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18/12/2011

Bettembourg financia projectos em Cabo Verde

O Município de Bettembourg vai financiar dois projectos nos sectores de extensão da rede de água e da educação submetidos pela Câmara Municipal de São Filipe (ilha de Fogo, Cabo Verde) no quadro da cooperação descentralizada com esse país.

A decisão foi comunicada ao presidente da Câmara Municipal de São Filipe, Eugénio Veiga, esta semana num encontro na Praia em que ficou a saber-se que as acções de cooperação bilateral Luxemburgo/Cabo Verde vão ter início efectivo no princípio de 2012 com projectos na área de água e saneamento.

São Filipe deve igualmente beneficiar de intervenções no sector da educação, cujo projecto está orçado em cerca de 15 mil contos cabo-verdianos e prevê a ligação de luz eléctrica nas escolas ainda não contempladas, construção ou melhoria das instalações sanitárias, capacitação de professores na área de informática e aquisição de computadores para equipar as escolas do município.

No domínio da água, o financiamento é superior a 15 mil contos e vai contemplar a extensão da rede de água a partir de Inhuco até Ribeira Filipe que, no quadro da utilização do fundo de contrapartida da ajuda alimentar luxemburguesa, vai ser alargada até Campanas de Cima, cobrindo assim quase todas as localidades do município.

Esses dois projectos já se encontram no Ministério da Cooperação do Luxemburgo e têm já financiamento garantido, devendo o fundo de contrapartida da ajuda alimentar do Luxemburgo financiar outros dois projectos já acordados: a extensão de água até Campanas de Cima e a construção do matadouro na cidade de São Filipe.

Ao todo, explicou Eugénio Veiga, São Filipe vai receber da Cooperação luxemburguesa cerca de 70 mil contos para os quatro projectos.
Fonte: Inforpress

01/12/2011

"Temos de investir na educação dos filhos e isso não é só com dinheiro"

Os pais estiveram atentos aos conselhos
de Lúcio Cabral e querem mais
 Maior acompanhamento escolar por parte dos pais, melhor conhecimento da nova linguagem dos filhos, noção da identidade cultural, responsabilidade do emigrante, mas também boas práticas da sociedade de acolhimento podem ser a chave para o sucesso educativo das crianças cabo-verdianas no Luxemburgo.

Estas foram algumas das conclusões da primeira mesa-redonda sobre a educação, integração e cultura cabo-verdianas, levada a cabo pela Associação dos pais de alunos de origem cabo-verdiana (Apadoc), este domingo, no Centre Sociétaire, na capital luxemburguesa.

Para combater o insucesso escolar, o trabalho com os pais parece ser a prioridade tanto em Cabo Verde, em Portugal, como no Luxemburgo, defendeu o painel de especialistas.

"A nível de ensino, a conclusão a que chegamos é que o maior problema é a falta de empenho, no sítio certo, dos pais. Daí a importância deste trabalho da Apadoc para explicar aos pais o ‘abc’ da escola, o que ela é, para que serve, como está organizado o sistema de ensino e como chegar à linguagem dos iPhone's, Ipad's e Ipod's dos filhos de hoje em dia", refere a linguista Aleida Vieira.

"A presença do pai e da mãe, juntos, nas reuniões, vai dar ao professor um maior reconhecimento como autoridade e, por outro lado, dá motivação ao aluno no estudo. Os professores precisam da ajuda dos pais e se estes não aparecem nas reuniões, os professores 'marimbam-se' para os alunos", sustenta o professor Lúcio Cabral.

A par desta questão, é preciso também trabalhar a identidade cultural para se poder descobrir e aceitar o outro.

"Como diz o ditado: ‘aquilo que o berço dá, só a cova pode tirar'. A família tem um papel importante na transmissão da cultura e se um indivíduo é culturalmente bem formado, vai estar aberto às outras culturas e vai ser mais bem-sucedido na integração", acrescenta Lúcio Cabral.

A personalidade do aluno, o esforço na aprendizagem de uma das línguas locais, o sentido de responsabilidade enquanto emigrante também podem ter influência nesta dinâmica. Da parte da sociedade de acolhimento também se esperam boas práticas que conduzam ao sucesso escolar e não ao insucesso. Sendo o sistema educativo idêntico ao cabo-verdiano, em Portugal não existem entraves a nível do sistema para os alunos cabo-verdianos. Já no Luxemburgo o mesmo não se pode dizer.

Em Portugal, o maior problema são os guetos, diz Aleida Vieira
"O grande problema em Portugal são os bairros sociais, os tais guetos e outras questões sociais. Aqui no Luxemburgo isso não acontece, mas pode vir a acontecer. Não existem aqueles 'prédios-prisões' como em Portugal, mas há zonas em que se pode dizer ‘isto aqui é dos portugueses, ali é dos italianos'. Este é um ponto que o Luxemburgo deve combater para não se chegar ao nível extremo de Portugal", sustenta a linguista Aleida Vieira.

Se esta estrutura urbana pode ser uma ameaça, o sistema educativo luxemburguês é já uma dificuldade para muitos alunos cabo-verdianos.

"O sistema educativo luxemburguês começa por privilegiar a fala do luxemburguês e o alemão entra logo na primária. A língua francesa é introduzida no terceiro ano e o alemão regressa no secundário", refere a técnica do ministério da Educação do Luxemburgo, que esteve na assistência, Cidália Monteiro.
"O alemão acaba sempre por dominar, mas se o sistema permitisse aulas no ensino secundário também em língua francesa, para os alunos mais propensos à francofonia, seria mais fácil para muitos alunos conseguirem os seus objectivos. Mas isto é uma utopia", desabafa a funcionária do ministério da Educação.

Mas para alcançar o sucesso escolar, é imprescindível que os pais cabo-verdianos estejam "informados".
"Têm de saber o que os filhos estão a estudar e porquê são encaminhados para 'vendeuse‘ ou outros cursos técnicos. Têm de ir à escola e dizer não, se for preciso. Dizer que o filho quer ir para a faculdade e que tem essa capacidade. Se isso acontecer, muitos filhos vão sentir essa protecção dos pais, e vai ser mais fácil realizar os seus sonhos", defende Aleida Vieira.

É o futuro dos filhos que está em causa, mas dos pais também. "Temos de investir na educação dos filhos e isso não é só com dinheiro. O tempo é importante. Temos de acompanhar os nossos filhos e fazê-los ver a importância dos estudos porque, senão, mais tarde são os pais que vão continuar a sustentar os filhos já adultos, quando deviam estar formados e a trabalhar. O investimento na educação tem de começar desde cedo para que mais tarde os custos não venham a ser maiores", exorta Lúcio Cabral.

A Encarregada de Negócios da embaixada de Cabo Verde, Clara Delgado, esteve também presente para saudar a iniciativa da Apadoc e aproveitou para reconhecer os "bons e experientes quadros cabo-verdianos que vieram discutir com os pais temas prementes, pois fala-se muito do insucesso escolar no Luxemburgo". Clara Delgado defende que "sem educação não há integração e sem integração será difícil educar-se". Para a presidente da Apadoc, Joana Ferreira, "este é o primeiro de outros sucessos que virão", mas ainda assim precisa de "mais apoio dos pais para uma tarefa que é de todos". 
HB

15/01/2011

ONU apoia programa de segurança alimentar escolar em Cabo Verde


As Nações Unidas, em parceria com o governo de Cabo Verde, lançam esta sexta-feira um programa de apoio à segurança alimentar e nutrição escolar no país.

A iniciativa é financiada pelo governo do Luxemburgo e envolve US$ 5,6 milhões, a serem aplicados até 2014.

Integração

O desenvolvimento do projeto inclui o Programa Mundial da Alimentação, o Fundo para Agricultura e Alimentação, Fundo das Nações Unidas para a Infância e a Organização Mundial da Saúde.

Em entrevista à Rádio ONU, na cidade da Praia, o representante da FAO em Cabo Verde, Frans Van De Ven, disse que o trabalho, pioneiro por integrar várias agências no país, vai servir mais de 80 mil crianças.

"É o primeiro programa comum da ONU que envolve o PMA, FAO, Unicef e Organização Mundial da Saúde. Pretende dar uma resposta a necessidade de consolidar e de continuar a reforçar todo o programa nacional de alimentação escolar. O programa teve apoio do PMA durante os últimos 30 anos. Agora passou completamente para a responsabilidade do governo que precisa de assistência técnica", disse.

Economia Local

Segundo o representante, a assistência técnica a ser prestada pela ONU vai permitir consolidar e aprofundar o programa, que será desenvolvido em ligação com a economia local.

"Criar valores para permitir aos produtores locais, que participem no abastecimento do Programa Nacional de Alimentação Escolar. Dar uma educação nutricional e, ao mesmo tempo, permitir que haja uma componente de hortas escolares como mecanismo e instrumento educativo ao lado das escolas", sublinhou.

Segundo o Escritório da ONU em Cabo Verde, o programa visa consolidar os Objectivos do Milénio ao garantir a escolarização das crianças do arquipélago.

16/12/2010

Alunos estrangeiros no Luxemburgo na cauda do sistema educativo

Três anos após o último estudo PISA, Luxemburgo mais uma vez mostra resultados decepcionantes que ilustram a dificuldade de integração dos estudantes estrangeiros.
Os dados do estudo da OCDE revelam que os estudantes do Luxemburgo estão abaixo da média, que avalia a compreensão da leitura, a matemática e as ciências.

O sentimento de decepção, à hora da apresentação dos resultados foi patente na ministra da educação Mady Delvaux-Stehres.
“Estou decepcionada por esta estagnação. É a motivação que é dramática. Não chegamos a passar aos alunos o hábito de leitura”, lamenta a ministra.
Vários representantes partidários (Déi Gréng, DP, etc.) vieram também a terreiro criticar a política de educação do governo, reclamando um reforma no sistema.

A situação única no Luxemburgo, é uma verdadeira dor de cabeça para o sistema escolar, que não tem encontrado uma solução milagrosa para os últimos 20 anos. Um record de taxa de estudantes estrangeiros, um trilinguísmo nem sempre fácil de gerir, alfabetização numa língua estrangeira, todos os ingredientes estão presentes para fazer uma política educação nacional quase insolúvel. O problema aumenta e o mau resultado neste estudo PISA não tranquiliza as autoridades públicas nem famílias, mesmo tendo em conta a situação única do Luxemburgo em comparação com outros países que ensinam apenas num idioma.

O desafio da integração dos estudantes estrangeiros.
Com quase 37% dos estudantes estrangeiros, um número que continua a aumentar, o desafio é enorme: a integração dos alunos que não têm o alemão ou luxemburguês como língua materna. A ênfase deve ser colocada, em primeiro lugar, numa das línguas nacionais aquando da alfabetização. Se a tendência é seguir o alemão, a selecção do francês deve ser dirigida mais para os romanófonos (portugueses, franceses, italianos, etc.), porque para eles “o alemão não é intuitivo", lembra a ministra.

A luta contra a repetição e o atraso escolar, foram dois aspectos apontados ao Luxemburgo pelos peritos que realizaram o PISA 2009. Além disso, directamente ou não, os relatores do estudo põem também em causa o sistema escolar luxemburguês, por estigmatizar os alunos não germanófonos e de estratos sociais mais desfavorecidos.

"Mais do que a língua, é o estatuto social que se apresenta como handicap para a maioria dos estudantes. Factores da língua e da imigração paradoxalmente têm menos valor. O nosso objectivo deve ser o de reduzir as desigualdades sociais", disse a ministra.

No Luxemburgo, as diferenças de desempenho entre estudantes locais e os estudantes estrangeiros são mais pronunciados do que na média da OCDE. Em todas as três áreas avaliadas, os alunos locais estão largamente à frente dos colegas estrangeiros: 25 pontos para a compreensão escrita e matemática e 30 pontos para a cultura científica. Estas diferenças correspondem a um atraso na aprendizagem de um pouco mais de uma metade de um ano escolar. Estas diferenças são ainda mais significativas quando observamos as condições socioeconómicas. Alunos provenientes de um ambiente favorável têm até dois anos lectivos de vantagem face aos alunos mais desfavorecidos.

Mas o quadro não é muito negro. Ao contrário de outros países, o Luxemburgo pode sempre afirmar ser capaz de oferecer aos seus alunos avaliação em duas línguas: o plurilinguismo continua a ser uma realidade e um trunfo para o Grão-Ducado, onde os alunos falam pelo menos dois idiomas.

No âmbito do estudo PISA, o Luxemburgo optou por realizar um estudo nacional adicional para comparar a compreensão dos alunos na escrita do alemão e Francês. Concluiu-se que os estudantes que preferiam o francês não são estimulados ao máximo do seu potencial de aprendizagem e que falta saber quais os factores que jogam contra os alunos romanófonos no ensino do francês, já que os germanófonos se encontram melhores.

DIFERENÇA
O estudo descobriu que os estudantes estrangeiros não germanófonos económica e culturalmente desfavorecidos recebem, em média, entre 120 e 140 pontos a menos que os alunos locais, germanófonos e favorecidos.
Uma lacuna de aprendizagem de três anos.

CIDADÃOS DESDE TENRA IDADE
Além da linguagem e da ciência, as escolas básicas e secundárias são também transmissores também de valores morais e de cidadania. Desde 2008, cerca de 30 mil euros foram dispensados para formar melhor os alunos nas áreas de educação para a cidadania e Direitos Humanos. Um investimento útil, porque, em comparação com outros países, o Grão-Ducado também nesta matéria faz má figura.
HB

30/11/2010

Escola Lusófona no Luxemburgo, novamente o debate

A 18 de Novembro o Governo luxemburguês aprovou uma verba de 160 milhões de euros para financiar uma escola francesa. Esta decisão veio reacender a discussão da criação de uma escola lusófona no Grão-Ducado.
( http://bomdia.news352.lu/edito-9057-estado-luxemburgues-recusa-escola-portuguesa-e-da-160-milhoes-para-liceu-privado-frances.html )

Como reacção, a Confederação da Comunidade Portuguesa no Luxemburgo (CCPL) organizou já ontem uma reunião para debater esta questão. Esperamos mais tarde obter alguma reacção por parte dos dirigentes da CCPL sobre esta matéria, bem como por parte dos serviços consulares cabo-verdianos, dado que a nossa comunidade cabo-verdiana não pode ignorar a lusofonia.

No entanto, já foi criado um espaço social no facebook , aberto a debates sobre este tema: 
http://www.facebook.com/profile.php?id=100001903428411  

«Este espaço serve para que todos aqueles que acreditam que uma escola lusófona pode permitir o sucesso escolar dos alunos, independentemente da sua classe social.

O projecto de Escola Portuguesa surgiu no Luxemburgo há dois anos e foi vetado por ser "contrário à integração".

Parece que as políticas governamentais luxemburguesas apontam para uma integração "à deux vitesses" – une de première classe, pour nos amis francophones et une autre, pour les "derniers de la classe, les mauvais élèves" – nous les lusophones?

Haverá esquizofrenia quando se fala do conceito de ghetto? Há ghetto quando se aponta para a comunidade lusófona, mas não o há quando falamos de francofonia.

Parafraseando Denis Scuto, “Será que as questões sobre a integração são colocadas na forma correcta. Isto é, quando nos perguntam se os Portugueses estão integrados, ou se eles se sentem integrados, a pergunta a fazer não seria "se achamos que têm havido políticas justas e adequadas propícias à integração"!

Já passámos quadro décadas à espera que nos proporcionassem a integração, mas apontando com o dedo para "o gehtto" que supostamente construímos e que em nada corresponde à realidade.

Será que a "verdadeira integração" não passa pela criação de uma Escola lusófona que permita uma ascensão social e económica? Uma escola onde se aprenda também o Luxemburguês e a História do Luxemburgo, factores importantes da identidade nacional.

Independentemente do método, o importante é o sucesso escolar.»
HB