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11/10/2011

Candidatos de origem cabo-verdiana perdem eleição

Os candidatos de origem cabo-verdiana saíram arrasados destas comunais, sem nenhuma eleição. Mas ainda assim alguns conseguiram mais votos do que alguns candidatos eleitos por outros partidos, com menos votos, algo explicável pelo sistema proporcional. 

É o caso do candidato de Os Verdes em Remich, André Bernardo, que com 302 votos não foi eleito, enquanto o único candidato socialista com assento ali obteve 282 votos.

Entre os candidatos de origem cabo-verdiana, Anabela Neves, que concorreu pelo LSAP à capital, foi quem obteve mais votos : 3.181. Neste círculo, a coligação DP/Verdes mantém-se intocável no poder.
 
Maria Gomes Ganeto, também do LSAP, foi a segunda mais votada, com 2291 votos, tendo o seu partido mantido os nove lugares no bastião Esch/Alzette.
Também em Esch, mas pelo DP, Alex Semedo arrecadou 662 votos.
 
Já mais a norte, em Ettelbruck, Carlos Lima, do CSV, obteve 793 votos e Filomena Delgado, do DP, ficou uns furos abaixo: 484 votos.
Em Betzdorf, Edna Semedo também chegou aos 337 votos, e viu o seu partido, os Verdes, em coligação com o DP, destronar a liderança do CSV.
 
Entre todos os candidatos de origem cabo-verdiana, o candidato do CSV em Diekirch, Manuel Brito Delgado foi o menos votado, com 286, tendo aí o CSV perdido 10,15 % dos votos face a 2005, enquanto o rival socialista subiu 14,94 %.
HB

07/10/2011

Eleições comunais (9 de Outubro): Perfil dos candidatos de origem cabo-verdiana

Nome: André Bernardo

Candidatura: Dei Greng, Remich

Idade: 29 anos

Actividade: ajudante enfermeiro
 


 
Nome: Anabela Neves

Candidatura:  LSAP, Luxembourg-Ville

Idade: 29 anos

Actividade: secretária




Nome: Edna Semedo

Candidatura: Dei Greng, Betzdorf

Idade: 20 anos

Actividade: estudante, atleta



 
Nome: Carlos Lima

Candidatura: CSV, Ettelbruck

Idade: 40 anos

Actividade: funcionário numa operadora telefónica


 
Nome: Filomena Delgado

Candidatura: DP, Ettelbruck

Idade: 35 anos
Actividade: comerciante



 
Nome: Manuel Brito Delgado

Candidatura: CSV, Diekirch

Idade: 43 anos

Actividade: informático 




 Nome: Maria Gomes Ganeto

Candidatura:  LSAP, Esch/Alzette

Idade: 54 anos

Actividade: chefe de equipa de limpeza (Centro Hospitalar Emyle Mayrish)




Nome: Alex Semedo 

Candidatura: DP, Esch/Alzette

Idade: 22 anos

Actividade: empregado por conta de outrem


05/10/2011

Edna Semedo dá o salto para a política

Edna Semedo, atleta de salto à vara e campeã da modalidade pelo Luxemburgo nos "Jogos dos Pequenos Estados", aceitou o convite de Os Verdes e dá agora o salto para política, concorrendo às comunais em Betzdorf.

De origem cabo-verdiana (Santa Catarina, Santiago) e com 20 anos, divide a sua vida entre os estudos de enfermagem e o desporto, mas a política já tem também o seu espaço, fazendo ela também parte da pequena lista de candidatos de origem cabo-verdiana que se apresentam a estas eleições.

A ambientalista está no último ano de enfermagem no Liceu Técnico para Profissionais de Saúde (LTPS), e não nega o seu primeiro sonho: “Quero ser parteira, porque sempre gostei de bebés e com o estágio que efectuei no Hospital do Kirchberg ganhei ainda mais motivação.”

Se na escola a motivação não falta, no desporto ela já tem a marca de 3,80 metros e promete. Foi em Maio deste ano que Edna se sagrou, pelo Luxemburgo, campeã de salto à vara nos “Jogos dos Pequenos Estados”, evento que se disputou em Vaduz, Liechtenstein, reunindo países com população inferior a um milhão, como Andorra, Mónaco, San Marino, Montenegro, Chipre, Malta, Islândia, Luxemburgo e o país-anfitrião - o Liechtenstein.

A nível nacional, Edna é uma das três atletas do Grão-Ducado que estão acima dos 3,50 metros, mas ainda com enorme potencial.

“O meu treinador está sempre em cima de mim a dizer que tenho potencial e posso passar os 4 metros”, sorri.

Edna treina quatro vezes por semana, chegando a duas horas e meia por sessão, e reconhece a dificuldade em conjugar a modalidade com os estudos.

“Não é fácil. No ano passado treinava todos os dias, mas agora são quatro vezes por semana e quando não posso treinar à tarde o treinador vem comigo de manhã.”

Nunca foi dada à política, confia, mas a preocupação com o meio ambiente e a juventude sempre estiveram no seu horizonte.

Depois de ter chegado do Liechtenstein, em Maio, recebeu o convite de "Os Verdes" para um projecto político.

“De início, não estava muito receptiva, mas com a motivação da minha mãe e ao ver que podia ter um impacto positivo nos jovens, aceitei o desafio.”

Além disso, “como sou filha de estrangeiros, isso pode motivar os não-luxemburgueses a estarem mais activos na vida política, porque têm boas ideias.” Uma forma de motivação e desafio também à comunidade cabo-verdiana que tem de “se abrir mais à comunidade luxemburguesa e conhecer novas pessoas, porque está muito fechada sobre si mesma.”

Sobre os jovens, aponta: “Já vi muitos jovens cabo-verdianos com enorme potencial para participar na vida política. Outros, no entanto, precisam de uma orientação, e nós podemos apoiá-los na procura de emprego, educação e habitação, como forma de lutar contra a delinquência.”

"Onde construir, em que local proporcionar espaços verdes, reservas naturais e sítios protegidos? Em que situação se encontra a manutenção das instalações municipais e quais serão as despesas a prever?" são outras preocupações do partido que a jovem representa.

A comuna de Betzdorf é liderada por Marie-Josée Franke (CSV), mas Edna acredita que Os Verdes podem também aí fazer a diferença, dado o projecto que o partido apresenta. Contudo, "mais do que votar em mim, são Os Verdes que precisam vencer", desabafa.

Com a sua participação nas comunais espera “motivar os jovens a fazer mais desporto e trazer melhores ideias à comuna de Betzdorf”, bem como dar o exemplo à comunidade cabo-verdiana.

HB

Cabo-verdianos ainda pouco motivados para as comunais

Em 2005, a lei eleitoral permitia o voto aos cabo-verdianos nas comunais, mas não a candidatura, algo que a nova lei de 2011 reverteu, passando a haver também o direito à candidatura.

Saber quantos candidatos de origem cabo-verdiana se apresentam às eleições do próximo dia nove é uma tarefa difícil, dado que as entidades competentes não disponibilizam dados quantificadores referentes a candidatos de origem estrangeira.

Ainda assim conseguimos apurar uma lista de nove candidatos de origem cabo-verdiana: Edna Semedo (Os Verdes - Betzdorf), Carlo Lima (CSV - Ettelbruck), Anabela Neves (LSAP - Luxembourg-Ville), Maria Gomes Ganeto (LSAP - Esch/Alzette), André Bernardo (Os Verdes - Remich), Manuel Brito Delgado (CSV, Diekirch), Alex Semedo (DP, Esch/Alzette), Filomena Delgado (DP, Ettelbruck), António Santos Moreno (ADR, Mondercange).

Comparando com as últimas eleições, de 2005, em que “houve apenas um candidato de origem cabo-verdiana às comunais (CSV - Ettelbruck)”, segundo o presidente da Federação das Associações Cabo-verdianas no Luxemburgo, João da Luz, este aumento (ainda que residual, tendo em conta o universo dos candidatos: 3.321), pode ser já um sinal de uma maior participação cabo-verdiana na política luxemburguesa.

Quanto ao número de eleitores, os cabo-verdianos apresentam uma das mais notáveis subidas entre as comunidades estrangeiras, em relação a 2005, com 118%, registando-se 115 inscrições nas últimas eleições, ao passo que este ano foram apuradas 251, revela o Centro de Estudos e Formação Intercultural e Social (CEFIS). Para este aumento poderá ter contribuído o papel mobilizador da Embaixada de Cabo Verde no Luxemburgo, esta que foi "a primeira Embaixada no Grão-Ducado a realizar um acto de sensibilização à comunidade sobre a importância da participação política dos estrangeiros nestas comunais", refere a Encarregada de Negócios da mesma, Clara Delgado.

Mas face ao potencial, estes números continuam a ser baixos, pois “as pessoas não estão tão interessadas e o aumento dos candidatos, por exemplo, explica-se sobretudo pela mudança da lei”, acrescenta. O empenho das autoridades na mudança da mentalidade da comunidade em torno desta problemática é notório.

Recentemente, a visita da ministra das comunidades de Cabo Verde, Fernanda Fernandes, trouxe também essa preocupação, e os incessantes apelos do programa Morabeza da Rádio Latina ou ainda o trabalho dos núcleos partidários cabo-verdianos do MpD e PAICV e de algumas associações encontram algumas dificuldades em demover a letargia instalada.

No Luxemburgo, a participação política cabo-verdiana faz-se notar sobretudo nas eleições legislativas e presidenciais de Cabo Verde, registadas nas mesas de voto da embaixada, Ettelbruck e Esch, pois “as pessoas seguem com mais interesse as eleições cabo-verdianas do que as comunais”, reconhece o dirigente associativo, João da Luz. 251 cabo-verdianos inscritos nas comunais a contrastar com os 952 inscritos na Embaixada que votam nas eleições cabo-verdianas.

Se a cooperação bilateral Luxemburgo-Cabo Verde tem funcionado, pelo menos visivelmente do lado cabo-verdiano, já quando se fala da cooperação no domínio da “participação política dos estrangeiros no Luxemburgo”, parece que esta comunidade se sente mesmo estrangeira ou... estará à espera de alguma contrapartida que faça despertar nela esse enorme potencial.

HB

28/09/2011

Fernanda Fernandes de regresso ao Grão-Ducado

A ministra das Comunidades Cabo-verdianas (e ex-encarregada de Negócios da Embaixada de Cabo Verde no Luxemburgo), Fernanda Fernandes esteve de regresso ao Grão-Ducado este fim-de-semana para se encontrar com a comunidade e as autoridades luxemburguesas.

“É com prazer que regresso e é uma grande
satisfação encontrar-me com a comunidade e com as autoridades luxemburguesas, que nos recebem sempre tão bem”, disse à CABOLUX/CONTACTO.

Depois de passar por Luxemburgo como diplomata, as responsabilidades agora são acrescidas como ministra das Comunidades, mas “é um continuar do que já vinha fazendo. Sou diplomata e na minha carreira sempre trabalhei com os emigrantes. Aceitei este desafio porque acredito que posso dar um contributo, contando com os emigrantes, evidentemente”, referiu Fernanda Fernandes.

Em fim-de-semana que evocava festividades religiosas cabo-verdianas – festas da nossa senhora do Livramento e do Rosário - o Centro Cultural Alen Tramsschapp, na capital, foi local de “romaria” para muitos cabo-verdianos, não para serviços religiosos, mas para ouvir o apelo à integração política e assistir a algumas actividades culturais.

Na sexta-feira, a comissão organizadora preparou um jantar-conferência sob o lema “Aqui vivemos, aqui votamos”, ao som do grupo Tradiçon e dos cantores ´Totone e Félix, contando com a participação de Fernanda Fernandes, Claude Wiseler (ministro das Infra-estruturas) e do deputado santantonense Francisco António Dias, que apelaram à participação política dos cabo-verdianos já no dia 9 de Outubro.

Além deste desafio lançado à comunidade, Fernanda Fernandes apontou a formação das novas gerações e a redução da delinquência juvenil como sua prioridade para a comunidade no Luxemburgo.

“A delinquência juvenil é nossa preocupação e sabemos que as autoridades luxemburguesas estão muito interessadas nesta questão e vamos fazer o melhor junto da comunidade e das autoridades locais para mudar essa tendência”.

“Em Cabo Verde, a educação/formação é quase uma batalha ganha porque as pessoas estão conscientes disso, mas nas comunidades emigradas não ganhamos ainda esse desafio de tomar a educação e formação como base para a integração e para o futuro das pessoas”, lamenta.

Quanto às associações, ficou o recado: “têm um papel muito importante na participação e integração dos cabo-verdianos, mas é preciso que elas próprias se organizem, pois se cada uma trabalhar de forma dispersa, fazendo a sua própria capelinha, fica mais difícil.”

A finalizar, “gostaria que a nossa comunidade aqui tivesse como um dos modelos, Aristides Pereira [falecido na semana passada], nosso primeiro presidente da república, que ao longo da sua vida transmitiu-nos a mensagem de um homem íntegro, trabalhador, patriota e amante de Cabo Verde. Uma mensagem de serenidade, algo que também Aristides Pereira nos deixou.”

A festa da nossa senhora do Livramento foi celebrada este fim-de-semana na Ribeira Grande (Stº Antão) e nossa senhora do Rosário na próxima semana e “como temos aqui uma grande comunidade dessa zona, achamos por bem promover este tipo de cultura do nosso concelho de origem”, explicou à CABOLUX/CONTACTO Nelson Brito, da organização.

HB

23/02/2011

David Foka – do combate à pobreza a Obama luxemburguês?

De nacionalidade alemã, mas de origem camaronesa, este conhecido militante dos direitos do homem contra as exclusões sociais - David Foka – preside actualmente a Federação das Associações Africanas no Luxemburgo, bem como a Comissão especial sobre a descriminação social no Luxemburgo.
Representante eleito da comunidade alemã no Luxemburgo e igualmente embaixador da paz da Federação da Paz Universal, este teórico da nova consciência afro europeia defende um novo impulso que coloque o cidadão afro europeu no centro das decisões políticas tanto nos países de acolhimento como nos de origem.

Como director da Maison D'Áfrique no Luxemburgo expõe nesta entrevista exclusiva à Cabolux/Contacto a sua visão, interrogações e estratégias que leva a cabo com a diáspora africana, tendo em conta a reabilitação do imigrante face aos novos desafios de um mundo inclusivo.
O projecto “Para o bem-estar social inclusivo” é para David Foka uma luta contra a pobreza e “dirige-se não só aos africanos, mas a todos que têm raiz africana, sejam brasileiros, dominicanos ou haitianos.”

Para esse combate Foka apresenta alguns pontos básicos.
“Em 1º lugar o empreendedorismo, porque se não há trabalho para todos, muito menos para os africanos.
Vamos criar uma cooperativa e todos podem quotizar e ter esse dinheiro à sua disposição para criar uma microempresa”, anuncia Foka, assegurando que “estaremos lá para os guiar e pôr a estrutura a funcionar.”
Do diálogo com o Ministério da Família sobre este assunto, o dirigente afro europeu manifesta que “não vale a pena deixar as pessoas no assistencialismo”, sendo melhor “dar o valor de um ano de RMG a alguém que quer criar a sua empresa, sendo que da nossa parte contará com o apoio de pessoas formadas e com experiência nesse processo.”
Neste sentido vai ser também proposta ao Ministério da Classe Média e Turismo que “se facilite a criação de empresas, porque verificamos muitos bloqueios, como brevets técnicos, CATP, etc.”
Sublinha Foka que “o tecido económico do país ganha quando alguém cria uma empresa e dá trabalho a outras pessoas que estão na precariedade.”
“Menos pessoas na miséria e uma menor taxa de desemprego”, conclui.

No plano internacional da cooperação, a Maison d’Áfrique pretende também “parar a hemorragia” do êxodo populacional africano rumo à Europa.
“Não queremos ver mais africanos mortos nas praias, à entrada da Europa.”
Com vista a esse difícil combate, Foka esteve numa reunião de líderes emigrantes africanos na Europa com instituições de microfinança, em Dakar, a 7 de Fevereiro, com o intuito de quebrar a hegemonia da Western Union, que nas suas palavras “cobra altas taxas e não investe em África”.
“Queremos que o ciclo seja do africano para o africano e que o dinheiro cobrado seja investido na criação de emprego para jovens.”
Neste encontro foram ainda assinados protocolos para a criação de um banco ético-social africano para apoiar estes projectos de fixação populacional e em Junho serão finalizadas em Acra (Gana).

O Obama luxemburguês?

Candidato pelo partido socialista às próximas eleições municipais, a 9 de Outubro de 2011, pela Comuna do Luxemburgo, Foka define a sua candidatura como “federativa, para todos.”
“Se uma comuna tem 65% de estrangeiros, é aberrante que sejam 35% a dirigir esses 65%. Isso não é democracia”, desabafa o candidato.
Apela aos germanófonos, francófonos, lusófonos e afro luxemburgueses por “uma inscrição massiva nas listas eleitorais, pois a política comunal é a nossa vida quotidiana e vamos lutar para que esses 65% cheguem ao poder.”

Para mais informações sobre a Maison d’Afrique: http://www.maisondafrique.lu/
HB