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08/02/2012

Desemprego dos licenciados pode pôr em causa a aposta na massificação

O desemprego dos licenciados pode pôr em causa a legitimidade da aposta na massificação do Ensino Superior em Cabo Verde, indica um estudo do Banco Mundial sobre a estruturação e organização deste nível de ensino no país.

O estudo, feito a pedido do governo, aponta os pontos fortes e as fraquezas do sector, as oportunidades e apresenta recomendações sobre as prioridades em matéria de medidas de políticas públicas.

A questão da qualidade, com uma melhor atenção na formação dos docentes, mais investimentos nas bibliotecas universitárias e melhor acesso por parte dos estudantes, são algumas recomendações do estudo que aponta como preocupação o aumento do desemprego no seio dos licenciados.

Esse fenómeno, conforme o ministro do Ensino Superior Ciência e Inovação, António Correia e Silva, preocupa o Governo, uma vez que, além de ser fonte de sofrimento e de mal-estar social, pode igualmente ter um efeito negativo na aposta do executivo.

O governante chama a atenção para a “interpretação complexa desse fenómeno, por forma a não imputar automaticamente, como parece acontecer amiúde, a problemas de qualidade ou da relevância das instituições do Ensino Superior”.

“O desemprego tem igualmente a ver com o gueto, com o hiato entre a dinâmica dos sector educativo e o do sector empresarial como por vezes o défice de iniciativa empresarial ou com o próprio perfil do empresariado nacional”, explicou.

Para o director-geral do Ensino Superior, Arnaldo Brito, não será por causa do desemprego que o Governo vai limitar o acesso ao Ensino Superior. Defende, contudo, uma reorientação dos alunos para as áreas de formação que possibilitem ter o emprego e reforçar ainda toda a dinâmica económica no sentido de criar novos empresários.

O estudo vai ser apresentado durante o fórum iniciado hoje de manhã na Cidade da Praia, tendo como tema “Como é que o Ensino Superior pode contribuir para a agenda de transformação económica e social de Cabo Verde”, reunindo diversos intervenientes no sector.

O financiamento e a sustentabilidade do ensino superior, a equidade, a relevância e modernização do ensino superior incluindo aspectos de qualidade vão estão em debate durante os dois dias do evento que tem por objectivo fundamental a identificação de orientações estratégicas e opções de política, susceptíveis de favorecer o desenvolvimento equilibrado e sustentado do ensino superior no arquipélago.

Fonte: Inforpress

01/11/2011

Cabo-verdianos em Portugal procuram outros países da Europa para fugirem à crise

A ministra das Comunidades de Cabo Verde, Fernanda Fernandes, disse ontem que a crise está a levar imigrantes cabo-verdianos em Portugal a pedirem ajuda para regressarem ou voltarem a emigrar dentro da Europa, havendo já quem manifeste dificuldades em sobreviver.

Sem adiantar números, Fernanda Fernandes explicou que as embaixadas e associações parceiras do governo cabo-verdiano já estão a receber "solicitações de pessoas a quererem voltar ou a manifestar dificuldades em sobreviver. Pessoas que perderam o emprego ou idosos sem meios de sobrevivência".

A ministra, que visitava uma escola no Vale da Amoreira, Moita, onde uma turma de 20 alunos está a testar um sistema bilingue em crioulo e português, adiantou que da sua agenda em Lisboa consta ainda uma reunião com instituições de solidariedade portuguesas que trabalham, direta ou indiretamente, com a comunidade e na qual se discutirá a crise.

Fernanda Fernandes também participou no primeiro encontro nacional das associações cabo-verdianas em Portugal, organizado pela federação cabo-verdiana das associações.

Questionada pela Lusa sobre a forma como a comunidade cabo-verdiana está a reagir à crise, Fernanda Fernandes afirmou que "há pessoas com esperança, lutando". "Dizemos que sempre vivemos em crise, somos desafiadores do destino", disse.

No entanto, reconheceu que as autoridades sentem que "há gente com problemas de sobrevivência e já não é só na tradicional diáspora do sul, como em São Tomé, mas também na Europa, nomeadamente em Portugal.

"Temos notado que há uma reemigração de cabo-verdianos na Europa, seja à procura de reunificação familiar, seja à procura de emprego. Sabemos que países, como o Luxemburgo, que têm recebido alguns cabo-verdianos provenientes de Portugal".

A ministra recorda que voltar a emigrar nem sempre é solução, porque "o desemprego tem tocado todos os países da Europa".

No entanto, o regresso a Cabo Verde "é encarado com delicadeza porque o emigrante não gosta de regressar sem sucesso". Segundo Fernanda Fernandes, os emigrantes cabo-verdianos "procuram sempre alternativas antes de regressar definitivamente". A decisão de pedir ajuda para regressar "não é tomada de ânimo leve".

Fonte: RTP