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05/10/2011

Cabo-verdianos ainda pouco motivados para as comunais

Em 2005, a lei eleitoral permitia o voto aos cabo-verdianos nas comunais, mas não a candidatura, algo que a nova lei de 2011 reverteu, passando a haver também o direito à candidatura.

Saber quantos candidatos de origem cabo-verdiana se apresentam às eleições do próximo dia nove é uma tarefa difícil, dado que as entidades competentes não disponibilizam dados quantificadores referentes a candidatos de origem estrangeira.

Ainda assim conseguimos apurar uma lista de nove candidatos de origem cabo-verdiana: Edna Semedo (Os Verdes - Betzdorf), Carlo Lima (CSV - Ettelbruck), Anabela Neves (LSAP - Luxembourg-Ville), Maria Gomes Ganeto (LSAP - Esch/Alzette), André Bernardo (Os Verdes - Remich), Manuel Brito Delgado (CSV, Diekirch), Alex Semedo (DP, Esch/Alzette), Filomena Delgado (DP, Ettelbruck), António Santos Moreno (ADR, Mondercange).

Comparando com as últimas eleições, de 2005, em que “houve apenas um candidato de origem cabo-verdiana às comunais (CSV - Ettelbruck)”, segundo o presidente da Federação das Associações Cabo-verdianas no Luxemburgo, João da Luz, este aumento (ainda que residual, tendo em conta o universo dos candidatos: 3.321), pode ser já um sinal de uma maior participação cabo-verdiana na política luxemburguesa.

Quanto ao número de eleitores, os cabo-verdianos apresentam uma das mais notáveis subidas entre as comunidades estrangeiras, em relação a 2005, com 118%, registando-se 115 inscrições nas últimas eleições, ao passo que este ano foram apuradas 251, revela o Centro de Estudos e Formação Intercultural e Social (CEFIS). Para este aumento poderá ter contribuído o papel mobilizador da Embaixada de Cabo Verde no Luxemburgo, esta que foi "a primeira Embaixada no Grão-Ducado a realizar um acto de sensibilização à comunidade sobre a importância da participação política dos estrangeiros nestas comunais", refere a Encarregada de Negócios da mesma, Clara Delgado.

Mas face ao potencial, estes números continuam a ser baixos, pois “as pessoas não estão tão interessadas e o aumento dos candidatos, por exemplo, explica-se sobretudo pela mudança da lei”, acrescenta. O empenho das autoridades na mudança da mentalidade da comunidade em torno desta problemática é notório.

Recentemente, a visita da ministra das comunidades de Cabo Verde, Fernanda Fernandes, trouxe também essa preocupação, e os incessantes apelos do programa Morabeza da Rádio Latina ou ainda o trabalho dos núcleos partidários cabo-verdianos do MpD e PAICV e de algumas associações encontram algumas dificuldades em demover a letargia instalada.

No Luxemburgo, a participação política cabo-verdiana faz-se notar sobretudo nas eleições legislativas e presidenciais de Cabo Verde, registadas nas mesas de voto da embaixada, Ettelbruck e Esch, pois “as pessoas seguem com mais interesse as eleições cabo-verdianas do que as comunais”, reconhece o dirigente associativo, João da Luz. 251 cabo-verdianos inscritos nas comunais a contrastar com os 952 inscritos na Embaixada que votam nas eleições cabo-verdianas.

Se a cooperação bilateral Luxemburgo-Cabo Verde tem funcionado, pelo menos visivelmente do lado cabo-verdiano, já quando se fala da cooperação no domínio da “participação política dos estrangeiros no Luxemburgo”, parece que esta comunidade se sente mesmo estrangeira ou... estará à espera de alguma contrapartida que faça despertar nela esse enorme potencial.

HB

22/08/2011

Jorge Carlos Fonseca, eleito presidente de Cabo Verde

Jorge Carlos Fonseca é o novo presidente de Cabo Verde após a segunda volta das presidencias, realizadas este domingo.
Acompanhe em directo os valores do escrutínio:
http://www.presidenciais2011.cv/global.htm

18/08/2011

Reta final de campanha na segunda volta das presidenciais em Cabo Verde

Os candidatos Jorge Carlos Fonseca - apoiado pelo principal partido da oposição (MpD) -, e Manuel Inocêncio Sousa – com suporte do partido governamental (PAICV), preferem o contacto directo com os eleitores aos comícios.
Jorge Carlos Fonseca tem visitado zonas onde a pobreza salta à vista. Em recente visita à Ilha do Sal, Fonseca constatou a descrença do povo nos políticos. "As pessoas de Chã de Matias não querem ver os políticos só no período de campanha eleitoral", diz uma senhora idosa.

O desemprego e a habitação precária são dois dos problemas com os quais os moradores de Alto São João, Alto Santa Cruz e Chã de Matias se defrontam. São problemas cuja resolução não depende exclusivamente do presidente - mas, se for eleito, Fonseca promete estreitar o diálogo entre o governo central e o poder local para a busca de soluções.

"Temos que cooperar com o governo, mas se as políticas do governo não são satisfatórias, um presidente tem legitimidade para falar com os governos, indicar rumos e até trabalhar com as câmaras municipais. O governo de Cabo Verde tem que trabalhar mais com as câmaras municipais", diz Fonseca.

É precisamente esse poder capaz de trazer melhorias aos problemas dos cidadãos que o presidente da Câmara Municipal do Sal, Jorge Figueiredo, espera do próximo Presidente da República: "Enquanto presidente de Câmara durante sete anos e tendo uma relação extremamente difícil com o poder central, procurei muitas vezes a personalidade do presidente para nos ajudar", relata.

"Penso que, com o Jorge Carlos Fonseca, com a forma e a visão que ele tem da sociedade cabo-verdiana, poderá perfeitamente fazê-lo de uma forma eficiente e eficaz, não criando evidentemente conflitos, mas procurando apoiar o governo na solução desses problemas", opina Figueiredo.


Pacto de ética

Na campanha para as eleições de 21/8, Fonseca propôs a seu adversário um pacto de ética. Na prática, o candidato, cujo slogan de campanha é "Um presidente junto das pessoas", quer que a segunda volta seja transparente e sem compra de votos.

"As coisas têm que ser claras, e tem-se que respeitar não só as regras jurídicas do código eleitoral, mas também regras éticas. Portanto, eu quero que aceitemos um pacto sobre o qual o jogo é limpo: as pessoas votam livre e conscientemente, e o presidente que for eleito que se sinta tranquilo, porque foi eleito pelo voto livre expresso nas urnas pela maioria dos cabo-verdianos", diz Fonseca.

Ele diz que Cabo Verde teria condições de se tornar uma economia avançada. "E quando observadores da União Africana dizem que em Cabo Verde se compra votos, eu, como cabo-verdiano, sinto-me triste", afirma.

O compromisso foi aceito por Manuel Inocêncio Sousa, e os mandatários das duas candidaturas devem assinar o pacto ético esta semana.


Autor: Nélio dos Santos
Edição: Francis França / Renate Krieger
Fonte: DW

27/07/2011

Pedro Pires nega envolvimento no assassinato de Amílcar Cabral

O Presidente cabo-verdiano, Pedro Pires, pediu hoje (quarta-feira) "calma" aos candidatos à sua sucessão na eleições de 07 de Agosto e admitiu que trazer a debate o assassínio de Amílcar Cabral, ocorrido em 1973, "não é aconselhável", negando ainda qualquer envolvimento.

Pedro Pires respondia aos jornalistas no final de uma visita de despedida a uma instituição local, em que afirmou que as declarações do líder do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), José Maria Neves, também Primeiro-ministro, não o atingem.

"Entendo que Cabral devia estar fora disso, que não se devia trazer a sua memória para estes momentos, porque não dão a possibilidade de tratamento devido a qualquer facto histórico ou político, pelo que a tendência é sobrevoar o facto. De modo que não é aconselhável trazer para o debate essa questão", salientou Pedro Pires.

"Pessoalmente, tenho procurado estar fora do debate eleitoral, mantendo um certo distanciamento. Como entendem, não tenho interesse especial nesse debate, deixando que os actores principais da campanha façam o debate, discutam entre eles e apresentem os seus projectos. Mas serei um observador atento e interessado", frisou.

Na sexta-feira, num comício de apoio a Manuel Inocêncio Sousa, candidato apoiado pelo PAICV, Neves disse que era preciso ter cuidado com os "intriguistas", sublinhando que Cabral, fundador do então movimento de libertação (criado em 1956) foi assassinado por dirigentes do PAIGC devido a intrigas de poder e à falta de respeito pelos valores.

A alusão, para a imprensa cabo-verdiana, é óbvia, dirigindo as "graves acusações", em última instância, a Pedro Pires, apontado como apoiante da candidatura de Aristides Lima, arrastando, consigo a "velha guarda" do PAICV para fazer frente à ala de José Maria Neves.

"Não acredito (que me visem). De toda a maneira, ouvi na televisão o que foi registado e tomei boa nota disso. Não entendo que queiram atingir-me, até porque seria a última pessoa a ser atingida, porque eu, nessa altura, encontrava-me a 400 ou 500 quilómetros do sítio (Conakry, onde Cabral foi morto). Não faz sentido que se queira trazer-me para essa questão", acrescentou.

"Mas, de toda a forma, o que aconselho às pessoas é que tenham calma. Prometo, depois de deixar a Presidência da República, trazer essa questão à discussão, se julgarem que tem algum interesse e que há necessidade do seu esclarecimento. Mas, neste momento, prefiro não entrar na polémica. Não faz sentido, até porque não sou um dos actores principais da campanha", observou.

Pedro Pires escusou-se também a responder a uma questão sobre se as palavras do Primeiro-ministro foram oportunas, sobretudo por ocorrerem em vésperas das presidenciais.

"Não vou nessa direcção. Não vou julgar quem quer que seja nessa matéria. Como já disse, mantenho-me fora do debate eleitoral em relação às presidenciais. Estou de fora, não participo, nem comento, nem valorizo", concluiu.

Fonte: Angop

13/07/2011

MpD: Jorge Carlos Fonseca tem “projecto presidencial autónomo”

Jorge Santos, vice-presidente do MpD
O vice-presidente do Movimento para a Democracia (MpD), Jorge Santos, esteve esta sexta-feira no Luxemburgo no âmbito de um périplo pela Europa para preparar a campanha presidencial de Jorge Carlos Fonseca, candidato apoiado pelo MpD.

Em representação de Jorge Carlos Fonseca, que por motivos de agenda acabou por cancelar a viagem, Jorge Santos reuniu-se com o núcleo do MpD-Luxemburgo, simpatizantes e a comunidade em geral na sede da associação Grupo Amizade Cabo-verdiana, na capital.

“Estamos a iniciar um programa de contactos nesta fase de pré-campanha eleitoral no sentido de estruturar a campanha aqui no Luxemburgo e em toda a diáspora cabo-verdiana. No Luxemburgo ganhamos recentemente as legislativas (6 de Fevereiro) e estou em crer que estas presidências vão ser ganhas pelo candidato Jorge Carlos Fonseca, que tem um projecto presidencial autónomo, de verdadeira cidadania e com o apoio do MpD.”

Jorge Carlos Fonseca
Para tal desiderato, Jorge Santos enuncia três pilares distintivos de JCF: “Em primeiro lugar, a defesa da legalidade e da Constituição da República, e defesa dos direitos fundamentais dos cabo-verdianos.” A “construção do estado social” é outra bandeira de JCF que inclui, por exemplo, “a introdução do salário mínimo, mas também políticas activas para o emprego e crescimento económico.” Um terceiro pilar “é garantir o funcionamento de todas as instituições ligadas à segurança nacional. Haverá um compromisso sem tréguas na luta contra todos os tipos tráficos ilegais”, garante Jorge Santos.

Tendo em conta que a emigração é responsável por um terço do PIB cabo-verdiano, Jorge Santos augura que JCF será “o provedor e representante da diáspora a nível nacional, para criar condições de integração plena dos emigrantes na vida cultural, económica e social do país, com vista a aumentar o equilíbrio e promoção da economia.”

Exercer uma diplomacia de influência positiva junto dos Estados que acolhem a diáspora cabo-verdiana pode ser outra aposta de JFC, para potenciar melhores condições de vida à diáspora, como é o caso do Luxemburgo, dando sequência às boas relações entre o Grão-Ducado e Cabo Verde.

Jorge Carlos Fonseca foi professor de Direito na Faculdade de Direito de Lisboa, Ministro dos Negócios Estrangeiros entre 1991 e 1993, candidato a Presidente da República nas eleições de 2001 e actualmente preside o Instituto Superior de Ciências Jurídicas e Sociais de Cabo Verde.

O MpD-Luxemburgo, liderado por Mateus Domingos, promete dar a conhecer brevemente os nomes do mandatário da campanha de JCF, director de campanha, mandatário para a juventude e para a mulher.

A campanha arranca oficialmente a 21 de Julho para as eleições de 7 de Agosto.

HB

07/07/2011

Jorge Carlos Fonseca de visita ao Luxemburgo, esta sexta-feira

O candidato presidencial cabo-verdiano apoiado pelo MpD (Movimento para a Democracia), Jorge Carlos Fonseca, está de visita ao Luxemburgo, esta sexta-feira.

A sua passagem pelo Grão-Ducado insere-se num périplo por alguns países da Europa, como Holanda e Itália.

 Acompanhado pelo vice-presidente do partido, Jorge Santos, o candidato vai se encontrar com a comunidade cabo-verdiana residente no Luxemburgo para tentar capitalizar alguns votos, tendo em conta as presidenciais cabo-verdianas marcadas para 7 de Agosto, nesta que é sua primeira visita ao país.

Às 16h a comitiva estará no norte do país, mais precisamente na comuna de Ettelbruck, e às 18h30 um novo encontro terá lugar na sede da associação Grupo Amizade Cabo-verdiana, rue Michel Welter, nº 19, na capital.

HB

22/06/2011

Presidenciais: Jorge Carlos Fonseca inaugura sede de candidatura


Depois da apresentação da estrutura nacional de campanha e da recente visita de quatro dias aos Estados Unidos da América, Jorge Carlos Fonseca, candidato apoiado pelo Movimento para a Democracia, presidiu esta tarde ao acto de inauguração da Sede Nacional da Candidatura, na Cidade da Praia.
No acto, estiveram presentes diversos mandatários nacionais, direcção de campanha, Conselho Político, Comissão de Honra, além de personalidades da sociedade civil e apoiantes do candidato.

A Sede situa-se em Achada de Santo António, na Avenida OUA, junto à Assembleia Nacional.

Fonte: Expresso das Ilhas

09/06/2011

Manuel Inocêncio de volta ao Luxemburgo e com um terceiro concorrente ao Plateau

Manuel Inocêncio
O candidato presidencial Manuel Inocêncio Sousa está de volta ao Luxemburgo, isto depois da sua quase desapercebida passagem em Dezembro último.

O candidato, apoiado oficialmente pelo PAICV, ao longo desta sexta e sábado vai realizar alguns contactos com a comunidade cabo-verdiana, associações e o seu núcleo de apoio, tanto em Ettelbruck como na cidade capital, para depois rumar à Holanda.

Inocêncio pretende esclarecer as motivações da sua candidatura à presidência de Cabo Verde e ouvir a comunidade cabo-verdiana no Luxemburgo e Holanda.

Recorde-se que as eleições terão lugar a 7 de Agosto e vão contar com quatro candidatos, depois do "candidato do povo de Cabo Verde", Joaquim Jaime Monteiro, ter entregado a documentação necessária a 15 minutos do final do prazo para a entrega das candidaturas.

Sendo assim, perfilam-se para a corrida ao Plateau, Manuel Inocêncio (apoiado oficialmente pelo PAICV), Aristides Lima (do PAICV, mas sem apoio oficial), Jorge Carlos Fonseca (candidato do MpD) e Joaquim Jaime Monteiro (reformado e "candidato do povo de Cabo Verde").

HB

24/05/2011

Recenseamento eleitoral até 3 de Junho

A embaixada de cabo verde no Luxemburgo, avisa a todos os cidadãos cabo-verdianos residentes no Luxemburgo que a segunda fase do recenseamento para as eleições presidenciais já foi retomada, estendendo-se até 3 de Junho.

Desta forma, avisa a todos os cidadãos que ainda não se recensearam o favor de se dirigirem à embaixada para o efeito.

Para os cidadãos que já se recensearam não é necessário repetir o processo.
No entanto, os recenseados que tenham mudado de residência, a embaixada agradece que lhe seja informada do novo endereço para efeito de mudança do posto de votação.

A todos os cidadãos que tenham atingido a maioridade, pede-se para aderirem ao processo desta nova fase de recenseamento a fim de poderem exercer o seu direito de voto nas eleições presidenciais que se realizam a 7 de Agosto.

07/04/2011

«Creio que haverá possibilidades de ganhar à primeira volta» - Jorge Carlos Fonseca

O candidato às eleições presidenciais de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, defende que as relações com Portugal “são fáceis” e afirma que “Portugal é um parceiro natural de Cabo Verde”, independentemente dos Governos que estão em Cabo Verde ou em Portugal.

Jorge Carlos Fonseca está convicto de que face ao actual cenário político em Cabo Verde, poderá ser eleito Presidente da República de Cabo Verde logo na 1ª volta. “Os outros dois candidatos (Manuel Inocêncio e Aristides Lima) são dois candidatos do PAICV, que repartirão uma boa parte dos votos dos eleitores desse partido. Creio que haverá possibilidades de ganhar à primeira volta”, refere.

O candidato apoiado pelo MpD alicerça a sua convicção no facto de se assumir como “um candidato de raiz da cidadania”, com capacidade para recolher os votos dos eleitores, não só do MpD e independentes, mas também de muitos que terão votado PAICV nas legislativas de Fevereiro último. “É uma candidatura abrangente e transversal aos partidos. Mas não sei se no dia das eleições seremos 3 ou seremos 2 candidatos apenas”, lança Jorge Carlos Fonseca. O candidato às próximas presidenciais de Cabo Verde assegura que o facto de ter anunciado a sua candidatura em Novembro último marca uma clara distinção relativamente aos adversários. “É uma candidatura irreversível e incondicionada. Assumi-me como independente, como um candidato da cidadania. Os outros precisaram de uma bênção partidária para avançar e até fizeram campanha eleitoral por um partido nas legislativas. Creio que depois será mais complicado afirmarem que serão o Presidente de todos os cabo-verdianos”.

Jorge Carlos Fonseca é peremptório ao afirmar que o Presidente da República deve ser uma pessoa com sentido de Estado e capaz de manter uma cooperação institucional leal. Mas refere também que “em casos de necessidade, deve accionar os instrumentos que tem à sua disposição”, afirma. “É bom para o governo ter um Presidente que não seja propriamente um cúmplice de governação. Deve sim cooperar. Acho que ajuda mais a governação existir um Presidente que tem condições de, em certos momentos, ter posições diferentes, ser crítico e não um que seja um braço do governo”.

Fonseca afirma que a sua função natural é a de defender a Constituição e potenciar a sua efectivação. Em concreto, considera que o Presidente da República tem funções de intervenção em áreas específicas, fundamentalmente nas áreas da justiça e nas relações externas.

O desemprego é um dos temas que mais preocupa Jorge Carlos Fonseca, na medida em que atravessa toda a sociedade cabo-verdiana e em especial a juventude, onde as taxas atingem mais de 30%. “Já há muitos jovens licenciados que não tem emprego, algo que não existia em Cabo Verde há dez anos. É urgente combater este grave problema e tomar medidas políticas viradas para o crescimento económico e poder gerar emprego e, sobretudo, emprego jovem”. Por outro lado, Fonseca alerta para o aumento da violência juvenil. Por exemplo, o fenómeno dos «thugs» é uma ameaça à segurança interna, sobretudo na Praia e Mindelo. De acordo com Fonseca “as pessoas sentem-se inseguras e portanto tem que haver contenção da insegurança, para níveis que sejam suportáveis comunitariamente. Tem de haver políticas de segurança publica, reforço dos meios policiais, e também a aposta consistente dos meios técnicos e científicos ao serviços da polícia, não só a de segurança pública, mas também de investigação criminal, que é fraca do ponto de vista técnico”, explica.

Mas Fonseca acrescenta que há outros terrenos que são fundamentais, como o terreno da segurança interna, o problema da igualdade de oportunidades entre as ilhas, a afirmação do poder local, advertindo que “tudo isso implica a luta por um estado de direito mais consistente e uma democracia mais avançada e mais moderna”.

Atenção especial merecerá também a Diáspora de Cabo Verde. “Eles são parte integrante de uma nação que é diaspórica, muito anterior ao estado de Cabo Verde, e que, no fundo, dá força a uma identidade nacional que é muito especial, uma espécie de identidade cultural do país”. A ideia que defende é a de “os motivar, de os levar a sentirem-se ligados cada vez mais a Cabo Verde”, não só na vertente das remessas enviadas para o país, mas também ao nível da participação política, explica o candidato. Em seu entender “a nação é toda ela diaspórica, e a votação dos emigrantes deveria corresponder a critérios de proporcionalidade, mas é difícil, politicamente, isso ser compreendido pela maioria das pessoas que vivem em Cabo Verde. Tratando-se de governação, as pessoas que mais sofrem o impacto são as que residem nas ilhas e não as que vivem fora. Já nas Presidenciais, as coisas são diferentes, porque aí é a escolha do representante da nação”, defende.

Em suma, Fonseca defende que são três os pilares essenciais que devem estar na linha de prioridades do Presidente da República: segurança, justiça e liberdade de imprensa. “Cabe ao Presidente trabalhar para a afirmação da cidadania, o que se traduz por uma sociedade civil mais forte, capaz de funcionar como uma instância crítica em relação a todos os poderes”, refere. “Um dos principais campos de acção presidenciais residem nos poderes invisíveis do Presidente, de dialogar permanentemente com os cidadãos, com a sociedade, com as associações, com a comunidade da diáspora, com os quadros, com o sindicatos. Esse é o maior poder que o PR tem no nosso sistema, de influenciar pela palavra, pela opinião, sempre que necessário”.

Na área da política externa, Jorge Carlos Fonseca defende que apesar de “quem define e dirige os destinos do país é o governo”, o Presidente deve adoptar sempre uma postura de cooperação com o governo pelos conhecimentos que tem dos parceiros internacionais, de outros chefes de estado e de chefes de governo, e pela participação que irá ter em outras instâncias internacionais. Mas Jorge Carlos Fonseca tem ideias concretas do que deseja ao nível da política externa. “No quadro dos poderes de cooperação institucional com o Governo, a minha ideia é a de que o país precisa de diversificar as suas relações diplomáticas e de cooperação. Estamos perante uma crise económica que ainda não desapareceu e que incide sobretudo em parceiros tradicionais do país, como a União Europeia, Portugal e Espanha. Seria bom que Cabo Verde diversificasse as relações com países emergentes como o Brasil, Angola e China”, defende.

Jorge Carlos Fonseca, ex-Ministro dos Negócios Estrangeiros, acredita que nesta área em concreto, “talvez precisemos de ser um país mais ousado, mais atrevido do ponto de vista externo, porque isso pode trazer-nos benefícios na construção do próprio desenvolvimento interno. Devemos também trabalhar em cooperação com os outros países para que a CPLP se torne numa verdadeira comunidade dos povos que usam a língua portuguesa. Tem que se trabalhar seriamente para que a CPLP seja menos dos Estados e mais dos cidadãos”, defende.

“Creio que somos um país africano com características especiais. Somos um arquipélago e país com uma identidade cultural própria. Mas devemos inserir-nos de forma efectiva e de forma descomplexada nas instâncias internacionais. Assumirmo-nos como país africano que tem opções pela democracia, pelo estado de direito e esses valores devem ser também defendidos no plano externo. Sempre defendi que não pode haver uma realpolitik pura e dura. Os valores da democracia e liberdade devem ser a base do nosso Estado. Não devemos ter nenhum complexo de sermos aquilo que somos”, explica.

Jorge Carlos Fonseca defende também que “Cabo Verde deve batalhar para que África se afirme no plano internacional como uma África com futuro, moderna, avançada, desenvolvida, que respeite os direitos humanos, uma África da democracia e do estado de direito. E estaremos sempre disponíveis para mediar e para prevenir conflitos”, à semelhança do que ocorreu recentemente na Costa do Marfim e na vizinha Guiné-Bissau.

A obtenção de um lugar no Conselho de Segurança da ONU é o exemplo desta ousadia no plano externo do país. O candidato acredita que Cabo Verde “deve participar activamente na reforma institucional do sistema das Nações Unidas, para que seja mais representativa e mais democrática do ponto de vista da comunidade internacional”, afirma

Quanto às relações com Portugal, Fonseca é peremptório em afirmar que Portugal é um parceiro natural de Cabo Verde. “Hoje as relações são muito boas e sobretudo são independentes dos Governos que estão em Cabo Verde ou em Portugal. Existe uma boa relação entre os Chefes de Estado, quer a nível bilateral, quer a nível da CPLP, e que pode dar uma contribuição muito boa para que haja criatividade, nestes momento em que Portugal atravessa momentos difíceis, para que os níveis de cooperação se mantenham e possam crescer. Mas são relações fáceis, em que há uma grande experiência, há canais institucionais e também boas relações pessoais entre os diversos órgãos”, conclui.

Fonte: Portuguese News Network

25/03/2011

Embaixada de Cabo Verde apela ao recenseamento para as presidenciais

A Embaixada de Cabo Verde avisa todos os cidadãos cabo-verdianos residentes no Luxemburgo que a segunda fase do recenseamento para as eleições presidenciais já foi retomada.

Daí a Embaixada pedir a todos os cidadãos que ainda não se recensearam que o façam, dirigindo-se à Embaixada de Cabo Verde.
Para aqueles que já se recensearam mas que tenham mudado de morada, a representação diplomática apela a que estes informem a Embaixada do novo endereço para que possa ser efectuada a mudança do posto de votação.
As eleições presidências ainda não foram marcadas oficialmente, devendo decorrer no final do Verão.
Fonte: Radio Latina

07/03/2011

Presidenciais - Zona espera Lima na corrida?

Aristides Lima (PAICV) e José Carlos Fonseca (MpD)
Jorge Carlos Fonseca, 60 anos, recebeu já o apoio de 25 membros da cúpula do MpD, segundo o jornal cabo-verdiano "A Semana". Cinco preferiam que o MpD apoiasse Amílcar Spencer Lopes, membro do partido e ex-presidente da Assembleia Nacional, e outros cinco abstiveram-se.

Será a segunda vez que Fonseca, conhecido por Zona, natural de São Vicente, ministro dos Negócios Estrangeiros nos anos 1990, actualmente sem filiação partidária, concorre a Presidente. Em 2001 apresentou-se contra Pedro Pires, Carlos Veiga – que passaram à segunda volta – David Hopffer Almada e Onésimo Silveira.

O PAICV deve tomar a sua decisão no final desta semana. Na corrida pelo apoio do partido governamental estão Aristides Lima, Hoppfer Almada e Manuel Inocêncio de Sousa.

Numa entrevista ao jornal PÚBLICO após as eleições de Fevereiro, o líder do PAICV, José Maria Neves, escusou-se a adiantar a sua preferência e disse que “a escolha terá que ser democrática, no quadro do partido, para evitar fissuras”.

Um estudo da Afrosondagem divulgado na última edição d’"A Semana", indica que a maioria dos inquiridos preferia que o PAICV apoiasse Lima. Foi essa a solução referida por 32 por cento, contra 28 por cento que escolheriam Almada e 16 que gostariam mais de ver Sousa na corrida.

As eleições serão marcadas pelo Presidente cessante, Pedro Pires, e devem realizar-se em Outubro.

Fonte: Público