06/07/2011

Cabeleireiro Tony Rocha quer abrir academia de beleza em Cabo Verde

O cabeleireiro cabo-luxemburguês, Tony Rocha, conhecido no Luxemburgo e internacionalmente por pentear famosos em Cannes, ou ainda por ter feito cabelo da família grã-ducal, esteve recentemente em Cabo Verde para fazer um estudo de mercado e estabelecer contactos para a abertura de uma academia de beleza.

“Vi imenso talento em Cabo Verde, mas falta uma oportunidade para ajudar esses talentos a brilhar. A ideia é ajudar a desenvolver os seus sonhos, assim como eu tive a oportunidade de desenvolver o meu aqui no Luxemburgo. Por isso pensei numa formação, onde possam trabalhar e responder a todas as perguntas da área, pois ser cabeleireiro não é só pentear e desfrisar. Há que saber dos problemas da pele e uma série de outros factores”, refere o cabeleireiro.

Para superar essa falta de formação, Tony Rocha conta com o apoio do Ministério das Comunidades Cabo-verdianas (liderado pela ex-cônsul no Luxemburgo, Fernanda Fernandes), da Encarregada dos Negócios da Embaixada de Cabo Verde no Luxemburgo, Clara Delgado, da Agência de Desenvolvimento do Luxemburgo em Cabo Verde, esperando-se ainda a confirmação do Ministério da Educação de Cabo Verde, mas, relembra, para já “estamos na fase administrativa e esperamos desenvolver toda uma estrutura para poder depois abrir uma academia pública.”

Este projecto pretende também ser “um meio de troca de experiência, com estágios escolares, e o meu papel vai ser ajudar a desenvolver o nível de cabeleireiro no país e é uma forma de dar mais trabalho ao nosso povo, sem esquecer que temos turistas que irão encontrar bons profissionais e falar bem do país”, algo que também puxa pela economia de Cabo Verde.
“Se cada pessoa na sua área fizer um pouco do que estou a fazer, creio que o nosso país crescerá mais”, desafia a comunidade.

Nascido em Janela, ilha de Santo Antão, Tony Rocha revela que “desde pequeno pensava entrar neste mundo e tive a sorte da família ter vindo para a Europa, onde tive a possibilidade de prosseguir os meus estudos e de entrar nesta área.”
Com 15 anos decidiu ser cabeleireiro. Fez o CATP e mais tarde outra formação em Lyon (superior ao que havia no Luxemburgo), algo que lhe ajudou a “abrir portas”, mas reconhece também “a sorte de ter entrado numa grande casa francesa”, onde continuou a aperfeiçoar o seu trabalho.

Como pessoa que “não para”, avançou nos estudos e fez um mestrado na área. Hoje em dia dá formação, tem um espaço em Kirschberg com o seu nome, com 10 profissionais, mas até chegar aqui recorda que o difícil percurso inicial: “Éramos poucos cabo-verdianos a trabalhar na área e tive de fazê-los acreditar que um cabo-verdiano podia trabalhar o cabelo de um europeu sem qualquer problema.”

Outro desafio superado foi o lançamento da sua primeira revista de edição internacional – Rocha - onde expõe anualmente o resultado do seu trabalho, tendo recebido o feedback positivo de viagens a Nova Iorque, Miami, Paris e outras cidades.
“É uma satisfação ganhar um espaço e trazer até Luxemburgo o que se passa internacionalmente”, acrescenta.

Em Setembro serão expostas, num salão de exposição, fotografias de famosos com penteados Tony Rocha.

HB

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