18/12/2010

Manuel Inocêncio Sousa de visita ao Luxemburgo

O candidato presidencial da área política do PAICV, Manuel Inocêncio Sousa, já se encontra no Luxemburgo. Essa visita de Inocêncio Sousa surge a convite do núcleo de apoio à sua candidatura naquela região da Europa, dirigido por Antão Freitas.

O aspirante ao Palácio de Plateau deverá cumprir nestes dias um vasto programa de contactos com a comunidade cabo-verdiana e suas organizações representativas no Luxemburgo. Tudo com o propósito de mobilizar apoios para o seu projecto presidencial junto dos crioulos residentes no Grão-Ducado do Luxemburgo.

Manuel Inocêncio Sousa teve ontem uma série de encontros com associações de cabo-verdianos na cidade de Ettelbruck. Para hoje está marcada uma reunião idêntica com as organizações representativas de cabo-verdianos na capital Luxemburgo. Já à noite, está previsto um jantar alargado aberto à comundade també na capital. Inocêncio Sousa deverá, depois de ouvir as declarações de incentivo à sua candidatura por parte de um grupo de cidadãos, agradecer os presentes por tal gesto.

Constam ainda do seu programa para a tarde de domingo, mais dois encontros com a nossa comunidade: um na região norte e o outro na capital Luxemburgo. O programa da segunda-feira, 20, será preenchido com contactos sociais personalizados. Manuel Inocêncio Sousa regressará a Cabo Verde na madrugada do mesmo dia.

Bancos de investimento da Europa e de África ultimaram acordo de financiamento a Cabo Verde

Os bancos de investimento europeu e africano ultimaram esta quarta-feira, no Luxemburgo, o acordo de financiamento de 45 milhões de euros para desenhar, construir e operar parques de energia eólica em quatro ilhas de Cabo Verde, anunciou a instituição europeia.
O projecto terá capacidade para gerar 28 megawatts de energia eléctrica e, sendo um dos maiores do género em África, ajudará o governo local a atingir o objectivo de ter 25 por cento das necessidades energéticas garantidas por energias renováveis até 2012 e 50 por cento até 2020.

O comunicado do Banco Europeu de Investimento (BEI) adianta que o projecto está a ser desenvolvido pela InfraCo, numa parceria público-privada entre o governo de Cabo Verde e a Electra - Empresa de Electricidade e Água de Cabo Verde.

Nos termos do acordo de financiamento, o BEI contribuirá com 30 milhões de euros e o Banco de Desenvolvimento Africano com 15 milhões de euros para o projecto que necessitará de um investimento de 65 milhões de euros.

16/12/2010

Alunos estrangeiros no Luxemburgo na cauda do sistema educativo

Três anos após o último estudo PISA, Luxemburgo mais uma vez mostra resultados decepcionantes que ilustram a dificuldade de integração dos estudantes estrangeiros.
Os dados do estudo da OCDE revelam que os estudantes do Luxemburgo estão abaixo da média, que avalia a compreensão da leitura, a matemática e as ciências.

O sentimento de decepção, à hora da apresentação dos resultados foi patente na ministra da educação Mady Delvaux-Stehres.
“Estou decepcionada por esta estagnação. É a motivação que é dramática. Não chegamos a passar aos alunos o hábito de leitura”, lamenta a ministra.
Vários representantes partidários (Déi Gréng, DP, etc.) vieram também a terreiro criticar a política de educação do governo, reclamando um reforma no sistema.

A situação única no Luxemburgo, é uma verdadeira dor de cabeça para o sistema escolar, que não tem encontrado uma solução milagrosa para os últimos 20 anos. Um record de taxa de estudantes estrangeiros, um trilinguísmo nem sempre fácil de gerir, alfabetização numa língua estrangeira, todos os ingredientes estão presentes para fazer uma política educação nacional quase insolúvel. O problema aumenta e o mau resultado neste estudo PISA não tranquiliza as autoridades públicas nem famílias, mesmo tendo em conta a situação única do Luxemburgo em comparação com outros países que ensinam apenas num idioma.

O desafio da integração dos estudantes estrangeiros.
Com quase 37% dos estudantes estrangeiros, um número que continua a aumentar, o desafio é enorme: a integração dos alunos que não têm o alemão ou luxemburguês como língua materna. A ênfase deve ser colocada, em primeiro lugar, numa das línguas nacionais aquando da alfabetização. Se a tendência é seguir o alemão, a selecção do francês deve ser dirigida mais para os romanófonos (portugueses, franceses, italianos, etc.), porque para eles “o alemão não é intuitivo", lembra a ministra.

A luta contra a repetição e o atraso escolar, foram dois aspectos apontados ao Luxemburgo pelos peritos que realizaram o PISA 2009. Além disso, directamente ou não, os relatores do estudo põem também em causa o sistema escolar luxemburguês, por estigmatizar os alunos não germanófonos e de estratos sociais mais desfavorecidos.

"Mais do que a língua, é o estatuto social que se apresenta como handicap para a maioria dos estudantes. Factores da língua e da imigração paradoxalmente têm menos valor. O nosso objectivo deve ser o de reduzir as desigualdades sociais", disse a ministra.

No Luxemburgo, as diferenças de desempenho entre estudantes locais e os estudantes estrangeiros são mais pronunciados do que na média da OCDE. Em todas as três áreas avaliadas, os alunos locais estão largamente à frente dos colegas estrangeiros: 25 pontos para a compreensão escrita e matemática e 30 pontos para a cultura científica. Estas diferenças correspondem a um atraso na aprendizagem de um pouco mais de uma metade de um ano escolar. Estas diferenças são ainda mais significativas quando observamos as condições socioeconómicas. Alunos provenientes de um ambiente favorável têm até dois anos lectivos de vantagem face aos alunos mais desfavorecidos.

Mas o quadro não é muito negro. Ao contrário de outros países, o Luxemburgo pode sempre afirmar ser capaz de oferecer aos seus alunos avaliação em duas línguas: o plurilinguismo continua a ser uma realidade e um trunfo para o Grão-Ducado, onde os alunos falam pelo menos dois idiomas.

No âmbito do estudo PISA, o Luxemburgo optou por realizar um estudo nacional adicional para comparar a compreensão dos alunos na escrita do alemão e Francês. Concluiu-se que os estudantes que preferiam o francês não são estimulados ao máximo do seu potencial de aprendizagem e que falta saber quais os factores que jogam contra os alunos romanófonos no ensino do francês, já que os germanófonos se encontram melhores.

DIFERENÇA
O estudo descobriu que os estudantes estrangeiros não germanófonos económica e culturalmente desfavorecidos recebem, em média, entre 120 e 140 pontos a menos que os alunos locais, germanófonos e favorecidos.
Uma lacuna de aprendizagem de três anos.

CIDADÃOS DESDE TENRA IDADE
Além da linguagem e da ciência, as escolas básicas e secundárias são também transmissores também de valores morais e de cidadania. Desde 2008, cerca de 30 mil euros foram dispensados para formar melhor os alunos nas áreas de educação para a cidadania e Direitos Humanos. Um investimento útil, porque, em comparação com outros países, o Grão-Ducado também nesta matéria faz má figura.
HB

13/12/2010

Ami ku Nhos espera resposta do governo há 6 anos

A associação Ami ku Nhos, através do seu presidente - Otílio Moreira, relembra que estão ainda à espera de uma resposta da parte das autoridades luxemburguesas ao pedido de apoio feito há 6 anos. Declarações proferidas este fim-de-semana, à margem da celebração do 10º aniversário da associação, em Schifflange.

Segundo Otílio Moreira, um dos objectivos da associação é precisamente “conseguir um local onde possamos estar unidos como hoje aqui no aniversário, seja também para um casamento, baptizado ou fim-de-semana de convívio. Mais do que dinheiro é disto que precisamos.” Lamenta a falta de apoio “principalmente dos cabo-verdianos porque não contamos com a ajuda do governo luxemburguês. Há 6 anos que esperamos uma resposta e até agora nada.”

Aproveita para deixar claro que “não precisamos de dinheiro para nós, mas sim para ajudar em Cabo Verde. Pedimos apoio e se alguém quer ajudar, ajuda. Se não quer ajudar, fazemos o que podemos.”
“Em todos pedidos que fazemos encontramos sempre alguém à nossa frente e temos de esperar a nossa vez. Até agora não encontramos nenhuma ajuda e tudo o que fazemos é do nosso trabalho, do nosso bolso por amor a Cabo Verde”, acrescenta.
A associação conta já com alguns contactos em Santa Catarina (Cabo Verde) e espera futuramente “ajudar as crianças em Cabo Verde que não têm meios para frequentar a escola. Não queremos que essas crianças sigam como os seus pais e que pelo menos aprendam a escrever o nome no papel.”

Um outro objectivo é “passar aos nossos filhos que nasceram no Luxemburgo a tradição cabo-verdiana para saberem quem somos.” Se a dança e as batukadeiras são um exemplo da força desta associação, é o grupo intergeracional dos seus associados que joga um papel importante nessa transmissão de valores, algo ímpar no seio associativo cabo-verdiano presente no Grão-Ducado.

Questionado sobre o papel da Federação das Associações Cabo-verdianas no Luxemburgo para conseguir esse espaço para todas as associações, Otílio Moreira diz que “é boa ideia, mas as associações teriam que se organizar para cada uma fazer as suas actividades sem sobreposição.”
Contudo, ainda não fazem parte da FACVL porque “não podemos andar sempre atrás deles. Já o fizemos, mas eles também têm de vir até nós. Queremos ajudá-los, mas eles têm que nos ajudar.”
“O problema é de comunicação”, lamenta.

Nestes 10 anos de existência, Ami ku Nhos tem demonstrado trabalho com 7 participações no Festival da Imigração, 4 presenças na Festa de Integração em Schifflange, duas participações na Festa da Integração em Belvaux e Sandweiler.
Neste momento contam com 75 membros activos.

A 15 de Janeiro, organizam em Paffental a missa de Stº Amaro, pelas 18h, seguido de jantar às 20h nesta mesma sala (Hondsport Club, Schifflange).
HB

Carmen Souza (en)cantou Luxemburgo

Com sala cheia na Philarmonie, Carmen Souza subiu ao palco vestida de luz, esta sexta-feira, acompanhada pelo eterno companheiro Theo Pascal, um dos mais talentosos e inspirados músicos / compositores / produtores portugueses e pelo enérgico pianista nigeriano Jonathan Idiagbonya.

Do novo álbum “Protegid” ouviram-se músicas como M’sta Li Ma Bo, Tentê Midj, Song fot my father, etc. e trabalhos do álbum anterior como Confiança, Verdade, entre outros. Duas horas e meia a deliciar o puro “estilo Carmen Sousa”.

De registar a sua grande amplitude vocal, que metaforicamente abrangia todo um público ecléctico e com pouquíssimos cabo-verdianos.

Em entrevista à Cabolux/Contacto, Carmen Souza falou-nos de “Protegid”.
“Gravamos no Canadá, Portugal, Paris, Londres, etc. porque estávamos em tournée. Decidimos trazer o estúdio connosco e todos estes sítios e estes músicos de vários países também trouxeram um pouco daquilo que é deles para a nossa música e isso tornou tudo mais interessante e cada vez temos mais improvisação, novos instrumentos.”

Respondendo à questão se se sentia uma cantora protegida, Carmen sorri e “agradeço a Deus todos os dias por isso. É um sentimento muito especial porque sinto que desde o início da minha vida fui protegida. Sempre tive pessoas à minha volta que cuidaram de mim e continua a ser assim. Tenho o Theo, tenho a minha manager e toda uma equipa de pessoas que percebem o que quero fazer e o que sou e seguem esta missão.”

Não se furtando aos elogios da crítica, que a vêem como a nova embaixadora da voz cabo-verdiana, a cantora não se deixa deslumbrar. “Temos construído as coisas com calma e não temos pressa. As pessoas, de certa forma, percebem aquilo que está a ser feito, mas estar a assumir ser a voz de Cabo Verde, hum... costumo dizer que sou voz de mim própria. Tenho todo o orgulho em misturar o batuke e a coladera na minha música, mas é tudo com o meu touch.”

Difícil de catalogar é o seu estilo musical porque “é um bocado limitador, mas para que as pessoas possam sintetizar o que fazemos... é Cabo Verde jazz, mas existem outros ritmos Afro envolvidos.”
Carmen Souza e Theo Pascal

Theo Pascal reforça: “há todo um conceito de liberdade, mas apesar do risco, dá-nos prazer e sentimo-nos muito mais honestos. Ela já tem três discos e todos deram frutos fortes e em frentes diferentes e alguns comuns e isso é o estilo Carmen Souza.”

A curto-médio prazo esperam-se novos projectos. “Um deles é o duo com o Theo, em que trazemos a primeira visão que tivemos das músicas. É muito cru e intimista.”

“A Carmen e eu estamos também a fazer pesquisas num projecto que será baseado na música de Cabo Verde e lusófona e a influência que o norte de África teve em Portugal. São as nossas raízes e queremos fazer essa ligação”, remata Theo.

Da partilha da sua mensagem com o público, Carmen diz que “a sensação é óptima, mas o mais importante é que no fim do concerto as pessoas se sintam diferentes. Esse é o feedback que temos recebido ao longo das tournées.”

Sobre o público cabo-verdiano, “dizem que isto é algo completamente novo, mas gostam. Espero poder chegar a eles também porque o meu crioulo é uma mistura do S. Antão, do badiu e tudo mais. Gosto de brincar com a musicalidade do crioulo, mas o que me importa é a musicalidade e a mensagem”, refere Carmen.

Veja a entrevista na íntegra:
http://www.slideshare.net/cabolux/entrevista-carmen-souza
HB

12/12/2010

Cabo Verde vai ser o primeiro país a receber ajuda orçamental do Luxemburgo

Cabo Verde vai ser o primeiro país a receber ajuda orçamental por parte de Luxemburgo, disse esta semana à Inforpress, o representante da Cooperação Luxemburguesa na Cidade da Praia, Thierry Lippert.
De acordo com Thierry Lippert, essa nova forma de cooperação entre Cabo Verde e Luxemburgo, a ser inaugurada em 2011, é o reconhecimento do “bom trabalho” que o país vem fazendo ao nível da gestão das contas públicas.

“Creio a ajuda orçamental é melhor forma de ajudar no desenvolvimento de um país. Mas o problema é que nem todos apresentam um nível aceitável em termos de gestão das contas públicas”, disse, adiantando que depois de uma análise do caso cabo-verdiano constatou-se que há as condições para essa modalidade de ajuda.

“Para nós foi uma grande decisão porque é a primeira vez que fazemos isso”, precisou Thierry Lippert.

Luxemburgo disponibilizou a Cabo Verde um total de 53 milhões de euros de 2006 a 2010, referentes ao II Programa Indicativo de Cooperação (PIC 2001-2010), com uma avaliação “bastante positiva”, conforme Thierry Lippert.

“Luxemburgo em 2006 prometeu 45 milhões de euros para os projectos até 2010. Já desembolsamos 53 milhões. Isto é uma indicação que os projectos se desenvolvem muito bem”, frisou aquele responsável em entrevista à Inforpress.

Através do III PIC, a vigorar de 2011 a 2015, assinado no mês de Julho, aquele país europeu vai disponibilizar ao arquipélago cabo-verdiano um total de 60 milhões de euros, um aumento de 33 por cento face ao PIC anterior.

A formação profissional, investimentos nos sectores da criação de emprego, micro-finanças para a promoção do auto-emprego, água, energias renováveis, a saúde escolar e o programa de cantina escolar são as áreas prioritárias desse novo programa.

Após as eleições, a representação de Luxemburgo na Cidade da Praia vai reunir-se com o novo Governo para juntos definirem as actividades concretas a serem desenvolvidas, adiantou Thierry Lippert.

Além da cooperação bilateral vai-se dar início em 2011 a um relacionamento trilateral com o envolvimento Tomé e Príncipe, através de uma cooperação Norte/Sul/Sul.

Fonte: Inforpress/Fim

11/12/2010

Cabo Verde mais perto da Europa

Mindelo será palco de um fim-de-semana histórico onde se espera, já amanhã, a criação da região da Macaronésia, com Açores, Madeira e Canárias.

Esta cimeira constitutiva da Macaronésia, segundo o primeiro-ministro José Maria Neves, vai permitir o incremento da cooperação cabo-verdiana com Portugal e Espanha e, sobretudo, com os restantes três arquipélagos.

"Estou particularmente satisfeito com a possibilidade de podermos criar a região da Macaronésia e criar condições para uma forte cooperação entre quatro arquipélagos que têm muito em comum", disse.

"Abre possibilidades de cooperação em áreas como os transportes aéreos e marítimos, tecnologias de informação e comunicação, segurança marítima, investigações oceanográficas, ensino superior, ciência e cultura e também as questões ambientais", salientou.

Falando da "grande vitória da diplomacia cabo-verdiana" e reivindicando a autoria da proposta, "prontamente aceite por Portugal e Espanha", o primeiro-ministro de Cabo Verde salientou a importância da iniciativa, reiterando a intenção de criar uma zona de paz, estabilidade e desenvolvimento económico.

"É um dos maiores ganhos da diplomacia cabo-verdiana, porque vamos conseguir criar uma âncora fundamental para Cabo Verde, para o crescimento económico e para a competitividade da economia cabo-verdiana, mas sobretudo para a criação de uma zona de paz, de estabilidade e de cooperação para o desenvolvimento para esta região do Atlântico", sublinhou.

Hoje e amanhã, vários temas possíveis de cooperação política e empresarial vão ser tratados pelas partes envolvidas neste projecto.

A presidir à reunião inaugural estará José Maria Neves, como anfitrião da Cimeira, que contará com a presença do chefe da diplomacia portuguesa, Luís Amado, do 3.º vice-presidente do Governo espanhol e de representantes das autoridades dos Açores, Madeira e Canárias.

A UE e a CEDEAO estarão representadas na Cimeira e contam com o estatuto de observadores.

09/12/2010

Carmen Souza na Philarmonie - concerto a não perder

O concerto da nova voz de Cabo Verde está marcado para esta sexta-feira, às 20h na Philarmonie.

Carmen Souza faz-se acompanhar por Theo Pascal e não só, num concerto que promete!
Espera-se bom ambiente e uma noite de feita de sonoridades ao melhor estilo de Carmen Souza.

Mais informações:

08/12/2010

2011 - ano quente para o turismo cabo-verdiano

Vários operadores turísticos europeus estão a operar voos adicionais para Cabo Verde nesta temporada de inverno, devido à crescente popularidade das ilhas de Cabo Verde no mercado turístico.

Cabo Verde foi um dos poucos destinos turísticos capazes de experimentar um forte aumento no número de visitantes durante a crise financeira de 2008-2009.
A indústria reduziu os preços para garantir o seu crescimento no mercado europeu e se tornou um dos destinos de inverno mais importantes para os turistas.

O crescimento da indústria do turismo em Cabo Verde, que actualmente está a abrir um resort após o outro, espera-se ser importante este ano. Em mercados maiores, os operadores têm planeado há muito tempo o aumento nas ligações a Cabo Verde para este inverno.
Agora, parece claro que este crescimento será ainda maior do que o previsto, estando muitas operadoras a anunciar voos adicionais para Cabo Verde como resposta a esta procura.

A última das empresas europeias a anunciar voos extras para a ilha do Sal, Cabo Verde, durante a época do Natal foi a LuxairTours, que vai começar a operar a partir do dia 20 deste mês.

Ao longo deste ano, Cabo Verde tem recebido excelentes críticas na imprensa europeia especializada em viagens e tem sido recomendada como um destino de inverno razoavelmente económico e com temperaturas quentes em muitas revistas de viagens na Alemanha, Grã-Bretanha, Itália, Espanha e Escandinávia.

Ainda recentemente, Cabo Verde foi notícia em Inglês e Francês na guia "Lonely Planet", que citou o arquipélago como um dos mais "quentes" do mundo em 2011. "Montanhas verdes em terraços, um vulcão que se eleva até as nuvens, desportos aquáticos de classe mundial e festivais," resume o livro, chamando as ilhas de Cabo Verde como o "as novas ilhas Canárias".

Além dos voos adicionais por operadores turísticos, voos regulares para Cabo Verde também têm visto um aumento acentuado em 2010, com ligações melhoradas, especialmente para a Espanha e Reino Unido.

07/12/2010

Cabo Verde: Cooperação Portuguesa disponibiliza 100 mil euros para financiamento de projetos dos emigrantes

O Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento (IPAD) vai disponibilizar ao IEFP cabo-verdiano 100 mil euros para o financiamento de iniciativas dos emigrantes cabo-verdianos residentes na Europa que queiram investir em Cabo Verde.

A informação foi avançada à agência Inforpress pelo presidente do Conselho de Administração do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), Anastácio Silva, momentos antes da assinatura do protocolo que formaliza a disponibilização da verba.

“O acordo insere-se dentro do projeto CAMPO e tem a ver com a gestão desse fundo, que vai ser utilizado para financiar iniciativas dos nossos emigrantes que se encontram na Europa, mais concretamente em Portugal e Espanha, e que queiram fazer o seu investimento aqui em Cabo Verde”, adiantou.

O Centro de Apoio ao Migrante no País de Origem (CAMPO) instalou-se em 2009 na Cidade da Praia, visando dar apoio aos que pretendem procurar emprego em Portugal ou a emigrantes que queiram voltar para o país de origem.

O CAMPO é uma iniciativa de Portugal e Espanha, enquadrada na Parceria para a Mobilidade estabelecida entre Cabo Verde e a União Europeia (UE) em Junho de 2008, e visa promover uma melhor gestão dos fluxos migratórios entre os “27” e Cabo Verde.

O CAMPO vai apresentar aos candidatos as alternativas à emigração existentes em Cabo Verde, como oportunidades de qualificação profissional, formação ou acesso a projetos de micro crédito.

Outra componente é a reintegração dos cidadãos na diáspora que desejem regressar a Cabo Verde, com o CAMPO a trabalhar em parceria com várias instituições nacionais para identificação de oportunidades formativas ou de negócio, contas especiais emigrante e acesso ao crédito.

Até junho último, o CAMPO prestava apoio apenas a jovens que queriam estudar em Portugal, tendo já assistido 1300 pessoas.

A par do IPAD, o IEFP cabo-verdiano assinou também um outro protocolo com a Organização das Mulheres de Cabo Verde (OMCV), instituição que o vai coadjuvar na gestão desse fundo.

Segundo Anastácio Silva, o IEFP vai ocupar-se da gestão efetiva dos recursos, nomeadamente a planificação, execução e o seguimento dos projetos, e a OMCV vai apoiar os emigrantes na identificação, elaboração das iniciativas e dos planos de negócio.

Anastácio Silva adiantou ainda que os projetos a financiar serão selecionados em função da agenda de transformação do país, que já define as principais áreas de desenvolvimento, entre elas o turismo, tecnologias do mar e da terra, economia da cultura e transformação dos produtos agrícolas.

O primeiro protocolo foi assinado pelo presidente do IEFP, Anastácio Silva, e pela embaixadora de Portugal em Cabo Verde, Graça Andresen Guimarães, em representação do IPAD, enquanto o segundo documento foi rubricado por Anastácio Silva e pela presidente da OMCV, Idalina Freire.

Fonte: Ag. Infopress

05/12/2010

Associação Ami Ku Nhos celebra 10° aniversário

Para celebrar uma década de existência, a Associação "Ami Ku Nhos" organiza no próximo Sábado, 11 de Dezembro, uma festa-convívio que terá lugar na Hond-Sport Club (Rua Hédange, em Schifflange ), pelas 15 horas.

Para corresponder às expectativas, não faltarão as especialidades cabo-verdianas e a música e dança da terra prometem trazer mais gosto ao resto do dia. O convite fica desde já lançado a todos os membros e simpatizantes, que devem confirmar a sua participação através dos telefones 27991406, 621220007 ou 661616104.

Fundada em 2000, a associação Ami Ku Nhos é uma associação baseada no respeito, amizade e cultura. Embora a maioria dos seus membros seja de origem cabo-verdiana, a sua abertura tem permitido a sua participação em grandes eventos interculturais organizados no Luxemburgo.

As suas actividades têm sido executadas através de uma abordagem responsável, focada na promoção da cultura cabo-verdiana - dança, teatro, gastronomia - em relação à cultura de acolhimento. Desta forma, a associação participa todos os anos no Festival das Migrações, Culturas e Cidadania, organiza festas e refeições interculturais.
HB

02/12/2010

Cooperação luxemburguesa financia 1.ª escola de turismo em Cabo Verde

A primeira Escola de Hotelaria e Turismo de Cabo Verde (EHTCV), financiada em cerca de 8 milhões de euros pela cooperação luxemburguesa, inicia actividade no primeiro trimestre de 2011, garante a directora da instituição.

Fátima Timas indica que a escola, com uma área de 4.743 metros quadrados, situada na Cidade da Praia, está dividida em diversos núcleos, sendo que no primeiro estão as salas de aula teóricas, de informática, sala de professores, biblioteca, zonas técnicas, parque automóvel e pátio. No segundo bloco funciona a pastelaria e padaria, cozinhas, cais de carga e descarga, economato, oficina de manutenção, lavandaria e vestiários para formadores e alunos. No terceiro núcleo situa-se o restaurante e bar de aplicação, a sala de banquetes e outra polivalente, um terraço, com esplanada, e o bar dos alunos.

Em 2011 a escola vai receber cerca de 500 alunos, em que 200 deles estarão em formação inicial, 100 em contínua e 180 em especialização, cursos desenvolvidos para licenciados ou quadros que já trabalham no sector.

Recepção e Governação, Cozinha e Pastelaria e Restaurante e Bar são os cursos a serem abertos. Ainda na área do turismo, mas para uma fase posterior, estão previstos os cursos de Técnico de Agência de Viagens e Turismo e de Guia e Animador Turístico.

A EHTCV abrirá ainda cursos para licenciados em Turismo que queiram fazer formação especializada em áreas como a organização e gestão de eventos e de Pequenas e Médias Empresas (PME) na área da hotelaria, restauração e turismo, e higiene e segurança alimentar.

Fátima Timas adianta que os formadores estão já a ser preparados, tendo o Luxemburgo disponibilizado dois chefes especialistas em cozinha e restaurante.

A escola conta ainda com um corpo docente cabo-verdiano, sendo que dois já estão em formação no Brasil e os restantes nove devem deslocar-se este mês a Portugal, para formação no âmbito de um protocolo com o Instituo do Turismo português.

A cooperação luxemburguesa vai ainda financiar a construção de uma residência estudantil, para que alunos de outras ilhas possam frequentar a escola. A este propósito, a ministra do Trabalho, Família e Solidariedade cabo-verdiana, Madalena Neves, que visitou hoje a escola, salientou que a residência estudantil é uma componente "importante" do projecto, pois vai permitir estendê-lo a todas as ilhas. "É uma escola aberta, que vai estar em todas as ilhas e que vai trabalhar com o sector privado, em função do sector privado. Seja na Boavista, no Sal, no Maio, a escola vai preparar-se para ministrar a formação onde as empresas necessitem dela". Madalena Neves destacou ainda que a escola vai permitir que os serviços ligados ao turismo e hotelaria no país tenham mais qualidade.

Fonte: jornal OJE

Último dia para bilhetes do concerto de Zé Espanhol

É já amanhã que o cantor cabo-verdiano Zé Espanhol vai actuar na discoteca Dreams (34, bld Prince Henri), em Esch/Alzette.
Zé Espanhol tem-se destacado nos últimos anos no estilo funaná, onde temas como "Sacudim djan bem", "Puia Branca", entre outros têm contribuído para o sucesso do artista.
O cantor, natural da freguesia de São João Baptista, iniciou a carreira em 2008, no projecto Verão daquele ano.
Em 2009 foi novamente convidado para o projecto Verão, tendo participado com duas faixas musicais e também foi um dos integrantes do disco "Cabo Verde em Peso".

Recorde-se que o cantor foi este ano homenageado, juntamente com outros artistas, no Município de Ribeira Grande de Santiago.

Os bilhetes estão em pré-venda pelo tel. 691 235 525. As entradas são limitadas apenas aos bilhetes comprados em pré-venda. Bilheteira estará fechada amanhã.
HB

30/11/2010

Escola Lusófona no Luxemburgo, novamente o debate

A 18 de Novembro o Governo luxemburguês aprovou uma verba de 160 milhões de euros para financiar uma escola francesa. Esta decisão veio reacender a discussão da criação de uma escola lusófona no Grão-Ducado.
( http://bomdia.news352.lu/edito-9057-estado-luxemburgues-recusa-escola-portuguesa-e-da-160-milhoes-para-liceu-privado-frances.html )

Como reacção, a Confederação da Comunidade Portuguesa no Luxemburgo (CCPL) organizou já ontem uma reunião para debater esta questão. Esperamos mais tarde obter alguma reacção por parte dos dirigentes da CCPL sobre esta matéria, bem como por parte dos serviços consulares cabo-verdianos, dado que a nossa comunidade cabo-verdiana não pode ignorar a lusofonia.

No entanto, já foi criado um espaço social no facebook , aberto a debates sobre este tema: 
http://www.facebook.com/profile.php?id=100001903428411  

«Este espaço serve para que todos aqueles que acreditam que uma escola lusófona pode permitir o sucesso escolar dos alunos, independentemente da sua classe social.

O projecto de Escola Portuguesa surgiu no Luxemburgo há dois anos e foi vetado por ser "contrário à integração".

Parece que as políticas governamentais luxemburguesas apontam para uma integração "à deux vitesses" – une de première classe, pour nos amis francophones et une autre, pour les "derniers de la classe, les mauvais élèves" – nous les lusophones?

Haverá esquizofrenia quando se fala do conceito de ghetto? Há ghetto quando se aponta para a comunidade lusófona, mas não o há quando falamos de francofonia.

Parafraseando Denis Scuto, “Será que as questões sobre a integração são colocadas na forma correcta. Isto é, quando nos perguntam se os Portugueses estão integrados, ou se eles se sentem integrados, a pergunta a fazer não seria "se achamos que têm havido políticas justas e adequadas propícias à integração"!

Já passámos quadro décadas à espera que nos proporcionassem a integração, mas apontando com o dedo para "o gehtto" que supostamente construímos e que em nada corresponde à realidade.

Será que a "verdadeira integração" não passa pela criação de uma Escola lusófona que permita uma ascensão social e económica? Uma escola onde se aprenda também o Luxemburguês e a História do Luxemburgo, factores importantes da identidade nacional.

Independentemente do método, o importante é o sucesso escolar.»
HB

29/11/2010

Mateus Domingos eleito coordenador político do MpD no Luxemburgo

Mateus Domingos é o novo nome que vai estar como coordenador político do MpD no Luxemburgo para os próximos anos.

A comissão política do MpD realizou neste sábado a sua primeira assembleia, no Centre Sociétaire, na capital do Grão-Ducado.
Estiveram reunidos cerca de 40 militantes e foi apresentada uma lista de 15 militantes, donde foi eleito por unanimidade o novo coordenador político Mateus Domingos.

A lista é composta por Amílcar Sousa, José Maurício, Necas Martins, Carlos Gomes, Adalgisa Soraia, Eugénio Furtado, Alcides Lima, Nelson Brito, André Santos, Pedro santos, Alcinda da Graça, Damásio Fernandes e Paulino Évora.

Já no próximo Sábado, 4 de Dezembro, vai ter lugar a primeira reunião de trabalho com o objectivo de analisar a situação politica no Luxemburgo, eleição de director de campanha e definir estratégias para a campanha das legislativas marcadas para 6 de Fevereiro de 2011.

HB

Associação Cultura Cabo-verdiana – Luxemburgo revela vertente humanitária

Vera Neves, Tomaz Medina, Nelson Neves,
Exone Lima e Fredy Andrade
A associação Cultura Cabo-verdiana – Luxemburgo (CCL), fundada em 2002, apresentou este fim-de-semana os projectos para 2011, de onde se destaca o lado humanitário, concentrado numa criança cabo-verdiana com problemas de saúde – Valdino Rodrigues.

Nélson Neves, presidente da CCL, aponta os objectivos: “O projecto mais importante, onde vamos concentrar todas as nossas forças vai ser o apoio ao jovem Valdino. Temos também a ideia de participar num torneio em Basileia (Suíça) e, por último, organizar aqui um torneio internacional aberto às outras comunidades, em Junho.”

Sobre o projecto Valdino, Vera Neves, simpatizante da CCL que tem dado a sua colaboração, refere que “Valdino Rodrigues é uma criança com falta de assistência médica, que não teve sorte no nascimento. Além de paralisia dos membros inferiores, tem tido muitos outros problemas.”

De concreto, adianta que “O objectivo era criar um fundo de solidariedade para ajudar esta criança e quando a CCL teve conhecimento eles disseram-me que estariam 100% neste projecto. Temos também a associação francesa Cap Vert Cooperation que já se disponibilizou para assegurar a assistência médica, sendo mais provável que a criança seja operada em França.” Garante ainda que o hospital de Metz já está sensibilizado e preparado para receber Valdino. Lamenta, no entanto, que no Luxemburgo haja mais problemas para receber a criança.

A nível de solidariedade, Vera Neves e CCL notam também dificuldades. “Há pessoas que ajudam, mas ainda não é suficiente para chegar ao ponto onde queremos chegar. Pelo país que é, a solidariedade no Luxemburgo ainda é fraca.”

A 18 de Dezembro, o Café La Station, em Rollingengrung, organiza um baile para obtenção de mais apoios. Vera Neves agradece ainda ao CLAE “que nos tem apoiado em tudo o que é documentação, ao café Velcom, em Schieren, que nos cedeu o espaço para fazermos uma festa, que nos permitiu angariar algo mais”.
Ainda sobre este projecto, a CCL alerta que não faz nenhum peditório porta a porta. Os donativos são feitos através da conta aberta CCL LU54 1111 2017 7010 0000.

A CCL, que ainda não conta com uma sede, tem subsistido graça às quotas dos membros e actividades de angariação de fundos. Actualmente contam com mais de 30 membros activos e, como se vê, vão além do cultural.

De 2002 para cá destacam-se a apresentação da exposição de pintura de Nelson Neves em Diekirch (2002), o apoio no concerto Diekirch goes Hip Hop (2007), o torneio de integração (2008), distribuição de material escolar na ilha de S. Antão (Cabo Verde) -2009 e “La journée de solidarité à travers le foot”, em Maio deste ano.
Nélson Neves pretende ainda, a médio prazo, que a CCL leve alguns jovens cabo-verdianos que nasceram aqui a “conhecer a realidade e dificuldades dos jovens de Cabo Verde“.
Para mais informações: 661 720 911 ou cultura.cabolux@live.fr
HB

28/11/2010

Comissão Nacional de Eleições prolonga recenseamento até 3 de Dezembro

Com marcação das eleições legislativas para 6 de Fevereiro de 2011, o Recenseamento Eleitoral Geral no Estrangeiro (REGE) será prolongado até 3 de Dezembro de 2010, adiantou a Comissão Nacional de Eleições.

Desta forma, os serviços consulares cabo-verdianos no Luxemburgo vão também abrir os postos de recenseamento criados para o REGE.
Relembre-se que todo o cidadão que cumpra 18 anos até 6 de Fevereiro poderá se recensear.
HB

25/11/2010

Inscrições ainda abertas para Miss Cabo Verde 2011

Estão ainda aberta as incrições para o concurso Miss Cabo Verde no Luxemburgo 2011. A data limite da incrição é a 30 de Novembro. 
Segundo a organização, serão aceites inscrições com base nos seguuintes critérios: 
  • ser de origem cabo-verdiana;
  • ter entre 17 e 25 anos;
  • solteira e sem filh@s;
  • residente no Luxemburgo.

A vencedora terá oportunidade de participar em galas, desfiles, etc.

Prémios:
1° prémio: uma viagem a CaboVerde;
2° prémio: uma viagem no valor de 500 euros;
3° prémio: uma viagem no valor de 250 euros.
Para mais infiormações:
621 47 63 74 ou aceda ao facebook do Comité Miss Cabo Verde:
http://fr-fr.facebook.com/pages/Comite-Miss-Cap-Vert-a-Luxembourg/108479495879821
HB

22/11/2010

Carlos Veiga quer transformar consulado cabo-verdiano em embaixada

De visita ao Luxemburgo, Carlos Veiga, líder do MpD e candidato às próximas eleições legislativas em Cabo Verde, reuniu-se este fim-de-semana com a comunidade cabo-verdiana no Centre Sócietere para apresentar as linhas mestras da sua política dirigida à diáspora, o seu rumo para Cabo Verde e ainda prometer trabalhar para criar uma embaixada no Luxemburgo.

Uma década depois de ter chefiado o governo de Cabo Verde, Veiga justifica o seu regresso à política, com as eleições já em início de 2011: “Achamos que foi desviada a dinâmica criada nos anos 90 e que podia ter conduzido Cabo Verde a um bom plano desenvolvimento. É preciso retomar outra vez o caminho do desenvolvimento e esse é o grande desafio deste regresso”.

Num encontro movimentado com sessão aberta a perguntas, o líder ventoinha viu-se purificado no fogo, sobretudo através de desafios lançados por elementos do PAICV e de alguns simpatizantes do MpD. Após o discurso esperado, foram vários os temas lançados pelo público, desde a segurança, desemprego, regionalização, recenseamento, obras públicas, etc.

Os momentos mais calorosos foram marcados pelas críticas de Antão Freitas, activista do PAICV, recebendo vários apupos quando ainda usava da palavra, já após ter ultrapassado os dois minutos determinados.
Já no final do encontro, a CABOLUX ouviu Veiga sobre a visita ao consulado, representado por Clara Delgado: “Vou colocar-me à disposição do nosso consulado para ser porta-voz das dificuldades que eventualmente existem, mas também porta-voz dos casos de sucesso.”
“Quando for governo, dada a importância do consulado no Luxemburgo, vamos ter a preocupação de o transformar numa verdadeira embaixada, porque o Luxemburgo é um parceiro fora de série de Cabo Verde e tem de ter também um tratamento fora de série”, acrescenta o líder do MpD.

Quanto às preocupações para com a diáspora, aponta a “preocupação permanente em relação à integração plena na sociedade de acolhimento; o papel do governo em criar um bom ambiente de recepção dos nossos imigrantes que vêm de férias ou regressam definitivamente a Cabo Verde.” 

Em terceiro lugar, “despartidarizar as relações entre Cabo Verde e as comunidades. Nas questões de Estado todos devem ser tratados com isenção, igualdade e não deve haver partidos. Os serviços têm de ser eficientes, não para criar problemas, mas sim para resolvê-los. Consulados e embaixadas têm que dar atenção à relação da nossa comunidade com Cabo Verde e isso faz-se com a ideia de que não há comissários políticos nas embaixadas.”
Por último, refere “o investimento da diáspora em Cabo Verde” também como linha de aposta.

Sobre as áreas prioritárias para o seu mandato, “primeiro temos de pensar nas pessoas, isso quer dizer, dar atenção a questões como o desemprego, pobreza, habitação, educação e saúde”. Depois desta fase aponta como caminho “o crescimento da economia aliado ao emprego de qualidade, que se faz através da criação de um bom ambiente de negócio, com investimento privado, seja nacional, emigrante ou estrangeiro.”

Perfil migratório de Cabo Verde
Em reacção à notícia do estudo “Perfil migratório de Cabo Verde” que dava conta de um aumento de 20% de imigrantes em 2009, na maioria da África Ocidental, e de um aumento da emigração qualificada, Veiga afirma que “como país pequeno, não podemos receber indiscriminadamente qualquer pessoa que vai para Cabo Verde, sobretudo os que para lá vão fazer uma competição no mercado de trabalho. Claro que somos a favor da livre circulação e da mesma maneira que queremos os cabo-verdianos bem integrados, queremos também os que lá estão a trabalhar bem integrados, regularizados, legalizados, a pagar os seus impostos e a contribuir para a segurança social, mas temos de criar barreiras a novas entradas de imigrantes condicionando a possibilidade de nos virem a criar problemas.”

Em relação aos emigrantes qualificados “precisamos de quadros, mas se calhar, se investirmos demasiado na educação vamos ter quadros em excesso. Exportação de quadros pode ser um dos serviços que podemos fazer, mas neste momento ainda estamos a precisar deles e não é bom sinal se os nossos quadros estão a ir para Angola ou outros países.

Dá o exemplo das câmaras municipais como fonte de absorção desses quadros “se apoiarmos, com certeza que as câmaras municipais podem ser uma fonte de absorção dessas mãos-de-obra qualificadas. Mas neste momento observamos o oposto, que é o governo a travar a admissão de quadros nos municípios, o que é inconcebível.”

CEDEAO
Sobre a recomendação feita a Cabo Verde para presidir a comissão da CEDEAO, Veiga afirma que “É bom e acho que devemos ser mais activos na CEDEAO para que este organismo seja posto num lugar certo que possa interessar a Cabo Verde. Acho difícil, mas se isso for conseguido é muito bom para Cabo Verde. Será uma boa medida e boa orientação de política que deve ser seguida. Se formos governo vamos continuar esta ideia de colocar quadros importantes em lugares de direcção na CEDEAO”.
HB

20/11/2010

Carmen Souza na Philarmonie a 10 de Dezembro

É já no dia 10 de Dezembro, sexta-feira, que a nova embaixadora da voz cabo-verdiana, Carmen Souza, vai apresentar na Philarmonie du Luxembourg o seu mais novo álbum – “Protegid” (protegido). O concerto da cantora e guitarrista está marcado para as 20:00, na Salle de Musique de Chambre.

Carmen Souza nasceu em Lisboa (1981) e cresceu num ambiente onde a língua cabo-verdiana, falada em casa pelos pais, se misturava com o português, mas sempre cercada pela maneira de vida cabo-verdiana.
Na adolescência, Carmen Souza cantava profissionalmente num coral Gospel lusófono. Considerando-se uma pessoa altamente espiritual, sempre viu a música como sua missão e um privilégio.
Músicos como Luís Morais, Pas'cal Theo, Ella Fitzgerald, Joe Zawinul, Herbie Hancock, Keith Jarret, Diana Krall, etc., foram a inspiração que a fizeram evoluir na busca de um estilo único e pessoal.

Theo Pas'cal, seu produtor e mentor e um dos melhores baixistas em Portugal, descobriu o seu talento e introduziu Carmen no mundo do Jazz, Fusion e outros sons contemporâneos que marcadamente influenciaram sua formação musical.

Em 2003, começou a trabalhar com Theo sobre composições que seriam incluídas no seu primeiro álbum “Ess ê nha Cabo Verde”, de 2005, criando um novo som que mistura o tradicional africano e ritmos de Cabo Verde como o Batuke, Morna, Djon-Cola e outros, com influências do seu jazz contemporâneo. Uma vibe totalmente intimista e acústica, diferente do tradicional ambiente dos sons festivos cabo-verdianos.

Em 2008, Carmen Souza lança o segundo álbum - “Em "Verdade", que co-produziu, com uma empolgante e vibrante melodia também na língua cabo-verdiana, tendo recebido excelentes críticas da imprensa internacional em todo o mundo.

Reaparece em 2010 com a impressionante "Protegid".
Mais uma vez os dois compositores, Carmen e Theo Pas'cal, apresentam um álbum que traspassa os limites do que constitui a música cabo-verdiana, World Music e Jazz.

A imprensa e o mundo reconhecem que algo novo está a ser desenvolvido na sua música. A World Music Central considera o álbum como "um marco que irá pedir-lhe para abraçar e ao mesmo tempo de repensar tudo o que você sabe e ama sobre os sons de Cabo Verde", NPR diz: "abre uma janela para outro mundo" e The Independent declara: "a voz poética é tão original como a música".
"Protegid" também recebeu uma indicação para o Prémio da Crítica Discográfica Alemã e entrou no WMCE em Abril.
Carmen Souza tem viajado extensivamente em todo o mundo desde 2005 e este ano, ela actua em grandes palcos como o North Sea Jazz Festival (NL), African London Music Festival (Reino Unido) ou o Leverkusen Jazztage Festival (DE), entre outros, chegando agora à Philarmonie do Luxemburgo.

Vão aqui alguns exemplos da performande da nossa artista:
http://www.youtube.com/watch?v=rP8K9_oLixQ

http://www.youtube.com/watch?v=bAAHxPb9lbI&playnext=1&list=PL9C08D08B11305E1F&index=2

Mais dados de interesse em:
http://myspace.com/carmensouza
http://www.youtube.com/carmensouzavideos
HB

18/11/2010

Carlos Veiga encontra-se com a comunidade no dia 21

O Movimento para a Democracia, MPD, convida toda a comunidade cabo-verdiana, militantes, amigos e simpatizantes para um encontro-convívio com o Dr. Carlos Veiga, candidato a primeiro ministro de Cabo-Verde, acompanhado pelo Engenheiro Jorge Santos e José Luís Livramento. O evento terá lugar no centro Sociétaire, na rua de Strasbourg no Domingo, dia 21 de Novembro entre as 14h00 e as 20h00. Haverá muita animação. Para mais informações ligue para o 621 21 93 85.

AIDE D’URGENCE POUR UN ENFANT QUI NÉCESSITE UN TRAITEMENT MEDICAL

Valdino Rodrigues Isidoro est un enfant né prématurément (7ème mois de grossesse) avec un poids de 1,555kg. Cet enfant de sexe masculin a dû être réanimé à sa naissance. Actuellement Valdino a 6 ans et habite à São Vicente, Cap-Vert.

L’enfant a des troubles psychomotrices, une paralysie cérébrale spastique, dyskinésie et syndromes convulsifs.
Différents moyens orthopédiques permettent à l’enfant de faire quelques pas. Il reçoit une réhabilitation dans le centre de physiothérapie à l’Hôpital Dr. Baptista de Sousa.
Une opération des deux membres de Valdino Rodrigues lui permettrait de vivre dans des meilleures conditions telles que bouger de façon autonome, jouer avec d’autres enfants, faire des petits efforts physiques, etc. Or une telle intervention chirurgicale n’est pas possible à São Vicente ni ailleurs au Cap-Vert.
Une intervention au Portugal pourra être envisagée. La même intervention chirurgicale pourra se faire au Luxembourg, en France ou en Hollande. Cependant les démarches administratives par rapport à une éventuelle intervention chirurgicale sont moins compliquées au Luxembourg vu que l’enfant a des liens familiaux au Grand-duché et qu’il existe une convention dans le domaine médical entre le Cap-Vert et le Luxembourg.
L’intervention chirurgicale coûtera sans doute plusieurs milliers d’euros et il est peu probable que ce montant sera remboursé par la sécurité sociale. Afin de permettre à cet enfant une meilleure qualité de vie, nous demandons la solidarité de toutes les associations et individus et de proposer des projets qui pourraient alléger la charge financière.

Ces projets pourraient être :

- Dons,
- Campagnes de sensibilisation,
- Organisation de manifestations telles que dîner, fêtes, etc.
- Vente d’artisanat ou des spécialités,
- Prestations artistiques (danse, chant, musique, etc.),

Pour toute information complémentaire, veuillez contacter

Vera NEVES
691 10 62 47 ou 0049 658 39 949 99
Nelson Neves 621 70 05 44

15/11/2010

Integração dos cabo-verdianos vai servir para reflexão dos políticos

O Centro de Estudos e de Formação Intercultural e Social (CEFIS), por intermédio de Frédéric Mertz e Annick Jacobs (foto à esquerda), acaba de lançar um novo olhar sobre a integração no Luxemburgo, onde a comunidade cabo-verdiana é também contemplada.

A CABOLUX teve acesso ao estudo “L’integration au Luxembourg. Indicateurs et dynamiques sociales – parcours de personnes originaires du Cap-Vert et de ex-Yugoslavie” e aproveitou para falar com os dois investigadores.
Sobre a comunidade cabo-verdiana, Frédéric Mertz refere que “há coisas a melhorar”, mas sem concretizar questiona se “quem deve melhorar a integração são os estrangeiros ou as autoridades também devem facilitar um enquadramento para as pessoas se integrarem?”

O estudo, além de constituir um documento de análise sobre a integração é também “um documento estratégico e importante para o mundo político poder medir a integração por forma a fazer progressos, já que geralmente se fixam em indicadores como a taxa de desemprego, casamentos mistos, contactos pessoais, etc.”, acrescenta Mertz.
Respondendo à pergunta se os políticos vão melhorar algo com a leitura deste estudo, Mertz responde que “o estudo conclui com recomendações políticas e os indicadores de integração devem ser negociados. Não são apenas os políticos que vão definir os indicadores importantes de integração. O estudo demonstra que os cabo-verdianos também apresentaram quais os indicadores mais importantes para eles, que são diferentes dos políticos. O trabalho, a escola, a língua, acesso à habitação e nacionalidade luxemburguesa são exemplo disso.”
Por esta razão “é preciso dar palavra aos estrangeiros para saber o que é mais importante aos seus olhos para se integrarem”, insiste.
“Do lado político há que criar, por exemplo, oportunidades para as pessoas aprenderem o francês, que é uma língua de integração, e o luxemburguês, que é também uma língua de integração, mas talvez mais no domínio do privado.”

Sobre o quotidiano, depois de alguma insistência, Annick Jacobs acaba por apontar algo a melhorar na comunidade cabo-verdiana:
“A nível escolar não é fácil encontrar um jovem cabo-verdiano que frequente o ensino geral clássico. A grande maioria se encontra no técnico” o que demonstra um problema de fundo: “observamos que frequentemente os cabo-verdianos chegam sem estarem preparados. Os pais chegam primeiro e alguns anos depois vêm os filhos e quando chegam, talvez com 10 anos, vão se encontrar um pouco perdidos no sistema escolar por causa da língua.”
Por outro lado, diz que há também boas práticas entre os cabo-verdianos e “o sector associativo tem um papel positivo porque recebe os novos imigrantes e é importante encaminhá-los para a obtenção da autorização de residência, etc.”
“Estas associações são a ponte entre a sociedade de acolhimento e os recém-chegados. São uma força e são reconhecidos por isso também”, reforça Mertz.
Relembre-se que os cabo-verdianos são a segunda comunidade mais numerosa (não-comunitária), depois dos ex-joguslavos.
































Um candidato cabo-verdiano representa mais do que a comunidade cabo-verdiana

A CABOLUX aproveitou também para recolher a opinião sobre a primeira participação dos cabo-verdianos nas próximas eleições comunais, como votantes ou candidatos.

“Observamos que há um aumento de inscrições eleitorais por parte dos estrangeiros e a partir do momento que os políticos tomarem consciência que os eleitores estrangeiros não são 5, nem 10, mas mais do que 25 % do total dos eleitores no país, vamos começar a ter candidatos cabo-verdianos, portugueses, etc. nas listas partidárias e nesse momento é o jogo político, a democracia”, refere o investigador Frédéric Mertz.
No entanto, relembra que “antes de ser candidato há que ter o cartão de eleitor e aí os políticos vão poder ver a percentagem de eleitores e vão se sensibilizar a integrar candidatos desta ou daquela comunidade.”

Sobre esta possibilidade que o governo dá aos cabo-verdianos e a outros diz que “é já uma primeira etapa esta participação política e é importante porque permite ser representado, mas um candidato cabo-verdiano não representa só a comunidade cabo-verdiana, mas toda uma colectividade comunal, enfim, o interesse público.”
Tal como o caso Barack Obama, “aqui é mais do que um passo prático. É um passo simbólico, um reconhecimento da cidadania, onde a minha pátria não é apenas Cabo Verde, mas também o Luxemburgo porque tenho um representante e posso votar.”

HB

13/11/2010

Caixa Económica quer abrir balcão no Luxemburgo

De visita ao Luxemburgo, o presidente do conselho de administração da Caixa Económica de Cabo Verde, Emanuel Miranda (foto à direita), assumiu a vontade de abrir um balcão no Grão-Ducado daqui a 3 ou 4 anos, numa apresentação de "um novo banco", no Centre Sociétere.

Segundo Miranda, esta visita ao Grão-Ducado teve como objectivo “a apresentação de uma nova Caixa Económica, que é a instituição financeira mais antiga de Cabo Verde, fundada em 1928, e dos seus produtos e serviços virados para os emigrantes.”
Um segundo objectivo “é o contacto directo com a realidade da nossa comunidade no Luxemburgo, para conhecermos as suas necessidades com vista a melhorar a qualidade e diversidade dos produtos e serviços da Caixa Económica.”
As ofertas dirigidas à comunidade são, na opinião de Emanuel Miranda, “variadas, com produtos passivos e activos. Por exemplo, oferecemos uma taxa de 5.75% para um depósito a prazo de dois anos. Temos também produtos para crédito a habitação e investimento.”
Sobre a resposta do emigrante, diz que “já há um grupo de emigrantes informados das oportunidades do país e das facilidades que foram criadas e que já começaram a investir em Cabo Verde, mas também há outro grupo que ainda não está informado e estamos aqui para trabalhar com eles.”
Da visita constaram também reuniões com instituições financeiras para “negociar condições para facilitar a vida dos emigrantes, mas também conseguir alguns recursos para apoiar a Caixa Económica na implementação do seu plano estratégico.”
HB

09/11/2010

Cabo-verdianos já podem votar e se apresentar às eleições comunais

Pela primeira vez os cabo-verdianos vão poder participar nas eleições comunais luxemburguesas, quer como votantes, quer como candidatos.

Foi numa reunião com mais de uma centena de cabo-verdianos, no Centre Societere, que Clara Delgado (foto à esquerda), Encarregada de Negócios da Embaixada de Cabo Verde, referiu-se a este novo cenário como uma mais-valia para todos.
“É uma mais-valia para a nossa comunidade e a ideia da Embaixada [cabo-verdiana] com esta reunião é que a comunidade se sinta cada vez mais integrada, que participem e por outro lado é bom para os luxemburgueses verem com outros olhos um estrangeiro que participa numa lista para eleição ou como votante no seu país.”
Sobre a possibilidade de ver algum cabo-verdiano a apresentar-se numa lista, Clara Delgado mostra-se confiante: “Temos gente competente que pode participar. Há mecanismos de apoio no Luxemburgo e a própria embaixada também pode apoiar. Se nos Estados Unidos temos bons exemplos, porque não no Luxemburgo?”
“Se forem unidos e votarem num candidato cabo-verdiano, podemos ter bons resultados”, acrescenta.
Houve ainda oportunidade, junto de Clara Delgado, para saber como está a decorrer o processo de recenseamento para as eleições cabo-verdianas:
“Está a correr bem e hoje, por exemplo, temos duas brigadas móveis para recensear pessoas que estão aqui na reunião. Neste momento temos já inscritos na nossa base de dados 540 pessoas e até dia 26 ainda vamos aumentar este número.”  

HB

04/11/2010

CEFIS publica estudo sobre integração cabo-verdiana

O Centro de Estudos e de Formação Intercultural e Social lançou a publicação “L’integration au Luxembourg. Parcours des personnes originaires du Cap Vert et de l’ex-Yoguslavie”.
Dividida em duas partes, a primeira apresenta os indicadores de integração. Já a segunda parte estuda as dinâmicas sociais da integração no Luxemburgo, tendo como base duas das mais importantes nacionalidades do país: os cabo-verdianos e os ex-joguslávos.
A CABOLUX conta ter, em breve, acesso a este estudo.

Padre Adriano dos Reis de volta ao Luxemburgo

Enquadrado no trabalho conjunto das igrejas de Cabo Verde e do Luxemburgo, o padre Adriano dos Reis Cabral acaba de chegar ao Grão-Ducado para a sua segunda visita de acompanhamento à comunidade cabo-verdiana, até final de Novembro.

Numa curta entrevista, o pároco de Mindelo (S. Vicente), começa por enquadrar esta sua bem acolhida presença pelos serviços pastorais e pela comunidade: “Os cabo-verdianos no Luxemburgo têm uma experiência de fé muito forte, que é importante acompanhar” e nesse sentido “o objectivo da visita é assistir e dinamizar os nossos emigrantes e ajudar a estruturar, com formação, a nossa comunidade, de modo a que haja líderes, que mesmo na minha ausência pessoal possam organizar-se, participar nas celebrações e que se sinta a presença dos cabo-verdianos nesta sociedade e de modo muito particular na igreja luxemburguesa.”

Sobre o acolhimento dos cabo-verdianos na igreja, realça uma grande abertura dos serviços centrais e pastorais luxemburgueses. “O meu trabalho também é ajudar a comunidade a tomar consciência dessa abertura, pois a igreja luxemburguesa conta com a participação e vivência da fé dos nossos emigrantes, até porque temos a mesma fé.”

Respondendo à questão sobre a necessidade de um acompanhamento permanente à comunidade cabo-verdiana, o padre Adriano refere: “Seria algo desejável no momento, mas não seria possível devido à falta de sacerdotes em Cabo Verde, mas penso que não se tem de criar necessariamente uma missão cabo-verdiana para que a comunidade possa viver a sua fé. Estamos muito ligados à missão portuguesa, que presta um grande serviço à nossa diáspora.” Além disso, “a igreja luxemburguesa também não tem interesse em criar mais uma missão aqui, porque a igreja é por si missionária e acolhe a todos.”

“Inicialmente o acordo era uma presença mais regular, três vezes ao por ano, para ver a evolução”, mas ciente das dificuldades, acrescenta que para esse acompanhamento permanente e mais próximo a aposta seria “tal como a Páscoa, épocas fortes”.

Para já, por uma questão linguística, “seria mais fácil aos adultos uma integração à missão portuguesa e aos jovens que nascem aqui a tendência é favorecer a integração nas paróquias luxemburguesas”, acrescenta.

Do programa de actividades, já neste Sábado vai apresentar uma “interessante proposta” aos jovens de origem cabo-verdiana com o objectivo de “incutir alguns valores cristãos e humanos, bem como momentos de convívio”, num encontro em Bonnevoie. Constam também realizações de missas, visitas às famílias, com momentos de oração para reforçar a dimensão espiritual, mas o ponto alto será mesmo a presidência da festa de Santa Catarina, a 25 de Novembro, em Esch. “Os cabo-verdianos manifestam uma grande devoção à Santa Catarina, que no meio de muitas dificuldades viveu e testemunhou a sua fé e isto tem muito a ver com a imigração.”

Atento à realidade, termina deixando este apelo aos cabo-verdianos: “continuem a viver a fé e estejam mais unidos.”
HB

03/11/2010

Amizade Cabo-verdiana Aposta na Formação

A Associação Amizade Cabo-verdiana vai apostar na formação e nos cursos de línguas durante as actividades planeadas para o próximo ano.

Se no passado os projectos da Associação Cabo-verdiana estavam mais virados para as vertentes cultural e social, nesta fase o destaque tem sido a educação.
“Antes, os nossos projectos eram mais de solidariedade no sentido Luxemburgo - Cabo Verde, com a construção de uma escola, da casa da Organização da Mulher Cabo-verdiana, ambas em S. Antão, envio de material escolar para Cabo Verde, etc. Contudo, desde 2007, temos vindo a trabalhar na área da formação para adultos”, refere Firmino Neves, presidente da associação cabo-verdiana.
"Neste momento temos quatro professores, que dão aulas de francês e Luxemburguês e mais de 70 alunos, de varias nacionalidades, mas para o ano vamos avançar com um projecto educativo nacional, com o apoio do Ministério da Educação”, acrescenta.

A professora Ludmila Fortes saúda a aposta: “E um trabalho importante da associação porque e um apoio para as pessoas se integrarem melhor no pais. Gosto de ajudar e quero fazer também um trabalho de acompanhamento psicológico com os alunos para superarem os obstáculos e terminar o curso.”

Outro projecto apresentado vai ser a reparação da escola construída pela associação em Cabo Verde, envolvendo pintura, substituição de janelas, etc.

Já noutra vertente, a associação vai se encarregar do traslado de uma criança vinda de Cabo Verde para tratamento hospitalar, assegurando as despesas inerentes, graças as parcerias que mantém.
“Contamos com o apoio do Ministério da Família e Integração / OLAI, dos Fundos Europeus e também da Câmara do Luxemburgo para os nossos projectos”, confirma Firmino Neves.

Ainda sobre as parcerias, apesar das boas relações com o estado de Cabo Verde, Mateus Domingos, presidente da assembleia da associação, lamenta alguma falta de apoio. “O apoio que queremos não e financeiro, mas um contacto mais estreito com esta associação, que e mais bem reconhecida aqui do que a própria representação do governo [cabo-verdiano].”
“Na época de Carlos Veiga recebíamos jornais, informações de Cabo Verde, mas com a entrada do novo primeiro-ministro isso acabou porque achavam que eram despesas a mais. Ate o apoio da Câmara do Luxemburgo e maior do que se esperava em relação a nossa embaixada ou governo”, acrescenta Mateus Domingos.

Uma outra novidade vai ser a remodelação da sede.
“Já temos a confirmação do Burgomestre do Luxemburgo ao pedido de renovação da nossa sede para o início do próximo ano. E uma forma de reconhecimento do nosso trabalho com a Câmara”, diz Firmino, mas “falta agora os cabo-verdianos reconhecerem esse trabalho”, remata Mateus Domingos.

Para finalizar, deixaram os apelos: “Gostaríamos que a comunidade fosse mais activa nesta associação e apelamos também aos membros não-activos que retornem a base, pois para o ano há muita coisa a fazer.”

HB