dos maiores músicos, poetas e compositores de Cabo Verde.

Alto (quase dois metros) e bonacheirão, de sorriso fácil e atento, embora alguns lembrem que quando se irritava se tornava insuportável, Bana deixa um legado extra carreira, pois foi graças ao "Rei da Morna" que muitas das atuais "estrelas" da música cabo-verdiana começaram a brilhar.

Foi Bana quem ajudou, por exemplo, Celina Pereira, Paulino Vieira, Tito Paris, Leonel Almeida, Titina, Zizi Vaz, entre muitos outros, abrindo caminho a que a décima ilha, a da diáspora, pudesse ser iluminada com tanta estrela.

Em Maio de 2008, a saúde pregou-lhe uma partida, quando sofreu um acidente vascular cerebral. Foram meses duros, mas que não o impediram de, depois, voltar a pegar no violão, pouco usual, e a cantar.
Companheiro de todos os "históricos" da música cabo-verdiana, Bana foi embalado pelos instrumentos tocados por Manuel d'Novas, Luís Morais, Morgadinho, entre muitos outros de todas as gerações.
Em 2012, foi distinguido com o Prémio Carreira, pelo Cabo Verde Music Awards, sucedendo a Cesária Évora, a "Rainha da Morna".

Bana foi alvo de inúmeras homenagens e uma das mais comoventes aconteceu em Junho de 1992, quando viu encher a sala da Aula Magna, em Lisboa, para celebrar 50 anos de carreira na presença de todas as gerações.

Luís Morais, Manuel d'Novas, Celina Pereira, Ildo Lobo, Morgadinho, Manel de Ti Djena, Ana Firmino, Zizi Vaz, Fernanda Queijas, Maria Alice, Titina, Leonel Almeida, Paulino Vieira, Tói Vieira, Armando Tito, Djon, Tito Paris, Vaiss, Nabias, Quim e Nando, todos nomes sonantes, estiveram lá a tocar para o "Rei da Morna".

"Bana: Uma Vida a Cantar Cabo Verde" conta a sua vida num livro biográfico, escrito pela jurista portuguesa Raquel Ochôa, lançado em 2008 em Lisboa.

Antes de chegar a Portugal, o que só aconteceu em 1969, Bana passou pelo Senegal, Holanda, França e por muitos palcos do mundo, onde foi gravando discos uns atrás dos outros, a solo ou com os "Voz de Cabo Verde".

A "estreia" em Portugal, que aconteceu na inauguração da Casa de Cabo Verde em Lisboa, dá-se pela insistência de vários elementos da Tuna Académica de Coimbra, que tentava levá-lo à então Metrópole em 1959. Entre eles figuravam Manuel Alegre e Fernando Assis Pacheco.

10/07/2013

José Maria Neves apelou à união dos cabo-verdianos durante comemorações do dia da independência

Durante um dia, Roterdão foi a capital das comemorações do 38° aniversário da independência de Cabo Verde, num encontro presidido pelo primeiro-ministro cabo-verdiano, José Maria Neves. O Luxemburgo esteve representado pela encarregada de negócios da Embaixada de Cabo Verde no Grão-Ducado, Clara Delgado.

O primeiro-ministro de Cabo Verde, José Maria Neves,
chefiou a delegação cabo-verdiana a Roterdão
O encontro teve lugar em Roterdão, no sábado, e contou ainda com a presença de Fernanda Fernandes, ministra das comunidades e antiga encarregada de negócios no Luxemburgo entre 2005 e 2008, e ainda de Mário Lúcio Sousa, ministro da Cultura, além de diplomatas de vários países.

O Luxemburgo fez-se representar pela encarregada de negócios da Embaixada de Cabo Verde no Grão-Ducado, Clara Delgado, mas estiveram também presentes no encontro internacional diplomatas da Alemanha e do Benelux. José Maria Neves exaltou as conquistas de Cabo Verde ao longo da sua história e assinalou os desafios de governar um país assolado pela escassez de recursos naturais.

"Um país que de riquezas só tem vento, sol, mar, e pouco mais, mas também um país com muitas pedras preciosas, que são cada um dos cabo-verdianos e cabo-verdianas que estão nas ilhas ou na diáspora", disse o primeiro-ministro cabo-verdiano.

Roterdão, um dos primeiros destinos de emigração dos cabo-verdianos, foi uma escolha natural para o encontro internacional, explicou José Maria Neves.

"A Holanda foi uma cidade de luz e um dos principais apoiantes de Cabo Verde na luta pela independência", disse o governante, sublinhando que "foram os cabo-verdianos emigrantes na Holanda que mostraram o caminho de Cabo Verde" e que contribuíram para que o país fosse "visto com bons olhos" internacionalmente.

O governante reservou também uma palavra de agradecimento ao Luxemburgo, com quem Cabo Verde tem há vários anos acordos de cooperação.

"Não conseguimos retribuir a grandeza da cooperação com Cabo Verde", disse o primeiro-ministro.
Elogiando as comunidades na diáspora, José Maria Neves apelou à união dos cabo-verdianos para ultrapassar os desafios do país e recordou a importância de todos para a conquista da independência.

"O dia 5 de Julho foi o dia em que tomámos nas nossas mãos a liberdade de escrever o nosso destino e assumimos a responsabilidade de construir um país respeitado no mundo inteiro", recordou.

"Que futuro teria um país sem água, luz ou riquezas naturais? Temos de ser justos com aqueles que começaram, que colocaram as primeiras pedras e construíram os alicerces do país com a sua coragem e determinação", acrescentou.

Muitos foram os cabo-verdianos presentes em Roterdão
"Ganhámos o desafio da independência e quinze anos depois fizemos a abertura da democracia, ultrapassando vários desafios, e tornámo-nos numa referência de democracia na África. Ocupamos a 27a posição no mundo inteiro", disse José Maria Neves.

O primeiro-ministro cabo-verdiano lembrou também o convite de Obama para visitar a Casa Branca e congratulou-se com o prestígio que Cabo Verde conseguiu conquistar. "Nós somos um país africano, e representamos uma África positiva, capaz e empreendedora", afirmou.

Para José Maria Neves, os maiores desafios no futuro são o desenvolvimento do turismo sustentado, a criação de formas de aproveitamento das águas da chuva, a construção de barragens, melhoria dos aeroportos, portos e meios de transportes, e a valorização das riquezas naturais e do mar, com o desenvolvimento de indústrias de conserva e de transformação de peixe.

MINISTROS TAMBÉM DANÇARAM

A tarde foi animada com música ao vivo, com artistas como Américo Brito e Jaqueline Fortez, filha de emigrantes no Senegal.

O grupo de batucadeiras "Sima nos e so nos" conseguiu mesmo que Mário Lúcio, ministro da Cultura de Cabo Verde, desse uns passinhos de dança, passando depois a solada (pano tradicional usado no batuque) à ministra das Comunidades, Fernanda Fernandes, que também dançou.

Foi da antiga encarregada de Negócios do Luxemburgo que veio um dos discursos mais emotivos do dia. Fernanda Fernandes, que cresceu e estudou em Portugal, diz que se sente por isso muito próxima dos emigrantes cabo-verdianos, e apelou a que todos trabalhem em prol do país.

A ministra das Comunidades, Fernanda Fernandes, deu um pé de dança
"Cada um de nós tem um compromisso para com Cabo Verde. Todos nós podemos ajudar o país a tornar-se num país cada vez melhor", desafiou Fernanda Fernandes, garantindo que está a fazer a sua parte, enquanto ministra das Comunidades, um cargo que lhe dá prazer "por poder estar perto das diásporas".

O encontro internacional serviu também para promover contactos económicos, disse ao CONTACTO o cônsul-geral da Holanda, Belarmino Monteiro Silva.

"Juntou-se o útil ao agradável, uma vez que, além desta grande festa com os cabo-verdianos, também se proporcionaram encontros de interesse económico para ambos os países. Estou extremamente contente e feliz pela participação dos imigrantes residentes aqui na Holanda e também nos países vizinhos, como o Luxemburgo, Bélgica, França e Alemanha, que se juntaram a nós nesta celebração", disse ao CONTACTO o Belarmino Monteiro.

O diplomata frisou a importância de assinalar a data da independência do país junto dos cabo-verdianos e dos seus descendentes, mostrando-lhes que "devem sentir-se orgulhosos pelo percurso de Cabo Verde, que nos 38 anos de independência conseguiu passar de país pobre para país de desenvolvimento médio".
"Não existem países grandes ou pequenos, existem grandes países e pequenos países, e Cabo Verde é um grande país", sublinhou o cônsul na Holanda.Na festa estiveram ainda muitos cabo-verdianos residentes na Holanda.

Osvaldo Brito, a viver no país há 25 anos, garante que os cabo-verdianos estão muito bem integrados na sociedade holandesa."A tal ponto que quase nos esquecemos que somos cabo-verdianos e já não precisamos das associações para esse efeito", disse ao CONTACTO.

Romira Rocha, outra emigrante cabo-verdiana na Holanda com quem o CONTACTO falou, confirma a boa integração dos cabo-verdianos no país, mas alerta para o desinteresse dos jovens pela educação e a formação profissional, fortemente apoiada pelo governo holandês.
Antão Freitas, residente no Luxemburgo há mais de duas décadas, representou a comunidade cabo-verdiana do Grão-Ducado nas comemorações em Roterdão.

Num discurso emotivo, o presidente da associação Estrela do Norte, sediada em Ettelbruck, e membro da Comissão Consultiva para Estrangeiros de Schieren, agradeceu ao Luxemburgo pelas oportunidades que tem dado à comunidade cabo-verdiana.
Antão Freitas elogiou ainda o apoio e a participação activa na vida da comunidade da actual encarregada de negócios no Luxemburgo, Clara Delgado.

Fonte: CONTACTO/Aleida Vieira, em Roterdão - texto e fotos

07/07/2013

Torneio em Hamm: Veteranos de Porto Novo arrancam primeiro lugar

O evento organizado pela Micau que celebrou a independência de Cabo Verde foi ganho pela equipa de veteranos de Porto Novo.

Foto: Á. Cruz
 
(ÁC) A equipa dos veteranos do Porto Novo foi a vencedora do torneio da categoria que assinalou a Independência de Cabo Verde e se disputou na tarde sábado em Hamm.

A vitória na final frente aos Veteranos do Norte pelo resultado de 3-1 traduziu a maior valia da formação nortista perante os seus adversários.

Para a atribuição os 3° e 4° lugares, os Veteranos do Monte Sossego derrotaram a congénere dos Veteranos do Norte de Portugal por três golos sem resposta.

O melhor marcador foi Telmo Matos, dos Veteranos do Porto Novo, o troféu de melhor guarda-redes foi entregue a Simão dos Veteranos do Norte e o prémio Fair -Play à equipa das Velhas Glórias da Micau.

06/07/2013

Alunas comemoraram independência de Cabo Verde com dança, música e memórias de Amílcar Cabral

Amílcar Cabral foi recordado na conferência promovida
por um grupo de alunas de várias nacionalidades, um evento
que contou com a presença do pintor Nelson Neves (à dta.)
 
O dia 5 de Julho é uma data que não passa despercebida a nenhum cabo-verdiano, esteja ele dentro ou fora do país. No dia em que se assinalou o 38º aniversário da independência de Cabo Verde, seis alunas da École Privée Fieldgen juntaram o útil ao agradável e escolheram este tema para o projecto de fim de ano. Dança, música e uma conferência sobre Amílcar Cabral marcaram o dia.
 
O evento teve lugar no Centro Cultural da Gare e contou com a presença de Clara Delgado, encarregada de negócios de Cabo Verde no Luxemburgo, Jean Marc Heyert, presidente da associação cabo-verdiana de Fameck, Nelson Neves, pintor, e do Comité Spencer, a associação de jovens cabo-verdianos no Luxemburgo.

Clara Delgado abriu a sessão lembrando o papel fundamental dos emigrantes na construção da nação cabo-verdiana.

Na conferência, Jean Marc Heyert recordou a vida e obra de Amílcar Cabral e sublinhou que o herói cabo-verdiano "fez aquilo que os portugueses nunca conseguiram: unir os povos" e levá-los, através da auto-confiança e da procura de conhecimento, "a lutar pela independência".

Para o presidente da associação cabo-verdiana de Fameck, os cabo-verdianos devem ter orgulho no seu país, sublinhando o facto de Cabo Verde ocupar o segundo lugar no ranking do melhor país africano para viver, alcançando 68 pontos em 100, com base em critérios como a estabilidade política, liberdade de expressão, taxas de mortalidade e esperança média de vida. 

"Cabral conseguiu atrair a atenção do mundo inteiro para a sua causa", disse Heyert, explicando que, após inúmeras tentativas falhadas de Salazar e do General Spínola para capturar Amilcar Cabral, Portugal mudou de estratégia e decidiu fazer "uma lavagem cerebral aos combatentes guineenses".

O general português plantou a semente da discórdia, dizendo aos combatentes guineenses que as causas de Cabo Verde e da Guiné eram diferentes, e que, como o PAIGC fora criado por cabo-verdianos (Amílcar Cabral, Luis Cabral, Pedro Pires, Arestides Pereira), só iria defender os interesses dos cabo-verdianos.

Nelson Neves, pintor cabo-verdiano residente no Grão-Ducado, apelou à valorização da história e cultura cabo-verdianas e elogiou a iniciativa das jovens organizadoras.

Para as jovens finalistas do 12º ano, foi um desafio descobrir a história do país, e a pesquisa que efectuaram ensinou-lhes muitos factos que desconheciam.

"Apesar de frequentar a comunidade cabo-verdiana, havia muita coisa da história do país que desconhecia completamente e que com certeza muitos outros jovens não conhecem", salientou um dos membros do grupo, composto por seis elementos: as portuguesas Stéphanie Dias e Kelly Gomes, a luxemburguesa Suzanne Kohl, a cabo-verdiana Maryline Monteiro e Kim Vo, vietnamita.

Apesar de reunir várias nacionalidades, o grupo, que adoptou o nome Insular, não teve dificuldades em unir-se para a mesma causa.

"Éramos um grupo muito unido. Todos sabíamos o que tínhamos a fazer e com o apoio do comité Spencer foi tudo mais fácil", disseram ao CONTACTO.

O grupo tem planos para organizar uma viagem a Cabo Verde no último ano do liceu.
A festa da independência contou ainda com grupos de dança e com as cantoras Letícia e Jamila.

Fonte: CONTACTO/Aleida Vieira - texto e fotos

05/07/2013

Associação Cabo-verdiana Notre-Dame do Norte apresenta-se oficialmente este sábado

A Cabo-verdiana Notre-Dame do Norte é a mais recente associação cabo-verdiana no Luxemburgo. Com três meses de existência, a associação vai ser apresentada oficialmente este sábado, durante os festejos da Independência de Cabo Verde, a ter lugar entre as 21h e as 3h, no Halle Michels (59, rue Minchel Thilges), em Wiltz.

"A associação já existe há três meses, mas vai ser apresentada agora no sábado", confirmou a vice-presidente, Lucete Ramos.

"Ajudar hospitais, escolas e igrejas em Cabo Verde são os principais objectivos da associação", garante a dirigente associativa, que abre também as portas a actividades no Luxemburgo.

"Também aqui no Luxemburgo vamos estar de portas abertas para ajudar a comunidade, dentro das nossas possibilidades".

Além de Lucete Ramos (vice-presidente), o corpo directivo da Cabo-verdiana Notre-Dame do Norte conta com Vitorino Veríssimo (presidente), Benvindo Sousa (secretário), Lúcia Monteiro (tesoureira), entre outros.
Para mais informações e novos membros pode contactar a associação através do tel. 621 321 970.

04/07/2013

Empresa no Luxemburgo recolhe 15 mil euros para famílias de Mindelo em Cabo Verde

A administração e os funcionários da Husky Injection Molding Systems entregaram na passada quarta-feira um cheque de 15 mil euros à ONG luxemburguesa SOS Villages d’Enfants Monde para apoiar o programa de fortalecimento familiar em Mindelo, Cabo Verde.

A Husky recolheu 15 mil euros para as famílias mais carenciadas de Mindelo, em Cabo Verde
 
A 8 de Junho passado, 68 funcionários da Husky participaram na oitava ING Marathon Luxembourg com o intuito de mostrar solidariedade mais uma vez para com a SOS Villages d’Enfants Monde, recolhendo 15 mil euros.

Em sete anos de recolhas de fundos para a SOS Villages d’Enfants Monde, a Husky soma já o montante de 102 mil euros.

"Estou grata à Husky e aos seus funcionários pela confiança generosidade renovadas e por se terem envolvido mais uma vez na nossa causa, neste caso em favor das crianças e famílias mais carenciadas de Mindelo, em Cabo Verde, país que tem ainda hoje uma grande pobreza", disse a directora daquela ONG, Sophie Molitor.

Lançado em 2009, o programa de reforço de famílias carenciadas de Mindelo, na ilha de São Vicente, é gerido por um Centro Social SOS.

Este programa tem como objectivo prevenir o abandono de crianças e fortalecer as famílias mais vulneráveis da cidade do Mindelo, que enfrentam significativos problemas socioeconómicos.

Em 2012, 540 crianças e 160 famílias foram beneficiadas por este programa, que leva a cabo diversas medidas nas áreas da alimentação, saúde, educação, entre outras.

A SOS Village d'Enfants Monde é membro da Federação Mundial das Aldeias de SOS, uma ONG não-denominacional que apoia crianças órfãs, abandonadas e carentes em 133 países.

Escuteiros de Santo Afonso partiram esta manhã para Cabo Verde

Os Escuteiros de Santo Afonso partiram esta manhã para Cabo Verde com o objectivo de dar um novo visual à Escola Ribeira de Bodes, na ilha de Santo Antão, e angariar mais material escolar para a Escola Primária do Bairro Berlim, na mesma ilha. O foto-repórter do wort.lu/pt e do CONTACTO esteve lá.

Foto: Manuel Dias
O grupo que chega hoje a Cabo Verde é constituído por oito CaraPio (Pioneiros), cinco RaRo (Caminheiros) e dois dirigentes, que vão trabalhar directamente com os escuteiros de Cabo Verde, com as crianças das escolas que ajudaram no passado e que também vão ajudar a pintar a escola.
Sob a dívisa “Juntos vamos mais longe”, este projecto, no qual os escuteiros estiveram a trabalhar este ano, intitula-se "CapScouts".
Este não é o primeiro projecto dos Escuteiros de Santo Afonso em Cabo Verde. Já em 2012, o agrupamento tinha enviado kits de material didáctico para uma escola de Santiago.

Fonte: Wort.lu

01/07/2013

Cabo-verdianos festejam independência no Luxemburgo

Os cabo-verdianos no Luxemburgo preparam-se para a festa de sexta-feira
Foto: Álvaro Cruz

A comunidade cabo-verdiana no Luxemburgo tem tudo a postos para as festividades do 38° aniversário da Festa da Independência de Cabo Verde, celebrada a 5 de Julho.

O grupo de alunos do 12° ano da Ecole Privée Fieldgen (grupo "Insula") organiza esta sexta-feira, dia 5 de Julho, uma festa no Centre Culturel et Societaire (29, rue de Strasbourg), no Bairro da Gare, na cidade do Luxemburgo.

O evento, que tem lugar entre as 17h30 e as 22h, faz parte do projecto de fim de ano dos alunos Stéphanie Dias, Kelly Gomes, Suzanne Kohl, Maryline Monteiro e Kim Vo.

A animação musical vai estar a cabo do Dj Cabo-Boy, diversos cantores e dançarinos. Está ainda programada uma exposição do artista plástico Nelson Neves e uma conferência sobre o herói da luta pela independência de Cabo Verde e Guiné-Bissau, Amílcar Cabral.

Animada pelo presidente da Association Capverdienne de Fameck, Jean Marc Heyert, a conferência conta ainda com a colaboração da Embaixada de Cabo Verde no Luxemburgo e da associação Comité Spencer. Haverá ainda comes e bebes durante a noite e a entrada é livre.

Também esta sexta-feira, a noite cabo-verdiana continua com outra festa, que se prolonga pela noite dentro, mas em Aundun-le-Tiche (França).

A animação vai ter lugar na discoteca Tché (78, rue du Luxembourg), em Audun-le-Tiche, e vai contar com os DJ's Narciso, Vic, Bacardy, Adickson, Wal, Chu, Nix, Semedo, Atlântico e Luís.

A organização informa que há um serviço de autocarros que faz gratuitamente a ligação entre a estação de comboio de Esch-sur-Alzette e a discoteca Tché. A entrada custa 10 euros. Informações e reservas através do tel. 621 192 201.

Embaixada de Cabo Verde fechada na sexta-feira

A Embaixada de Cabo Verde no Luxemburgo informa que vai estar encerrada esta sexta-feira, dia 5 de Julho, por causa do feriado nacional (Dia da Independência Nacional).
A Embaixada convida ainda a comunidade a participar, no sábado, na confraternização das comunidades cabo-verdianas no norte da Europa, que vai contar com a presença do primeiro-ministro de Cabo Verde, José Maria Neves, em Roterdão, na Holanda.

Entre as 14h e as 18h (45, Stationsplein), na cidade de Roterdão, espera-se muita animação musical com Carlos Matos & Banda, uma palestra e outras actividades.

22/06/2013

Família de Beatriz Fernandes nega falta apoio à jovem

A comunidade esteve unida em torno de Beatriz, mas alguns familiares
e amigos ainda
estão de costas voltadas
A família da jovem cabo-verdiana encontrada morta em casa, a 4 de Junho, em Bonnevoie, nega falta de apoio a Beatriz Lima Fernandes (Bety).
 
Os familiares disseram ao CABOLUX/CONTACTO que quando tiveram conhecimento da morte de Bety, as coisas já estavam tratadas e não tiveram tempo para nada.
"Na quarta-feira [5 de Junho] ouvi a notícia na Rádio Latina, de morte natural, mas não disseram o nome. Só quando cheguei a casa é que soube que era ela. No próprio dia já tinham tudo no Facebook e não tivemos tempo para nada", diz o marido da tia Fernanda, António Rocha.

"Se ela veio para a Europa foi através de nós. Fui eu e a minha mulher que recebemos a Beatriz quando chegou a Portugal para tratar a diabetes. Legalizamos as coisas para ela e a mãe. Nós ajudámos a Beatriz", garante o tio por afinidade.

A mãe também nega a falta de apoio de que a família foi acusada por Zenaida, com quem Beatriz viveu quando veio para o Luxemburgo, há dois anos. "Soube na véspera que a minha filha ia para o Luxemburgo tomar conta das crianças da Zenaida", revela Maria de Fátima, residente em Portugal, e que sempre foi contra esta vinda para o Luxemburgo.

"Eu é que criei a Beatriz até aos 21 anos e sempre fui contra a ideia de ela ir para o Luxemburgo, por causa da doença [diabetes tipo 1]. Mas mesmo assim ligava-lhe sempre à noite porque era quando me dava maior preocupação", garante Maria de Fátima.

"Quando a Zenaida ia para comprar casa a Bety passou a morar sozinha, mas os médicos disseram que ela não podia viver sozinha. Tinha de tomar insulina três vezes ao dia e a Zenaida devia saber disso, até porque a Bety já tinha tido uma crise na sua casa, em que foi assistida pelo marido", conta a mãe.

No Luxemburgo, teria sido a Beatriz a não procurar apoio, diz a família. "Ela não nos disse que estava cá. Encontrei-a por acaso numa festa. Dei-lhe o nosso contacto e ela disse que ia ligar. Via-a sempre nas festas, mas nunca se quis dirigir à família. Dizia 'vou ligar à tia' e nada. Se ela estava bem com a Zenaida não íamos impedir isso", explica a filha do casal Rocha, a prima Andreia.

Mesmo assim, António Rocha garante ter procurado a Bety em Bonnevoie e diz que a família estava pronta para ajudá-la."Se ela nos tivesse procurado aqui, teríamos ajudado como em Portugal. Mesmo assim agradeço a contribuição da comunidade", diz António Rocha, referindo-se às contribuições para pagar o funeral.

"Não é verdade que a família não se interessou. Eu fui com a família à morgue para ver como podiam fazer as coisas em conjunto para enterrá-la em paz, mas a Zenaida disse que tinha tudo tratado. Eles não foram lá para reclamar o corpo da Bety", conta Etelvina dos Santos, que acompanhou António Rocha e a mulher à morgue.

"Além disso pôs no Facebook que a Beatriz não tinha família no Luxemburgo. É uma história mal contada", defende a amiga do casal Rocha.

Nesta história, e quanto ao pai, "ligava de Cabo Verde todos os minutos e dizia que tinha condições para enterrar a filha em Cabo Verde. Ele também queria enterra-la em paz", acrescenta Etelvina, "mas daqui não quiseram falar com a família". Do lado da mãe: "Até agora estou à espera da conta do funeral para pagar", conclui Maria de Fátima.

Henrique de Burgo

12/06/2013

Comunidade cabo-verdiana juntou-se no último adeus a Beatriz Fernandes


A comunidade esteve unida no último adeus à jovem cabo-verdiana Beatriz Fernandes
A comunidade cabo-verdiana no Luxemburgo está de luto pela morte da jovem Beatriz Lima Fernandes, tendo-se associado para ajudar a assegurar as despesas do funeral, no passado sábado. A jovem de 23 anos foi encontrada morta na sua residência em Bonnevoie pela polícia luxemburguesa, no dia 4 de Junho, depois do alerta de um grupo de amigos que estranhou a sua ausência durante dois dias.
"Os amigos não davam por ela há dois dias e avisaram a polícia, que teve de arrombar a porta da casa. Ela foi encontrada morta ao lado do prato com comida e do copo. Segundo os amigos, ela tinha diabetes", contou o dirigente associativo João da Luz ao CABOLUX/CONTACTO.

Uma doença confirmada pela pessoa que a trouxe para o Luxemburgo e responsável pela sua legalização no país, Zenaida Santos. "Ela tinha diabetes desde nascença. Tinha diabetes crónica. Foi morte natural".

Ouvida também pelo CABOLUX/CONTACTO, a polícia luxemburguesa diz não dispor de mais informações sobre este caso. "Não temos qualquer relatório médico que aponte não se tratar morte natural, portanto, não temos informações sobre este caso".

Beatriz Fernandes, natural da ilha cabo-verdiana de São Vicente, tinha chegado ao Luxemburgo há dois anos, vinda de Portugal (e não há dez, como erradamente como tínhamos percebido e avançado aqui), e vivia sozinha.

"Antes ela morava comigo e depois de ter encontrado trabalho foi para o quarto dela", diz Zenaida, que recorda os momentos que passaram juntas. "Ela era muito meiga. Gostava de crianças e ajudava a tomar conta das minhas filhas. Era também muito alegre e tinha muitos amigos. Ela gostava de viver e era a minha família", conta, emocionada.

Com o pai a viver em Cabo Verde e a mãe em Portugal, Beatriz tinha ainda no Luxemburgo duas tias e primos. "Só um dia antes do funeral é que soubemos que ela tinha aqui duas tias e primos. Mas ela tem também muitos amigos", garante João da Luz.

Beatriz foi a enterrar no cemitério de Hollerich
"Tinha família aqui", confirma Zenaida, "mas nunca a procuraram. Só na véspera do funeral é que
apareceram", lamenta a cabo-verdiana.

De Portugal veio a mãe e alguns amigos para o funeral. Da Suíça outros tantos amigos. Ao todo, perto de quinhentas pessoas acorreram ao cemitério de Hollerich, no passado sábado, para o último adeus a "Bety Morena", como era também conhecida.

COMUNIDADE JUNTOU TRÊS MIL EUROS PARA CUSTEAR FUNERAL

Para custear o funeral, um grupo de amigos e colegas de Bety abriu uma conta no Banque et Caisse d'Épargne de l'État, em nome de Beatriz Lima Fernandes (LU94 0019 4155 1469 4000).

A Embaixada de Cabo Verde, que também se fez representar no funeral, lamentou esta perda e confirma que também recebeu um pedido para contribuir para as despesas.

"Lamentamos imenso esta morte", disse ao CABOLUX/CONTACTO a encarregada de Negócios da Embaixada de Cabo Verde no Luxemburgo, Clara Delgado. "Eles [grupo de amigos] pediram apoio e nós estamos a apoiar [...] dentro daquilo que é possível", acrescentou a diplomata, que apela à comunidade para procurar a Embaixada para obter "informações sobre mecanismos de seguro de saúde e seguro de vida" para minorar situações como esta, já que a própria Embaixada não pode responder a todos os pedidos de ajuda.

Ao todo, e até esta segunda-feira, os fundos recolhidos para cobrir as despesas do funeral rondavam os três mil euros.

"Agradeço a toda a comunidade. Até agora temos 2.800 euros, mas só o caixão foi dois mil euros. Se não conseguirmos pagar tudo, eu e o meu marido pagamos o resto. Afinal, sou a responsável, porque eu é que assinei os papéis", explica Zenaida Santos, que lamenta ainda a falta de apoio da família.


Peditório com o número de conta para ajudar a custear o funeral
"O pai tem muitas condições. Disse que vai ajudar, mas até agora não disse nada. A mãe veio de Portugal. Telefonei na quarta-feira a avisar da morte da filha e ela só chegou na sexta à noite. Não conseguiu ver o corpo da filha e foi-se embora no sábado, depois do funeral", lamenta Zenaida.

Segundo Zenaida Santos, o funeral foi feito no Luxemburgo, em vez de o corpo ser transladado para Portugal ou Cabo Verde, porque a jovem Beatriz "não tinha apoio da mãe e do pai".

A Embaixada de Cabo Verde confirmou ao CABOLUX/CONTACTO que também não recebeu nenhum pedido de apoio nesse sentido.
Homenagem dos amigos no Facebook
O CABOLUX/CONTACTO tentou até ao fecho desta edição falar com a família de Beatriz, sem sucesso.

Henrique de Burgo

05/06/2013

Jovem cabo-verdiana desaparecida há dois dias foi encontrada morta em sua casa

Uma jovem de origem cabo-verdiana foi encontrada esta terça-feira morta na sua residência, em Bonnevoie, pela polícia luxemburguesa. A jovem de 23 anos vivia sozinha no Luxemburgo, e o alerta foi dado à polícia por um grupo de amigos que estranhou a ausência da jovem nos últimos dois dias.

"Os amigos não davam por ela há dois dias e avisaram a polícia que teve de arrombar a porta da casa. Ela foi encontrada morta ao lado do prato com comida e do copo. Segundo os amigos ela tinha diabetes", conta João da Luz ao CABOLUX/CONTACTO.

Beatriz Fernandes chegou ao Luxemburgo há 10 anos, vinda de Portugal. Nos últimos tempos  morava sozinha em Bonnevoie e não tem família no Luxemburgo.
Segundo os amigos, os familiares residem todos em Portugal.

Os amigos da vítima estão agora a recolher fundos para o funeral, que vai ter lugar este sábado às 16h no cemitério de Hollerich, na cidade do Luxemburgo.

A polícia grã-ducal, contactada pelo CONTACTO, não adiantou mais pormenores  sobre este caso.

Mais informações acerca do funeral podem ser obtidas  através do tel. 661 742 710 (Zenaida).

Henrique de Burgo

Comunidade cabo-verdiana chocada com o caso da agressão no comboio

Para o dirigente associativo cabo-verdiano João da Luz o caso é
"lamentável" e deve ter uma "condenação severa" Foto: Rui Melo
O caso da agressão no comboio julgado na semana passada nos tribunais luxemburgueses está a chocar a comunidade cabo-verdiana no Luxemburgo. As autoridades cabo-verdianas e os dirigentes associativos ouvidos pelo CABOLUX/CONTACTO lamentam o caso e dizem que vão agir contra a violência.
 
"É de lamentar o sucedido porque toca a boa imagem dos cabo-verdianos no Luxemburgo. Lamento também porque são pessoas jovens e a tendência é para uma pena pesada", disse ao CABOLUX/CONTACTO a encarregada de Negócios da Embaixada de Cabo Verde no Luxemburgo, Clara Delgado.

Em causa está a agressão violenta a um homem de 49 anos num comboio entre a cidade do Luxemburgo e Rodange, em Dezembro de 2011, alegadamente por três jovens de origem cabo-verdiana, julgados na semana passada.

"A questão da violência é algo discutido há algum tempo com as autoridades luxemburguesas, mas este é um caso que sai das nossas esferas, e que não vai beliscar as relações entre os dois países. É um caso isolado, mas estamos atentos e a acompanhá-lo", garante Clara Delgado.

A associação cabo-verdiana contra a violência, Comité Spencer, diz que está já a preparar projectos para combater casos como estes.

"Temos agora uma nova direcção, mas já falámos deste caso em duas reuniões. Estamos a preparar um projecto em conjunto com a comuna de Esch-sur-Alzette, que deve arrancar depois do Verão. Queremos fazer uma 'workshop' contra a violência", conta a nova secretária da associação sediada no Luxemburgo, Dominique Rocha.

"Vamos ter peças de teatro sobre o tema. Pequenos sketches onde os jovens simulam situações conflituosas, como por exemplo em discotecas. Aí vamos ver as reacções do público, mas vamos também convidar o público jovem a subir ao palco e a entrar na peça para reagir de forma diferente", explica Dominique Rocha, que quer ver os jovens a passar pela associação (26, place de la Gare, Galerie Kons) na cidade do Luxemburgo.

"Os jovens que venham ter connosco. Estamos cá para os ajudar na inserção laboral, mas também no voluntariado. Aí, eles podem conhecer outras pessoas do Luxemburgo, misturar-se com outras culturas. Além disso, vão estar mais activas", apela Dominique Rocha.

Já o presidente da Federação das Associações Cabo-verdianas no Luxemburgo (FACVL), João da Luz, mostra mais firmeza. Diz que este caso é "lamentável" para a comunidade, mas que deve ter uma "condenação severa".

"Este é um caso lamentável, e a condenação contra a violência deve ser severa", diz o dirigente associativo, que felicita a polícia pela rápida intervenção. "Quero dar os parabéns à polícia por ter reagido de forma rápida. A divulgação do vídeo ajudou a perceber o que se estava a passar. Foi positivo".

Para o dirigente associativo, é preciso desenvolver uma "nova política dirigida aos jovens recém-chegados", que "não conhecem bem" esta sociedade. "É preciso um melhor enquadramento, e isto tem de ser feito pelo Serviço Nacional da Juventude e pelas associações. A sociedade civil tem uma grande responsabilidade em relação a esses jovens", diz.

O dirigente associativo vai aproveitar a próxima assembleia geral da federação, marcada para 15 de Junho, para "pedir às associações para aumentarem as acções para jovens", anunciou o presidente da FACVL, que apela também ao envolvimento das associações portuguesas.

"Quando falo em associações, falo nas cabo-verdianas, mas também nas associações portuguesas, porque muitos desses jovens recém-chegados vêm de Portugal, nasceram e cresceram lá, e identificam-se mais com Portugal do que com Cabo Verde", conclui.

Herique de Burgo