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27/09/2013

Projecto do governo cabo-verdiano apoia regresso definitivo a Cabo Verde

Viviane van Hueck, da Organização Mundial das Migracoes,
Nadir Delgado, coordenadora da CAMPO, e Clara Delgado,
Encarregada de Negócios de Cabo Verde no Luxemburgo Foto: Aleida Vieira
A comunidade cabo-verdiana assistiu no domingo, no Centre Sociétaire, na cidade de Luxemburgo, à apresentação do projecto "Reforço das capacidades de Cabo Verde na gestão das Migrações". Este projecto tem origem numa parceria entre a União Europeia (UE) e Cabo Verde e tem como objectivo o apoio à reintegração económica dos emigrantes cabo-verdianos que desejem regressar a Cabo Verde e aí criar uma empresa ou integrar-se no mercado de trabalho daquele país.

O projecto foi apresentado por Clara Delgado, encarregada de Negócios da Embaixada de Cabo Verde no Luxemburgo, Viviane Van Hoeck, da Organização Mundial das Migrações (OIM), e Nadir Delgado, coordenadora do Centro de Apoio ao Migrante no País de Origem (CAMPO). Muitos foram os cabo-verdianos que compareceram a esta sessão de esclarecimento.

No âmbito da parceria de mobilidade entre Cabo Verde e a UE, o projecto "Reforço das capacidades de Cabo Verde na gestão das Migrações" prevê um apoio económico de cerca de 4.000 euros para os cabo-verdianos emigrantes nos países como Portugal, Holanda, França ou Luxemburgo que queiram regressar ao seu país de origem. Apenas os cabo-verdianos residentes num destes quatro países e que nunca tenham sido alvos de medidas de afastamento de um dos estados membros da EU podem beneficiar deste projecto.

O apoio à criação de uma empresa é feito em quatro fases. Apoio técnico para a criação de uma empresa, ou seja, após a apresentação do seu projecto à OIM ou directamente ao CAMPO, o emigrante irá ser aconselhado por um consultor especializado que analisará o projecto e aconselhará quanto à viabilidade do projecto.

Após a certificação da viabilidade do projecto, o emigrante recebe uma ajuda financeira de cerca de 4.000 mil euros e vai, também, ser acompanhado no lançamento e implementação do seu negócio. Uma formação inerente à sua actividade é também garantida.

Para quem queira regressar ao arquipélago e integrar o mercado de trabalho, a coordenadora do CAMPO informou que "é possível disponibilizar online o CV através da ferramenta PQuE, que irá partilhar o currículo pelas diferentes instituições do país de acordo com a formação e experiência da pessoa", garantiu Nadir Delgado, sublinhando que desta forma a comunicação entre as instituições será garantida.

Nadir Delgado informou ainda que 10 % das pessoas que apresentaram os seus projectos já foram seleccionadas.

O projecto "Reforço das capacidades de Cabo Verde na gestão das Migrações" tem uma duração de 36 meses e o empresário é acompanhado durante o primeiro ano da empresa. Para apresentar um projecto ou simplesmente pedir informações, deve ser enviado um email para campo@campo.com.cv ou ainda consultar a página em linha da CAMPO (www.campo.com.cv).

Fonte: CONTACTO/AV

10/07/2013

José Maria Neves apelou à união dos cabo-verdianos durante comemorações do dia da independência

Durante um dia, Roterdão foi a capital das comemorações do 38° aniversário da independência de Cabo Verde, num encontro presidido pelo primeiro-ministro cabo-verdiano, José Maria Neves. O Luxemburgo esteve representado pela encarregada de negócios da Embaixada de Cabo Verde no Grão-Ducado, Clara Delgado.

O primeiro-ministro de Cabo Verde, José Maria Neves,
chefiou a delegação cabo-verdiana a Roterdão
O encontro teve lugar em Roterdão, no sábado, e contou ainda com a presença de Fernanda Fernandes, ministra das comunidades e antiga encarregada de negócios no Luxemburgo entre 2005 e 2008, e ainda de Mário Lúcio Sousa, ministro da Cultura, além de diplomatas de vários países.

O Luxemburgo fez-se representar pela encarregada de negócios da Embaixada de Cabo Verde no Grão-Ducado, Clara Delgado, mas estiveram também presentes no encontro internacional diplomatas da Alemanha e do Benelux. José Maria Neves exaltou as conquistas de Cabo Verde ao longo da sua história e assinalou os desafios de governar um país assolado pela escassez de recursos naturais.

"Um país que de riquezas só tem vento, sol, mar, e pouco mais, mas também um país com muitas pedras preciosas, que são cada um dos cabo-verdianos e cabo-verdianas que estão nas ilhas ou na diáspora", disse o primeiro-ministro cabo-verdiano.

Roterdão, um dos primeiros destinos de emigração dos cabo-verdianos, foi uma escolha natural para o encontro internacional, explicou José Maria Neves.

"A Holanda foi uma cidade de luz e um dos principais apoiantes de Cabo Verde na luta pela independência", disse o governante, sublinhando que "foram os cabo-verdianos emigrantes na Holanda que mostraram o caminho de Cabo Verde" e que contribuíram para que o país fosse "visto com bons olhos" internacionalmente.

O governante reservou também uma palavra de agradecimento ao Luxemburgo, com quem Cabo Verde tem há vários anos acordos de cooperação.

"Não conseguimos retribuir a grandeza da cooperação com Cabo Verde", disse o primeiro-ministro.
Elogiando as comunidades na diáspora, José Maria Neves apelou à união dos cabo-verdianos para ultrapassar os desafios do país e recordou a importância de todos para a conquista da independência.

"O dia 5 de Julho foi o dia em que tomámos nas nossas mãos a liberdade de escrever o nosso destino e assumimos a responsabilidade de construir um país respeitado no mundo inteiro", recordou.

"Que futuro teria um país sem água, luz ou riquezas naturais? Temos de ser justos com aqueles que começaram, que colocaram as primeiras pedras e construíram os alicerces do país com a sua coragem e determinação", acrescentou.

Muitos foram os cabo-verdianos presentes em Roterdão
"Ganhámos o desafio da independência e quinze anos depois fizemos a abertura da democracia, ultrapassando vários desafios, e tornámo-nos numa referência de democracia na África. Ocupamos a 27a posição no mundo inteiro", disse José Maria Neves.

O primeiro-ministro cabo-verdiano lembrou também o convite de Obama para visitar a Casa Branca e congratulou-se com o prestígio que Cabo Verde conseguiu conquistar. "Nós somos um país africano, e representamos uma África positiva, capaz e empreendedora", afirmou.

Para José Maria Neves, os maiores desafios no futuro são o desenvolvimento do turismo sustentado, a criação de formas de aproveitamento das águas da chuva, a construção de barragens, melhoria dos aeroportos, portos e meios de transportes, e a valorização das riquezas naturais e do mar, com o desenvolvimento de indústrias de conserva e de transformação de peixe.

MINISTROS TAMBÉM DANÇARAM

A tarde foi animada com música ao vivo, com artistas como Américo Brito e Jaqueline Fortez, filha de emigrantes no Senegal.

O grupo de batucadeiras "Sima nos e so nos" conseguiu mesmo que Mário Lúcio, ministro da Cultura de Cabo Verde, desse uns passinhos de dança, passando depois a solada (pano tradicional usado no batuque) à ministra das Comunidades, Fernanda Fernandes, que também dançou.

Foi da antiga encarregada de Negócios do Luxemburgo que veio um dos discursos mais emotivos do dia. Fernanda Fernandes, que cresceu e estudou em Portugal, diz que se sente por isso muito próxima dos emigrantes cabo-verdianos, e apelou a que todos trabalhem em prol do país.

A ministra das Comunidades, Fernanda Fernandes, deu um pé de dança
"Cada um de nós tem um compromisso para com Cabo Verde. Todos nós podemos ajudar o país a tornar-se num país cada vez melhor", desafiou Fernanda Fernandes, garantindo que está a fazer a sua parte, enquanto ministra das Comunidades, um cargo que lhe dá prazer "por poder estar perto das diásporas".

O encontro internacional serviu também para promover contactos económicos, disse ao CONTACTO o cônsul-geral da Holanda, Belarmino Monteiro Silva.

"Juntou-se o útil ao agradável, uma vez que, além desta grande festa com os cabo-verdianos, também se proporcionaram encontros de interesse económico para ambos os países. Estou extremamente contente e feliz pela participação dos imigrantes residentes aqui na Holanda e também nos países vizinhos, como o Luxemburgo, Bélgica, França e Alemanha, que se juntaram a nós nesta celebração", disse ao CONTACTO o Belarmino Monteiro.

O diplomata frisou a importância de assinalar a data da independência do país junto dos cabo-verdianos e dos seus descendentes, mostrando-lhes que "devem sentir-se orgulhosos pelo percurso de Cabo Verde, que nos 38 anos de independência conseguiu passar de país pobre para país de desenvolvimento médio".
"Não existem países grandes ou pequenos, existem grandes países e pequenos países, e Cabo Verde é um grande país", sublinhou o cônsul na Holanda.Na festa estiveram ainda muitos cabo-verdianos residentes na Holanda.

Osvaldo Brito, a viver no país há 25 anos, garante que os cabo-verdianos estão muito bem integrados na sociedade holandesa."A tal ponto que quase nos esquecemos que somos cabo-verdianos e já não precisamos das associações para esse efeito", disse ao CONTACTO.

Romira Rocha, outra emigrante cabo-verdiana na Holanda com quem o CONTACTO falou, confirma a boa integração dos cabo-verdianos no país, mas alerta para o desinteresse dos jovens pela educação e a formação profissional, fortemente apoiada pelo governo holandês.
Antão Freitas, residente no Luxemburgo há mais de duas décadas, representou a comunidade cabo-verdiana do Grão-Ducado nas comemorações em Roterdão.

Num discurso emotivo, o presidente da associação Estrela do Norte, sediada em Ettelbruck, e membro da Comissão Consultiva para Estrangeiros de Schieren, agradeceu ao Luxemburgo pelas oportunidades que tem dado à comunidade cabo-verdiana.
Antão Freitas elogiou ainda o apoio e a participação activa na vida da comunidade da actual encarregada de negócios no Luxemburgo, Clara Delgado.

Fonte: CONTACTO/Aleida Vieira, em Roterdão - texto e fotos

06/07/2013

Alunas comemoraram independência de Cabo Verde com dança, música e memórias de Amílcar Cabral

Amílcar Cabral foi recordado na conferência promovida
por um grupo de alunas de várias nacionalidades, um evento
que contou com a presença do pintor Nelson Neves (à dta.)
 
O dia 5 de Julho é uma data que não passa despercebida a nenhum cabo-verdiano, esteja ele dentro ou fora do país. No dia em que se assinalou o 38º aniversário da independência de Cabo Verde, seis alunas da École Privée Fieldgen juntaram o útil ao agradável e escolheram este tema para o projecto de fim de ano. Dança, música e uma conferência sobre Amílcar Cabral marcaram o dia.
 
O evento teve lugar no Centro Cultural da Gare e contou com a presença de Clara Delgado, encarregada de negócios de Cabo Verde no Luxemburgo, Jean Marc Heyert, presidente da associação cabo-verdiana de Fameck, Nelson Neves, pintor, e do Comité Spencer, a associação de jovens cabo-verdianos no Luxemburgo.

Clara Delgado abriu a sessão lembrando o papel fundamental dos emigrantes na construção da nação cabo-verdiana.

Na conferência, Jean Marc Heyert recordou a vida e obra de Amílcar Cabral e sublinhou que o herói cabo-verdiano "fez aquilo que os portugueses nunca conseguiram: unir os povos" e levá-los, através da auto-confiança e da procura de conhecimento, "a lutar pela independência".

Para o presidente da associação cabo-verdiana de Fameck, os cabo-verdianos devem ter orgulho no seu país, sublinhando o facto de Cabo Verde ocupar o segundo lugar no ranking do melhor país africano para viver, alcançando 68 pontos em 100, com base em critérios como a estabilidade política, liberdade de expressão, taxas de mortalidade e esperança média de vida. 

"Cabral conseguiu atrair a atenção do mundo inteiro para a sua causa", disse Heyert, explicando que, após inúmeras tentativas falhadas de Salazar e do General Spínola para capturar Amilcar Cabral, Portugal mudou de estratégia e decidiu fazer "uma lavagem cerebral aos combatentes guineenses".

O general português plantou a semente da discórdia, dizendo aos combatentes guineenses que as causas de Cabo Verde e da Guiné eram diferentes, e que, como o PAIGC fora criado por cabo-verdianos (Amílcar Cabral, Luis Cabral, Pedro Pires, Arestides Pereira), só iria defender os interesses dos cabo-verdianos.

Nelson Neves, pintor cabo-verdiano residente no Grão-Ducado, apelou à valorização da história e cultura cabo-verdianas e elogiou a iniciativa das jovens organizadoras.

Para as jovens finalistas do 12º ano, foi um desafio descobrir a história do país, e a pesquisa que efectuaram ensinou-lhes muitos factos que desconheciam.

"Apesar de frequentar a comunidade cabo-verdiana, havia muita coisa da história do país que desconhecia completamente e que com certeza muitos outros jovens não conhecem", salientou um dos membros do grupo, composto por seis elementos: as portuguesas Stéphanie Dias e Kelly Gomes, a luxemburguesa Suzanne Kohl, a cabo-verdiana Maryline Monteiro e Kim Vo, vietnamita.

Apesar de reunir várias nacionalidades, o grupo, que adoptou o nome Insular, não teve dificuldades em unir-se para a mesma causa.

"Éramos um grupo muito unido. Todos sabíamos o que tínhamos a fazer e com o apoio do comité Spencer foi tudo mais fácil", disseram ao CONTACTO.

O grupo tem planos para organizar uma viagem a Cabo Verde no último ano do liceu.
A festa da independência contou ainda com grupos de dança e com as cantoras Letícia e Jamila.

Fonte: CONTACTO/Aleida Vieira - texto e fotos

12/06/2013

Comunidade cabo-verdiana juntou-se no último adeus a Beatriz Fernandes


A comunidade esteve unida no último adeus à jovem cabo-verdiana Beatriz Fernandes
A comunidade cabo-verdiana no Luxemburgo está de luto pela morte da jovem Beatriz Lima Fernandes, tendo-se associado para ajudar a assegurar as despesas do funeral, no passado sábado. A jovem de 23 anos foi encontrada morta na sua residência em Bonnevoie pela polícia luxemburguesa, no dia 4 de Junho, depois do alerta de um grupo de amigos que estranhou a sua ausência durante dois dias.
"Os amigos não davam por ela há dois dias e avisaram a polícia, que teve de arrombar a porta da casa. Ela foi encontrada morta ao lado do prato com comida e do copo. Segundo os amigos, ela tinha diabetes", contou o dirigente associativo João da Luz ao CABOLUX/CONTACTO.

Uma doença confirmada pela pessoa que a trouxe para o Luxemburgo e responsável pela sua legalização no país, Zenaida Santos. "Ela tinha diabetes desde nascença. Tinha diabetes crónica. Foi morte natural".

Ouvida também pelo CABOLUX/CONTACTO, a polícia luxemburguesa diz não dispor de mais informações sobre este caso. "Não temos qualquer relatório médico que aponte não se tratar morte natural, portanto, não temos informações sobre este caso".

Beatriz Fernandes, natural da ilha cabo-verdiana de São Vicente, tinha chegado ao Luxemburgo há dois anos, vinda de Portugal (e não há dez, como erradamente como tínhamos percebido e avançado aqui), e vivia sozinha.

"Antes ela morava comigo e depois de ter encontrado trabalho foi para o quarto dela", diz Zenaida, que recorda os momentos que passaram juntas. "Ela era muito meiga. Gostava de crianças e ajudava a tomar conta das minhas filhas. Era também muito alegre e tinha muitos amigos. Ela gostava de viver e era a minha família", conta, emocionada.

Com o pai a viver em Cabo Verde e a mãe em Portugal, Beatriz tinha ainda no Luxemburgo duas tias e primos. "Só um dia antes do funeral é que soubemos que ela tinha aqui duas tias e primos. Mas ela tem também muitos amigos", garante João da Luz.

Beatriz foi a enterrar no cemitério de Hollerich
"Tinha família aqui", confirma Zenaida, "mas nunca a procuraram. Só na véspera do funeral é que
apareceram", lamenta a cabo-verdiana.

De Portugal veio a mãe e alguns amigos para o funeral. Da Suíça outros tantos amigos. Ao todo, perto de quinhentas pessoas acorreram ao cemitério de Hollerich, no passado sábado, para o último adeus a "Bety Morena", como era também conhecida.

COMUNIDADE JUNTOU TRÊS MIL EUROS PARA CUSTEAR FUNERAL

Para custear o funeral, um grupo de amigos e colegas de Bety abriu uma conta no Banque et Caisse d'Épargne de l'État, em nome de Beatriz Lima Fernandes (LU94 0019 4155 1469 4000).

A Embaixada de Cabo Verde, que também se fez representar no funeral, lamentou esta perda e confirma que também recebeu um pedido para contribuir para as despesas.

"Lamentamos imenso esta morte", disse ao CABOLUX/CONTACTO a encarregada de Negócios da Embaixada de Cabo Verde no Luxemburgo, Clara Delgado. "Eles [grupo de amigos] pediram apoio e nós estamos a apoiar [...] dentro daquilo que é possível", acrescentou a diplomata, que apela à comunidade para procurar a Embaixada para obter "informações sobre mecanismos de seguro de saúde e seguro de vida" para minorar situações como esta, já que a própria Embaixada não pode responder a todos os pedidos de ajuda.

Ao todo, e até esta segunda-feira, os fundos recolhidos para cobrir as despesas do funeral rondavam os três mil euros.

"Agradeço a toda a comunidade. Até agora temos 2.800 euros, mas só o caixão foi dois mil euros. Se não conseguirmos pagar tudo, eu e o meu marido pagamos o resto. Afinal, sou a responsável, porque eu é que assinei os papéis", explica Zenaida Santos, que lamenta ainda a falta de apoio da família.


Peditório com o número de conta para ajudar a custear o funeral
"O pai tem muitas condições. Disse que vai ajudar, mas até agora não disse nada. A mãe veio de Portugal. Telefonei na quarta-feira a avisar da morte da filha e ela só chegou na sexta à noite. Não conseguiu ver o corpo da filha e foi-se embora no sábado, depois do funeral", lamenta Zenaida.

Segundo Zenaida Santos, o funeral foi feito no Luxemburgo, em vez de o corpo ser transladado para Portugal ou Cabo Verde, porque a jovem Beatriz "não tinha apoio da mãe e do pai".

A Embaixada de Cabo Verde confirmou ao CABOLUX/CONTACTO que também não recebeu nenhum pedido de apoio nesse sentido.
Homenagem dos amigos no Facebook
O CABOLUX/CONTACTO tentou até ao fecho desta edição falar com a família de Beatriz, sem sucesso.

Henrique de Burgo

05/06/2013

Comunidade cabo-verdiana chocada com o caso da agressão no comboio

Para o dirigente associativo cabo-verdiano João da Luz o caso é
"lamentável" e deve ter uma "condenação severa" Foto: Rui Melo
O caso da agressão no comboio julgado na semana passada nos tribunais luxemburgueses está a chocar a comunidade cabo-verdiana no Luxemburgo. As autoridades cabo-verdianas e os dirigentes associativos ouvidos pelo CABOLUX/CONTACTO lamentam o caso e dizem que vão agir contra a violência.
 
"É de lamentar o sucedido porque toca a boa imagem dos cabo-verdianos no Luxemburgo. Lamento também porque são pessoas jovens e a tendência é para uma pena pesada", disse ao CABOLUX/CONTACTO a encarregada de Negócios da Embaixada de Cabo Verde no Luxemburgo, Clara Delgado.

Em causa está a agressão violenta a um homem de 49 anos num comboio entre a cidade do Luxemburgo e Rodange, em Dezembro de 2011, alegadamente por três jovens de origem cabo-verdiana, julgados na semana passada.

"A questão da violência é algo discutido há algum tempo com as autoridades luxemburguesas, mas este é um caso que sai das nossas esferas, e que não vai beliscar as relações entre os dois países. É um caso isolado, mas estamos atentos e a acompanhá-lo", garante Clara Delgado.

A associação cabo-verdiana contra a violência, Comité Spencer, diz que está já a preparar projectos para combater casos como estes.

"Temos agora uma nova direcção, mas já falámos deste caso em duas reuniões. Estamos a preparar um projecto em conjunto com a comuna de Esch-sur-Alzette, que deve arrancar depois do Verão. Queremos fazer uma 'workshop' contra a violência", conta a nova secretária da associação sediada no Luxemburgo, Dominique Rocha.

"Vamos ter peças de teatro sobre o tema. Pequenos sketches onde os jovens simulam situações conflituosas, como por exemplo em discotecas. Aí vamos ver as reacções do público, mas vamos também convidar o público jovem a subir ao palco e a entrar na peça para reagir de forma diferente", explica Dominique Rocha, que quer ver os jovens a passar pela associação (26, place de la Gare, Galerie Kons) na cidade do Luxemburgo.

"Os jovens que venham ter connosco. Estamos cá para os ajudar na inserção laboral, mas também no voluntariado. Aí, eles podem conhecer outras pessoas do Luxemburgo, misturar-se com outras culturas. Além disso, vão estar mais activas", apela Dominique Rocha.

Já o presidente da Federação das Associações Cabo-verdianas no Luxemburgo (FACVL), João da Luz, mostra mais firmeza. Diz que este caso é "lamentável" para a comunidade, mas que deve ter uma "condenação severa".

"Este é um caso lamentável, e a condenação contra a violência deve ser severa", diz o dirigente associativo, que felicita a polícia pela rápida intervenção. "Quero dar os parabéns à polícia por ter reagido de forma rápida. A divulgação do vídeo ajudou a perceber o que se estava a passar. Foi positivo".

Para o dirigente associativo, é preciso desenvolver uma "nova política dirigida aos jovens recém-chegados", que "não conhecem bem" esta sociedade. "É preciso um melhor enquadramento, e isto tem de ser feito pelo Serviço Nacional da Juventude e pelas associações. A sociedade civil tem uma grande responsabilidade em relação a esses jovens", diz.

O dirigente associativo vai aproveitar a próxima assembleia geral da federação, marcada para 15 de Junho, para "pedir às associações para aumentarem as acções para jovens", anunciou o presidente da FACVL, que apela também ao envolvimento das associações portuguesas.

"Quando falo em associações, falo nas cabo-verdianas, mas também nas associações portuguesas, porque muitos desses jovens recém-chegados vêm de Portugal, nasceram e cresceram lá, e identificam-se mais com Portugal do que com Cabo Verde", conclui.

Herique de Burgo

07/03/2012

Atraso na obtenção de passaporte enerva cabo-verdianos

Clara Delgado 
A encarregada de Negócios da Embaixada de Cabo Verde, Clara Delgado, reuniu-se no domingo passado com a comunidade cabo-verdiana do norte de Luxemburgo. O encontro teve lugar em Ettelbruck, no Hall Deich.

No encontro, que tinha como objectivo ouvir a comunidade, estiveram presentes Antão Lopes Freitas, presidente da Associação "Estrela do Norte”, João da Luz, presidente da Federação das Associações Cabo-verdianas no Luxemburgo e responsável pelo programa "Morabeza” na Rádio Latina, e ainda Carlo Lima, representante da delegação de estrangeiros de Ettebruck.

Apesar da fraca participação, foram levantadas algumas questões que preocupam a comunidade. A questão da demora na obtenção dos passaportes foi um dos assuntos colocados pelos presentes. Esta é uma preocupação antiga dos cerca de 8 mil cidadãos cabo-verdianos residentes no Luxemburgo, que estão condicionados a esta única forma de identificação. Também se falou sobre o facto de a comunidade cabo-verdiana ter pouco tempo de antena na Rádio Latina e, conforme disse Pedro Santos da Rádio Norte, "já é tempo de a Embaixada de se interessar mais sobre esse assunto".

Outro tema falado foi a realização, no Verão, de dois voos da TACV – companhia aérea cabo-verdiana - para Cabo Verde a partir do Luxemburgo, o primeiro no dia 28 de Julho, para São Vicente, e outro dia 7 de Agosto para a Praia. Estes voos são directos do Luxemburgo para estas duas ilhas de Cabo Verde. Para Clara Delgado, "o balanço foi positivo", mas lamentou a "fraca adesão da comunidade a este tipo de encontros, que são sempre benéficos para todos".

Fonte: CONTACTO/Rui Melo

01/03/2012

Clara Delgado ouve cabo-verdianos do Norte no domingo

Clara Delgado
A Embaixada de Cabo Verde no Luxemburgo informa que no próximo domingo, dia 4 de Março, a encarregada de Negócios, Clara Delgado, vai encontrar-se com a comunidade cabo-verdiana do Norte (Ettelbruck e arredores).

O encontro vai ter lugar no edifício "Hall du Deich", pelas 15h, e tem como objectivo auscultar as eventuais preocupações da comunidade cabo-verdiana.

26/12/2011

Mensagem de Boas Festas da Encarregada de Negócios da Embaixada de Cabo Verde no Luxemburgo

Caros compatriotas,

Gostaria de, por este meio, desejar a todos vós e às vossas famílias um Bom Natal e Um Ano Novo melhor do que o ano que agora chega ao fim.

A Embaixada de Cabo Verde no Luxemburgo, deseja a todos os cabo-verdianos residentes no Grão-Ducado do Luxemburgo, uma Quadra Festiva de muita Paz e Alegria.

Clara Delgado

Encarregada de Negócios
Embaixada de Cabo Verde

01/12/2011

"Temos de investir na educação dos filhos e isso não é só com dinheiro"

Os pais estiveram atentos aos conselhos
de Lúcio Cabral e querem mais
 Maior acompanhamento escolar por parte dos pais, melhor conhecimento da nova linguagem dos filhos, noção da identidade cultural, responsabilidade do emigrante, mas também boas práticas da sociedade de acolhimento podem ser a chave para o sucesso educativo das crianças cabo-verdianas no Luxemburgo.

Estas foram algumas das conclusões da primeira mesa-redonda sobre a educação, integração e cultura cabo-verdianas, levada a cabo pela Associação dos pais de alunos de origem cabo-verdiana (Apadoc), este domingo, no Centre Sociétaire, na capital luxemburguesa.

Para combater o insucesso escolar, o trabalho com os pais parece ser a prioridade tanto em Cabo Verde, em Portugal, como no Luxemburgo, defendeu o painel de especialistas.

"A nível de ensino, a conclusão a que chegamos é que o maior problema é a falta de empenho, no sítio certo, dos pais. Daí a importância deste trabalho da Apadoc para explicar aos pais o ‘abc’ da escola, o que ela é, para que serve, como está organizado o sistema de ensino e como chegar à linguagem dos iPhone's, Ipad's e Ipod's dos filhos de hoje em dia", refere a linguista Aleida Vieira.

"A presença do pai e da mãe, juntos, nas reuniões, vai dar ao professor um maior reconhecimento como autoridade e, por outro lado, dá motivação ao aluno no estudo. Os professores precisam da ajuda dos pais e se estes não aparecem nas reuniões, os professores 'marimbam-se' para os alunos", sustenta o professor Lúcio Cabral.

A par desta questão, é preciso também trabalhar a identidade cultural para se poder descobrir e aceitar o outro.

"Como diz o ditado: ‘aquilo que o berço dá, só a cova pode tirar'. A família tem um papel importante na transmissão da cultura e se um indivíduo é culturalmente bem formado, vai estar aberto às outras culturas e vai ser mais bem-sucedido na integração", acrescenta Lúcio Cabral.

A personalidade do aluno, o esforço na aprendizagem de uma das línguas locais, o sentido de responsabilidade enquanto emigrante também podem ter influência nesta dinâmica. Da parte da sociedade de acolhimento também se esperam boas práticas que conduzam ao sucesso escolar e não ao insucesso. Sendo o sistema educativo idêntico ao cabo-verdiano, em Portugal não existem entraves a nível do sistema para os alunos cabo-verdianos. Já no Luxemburgo o mesmo não se pode dizer.

Em Portugal, o maior problema são os guetos, diz Aleida Vieira
"O grande problema em Portugal são os bairros sociais, os tais guetos e outras questões sociais. Aqui no Luxemburgo isso não acontece, mas pode vir a acontecer. Não existem aqueles 'prédios-prisões' como em Portugal, mas há zonas em que se pode dizer ‘isto aqui é dos portugueses, ali é dos italianos'. Este é um ponto que o Luxemburgo deve combater para não se chegar ao nível extremo de Portugal", sustenta a linguista Aleida Vieira.

Se esta estrutura urbana pode ser uma ameaça, o sistema educativo luxemburguês é já uma dificuldade para muitos alunos cabo-verdianos.

"O sistema educativo luxemburguês começa por privilegiar a fala do luxemburguês e o alemão entra logo na primária. A língua francesa é introduzida no terceiro ano e o alemão regressa no secundário", refere a técnica do ministério da Educação do Luxemburgo, que esteve na assistência, Cidália Monteiro.
"O alemão acaba sempre por dominar, mas se o sistema permitisse aulas no ensino secundário também em língua francesa, para os alunos mais propensos à francofonia, seria mais fácil para muitos alunos conseguirem os seus objectivos. Mas isto é uma utopia", desabafa a funcionária do ministério da Educação.

Mas para alcançar o sucesso escolar, é imprescindível que os pais cabo-verdianos estejam "informados".
"Têm de saber o que os filhos estão a estudar e porquê são encaminhados para 'vendeuse‘ ou outros cursos técnicos. Têm de ir à escola e dizer não, se for preciso. Dizer que o filho quer ir para a faculdade e que tem essa capacidade. Se isso acontecer, muitos filhos vão sentir essa protecção dos pais, e vai ser mais fácil realizar os seus sonhos", defende Aleida Vieira.

É o futuro dos filhos que está em causa, mas dos pais também. "Temos de investir na educação dos filhos e isso não é só com dinheiro. O tempo é importante. Temos de acompanhar os nossos filhos e fazê-los ver a importância dos estudos porque, senão, mais tarde são os pais que vão continuar a sustentar os filhos já adultos, quando deviam estar formados e a trabalhar. O investimento na educação tem de começar desde cedo para que mais tarde os custos não venham a ser maiores", exorta Lúcio Cabral.

A Encarregada de Negócios da embaixada de Cabo Verde, Clara Delgado, esteve também presente para saudar a iniciativa da Apadoc e aproveitou para reconhecer os "bons e experientes quadros cabo-verdianos que vieram discutir com os pais temas prementes, pois fala-se muito do insucesso escolar no Luxemburgo". Clara Delgado defende que "sem educação não há integração e sem integração será difícil educar-se". Para a presidente da Apadoc, Joana Ferreira, "este é o primeiro de outros sucessos que virão", mas ainda assim precisa de "mais apoio dos pais para uma tarefa que é de todos". 
HB

22/09/2011

Fernanda Fernandes regessa ao Grão-Ducado para fim-de-semana cultural

Fernanda Fernandes, ex-encarregada de Negócios de Cabo Verde no Luxemburgo entre 2005 e 2008, regressa ao Grão-Ducado na qualidade de ministra das Comunidades, para participar no fim-de-semana cultural  e desportivo cabo-verdiano, por ocasião das Festividades de Nossa Senhora do Rosário e de Nossa Senhora do Livramento.

A abertura das festividades dá-se nesta sexta-feira, dia 23, às 20h, no Centro Cultural Tramschapp (n° 45, rue Ermesinde), em Limpertsberg, pelas 20h, com uma conferência sobre a importância da integração política dos estrangeiros no Luxemburgo. Neste serão participam ainda o burgomestre da cidade do Luxemburgo, Paul Helminger, o presidente da Câmara de Ribeira Grande (Cabo Verde), Orlando Delgado, a directora do OLAI (Gabinete Luxemburguês de Acolhimento e Integração), Christiane Martin, o deputado cabo-verdiano Francisco António Dias, e a actual encarregada de Negócios de Cabo Verde no Luxemburgo, Clara Delgado.


O resto da programação pode ser lido no artigo mais abaixo "Emigrantes no Luxemburgo festejam Nossa Senhora do Livramento e Nossa Senhora do Rosário".
 
Fonte: Contacto

13/07/2011

Grund pintado com cores cabo-verdianas nas celebrações da Independência de Cabo Verde

Da esq. para a dr.: Marie-Josée Jacobs, Clara Delgado e Paul Helminger
O 36º aniversário da independência de Cabo Verde foi celebrado na quarta-feira passada com “o melhor que o país tem”: a sua cultura. Organizada pela Embaixada de Cabo Verde e com a mediação do estilista cabo-verdiano Tony Rocha, a Abadia de Neumunster, na capital, recebeu a vernissage da exposição “Cap-Vert, l’Art Insulaire”, dos pintores Kiki Lima e Alex da Silva.

Numa mensagem à comunidade cabo-verdiana, Clara Delgado, Encarregada de Negócios da Embaixada de Cabo Verde, disse que “o momento é de união e a comunidade deve estar unida. Que saibam levar mais acima a imagem de Cabo Verde, pois queremos que cada cidadão seja um grande embaixador do país. Estamos também em festa no Luxemburgo e desejo à comunidade um feliz dia nacional.”
Kiki Lima

Kiki Lima, artista cabo-verdiano de renome, e que já expôs no Parlamento Europeu, voltou agora ao Luxemburgo com uma colecção pintada exclusivamente para esta festa, de onde se destaca a emigração feminina: uma sequência de telas de vida que apontam para o regresso à terra natal da mulher cabo-verdiana, e as condições não muito favoráveis para juntar dinheiro para esse regresso, “que é sempre o objectivo do emigrante”, salienta Kiki, mas também a alegria da chegada a Cabo Verde, “algo que supera todas as dificuldades passadas.”

O dia-a-dia da vivência cabo-verdiana - a pesca, o trapiche, a venda na rua, etc. - foi algo que muitos cabo-verdianos ali presentes puderam também revisitar.

Para Kiki Lima, a celebração da independência “é uma boa ocasião para se fazer eventos deste género porque, como dizia Cabral, a nossa elevação cultural é uma forma de luta de libertação. Uma oportunidade para mostrar o que temos de melhor: a nossa cultura, a nossa forma de ser.”

Alex da Silva

O irreverente e não menos lúcido Alex da Silva, nesta sua primeira exposição no Grão-Ducado, revela “uma dura reflexão da condição humana”.
Atraído por contrastes e contradições, diz-se “inspirado por ser frustrado, por não haver um equilíbrio neste mundo, por todo este sistema com diferenças entre: branco, preto; rico, pobre; poder, miséria...”

Depois de encontrar a sua liberdade na arte, Alex da Silva, quer manter viva “a responsabilidade de focar certos aspectos para se poder criar a lucidez”, pois “se os políticos tentam manipular, são os artistas que devem determinar o parâmetro que a sociedade tem de seguir. É um dever e o artista tem de ter essa consciência”, desabafa o ex-biólogo marítimo.

O evento contou ainda com as presenças da ministra da Família, Marie-Josée Jacobs, e do burgomestre da comuna de Luxemburgo, Paul Helminger, entre outras individualidades políticas e culturais.

HB

06/07/2011

Cabeleireiro Tony Rocha quer abrir academia de beleza em Cabo Verde

O cabeleireiro cabo-luxemburguês, Tony Rocha, conhecido no Luxemburgo e internacionalmente por pentear famosos em Cannes, ou ainda por ter feito cabelo da família grã-ducal, esteve recentemente em Cabo Verde para fazer um estudo de mercado e estabelecer contactos para a abertura de uma academia de beleza.

“Vi imenso talento em Cabo Verde, mas falta uma oportunidade para ajudar esses talentos a brilhar. A ideia é ajudar a desenvolver os seus sonhos, assim como eu tive a oportunidade de desenvolver o meu aqui no Luxemburgo. Por isso pensei numa formação, onde possam trabalhar e responder a todas as perguntas da área, pois ser cabeleireiro não é só pentear e desfrisar. Há que saber dos problemas da pele e uma série de outros factores”, refere o cabeleireiro.

Para superar essa falta de formação, Tony Rocha conta com o apoio do Ministério das Comunidades Cabo-verdianas (liderado pela ex-cônsul no Luxemburgo, Fernanda Fernandes), da Encarregada dos Negócios da Embaixada de Cabo Verde no Luxemburgo, Clara Delgado, da Agência de Desenvolvimento do Luxemburgo em Cabo Verde, esperando-se ainda a confirmação do Ministério da Educação de Cabo Verde, mas, relembra, para já “estamos na fase administrativa e esperamos desenvolver toda uma estrutura para poder depois abrir uma academia pública.”

Este projecto pretende também ser “um meio de troca de experiência, com estágios escolares, e o meu papel vai ser ajudar a desenvolver o nível de cabeleireiro no país e é uma forma de dar mais trabalho ao nosso povo, sem esquecer que temos turistas que irão encontrar bons profissionais e falar bem do país”, algo que também puxa pela economia de Cabo Verde.
“Se cada pessoa na sua área fizer um pouco do que estou a fazer, creio que o nosso país crescerá mais”, desafia a comunidade.

Nascido em Janela, ilha de Santo Antão, Tony Rocha revela que “desde pequeno pensava entrar neste mundo e tive a sorte da família ter vindo para a Europa, onde tive a possibilidade de prosseguir os meus estudos e de entrar nesta área.”
Com 15 anos decidiu ser cabeleireiro. Fez o CATP e mais tarde outra formação em Lyon (superior ao que havia no Luxemburgo), algo que lhe ajudou a “abrir portas”, mas reconhece também “a sorte de ter entrado numa grande casa francesa”, onde continuou a aperfeiçoar o seu trabalho.

Como pessoa que “não para”, avançou nos estudos e fez um mestrado na área. Hoje em dia dá formação, tem um espaço em Kirschberg com o seu nome, com 10 profissionais, mas até chegar aqui recorda que o difícil percurso inicial: “Éramos poucos cabo-verdianos a trabalhar na área e tive de fazê-los acreditar que um cabo-verdiano podia trabalhar o cabelo de um europeu sem qualquer problema.”

Outro desafio superado foi o lançamento da sua primeira revista de edição internacional – Rocha - onde expõe anualmente o resultado do seu trabalho, tendo recebido o feedback positivo de viagens a Nova Iorque, Miami, Paris e outras cidades.
“É uma satisfação ganhar um espaço e trazer até Luxemburgo o que se passa internacionalmente”, acrescenta.

Em Setembro serão expostas, num salão de exposição, fotografias de famosos com penteados Tony Rocha.

HB

24/01/2011

Casa de África inaugurada e preparada para combater a pobreza


 Dez meses depois de já estar em funcionamento foi oficialmente inaugurada na semana passada, em Luxemburgo-Ville (67, Adolphe Fischer) a Casa de África, tendo sido apadrinhada pelo ministro do trabalho e imigração, Nicolas Schmit.
David Foka, presidente da Federação das Associações Africanas no Luxemburgo (FAAL) e director da Maison d’Afrique refere o objectivo da criação deste espaço: “Juntar todos os africanos, sermos mais fortes e falar a uma só voz perante a administração luxemburguesa.” Quanto ao porquê deste momento, “não quisemos pôr a carroça à frente dos bois. Criamos uma estrutura e vimos que funciona e com isso foi agora possível esta inauguração oficial.”

David Foka
Para Foka, há que “combater a pobreza no seio da comunidade” e para tal propõe a criação de microempresas. “Há muita gente a viver de RGM e porque não dar 6 meses de RGM, como microcrédito, para se criar uma microempresa? Dessa forma pode-se dar trabalho a mais gente.”
“Se uma africana quer abrir um cabeleireiro, para que lhe pedem um CATP? Não é preciso um CATP para fazer tranças!”, aponta.
“Os africanos enviam mais do dobro de dinheiro para África, através da Western Union, que a ajuda da União Europeia” e isso porque trabalham. No Luxemburgo, esperamos que o governo nos deixe criar postos de emprego” para se poder continuar a manter as famílias em África.

O Contacto aproveitou também para ouvir o seu interlocutor e ministro do trabalho e imigração, Nicolas Schmit. “Há gente com boas ideias de empresas. Uns já têm restaurantes, cabeleireiros, etc. e esses sonhos que trazem de África, se nos forem transmitidos, podem beneficiar a todos”. Quanto ao papel da Casa de África na integração dos africanos: “É um elo para essa integração. Tem que ganhar confiança e ajudar os africanos a compreender Luxemburgo, mas também os luxemburgueses a compreender África”. Para Schmit, uma “integração de sucesso” dos africanos passa pela aposta na educação e a Casa de África pode desempenhar esse papel pois já conta com a parceria do Ministério da Educação. No entanto, “deve também apostar na resolução de questões de pessoas ilegais no país!”

Questionado se os residentes estão preparados para um “Obama luxemburguês” aquando das eleições comunais, responde: “Entre os africanos que aqui estão, e que cumprem as condições, há excelentes candidatos.”
“Não há razão para os residentes não estarem preparados, se esse candidato está integrado. A cidadania vive-se na prática e ser eleitor ou candidato é também essa prática.”

A diplomata cabo-verdiana Clara Delgado esteve também nesta inauguração oficial, referindo que, sendo Cabo Verde o único país africano com embaixada no Luxemburgo, terá em David Foka “um parceiro da embaixada”, da mesma forma que os cabo-verdianos terão agora a oportunidade de “se reencontrarem com o continente africano aqui no Luxemburgo”.

Quanto ao apoio dos africanos lusófonos Foka garante ser total, “mas há reticências de alguns cabo-verdianos que dizem não ser africanos. Estou certo que quando o comboio começar a andar eles vão se juntar à Casa de África.”

Relembre-se que as associações que não dispõem de um local para se reunirem podem usar este espaço e todas as pessoas, africanas ou não, são convidadas a visitar a Casa de África.

HB

09/11/2010

Cabo-verdianos já podem votar e se apresentar às eleições comunais

Pela primeira vez os cabo-verdianos vão poder participar nas eleições comunais luxemburguesas, quer como votantes, quer como candidatos.

Foi numa reunião com mais de uma centena de cabo-verdianos, no Centre Societere, que Clara Delgado (foto à esquerda), Encarregada de Negócios da Embaixada de Cabo Verde, referiu-se a este novo cenário como uma mais-valia para todos.
“É uma mais-valia para a nossa comunidade e a ideia da Embaixada [cabo-verdiana] com esta reunião é que a comunidade se sinta cada vez mais integrada, que participem e por outro lado é bom para os luxemburgueses verem com outros olhos um estrangeiro que participa numa lista para eleição ou como votante no seu país.”
Sobre a possibilidade de ver algum cabo-verdiano a apresentar-se numa lista, Clara Delgado mostra-se confiante: “Temos gente competente que pode participar. Há mecanismos de apoio no Luxemburgo e a própria embaixada também pode apoiar. Se nos Estados Unidos temos bons exemplos, porque não no Luxemburgo?”
“Se forem unidos e votarem num candidato cabo-verdiano, podemos ter bons resultados”, acrescenta.
Houve ainda oportunidade, junto de Clara Delgado, para saber como está a decorrer o processo de recenseamento para as eleições cabo-verdianas:
“Está a correr bem e hoje, por exemplo, temos duas brigadas móveis para recensear pessoas que estão aqui na reunião. Neste momento temos já inscritos na nossa base de dados 540 pessoas e até dia 26 ainda vamos aumentar este número.”  

HB

28/10/2010

Embaixada de Cabo Verde no Luxemburgo quer...

informar os cabo-verdianos sobre as autárquicas luxemburguesas


Informar e sensibilizar os cidadãos cabo-verdianos do Luxemburgo e os líderes do movimento associativo da diáspora a inscreverem-se nos cadernos eleitorais, de modo a votarem nas próximas eleições comunais (autárquicas) luxemburguesas, em Outubro de 2011, é o objectivo de uma reunião que a Embaixada de Cabo Verde leva a cabo no domingo, 7 de Novembro, às 16h, no “Centre Sociétaire", n°29, rue de Strasbourg, na cidade do Luxemburgo.

As eleições comunais (autárquicas ou municipais) estão marcadas para Outubro de 2011 e todos os cidadãos não-luxemburgueses residentes no Luxemburgo há pelo menos cinco anos podem votar e ser eleitos.

"Com vista a uma melhor integração dos nossos compatriotas no Luxemburgo, a Embaixada de Cabo Verde encoraja vivamente a comunidade cabo-verdiana a se interessar pela vida política do país onde reside, pois só assim poderá defender melhor os seus interesses, bem como fazer ouvir a sua voz cada vez", explica Clara Delgado, encarregada de Negócios na Embaixada. No mesmo dia, estará ainda presente Emanuel Miranda, presidente do conselho de administração da nova Caixa Económica de Cabo Verde, que se desloca ao Luxemburgo para apresentar a nova instituição financeira, bem como as oportunidades de investimentos e negócios que esta oferece. A Caixa Económica lançará um sorteio entre as pessoas que chegarem ao encontro até às 16h30. Os prémios são dois bilhetes de avião para Cabo Verde (ida/volta).

Recenseamento "in loco"

Igualmente nesse dia, a Comissão de Recenseamento da Embaixada de Cabo Verde coloca uma brigada móvel no local da reunião para efectuar o recenseamento eleitoral dos cabo-verdianos que o desejarem, neste caso com vista para as eleições presidenciais naquele país, que deverão ter lugar no início de 2011.

O recenseamento decorre até 21 de Novembro. Depois dessa data, aquela chancelaria continuará a recensear as pessoas de acordo com o calendário de recenseamento eleitoral geral da diáspora (REGE), estabelecido pela Comissão Nacional de Recenseamento em Cabo Verde (CNE), ou seja, até 26 de Novembro, podendo o período de recenseamento ser ainda dilatado, caso a CNE-CV, na qualidade de instituição cabo-verdiana com competências para o efeito, assim decida. O recenseamento está a decorrer na Embaixada de Cabo Verde (117, Val Ste-Croix) na cidade do Luxemburgo, nas horas normais de expediente: de segunda a sexta-feira, das 9 às 12h; terças, quartas e quintas, das 9 às 15h.

O recenseamento decorre igualmente nos seguintes locais e horários: 31 de Outubro, na sede do FC Estrela Amadora, em Ettelbruck, das 14h às 17h; 20 de Novembro, na comuna de Esch/Alzette, das 9h às 16h, e na Embaixada de Cabo Verde, das 14h às 18h; 21 de Novembro, na sede da Associação Amizade Cabo-verdiana-Luxemburgo, das 14h às 18h.
Foto: Manuel Dias

09/09/2010

Recenseamento eleitoral para cabo-verdianos

Primeira fase decorre até 20 de Setembro


Recenseamento eleitoral para cabo-verdianos

A Embaixada de Cabo Verde no Grão-Ducado informa que o processo de recenseamento eleitoral no Luxemburgo tem início esta sexta-feira, 10 de Setembro, e decorre, numa primeira fase, durante aproximadamente dez dias.

Nesta fase, o recenseamento vai a fazer-se apenas na Embaixada de Cabo Verde, situada no n°117, Val Ste-Croix, na cidade do Luxemburgo, nas horas normais de expediente: segundas e sextas-feiras, das 9 às 12h; terças, quartas e quintas, das 9 às 15h.

A encarregada de Negócios de Cabo Verde no Luxemburgo e que para este efeito é a presidente da Comissão do Recenseamento Eleitoral no Grão-Ducado, Clara Delgado, adianta ainda que posteriormente far-se-á o recenseamento fora da embaixada, mais precisamente nas zonas com maior aglomeração de cabo-verdianos.

Clara Delgado aproveita para incentivar "vivamente todos os cabo-verdianos a residir neste país a participarem no recenseamento eleitoral, pois só assim poderão exercer a sua plena cidadania".

Para mais informações, contactar a Embaixada de Cabo Verde, pelo tel. 26 48 09 48.