Mostrar mensagens com a etiqueta Marie-Josée Jacobs. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Marie-Josée Jacobs. Mostrar todas as mensagens

24/10/2012

“O crescimento baseado na ajuda ao desenvolvimento acabou e é preciso mudar de sistema” – Jorge Borges

A ministra luxemburguesa da Cooperação, Marie-Josée Jacobs, esteve reunida
na passada quinta-feira com o ministro das Relações Exteriores de Cabo Verde,
Jorge Borges. Em cima da mesa esteve a análise do PIC III         
Foto: H. de Burgo
Entre 2002 e 2015 o Luxemburgo desembolsou 138 milhões de euros no apoio ao desenvolvimento de Cabo Verde, em três pacotes do Programa Indicativo de Cooperação (PIC).

O terceiro e último PIC (2011-2015) envolve 60 milhões de euros. Vinte milhões vão ser aplicados no terreno até final deste ano e os restantes 40 milhões vão ser aplicados nas áreas de formação profissional, água e saneamento, saúde e segurança alimentar até final de 2015. Depois dessa data nada está garantido.

"O programa está previsto para continuar até ao fim, 2015. Já o que se vai passar depois de 2015, veremos no fim do Programa Indicativo de Cooperação", disse a ministra da Cooperação e da Ajuda ao Desenvolvimento, Marie-Josée Jacobs, depois da reunião com o ministro das Relações Exteriores de Cabo Verde, Jorge Borges, na passada quinta-feira.

Para o ministro cabo-verdiano, o modelo de crescimento do país baseado na ajuda ao desenvolvimento acabou e é preciso encarar novos desafios.

"Já há algum tempo que sabíamos que o sistema de desenvolvimento baseado na ajuda ao desenvolvimento para nós estava acabado e que não podíamos mais manter este sistema. Para o desenvolvimento e crescimento que queremos é preciso mudar de sistema. Esse é o caminho que tentámos encontrar com os nossos amigos luxemburgueses. Enquanto país, a cooperação para o desenvolvimento ajudou-nos imenso a passar para outro patamar de desenvolvimento e apreciámos bastante a parceria estratégica de países como o Luxemburgo. Agora é preciso encontrar outras formas de ajuda e enfrentar os desafios do futuro. Algo que vai exigir muita inovação e levar a cabo algumas reformas", disse Jorge Borges.

Sem recursos naturais, a economia cabo-verdiana é sustentada sobretudo na ajuda ao desenvolvimento, no turismo e nas remessas dos emigrantes, sendo estes dois últimos factores exógenos, que o país não domina.

"Perante estas dificuldades resta-nos o desafio de diversificar a nossa economia. Temos de tirar proveito do nosso recurso humano, da nossa localização geográfica e do nosso mar. É nesse sentido que estamos a trabalhar fortemente em quatro clusters: o turismo, a economia marítima, os serviços aéreos e fazer de Cabo Verde um centro internacional de serviços", resume Jorge Borges.

Mas quando se fala de cooperação fala-se em dois sentidos: dar e receber. O apoio de Cabo Verde à candidatura do Luxemburgo ao Conselho de Segurança das Nações Unidas foi um dos exemplos referidos do lado cabo-verdiano.

"Em toda e vida existe o dar e o receber. Somos parceiros e ninguém tem de se submeter ao outro. A cooperação não é só num sentido e o Luxemburgo está reconhecido a Cabo Verde por ter apoiado a nossa candidatura ao Conselho de Segurança das Nações Unidas. Além disso estivemos a discutir, por exemplo, como podemos trabalhar para o mecanismo do protocolo de Quioto [mercado de emissões de poluição, entre outros pontos] e com a Agência Espacial Europeia", disse ao CONTACTO/CABOLUX Marie-Josée Jacobs.

"Creio que não temos nenhuma relação tão estreita com outro país como Cabo Verde. Além de ser um país parceiro para a cooperação, temos uma importante comunidade cabo-verdiana no Luxemburgo", concluiu a ministra.

Fora do âmbito do PIC estão em cima da mesa outros dois programas entre o Luxemburgo e Cabo Verde: o trabalho com o Fundo Luxemburguês Contra as Drogas para o combate à passagem de droga por Cabo Verde, e um novo projecto para São Tomé e Príncipe.

HB

19/07/2011

Ministra da Cooperação e da Acção Humanitária do Luxemburgo visita Cabo Verde

A ministra da Cooperação e da Acção Humanitária do Luxemburgo, Marie-Josée Jacobs, encontra-se desde hoje numa visita de dois dias a Cabo Verde, no quadro das relações de cooperação e de diálogo político entre os dois países.

O ponto alto desta visita será a realização da Reunião da XII Comissão de Parceria Cabo Verde - Luxemburgo, co-presidida pela ministra da Cooperação e de Acção Humanitária e pelo secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros de Cabo Verde.

Nesse encontro, segundo nota do Ministério das Relações Exteriores de Cabo Verde, vão ser abordados temas de actualidade nacional, regional e internacional, e far-se-á, igualmente, a apreciação global das relações de cooperação bilateral, assim como, as perspectivas de implementação do III PIC (Programa Indicativo de Cooperação).

Durante a sua estada em Cabo Verde, Marie-Josée Jacobs vai rubricar alguns instrumentos jurídicos, nomeadamente o Acordo Bilateral relativo à execução da ajuda orçamental direccionada para o sector da formação profissional relativo a 2011-2015 e um Acordo de Serviços Aéreos.

A governante luxemburguesa visitará, ainda, a ilha do Sal onde vai inteirar-se dos projectos financiados no âmbito dos fundos de contrapartida resultantes da comercialização da ajuda alimentar do Luxemburgo.

Do programa da visita de Marie-Josée Jacobs constam, ainda, a inauguração da Escola de Hotelaria e de Turismo de Cabo Verde (EHTCV), e do mercado de Tarrafal de Santiago, projectos financiados pela cooperação luxemburguesa.

O Grão-Ducado do Luxemburgo é um dos principais parceiros de Cabo Verde e tem vindo, ao longo dos anos, a financiar importantes projectos de desenvolvimento em diversos domínios, com uma forte intervenção na área de infra-estrutura, educação, saúde e água.

Fonte: Inforpress/Fim