27/12/2012

2012: O melhor ano turístico em Cabo Verde

O ano 2012 foi o melhor ano turístico no arquipélago cabo-verdiano, declarou o presidente da Câmara do Turismo de Cabo Verde, Gualberto do Rosário.

Ao fazer o balanço do turismo, em entrevista à agência cabo-verdiana de notícias (Inforpress),  Gualberto do Rosário considerou que, embora não disponha ainda de dados estatísticos definitivos fornecidos pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), os contactos que tem tido com operadores do sector permitem chegar à conclusão de que este ano foi "o melhor ano turístico".

Ex-primeiro-ministro de Cabo Verde em finais dos anos 1900, no Governo liderado pelo Movimento para a Democracia (MpD), ele perspectiva um ano 2013 "ainda melhor", visto que, a seu ver, o fluxo do Inverno 2012/2013 está garantido, havendo todas as condições para um "óptimo" Verão.

No entanto, Rosário disse recear que as medidas consignadas no Orçamento do Estado para 2013, que prevêem aumentos do Imposto de Valor Acrescentado (IVA) de 6 por cento para 15 por cento e da introdução da taxa de 2 euros por pernoita, possam ser um factor "muito perturbador" para o sector.

"Se o Governo não repensar as medidas propostas no Orçamento do Estado para o turismo, pode condicionar, seguramente, o desenvolvimento do sector", alertou.

Realçou que, se não fosse por esta razão, não se estaria a fazer todos estes esforços, nos últimos dois meses, para tentar encontrar uma solução e convencer os decisores públicos no sentido de mudar alguns aspectos da política económica, particularmente no que respeita ao pacote fiscal para 2012.

“Por esta razão, a Câmara do Turismo já apresentou aos sujeitos parlamentares, incluindo ao Governo, através do primeiro-ministro, uma proposta de solução que não prive o Estado de receitas que pretende recolher durante o ano 2013 e, em simultâneo, proteja o sector do turismo de um "choque fiscal de consequências imprevisíveis", acrescentou.


O também ex-ministro da Economia de Cabo Verde compreende que se a questão do aumento da carga fiscal previsto no Orçamento do Estado for resolvida, o ano 2013 será um ano “muitíssimo bom" para o turismo no arquipélago cabo-verdiano, apesar de outros problemas que ainda condicionam o desenvolvimento deste sector que é já a maior actividade económica do país.

Os dados mais recentes divulgados pelo Instituto Nacional de estatística (INE) indicam que o número de hóspedes nas unidades hoteleiras em Cabo Verde aumentou 23,6 por cento no terceiro trimestre deste ano.

No período em referência, as dormidas aumentaram 12,5 por cento face ao período homólogo de 2011, com o Reino Unido a continuar a ser o principal país de proveniência de turistas, ou seja 24,8 por cento.

Fonte: Angop

19/12/2012

160 passageiros da Luxair bloqueados no aeroporto da Boa Vista

Em Cabo Verde, 160 passageiros da Luxair estão bloqueados no aeroporto da Boa Vista.
O voo do Boeing 737-800 que devia fazer a ligação Boa Vista - Luxemburgo às 21h30 desta noite não levantou voo devido a uma avaria técnica.
 
Os 160 passageiros vão permanecer em Cabo Verde um mais do que era esperado. O regresso deverá ser feito ainda hoje, depois da chegada de um aparelho de substituição e dos mecânicos da Luxair, ao aeroporto da Boa Vista.
 
Como consequência, os passageiros vão ter um atraso "significativo", diz a Luxair em comunicado, explicando que só não foi possível a ida do avião de substituição e dos mecânicos para Cabo Verde ontem à noite, porque o aeroporto da Boa Vista não está preparado para receber voos nocturnos.

Outro problema prende-se com o aparelho de substituição, que não tem as mesmas dimensões, o que vai obrigar certos passageiros a embarcar noutros voos, a partir da ilha do Sal.
 
Os 160 passageiros foram alojados gratuitamente em hotéis na ilha da Boa Vista, até o regresso ao Luxemburgo.

17/12/2012

JPAI no Luxemburgo recolhe bens para apoiar instituições em Cabo Verde



 
A Juventude do PAICV no Luxemburgo está a efectuar uma campanha de recolha de bens materiais naquele país do Benelux para apoiar instituições de carácter social em Cabo Verde. Com esta campanha, os “Jotas” tambarinas esperam poder ajudar instituições, sobretudo nesta quadra natalícia, e apelam à solidariedade de todos.

10/12/2012

07/12/2012

SOS Villages d'Enfants: Grã-Duquesa vai a concerto por Cabo Verde

A Grã-Duquesa do Luxemburgo, Maria Teresa, e a Princesa Stephanie marcaram ontem presença no tradicional concerto da associação SOS Villages d'Enfants Monde.

O excepcional concerto de gala na Philharmonie recebeu o grande pianista brasileiro Nelson Freire, que foi acompanhado pela Orquestra Filarmónica do Luxemburgo, sob a direcção de Emmanuel Krivine.

As receitas do concerto vão beneficiar directamente este ano 540 crianças e 160 famílias de Cabo Verde. A pobreza afecta uma grande parte da população, especialmente crianças, muitas das quais se encontram nas ruas e sem acesso à educação.

Na ilha de Santiago, a Aldeia SOS de São Domingos conta com um centro para 79 crianças órfãs ou abandonadas, assim como um centro de juventude e um jardim-de-infância.
Na ilha de São Vicente, um programa de fortalecimento da família tem como objectivo ajudar as famílias mais vulneráveis a sair da pobreza.

Fonte: Wort.lu

05/12/2012

“Nietzsche Theory”, do cabo-luxemburguês Félix Andrade, é finalista em concurso no Brasil

“Nietzsche Theory”, o microfilme do luxemburguês de origem cabo-verdiana, Félix Andrade, é um dos cinco finalistas para a categoria de ficção do Festival de Micro metragem do Rio de Janeiro - Cel.U.Cine. Um festival que promove a produção, difusão e segmentação de conteúdos audiovisuais para os média de conteúdo digital, através da descoberta de novos realizadores. A escolha surpreendeu o próprio cineasta.

“A minha candidatura ao festival Cel.U.Cine foi feita sem muita ilusão. Via-me como se fosse um jogador de futebol do Luxemburgo a querer jogar com os grandes jogadores brasileiros. Não esperava esta nomeação e por isso foi uma grande surpresa. Havia 150 candidatos, sobretudo argentinos, brasileiros e outros da América do Sul, e fiquei muito surpreendido com a escolha que fizeram”, confessa o cabo-luxemburguês, que encontra na mensagem “provocadora” uma das razões da escolha.

“Apesar da liberdade de expressão, hoje ainda há tabus e coisas de que não se pode falar muito, como o sexo ou a religião. Se uma pessoa fala contra a religião no geral é tido como o diabo, mesmo que invoque a liberdade de expressão. Nietzsche surpreendeu-me muito e encontrei nele coisas com muito sentido. Foi por isso que o tomei como imagem e experiência. Mas este filme não é militante, até porque eu sou também espiritual. É um filme experimental, com uma mensagem provocadora e talvez seja essa uma das razões da escolha.”

E três minutos e com uma “lógica do princípio ao fim”, o filme apresenta em linguagem metafórica a ideia do filósofo agnóstico alemão Nietzsche, de que o ser humano é quem rege o seu destino e que a religião não tem poder sobre a mente humana.

Félix Andrade
“Tive de me limitar aos três minutos, mas tal como o original de 10 minutos, o filme continua a fazer sentido e mantêm a sua lógica do princípio ao fim”, garante.

O resultado final do Cel.U.Cine vai ser divulgado a 12 de Dezembro, mas até lá “Nietzshce Theory” vai ser exibido ainda no Luxemburgo e em Itália. A versão original de 10 minutos pode ser vista a 8 de Dezembro no Filmakers Nigth, no Cine Belval, em Esch. Entre 6 e 9 de Dezembro o filme de Félix Andrade vai passar também na segunda edição do IntimateLens, festival de filmes etnográficos de Caserta (arredores de Nápoles), em Itália.

Félix Andrade formou-se em Estudos Cinematográficos na Universidade de Middlesex, em Londres, e actualmente conjuga o cinema com outros projectos artísticos e culturais. Para o ano tem na calha um documentário / longa-metragem antropológica sobre a vida dos habitantes da ilha do Fogo (de onde os seus pais são originários) e a sua relação com a cultura local do café.
 HB

28/11/2012

Banco Cabo-verdiano de Negócios apresenta-se à diáspora no Luxemburgo

Fundado há quase oito anos e tendo o Banif como accionista maioritário, o Banco Cabo-verdiano de Negócios (BCN) apresentou-se pela primeira vez, no passado domingo, à comunidade cabo-verdiana residente no Luxemburgo. O objectivo da visita consistia em dar a conhecer o banco e saber dos problemas da comunidade.

“Este é o nosso primeiro contacto com a comunidade aqui no Luxemburgo. A nossa visita tem como objectivo conhecer os constrangimentos da comunidade e saber o que esperam do banco, para podermos proporcionar um serviço de qualidade, de acordo com a sua expectativa. Temos algumas pessoas que já são nossos clientes, mas mesmo assim queríamos mostrar à comunidade o nosso banco, os nossos produtos e serviços”, disse ao CABOLUX/CONTACTO o director da área comercial de Barlavento, Adilson Pinto, à margem da apresentação do BCN, que teve lugar num estabelecimento comercial cabo-verdiano na capital.

Para os que aqui trabalham e que pensam pôr a sua poupança em Cabo Verde o BCN diz-se preparado com um leque de produtos, principalmente de poupança e com “taxas muito atractivas”.

“Temos taxas muito atractivas quando comparadas com a concorrência dos bancos de Cabo Verde. Temos o BCN Gold Emigração, que é o nosso produto estrela virado para a emigração, com uma taxa de juros que pode ir até aos 7%. É um produto ímpar no contexto do mercado cabo-verdiano. Temos também o BCN Poupança Crescente, que é uma aplicação interessante e que pode chegar igualmente aos 7%, sendo que a taxa vai aumentando trimestralmente. Para os emigrantes que querem abrir uma conta poupança para os filhos, a taxa pode chegar aos 5%”, elencou Adilson Pinto.

O BCN tem já disponível um Portal do Emigrante (www.portaldoemigrante.bcncv.com), a partir do qual os (potenciais) clientes podem aceder ao BCN Online, obter informações sobre o crédito à habitação, crédito automóvel e outros créditos de consumo, entre outras funcionalidades.

O Banco Comercial Atlântico esteve também no passado fim-de-semana no Luxemburgo para promover os seus produtos e serviços junto da comunidade cabo-verdiana.

HB

24/11/2012

Luxemburgo entrega equipamentos médicos e viaturas a instituições cabo-verdianas

A Cooperação Luxemburguesa entregou esta terça-feira na Cidade da Praia equipamentos médicos e viaturas no valor de dez mil contos aos Ministérios da Saúde, da Educação e Desporto e à Fundação Cabo-verdiana da Acção Social Escolar (FICASE).

No acto da entrega, a ministra da Educação e Desporto, Fernanda Marques, disse que com esta parceria Cabo Verde vai continuar a apostar na melhoria da saúde e educação dos nossos alunos.

Fernanda Marques sublinhou que educação e saúde estão “intimamente ligados”, daí a importância da sustentabilidade e da pré-iniciação dos projectos que estão “completamente aliados à governação integrada”, acabando por ser, segundo a ministra, “um grande sucesso em Cabo Verde”.

“Cabo Verde está integrado desde a primeira hora com avanço no desenvolvimento educativo, com a introdução da refeição escolar que, de alguma maneira, directa ou indirectamente, fez com que haja uma melhoria na saúde das nossas crianças, reduzindo o abandono escolar e melhoria na aprovação no sistema educativo”, acrescentou.

Segundo o presidente do FICASE, Felisberto Moreira, esta iniciativa resulta de uma parceria entre o FICASE, os Ministério da Saúde, da Educação e Desporto e da Agência Luxemburguesa de Cooperação e Desenvolvimento, no âmbito do projecto “Saúde e cantinas escolares”.

Os equipamentos vão permitir, segundo os responsáveis, às equipas presentes no terreno fazer uma recolha detalhada de informação sobre o estado de saúde das crianças cabo-verdianas.

De acordo com o presidente da FICASE, estes materiais serão distribuídos para as delegações dos Ministérios da Educação e da Saúde de todos os concelhos do país, enquanto as viaturas serão dadas às ilhas de Santo Antão, São Nicolau e do Fogo.

O responsável afirmou que estão a trabalhar na capacitação de todos os professores a nível dos primeiros socorros e sobre os procedimentos da campanha nacional para que haja condições logísticas e pessoal.

Por sua vez, o responsável da Cooperação Multilateral do Luxemburgo, Marc de Bourcy, salientou que “investir na saúde escolar é investir no desenvolvimento sustentável do país”, e que o seu governo vai continuar a colaborar com Cabo Verde.

Desses materiais contam balanças mecânicas, hastes de medição de crianças, medidores de tensão, lâmpadas de diagnóstico, estetoscópio e três viaturas orçados em dez mil contos.
 
Fonte: Inforpress/ExpressodasIlhas

23/11/2012

Nélson Neves expõe 10 anos de pintura

Para celebrar os 10 anos no circuito das artes plásticas, o pintor cabo-verdiano radicado no Luxemburgo, Nélson Neves, expõe “Evolução”, patente entre hoje e 27 de Novembro. São 40 quadros do autor que podem ser vistos na galeria de arte Maggy Stein, no castelo de Betemburgo.

"Esta exposição serve para assinalar os dez anos dentro do circuito da pintura. Ao todo são 40 quadros, entre eles alguns novos e outros que fui pintando ao longo destes dez anos", diz o pintor ao Cabolux.
Cores vivas, movimento e energia são os ingredientes que Nélson Neves põe na balança para conseguir uma certa harmonia e equilíbrio no resultado final, sejam eles quadros abstractos ou figurativos. Neles podem ser apreciadas cenas quotidianas do folclore cabo-verdiano, mas também incursões fora do âmbito insular, mais universais.
"Posso pintar pescadores a arrastar botes, vendedoras de peixe, um agricultor com a enxada na mão ou ainda crianças a brincar na rua, mas não sou um pintor do folclore, desta ou daquela área específica. Não gosto dessas gavetas. Tenho a liberdade de mexer em tudo no mundo da pintura e gosto de experimentar coisas novas. Há pessoas que preferem as obras figurativas porque vêem aí uma realidade que lhes é familiar. Outras, preferem as abstractas porque elas mesmas podem ser mais activas e ver ali o que mais ninguém vê. Por isso, não me fico só por aquilo que é tipicamente cabo-verdiano e tento ir um pouco mais além."
Nélson Neves nasceu em Santo Antão e chegou ao Luxemburgo em 1980, com sete anos de idade. E foi precisamente durante a infância que descobriu o mundo da pintura.
"Comecei na pintura desde criança e com o tempo fui crescendo nesta arte, passando também pela formação. Foi todo um processo natural e quando assim é, nada é difícil, nada é forçado. As coisas saem espontaneamente e quando se gosta ainda mais fácil se torna".
Em 2001 expôs pela primeira vez, no quadro da semana Cabo-verdiana (em Rodange), e desde aí conta que as coisas mudaram.
"Até então pintava para mim e a partir daí comecei a tomar a pintura mais a sério. Foi-me abrindo algumas portas e hoje chamam-me para dar aulas de pintura em liceus e escolas primárias. Não sou professor, mas se me convidam é porque conhecem o meu percurso. A pintura deu-me também a oportunidade de viajar bastante, conhecer outras culturas, organizar ateliers de pintura no Luxemburgo, em S. Vicente, Praia e S. Antão. Se em França, no Luxemburgo ou em Cabo Verde as pessoas conhecem Nélson Neves posso dizer que é graças à minha pintura", reconhece o artista plástico.
Hoje, trabalhar na pintura é um "privilégio", e quando chega o desafio de enfrentar um novo trabalho a relação é de "entrega total", confia ao Cabolux.
"A pintura é uma grande paixão. Quando estou na fase de produção, o tempo não existe e essa relação com a pintura é de entrega é total. Não importa o tempo que passo à frente de um quadro, porque esse tempo, acompanhado pela música ou em silêncio, é um privilégio."
Em 2008 foi convidado Ministério da Cultura do Luxemburgo para expor na cidade da Praia. Diz que foi o acontecimento artístico mais marcante.
"O que mais me marcou foi a minha participação na "Semana do Luxemburgo", que decorreu na Praia, em Julho de 2008. Fui convidado pelo Ministério da Cultura do Luxemburgo e pela primeira vez tive a oportunidade de mostrar o meu trabalho na minha terra. A nível emocional foi uma experiência muito forte. Emigrei com sete anos e passados tantos anos regressei para mostrar o que aprendi lá fora."
Da experiência que teve no terreno destaca a "potencialidade" entre os jovens, a falta de material e formação, e reclama mais apoio à divulgação dos trabalhos artísticos dentro e fora do país.
"Temos muitos e bons artistas e também jovens pintores com talento. Trabalhei no terreno em Cabo Verde e pude constatar essa potencialidade entre os nossos jovens. Agora, o que lhes falta é material, formação e o apoio das pessoas. Quando um jovem pinta e se lhe dá uma palavra de incentivo isso é já um grande apoio para seguir nesta arte. Quanto ao trabalho dos nossos artistas devia ser mais divulgado dentro e fora do país. Da mesma forma, a crítica de arte em Cabo Verde é necessária. Não sei se ela realmente existe ou se anda desapercebida, mas tem de se mostrar para o bem do crescimento artístico." Quanto ao trabalho dos decisores políticos em prol da arte, Nélson Neves mostra-se também crítico e diz que é preciso um "trabalho de "raiz".
"Há todo um trabalho a ser feito pelos nossos decisores políticos. Um trabalho de raiz que invista a sério na educação artística dentro do sistema de ensino, que trabalhe com as crianças desde cedo. A arte é fundamental para o desenvolvimento de um país e merece uma maior aposta", refere o santantonense, que não vê com maus olhos a possibilidade de alguns artistas em dar aulas.
"Mesmo sendo alguém externo ao sistema de ensino, o artista seria sem sombra de dúvidas uma mais-valia na formação das nossas crianças e jovens. Não só pela experiência de vida diferente, mas sobretudo pela maneira como pode ensinar a ver a arte. Já agora, porque não um liceu de arte em Cabo Verde?", desafia o pintor.
A vernissage está marcada para as 19h de hoje. A exposição tem entrada gratuita e pode ser vista entre as 9h e as 19h no castelo de Betemburgo (13, rue du Châteaux).
Texto e fotos: Henrique de Burgo

20/11/2012

Miss & Mister Jovem 2012 a 8 de Dezembro

 
Mais informações pelos tels.: 661 333 840 ou 691 689 937.

11/11/2012

Corinne Semedo eleita primeira-dama na Miss Luxemburgo 2013

 
Corinne Semedo foi eleita ontem primeira-dama da Miss Luxembourg 2013, num evento que teve lugar ontem à noite no Casino de Mondorf, juntando também a eleição do Mister Luxembourg (Kevin Stamerra).
 
A cabo-verdiana de Bonnevoie conseguiu o segundo lugar do concurso de beleza luxemburguês, atrás da vencedora Héloïse Paulmier. A segunda dama foi Viviane Poengsen.

Corinne Semedo Furtado tem 19 anos, 167cm e é estudante. Este ano foi eleita igualmente primeira-dama na Miss Global Cabo Verde.
 
Em 40 anos de história, esta é a primeira vez que uma candidata de origem africana chega a uma final no Luxemburgo.
Fotos: Claude Piscitelli

07/11/2012

“Último gota di Sol”, o quinto álbum a solo de Zé Delgado disponível a partir de 20 de Novembro

Quatro anos depois do seu último trabalho de originais a solo (Cocktail de Prazer, 2008), o destacado compositor da nova geração de artistas cabo-verdianos, Zé Delgado, volta ao trabalho a solo com “Último gota di Sol”, disponível a partir de 20 de Novembro.

“Há quatro anos que não tinha gravado a solo e já era tempo de voltar. ‘Último gota di Sol’ é um dos 10 temas musicais do CD e a mensagem que traz é que tudo pode ter um fim, e que o importante é viver com intensidade enquanto é dia. Espero que este novo trabalho agrade aos fãs. Continuo a apresentar o Zé Delgado de sempre, mas cada vez mais para melhor”, explica o cantor ao Cabolux/Contacto.

O álbum, ritmado com os sons do funaná, zouk, coladera e afro-zouk, vai estar no mercado a partir de 20 de Novembro, mas a sua apresentação está agendada para o início de Dezembro em Cabo verde. No Luxemburgo, vai ser apresentado em Abril de 2013. 

“No Luxemburgo, o álbum vai ser apresentado em concerto na Páscoa, durante o mês de Abril. Antes disso vai ser apresentado em Cabo Verde já no início de Dezembro e ainda durante uma tournée nos Estados Unidos, entre 21 e 31 de Dezembro, nos estados de Florida, Connecticut, Rhode Island e a zona de Boston, em Massachussets”, diz o artista.

Zé Delgado nasceu na ilha de S.Vicente e chegou ao Luxemburgo em 1996, tendo passado ainda antes por Itália. No ano em que chega ao Grão-Ducado, grava o primeiro de três CD’s com o grupo X-Treme. Um ano antes teve a sua primeira experiência a solo com “Universo” (1995). Voltaria aos trabalhos a solo mais tarde com “Amor di Cristal”, (2004), “Cocktail di Prazer” (2008), e o seu “Best of” (2010), colectânia de músicas a solo e outras gravadas com o grupo X-Treme.

“Último gota di sol” foi gravado no Luxemburgo, Holanda e nos Estados Unidos, e contou com o apoio do eterno companheiro Djoy Delgado (convidado especial para os concertos agendados de Zé Delgado), Dabs, Jorge do Rosário, Erineu Monteiro e Cláudio Ramos nos arranjos.

Para os fãs do artista e toda a comunidade cabo-verdiana residente no Luxemburgo Zé Delgado deixa um apelo: “Continuem a apoiar o artista. Não façam cópias, mas comprem originais. Só dessa forma é que podem apoiar o artista, caso contrário deixamos de ter vida.”
HB

Jéssica Baessa ganha casting e vai ao Estrela Pop em Cabo Verde

Jéssica Baessa é a primeira candidata apurada na diáspora
Jéssica Baessa foi a vencedora do casting realizado no sábado passado, no Centro Cultural de Bonnevoie, o programa musical cabo-verdiano Estrela Pop 2013 (equivalente a Ídolos ou Operação Triunfo em Portugal).
Foi no final do concerto dado pelos finalistas da edição 2012, vindos de Cabo Verde e em tour pela Europa e América, que o júri ditou Jéssica Baessa como vencedora do casting. Já a também recente vencedora do concurso Vozes da Diáspora, Jéssica Delgado, foi eleita primeira suplente.

Em declarações ao Cabolux/Contacto, Baessa mostrou-se feliz pela vitória e preparada, mas também nervosa. "Não esperava ganhar porque a concorrência era alta. Estou feliz. Quando à viagem para Cabo Verde acredito que pode haver muita concorrência como aqui, mas tenho de chegar lá para ver as coisas. Estou nervosa, mas sinto-me preparada."

Jéssica Baessa nasceu em Portugal e é filha de pais cabo-verdianos (da ilha de Santiago). Chegou ao Luxemburgo há cinco meses e frequenta o quarto ano do curso geral. Aos 17 anos não quer desistir de algo que lhe vem desde pequena.

"Desde os quatro anos que cantava lá em casa e com mais idade comecei a expandir a minha voz. Em Portugal tive um grupo, que tive de deixar ao mudar-me para o Luxemburgo. Quero fazer da música a minha vida. Não sei como vão correr as coisas em Cabo Verde, mas vou tentar agarrar esta oportunidade ao máximo”, confia.
Esta é a primeira vez que o Estrela Pop procura candidatos na diáspora. Orlando Sanches, da 

Jéssica Delgado (dta.) foi eleita primeira suplente
Épecerie Creole foi o responsável por trazer o programa televisivo ao Luxemburgo.

"O Estrela Pop contactou-me para conseguir organizar as coisas aqui, junto de uma associação local. Como trabalho com a divulgação da música cabo-verdiana e em paralelo com a associação Ami ku Nhos, achámos por bem organizar as coisas para receber o primeiro casting que se faz na diáspora", referiu o comerciante.
Da parte da Ami ku Nhos não houve problema em aceitar o desafio, já que têm também por objectivo divulgar a cultura cabo-verdiana.

“O Estrela Pop é um programa e um espectáculo que também divulga a cultura de Cabo Verde. Como associação, o nosso objectivo é apoiar os programas culturais e por isso aceitámos colaborar para valorizar o que é nosso", disse o dirigente associativo Alfredo Lopes.


As novas estrelas da música cabo-verdiana vão
estar no próximo sábado na Holanda

Jéssica Baessa vai agora tentar fazer parte dos 12 candidatos que vão entrar na casa Estrela Pop, já na edição 2013, a realizar em Cabo Verde. O público luxemburguês vai também poder votar pelo seu candidato preferido durante as sete semanas de eliminação. Cada município de Cabo Verde e cada país estrangeiro onde se realiza o casting têm um candidato.

“Já no próximo sábado vamos estar na Holanda, dia 17 na Suíça, 24 em Paris, 1 de Dezembro em Portugal, seguindo-se a passagem por Espanha e Itália. Depois, o casting termina nos Estados Unidos. Para o ano contamos também englobar as comunidades que temos por África”, garantiu o coordenador do programa, Banzi Pires.
Texto e fotos: Henrique de Burgo

 

02/11/2012

Torneio internacional de futebol 5 e banda Splash juntam cabo-verdianos em Ettelbruck, 10 de Novembro

A associação Veteranos do Norte organiza um torneio internacional de futebol de 5, no dia 10 de Novembro, no hall desportivo junto ao Centro Hospitalar Neuropsiquiátrico (CHNP) de Ettelbruck.
 
O torneio começa às 9h30 e conta com as seguintes equipas: Aliança do Norte (Grupo de Portugueses de Bettendorf), Velhas Glórias de Micau, Veteranos do Norte, Veteranos do Sul, Veteranos Bumelbus, Grupo Wagner, Dominguinhas (Holanda), Veteranos da Basileia (Suíça), Velha Guarda de Paris (França) e Grupo S. Nicolau.
 
Nesse mesmo dia, mas à noite, os Veteranos do Norte trazem a conceituada banda Splash ao Hall Deich, também em Ettelbruck, para um espectáculo a partir das 22h30.
Os bilhetes custam 20 euros em pré-venda e 25 euros no local.
 
Mais informações pelo tel. 621 725 888 (Roberto Lima, presidente dos Veteranos do Norte) e/ou 621 756 025 (vice-presidente Kennedy).



29/10/2012

Casting para Estrela Pop Cabo Verde no Luxemburgo é já este sábado

A associação Ami Ku Nhos organiza este sábado, 3 de Novembro, o casting para o programa musical Estrela Pop Cabo Verde no Luxemburgo.

O casting começa às 12h, no Centro cCltural de Bonnevoie (2, rue des  Ardennes L-1133, Luxembourg).

As inscrições podem ser feitas na Epicerie Creole (Bonnevoie e Ettelbruck) ou online (www.estrelapopcv.net).
A partir das 22h, a noite de sábado vai ser animada pelo cantor David Brazão e pelos DJ's Semedo, Luís, Nos Manera e Banzi Cabo Verde.

O custo do bilhete em pre-venda são 20 euros. No local a entrada custa 25 euros. Local de venda: Epicerie Creole (Bonnevoie e Ettelbruck).

Luxemburgo deixa de financiar programa de saúde escolar em Cabo Verde

O Luxemburgo vai deixar de financiar o programa de Saúde Escolar da Fundação Cabo-verdiana de Acção Social e Escola (Ficase).

A partir de 2014, os apoios do Grão Ducado de Luxemburgo serão canalizados directamente para o Orçamento do Estado de Cabo Verde.

Este anúncio foi feito pela parceira técnica do Projecto Saúde Escolar da Cooperação Luxemburguesa, Mara Mora, para quem o governo tem de apropriar e ser o autor do programa de saúde escolar para que este tenha sustentabilidade.

Mara Mora considerou ainda que Cabo Verde é um país que reúne todas as condições políticas e governamental, do crescimento e é que já tem um nível desenvolvimento muito forte para continuar com a iniciativa de saúde escolar dos alunos. “É mais vantajoso investir na saúde das crianças nas escolas para evitar futuros gastos”, avisa.

Apesar de defender que o tema saúde escolar é de interesse da população e do governo, aquela responsável entende que é preciso que o programa seja uma prioridade política, uma vez que é uma necessidade e um direito das crianças.

O programa Saúde Escolar, financiado pela Cooperação Luxemburguesa em três milhões e 200 mil euros, é desenvolvido em três anos e decorre até Março de 2014.

Fonte: asemanaonline

Jornada multicultural em Hollerich, este sábado

Bilhetes à venda através dos telefones: 621 779209, 621 472 094 e 621 146217
 

24/10/2012

Radvison estreia-se em disco com "Dia d'Amor"

"Estou surpreendido. O álbum tem sido bem recebido pelo público e superou as minhas expectativas iniciais". Foi desta forma que o cantor cabo-verdiano Ravidson reagiu, ao CONTACTO, sobre o sucesso do disco "Dia d'Amor", o primeiro da sua carreira.

O trabalho discográfico foi lançado em meados de Agosto e as cerca de duas mil cópias distribuídas estão praticamente esgotadas. "Tudo isto foi inesperado mas estou muito feliz por as pessoas estarem a gostar do álbum. É um trabalho diferente que mistura R'n'B, Soul, Hip Hop com os sons do Zouk, Kizomba e da música tradicional cabo-verdiana", explicou Ravidson.

"Dia d'Amor" contém 14 temas que giram em torno uma história de amor, desde o encontro inicial até à separação. "São músicas que falam dos altos e baixos de uma relação amorosa", revelou o cantor.

As músicas são cantadas em Crioulo de Cabo Verde, Português e Inglês. "Num próximo disco tenciono escrever em Francês e, já em Janeiro de 2013, vou lançar uma nova faixa em língua francesa", adiantou o músico, de 26 anos, fundador da editora Modji Music com vários artistas luxemburgueses, entre eles Nathäel Malanda.

Encorajado pelo sucesso de alguns temas que foi produzindo desde 2010, decidiu agora lançar o seu primeiro disco. "É um grande desafio nesta altura em que a venda de discos está em quebra acentuada. Mas o verdadeiro artista vê-se em palco. Privilegio o contacto com o público", referiu o cantor que vive no grão-ducado desde os oito anos. E concertos não faltam.

Ravidson tem actuado um pouco por toda a Europa, desde Portugal, França, Suíça, Reino Unido e República Checa. No próximo dia 28 dará um espectáculo em Roterdão, na Holanda. Mas a solicitações chegam também de outros continentes. "Brasil, Cabo Verde e Estados Unidos. Há propostas para vários espectáculos", confidenciou o artista.

E para quando um concerto de apresentação do álbum no Luxemburgo? "Estou, em conjunto com o meu agenciamento, a preparar um espectáculo especial no grão-ducado, acompanhado em palco com banda. Quero que a estreia oficial do álbum no Luxemburgo seja uma grande festa", disse, ansioso, o cantor revelando que esse concerto poderá acontecer "ainda até ao final do ano".

O tema "Já não sei" é o primeiro single oficial do álbum. O disco contou a colaboração de vários artistas internacionais, casos do músico cabo-verdiano Grace Évora, do rapper português NGA, da belga Vjosa e do cantor Cox (dos 2much). O registo discográfico foi gravado e produzido entre Lisboa, Paris, Roterdão e Antuérpia sob o olhar atento do produtor executivo Semedo Pro. "Este álbum foi fruto do trabalho de muitas pessoas mas é graças a ele (Semedo Pro) que o meu sonho se tornou possível", agradeceu Ravidson.
Fonte: CONTACTO/Paulo Dâmaso

“O crescimento baseado na ajuda ao desenvolvimento acabou e é preciso mudar de sistema” – Jorge Borges

A ministra luxemburguesa da Cooperação, Marie-Josée Jacobs, esteve reunida
na passada quinta-feira com o ministro das Relações Exteriores de Cabo Verde,
Jorge Borges. Em cima da mesa esteve a análise do PIC III         
Foto: H. de Burgo
Entre 2002 e 2015 o Luxemburgo desembolsou 138 milhões de euros no apoio ao desenvolvimento de Cabo Verde, em três pacotes do Programa Indicativo de Cooperação (PIC).

O terceiro e último PIC (2011-2015) envolve 60 milhões de euros. Vinte milhões vão ser aplicados no terreno até final deste ano e os restantes 40 milhões vão ser aplicados nas áreas de formação profissional, água e saneamento, saúde e segurança alimentar até final de 2015. Depois dessa data nada está garantido.

"O programa está previsto para continuar até ao fim, 2015. Já o que se vai passar depois de 2015, veremos no fim do Programa Indicativo de Cooperação", disse a ministra da Cooperação e da Ajuda ao Desenvolvimento, Marie-Josée Jacobs, depois da reunião com o ministro das Relações Exteriores de Cabo Verde, Jorge Borges, na passada quinta-feira.

Para o ministro cabo-verdiano, o modelo de crescimento do país baseado na ajuda ao desenvolvimento acabou e é preciso encarar novos desafios.

"Já há algum tempo que sabíamos que o sistema de desenvolvimento baseado na ajuda ao desenvolvimento para nós estava acabado e que não podíamos mais manter este sistema. Para o desenvolvimento e crescimento que queremos é preciso mudar de sistema. Esse é o caminho que tentámos encontrar com os nossos amigos luxemburgueses. Enquanto país, a cooperação para o desenvolvimento ajudou-nos imenso a passar para outro patamar de desenvolvimento e apreciámos bastante a parceria estratégica de países como o Luxemburgo. Agora é preciso encontrar outras formas de ajuda e enfrentar os desafios do futuro. Algo que vai exigir muita inovação e levar a cabo algumas reformas", disse Jorge Borges.

Sem recursos naturais, a economia cabo-verdiana é sustentada sobretudo na ajuda ao desenvolvimento, no turismo e nas remessas dos emigrantes, sendo estes dois últimos factores exógenos, que o país não domina.

"Perante estas dificuldades resta-nos o desafio de diversificar a nossa economia. Temos de tirar proveito do nosso recurso humano, da nossa localização geográfica e do nosso mar. É nesse sentido que estamos a trabalhar fortemente em quatro clusters: o turismo, a economia marítima, os serviços aéreos e fazer de Cabo Verde um centro internacional de serviços", resume Jorge Borges.

Mas quando se fala de cooperação fala-se em dois sentidos: dar e receber. O apoio de Cabo Verde à candidatura do Luxemburgo ao Conselho de Segurança das Nações Unidas foi um dos exemplos referidos do lado cabo-verdiano.

"Em toda e vida existe o dar e o receber. Somos parceiros e ninguém tem de se submeter ao outro. A cooperação não é só num sentido e o Luxemburgo está reconhecido a Cabo Verde por ter apoiado a nossa candidatura ao Conselho de Segurança das Nações Unidas. Além disso estivemos a discutir, por exemplo, como podemos trabalhar para o mecanismo do protocolo de Quioto [mercado de emissões de poluição, entre outros pontos] e com a Agência Espacial Europeia", disse ao CONTACTO/CABOLUX Marie-Josée Jacobs.

"Creio que não temos nenhuma relação tão estreita com outro país como Cabo Verde. Além de ser um país parceiro para a cooperação, temos uma importante comunidade cabo-verdiana no Luxemburgo", concluiu a ministra.

Fora do âmbito do PIC estão em cima da mesa outros dois programas entre o Luxemburgo e Cabo Verde: o trabalho com o Fundo Luxemburguês Contra as Drogas para o combate à passagem de droga por Cabo Verde, e um novo projecto para São Tomé e Príncipe.

HB

22/10/2012

Durão Barroso visita Cabo Verde, 26 e 27 de Outubro

O Presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso vai estar em visita oficial a Cabo Verde esta sexta-feira e sábado. Durão Barroso vai encontrar-se com o Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, e com o Primeiro-Ministro José Maria Neves. Espera-se também um discurso na Assembleia Nacional de Cabo Verde.

O ministro das Relações Exteriores de Cabo Verde, Jorge Borges, esteve na passada quarta-feira na União Europeia e garantiu ao CABOLUX que a visita de Durão Barroso vai servir para comemorar o 5º Aniversário do estabelecimento da Parceria Especial entre Cabo Verde e a UE e para assinar uma nova convenção.
"Durão Barroso vai deslocar-se a Cabo Verde para assinar uma nova convenção. Temos uma parceria especial com a União Europeia, um quadro político de diálogo que dura há cinco anos e que vamos também comemorar. É nesse quadro que Durão Barros vai a Cabo Verde. É um momento muito importante para analisar esses cinco anos e ver as pistas para o futuro desta cooperação", garantiu Jorge Borges à margem do encontro de cooperação entre o Luxemburgo e Cabo Verde, na passada quinta-feira.
"Queremos estar em convergência normativa e técnica com a União Europeia. Para nós isso é a modernização e se queremos ser modernos temos de fazer o que fazem os mais modernos", acrescentou o ministro cabo-verdiano.
Recorde-se que o escudo cabo-verdiano tem paridade com o euro e que 80% do fluxo comercial do país é está ligado à Europa.
HB

19/10/2012

Luxemburgo garante entrada no Conselho de Segurança da ONU, com apoio de Cabo Verde

O Luxemburgo foi eleito ontem membro não permanente no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).
A candidatura do Grão-Ducado recebeu 131 votos deixando de fora o outro candidato europeu, a Finlândia. Lançada em 2001 pela ministra dos Negócios Estrangeiros de então, Lydie Polfer, a candidatura foi finalizada pelo actual detentor da pasta, Jean Asselborn (foto).
Para 2013 e 2014 foram ainda eleitos para o conselho permanente a Austrália, a Argentina, o Ruanda e a Coreia do Sul.

Já ontem, durante a conferência de imprensa* entre a ministra luxemburguesa da Família e da Cooperação, Marie-Josée Jacobs, e o ministro cabo-verdiano das Relações Externas, Jorge Borges, o ambiente era de "muita expectativa".

"Hoje [quinta-feira] estamos a seguir com muita expectativa a votação para o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas. A candidatura luxemburguesa é um projecto que abarcamos juntos. O Luxemburgo é um país irmão e seguimos com muita atenção a votação", referiu o ministro cabo-verdiano Jorge Borges.

"A cooperação não é só num sentido e nós [Luxemburgo] estamos reconhecidos a Cabo Verde por ter apoiado a nossa candidatura. Um muito obrigado", respondeu  Marie-Josée Jacobs.

O Conselho de Segurança da ONU é composto por cinco membros permanentes com direito ao veto (EUA, China, França, Rússia e Reino Unido) e 10 membros não permanentes.

HB
* Por compromisso editorial com o Jornal Contacto, o essencial da reunião sobre a cooperação entre os dois países será publicado na próxima semana.

17/10/2012

Ministro Jorge Borges visita o Luxemburgo amanhã

Por ocasião da 13ª Comissão de parceria entre o Luxemburgo e Cabo Verde, o Ministro das Relações Exteriores de Cabo Verde, Jorge Borges, vai estar amanhã, 18 de Outubro de 2012, em visita de trabalho ao Grão-Ducado.
Jorge Bosges vai encontrar-se com Marie-Josée Jacobs, ministra luxemburguesa da Cooperação e da Acção Humanitária, Nicolas Schmit, ministro da Imigração, e com uma delegação da Câmara dos Deputados.
O grupo de trabalho vai fazer um balanço das relações de cooperação entre o Luxemburgo e Cabo Verde no âmbito do 3º Programa Indicativo de Cooperação (PIC) 2011-2015.

“Cabo Verde Riba La” no Luxemburgo, esta sexta-feira

O projecto musical “Cabo Verde Riba La” vai estar em concerto no Luxemburgo já esta sexta-feira, 19 de Outubro.
“Cabo Verde Riba La”, que inclui o MC Bife e os DJs Ivan Lluv, Banzi e Nery Nôs Manera, já se encontra em tournée pela Europa. No passado fim-de-semana os músicos estiveram em Portugal, na cidade do Porto com os sons afrobeat, house e dance music, misturado com ritmos cabo-verdianos.
Depois do concerto no Luxemburgo, o grupo segue para Holanda e Suíça, onde vão actuar nos dias 20 e 26. A digressão europeia termina no dia 27, em Lisboa. “Queremos desta forma corresponder ao desejo dos cabo-verdianos da diáspora que há muito anseiam assistir aos nossos shows. Aguardem, a festa vai ter muito power’, garante MC Bife.
 
 

14/10/2012

Cabo Verde qualifica-se pela primeira vez para a Taça das Nações Africanas de futebol (VÍDEO)

A seleção cabo-verdiana de futebol qualificou-se hoje pela primeira vez para a Taça das Nações Africanas (CAN), ao perder por 2-1 no terreno nos Camarões, depois de ter vencido o primeiro jogo na Cidade da Praia por 2-0.

No encontro disputado em Yaoundé, Héldon deu vantagem à seleção cabo-verdiana, aos 22 minutos, enquanto Emaná, nove minutos depois, e Idrissou, aos 90+4, concretizaram a reviravolta para os anfitriões, mas a formação comandada por Lúcio Antunes beneficiou da vantagem conquistada na primeira mão, no Estádio da Várzea, com os golos de Ricardo e Djaniny.
Ao vencer a eliminatória, Cabo Verde, 51.ª do "ranking" da FIFA, apurou-se pela primeira vez para a fase final da CAN, a disputar na África do Sul, em 2013, enquanto a seleção camaronesa, 71.º da hierarquia mundial e que alinhou com Samuel Eto'o, ficou pela segunda vez consecutiva de fora da competição.
Fonte: Lusa

VEJA AQUI O VÍDEO:
 

12/10/2012

Désirée Andrade Braz eleita Miss Europe United Nations

Désirée Andrade Braz, de origem cabo-verdiana, foi eleita Miss Europe United
Nations, um concurso em que a idade, o peso ou a altura não contam
 Foto: GGG
"Para se ser miss, basta sentir-se bonita e bem consigo própria, independentemente do peso, da altura ou da idade". Foi com este mote que se realizou a primeira edição do concurso de beleza alternativo Miss Europe United Nations, que elegeu Désirée Andrade Braz, imigrante de origem cabo-verdiana.

Organizado por Isa Morais, cabo-verdiana radicada no Luxemburgo, o concurso Miss Europe United Nations é um concurso diferente dos outros. Altura e peso não contam, e as candidatas podem até já ter tido filhos, um interdito noutros concursos. Além disso, podem candidatar-se mulheres entre os 21 e os 35 anos, uma faixa etária que não é abrangida pela generalidade dos concursos de beleza.

Apresentada por Rita Delgado, a primeira edição do concurso teve a participação de 12 candidatas na final de sábado, contando ainda com actuações musicais de Bolingo, do grupo de dança hip-hop Dance Addict e do cantor e também membro do júri, Babacar.

Ao longo de quase três horas, as 12 candidatas desfilaram, perante uma sala cheia, nas categorias "casual", biquíni/fato de banho, vestido curto e vestido de noite, arrecadando do público grandes ovações e apoio. Após os desfiles, coube ao júri, formado na sua maioria por manequins e antigas misses, o veredicto final, que acabou por coroar Désirée Andrade Braz, participante número 7, como Miss Europe United Nations.

A vitória apanhou Désirée de surpresa. "Não estava nada à espera de ganhar", disse a nova Miss Europe United Nations a este jornal.Ao CONTACTO, Isa Morais adiantou "que a vencedora vai concorrer na Jamaica, representando a Europa, e eu acho que ela pode bem ganhar, tem muito potencial". Désirée, por seu lado, reconhece que a prova "vai ser difícil". "Vou ter de falar em Inglês, mas veremos o que vai acontecer".

Nascida nos Países Baixos, mas de origem cabo-verdiana, Désirée mudou-se para o Luxemburgo com apenas cinco anos. Aos 20, conta já com experiência neste tipo de concursos. "Já tinha participado na Miss Centre Ville e ganhei, e também participei na Miss Cabo Verde. Adoro fazer isto, desfilar perante o público. Tinha-me inscrito numa agência de modelos, mas tive de desistir por causa dos estudos. Mas quero retomar".

Ao lado da vencedora, posaram igualmente para a posteridade a 1ª Dama de Honor, Kelly da Cruz, e a 2ª Dama de Honor, Filipa Gomes. Foram igualmente atribuídas as categorias de Miss Simpatia, Miss Fotogenia, Miss Sexy e Miss Fashion, arrecadadas, respectivamente, por Susana da Pina, Melanie Escolastica, Eunice Vieira e Vanessa Delgado.

Ainda emocionada com a vitória, Désirée dirigiu-se a todas as jovens para "que se candidatem a estes concursos, mesmo sabendo que podem não ganhar, nem que seja só pela experiência ou para adquirir à-vontade". "Eu recordo que há alguns anos tinha vergonha de mostrar o corpo", disse.
Convicta, Désirée considera que este concurso "serve para provar que até as jovens mais fortes, ou demasiado magras, são bonitas".
Fonte: CONTACO/Gonçalo Guimarães Gomes

10/10/2012

Escuteiros de Santo Afonso entregam material escolar em Cabo Verde

Os materiais escolares recolhidos no Luxemburgo pelos escuteiros de Santo Afonso foram entregues na passada semana, em Cabo Verde.

Dois responsáveis do agrupamento Escuteiros de Santo Afonso fizeram-se deslocar às ilhas da Morabeza para entregar em mãos perto de 350 kits de material escolar.

"Na escola Chã da Silva, na ilha de Santiago entregamos 195 mochilas com diversos materiais. Depois, estivemos na ilha de Santo Antão para entregar mais 150 mochilas com os respectivos materiais lá dentro às escolas Ribeira de Bodes e Chã de Cruz, no concelho de Porto Novo", conta o mentor do projecto, Jorge Gonçalves.

Para facilitar entrega dos materiais e garantir que nenhuma criança seria esquecida, cada mochila levava já o nome de cada dos alunos do ensino básico.

Além das três escolas contempladas no projecto, houve ainda uma quarta escola que que recebeu materiais escolares oferecidos por duas instituições com representação no Luxemburgo.
 
HB

02/10/2012

Cooperação luxemburguesa oferece materiais informáticos a Cabo Verde

A Cooperação Luxemburguesa vai apoiar a primeira Campanha Nacional de Visitas de Saúde Escolar, desenvolvida pela Fundação Cabo-verdiana de Acção Social Escolar (FICASE), em parceria com o Ministério da Saúde, com um conjunto de materiais informáticos. A entrega aconteceu hoje na Praia.

São 40 computadores, 40 monitores, 40 UPS e 40 impressoras, orçados em cerca de cinco milhões de escudos cabo-verdianos e têm por objectivo garantir a boa execução da primeira Campanha Nacional de Visitas de Saúde Escolar.

O arranque do projecto está previsto para Janeiro de 2013 e serão distribuídos a todas as delegações do Ministério da Educação e Desporto e delegacias de Ministério da Saúde. Serão 20 kits para cada Ministério.

A campanha de Visitas de Saúde Escolar tem por objectivo fazer o diagnóstico do estado de saúde das cerca de 25 mil crianças do 1º ao 6º ano do Ensino Básico de todos os concelhos do país, procurando identificar as doenças que poderão afectar a sua aprendizagem.

Esta iniciativa resulta de uma parceria entre a FICASE, o Projecto CVE/075 - Saúde e Cantinas Escolares da Agência Luxemburguesa de Cooperação ao Desenvolvimento, o Ministério da Saúde e o Ministério da Educação.
Fonte: asemana

27/09/2012

Sistema de saúde luxemburguês ainda segura idosos cabo-verdianos por cá

"Gomes", como gosta de ser chamado, vive no Grund
com uma companheiraluxemburguesa e diz que quer
ficar no Luxemburgo. Passa grande parte do dia sentado
à porta de casa a ver os carros e o tempo a passar
Foto: H.Burgo
A qualidade do sistema de saúde luxemburguês é uma das principais razões pelas quais os idosos cabo-verdianos vão ficando por cá. Os que gozam de alguma mobilidade ainda aproveitam o sol em Cabo Verde. Os mais frágeis não têm alternativa e ficam por cá, mas é difícil encontrá-los nos lares de idosos. No âmbito do Dia Internacional do Idoso, que se assinala a 1 de Outubro, o CABOLUX foi ao encontro de alguns reformados cabo-verdianos.

O ritual dura há anos. Todos os dias Gomes senta-se à porta de casa para ver o movimento da rua. À tardinha está ali sentado no parapeito da janela da sua casa, num rés-do-chão, para ver os carros a passar, as pessoas e também o tempo.

Gomes, como gosta de ser tratado, é um velho cabo-verdiano, na casa dos 70 anos. Natural da ilha de Maio, é já quase mais um "monumento" da parte baixa da capital luxemburguesa, o Grund.

Quando passa o "comboio verde da Pétrusse" com turistas, Gomes recebe uma apitadela do motorista e levanta a bengala para agradecer aquela cara já familiar. Outros passam de carro e abrem o vidro para dar uma palavrinha ao cabo-verdiano de cabelos brancos e olhar cansado, ali na principal rua do Grund.

"Saí de Cabo Verde há muitos anos e fui para a Holanda como tantos outros cabo-verdianos. Depois, vim para o Luxemburgo e já levo aqui 45 anos. Quando cá cheguei o trabalho era mau. Fazia muito frio e o corpo não estava habituado", conta Gomes.

O homem da bengala reformou-se há 12 anos e de lá para cá tem-se desdobrado em viagens a Cabo Verde. A última foi no início do ano.
"Os filhos estão todos em Cabo Verde e quando posso vou lá visitar. Aqui não tenho família, mas tenho uma amiga luxemburguesa com quem vivo (sorri)".

A companheira de Gomes nunca foi a Cabo Verde e não quer ir, diz o septuagenário, que promete ficar aqui com ela.
"Apesar de ir e vir a Cabo Verde, sei que encontro a minha companheira sempre aqui e é com ela que quero ficar".

Além da companheira, é o sistema de saúde luxemburguês que o mantém por cá.
"Já fiz aqui duas operações e o serviço médico é bom. Só não quero é ir para um lar. Quero ficar em casa e a minha mulher vai tomar conta de mim. Mas se um dia for para um lar, sei que já não vou ter mais nada", lamenta o velho Gomes.

Não é fácil encontrar idosos cabo-verdiano nos lares

O Estado luxemburguês conta com 33 Centros Integrados para Pessoas Idosas (CIPA, no acrónimo em Francês), 16 "maisons de soins" (que dispensam de cuidados de saúde) e 10 alojamentos adaptados para idosos com autonomia (com um serviço mínimo de acompanhamento de oito horas por dia).

No Luxemburgo, a maioria dos cabo-verdianos vive com outra nacionalidade, sobretudo a portuguesa, e encontrar um idoso com documentação cabo-verdiana num lar é tarefa quase impossível. Oficialmente, não há registo de cabo-verdianos nesses lares.

"Na nossa lista os cabo-verdianos estão no grupo dos africanos, e em 2011 não temos registo de nenhum africano nos nossos lares", assegura Jacqueline Becker do Departamento de Estatísticas do Ministério da Família do Luxemburgo.
"Entre os lusófonos, temos apenas 82 portugueses, 53 mulheres e 29 homens, que podem ser ou não cabo-verdianos", acrescenta Bercker.






Carlos Silva tem 87 anos e não consegue andar. Há dois anos ainda estava à espera de
uma vaga para um lar de idosos. A mulher, Teresa, ainda "se aguenta nas pernas"
e está com os filhos
 Foto: M. Dias

Carlos Silva foi um dos primeiros cabo-verdianos a chegar ao Luxemburgo, em 1959.
Ainda na década de 50, antes de cá chegar, passou pelas fábricas da Mosela francesa. Hoje, aos 87 anos, é um dos poucos cabo-verdianos que estão nos lares de idosos no Luxemburgo.

O CABOLUX foi encontrá-lo precisamente num dos lares da lista do Ministério da Família – Centro de Geriatria de Hamm. Por ter sido inscrito com outra documentação que não a cabo-verdiana, não faz parte da “lista dos africanos”.

"O meu pai [Carlos Silva] não consegue andar e tem já outros problemas que aparecem com a idade. Não tem mobilidade nenhuma e, infelizmente, ninguém consegue ficar em casa a tomar conta dele porque temos de trabalhar", diz Manuel Silva, um dos quatro filhos que vive aqui no Luxemburgo.

A esposa de Carlos Silva, Teresa, também é octogenária. Ao contrário do marido, aos 82 anos ainda "está bem" e goza de alguma autonomia, o que lhe permite ficar ainda com os filhos.
"A minha mãe está bem. Ora fica comigo, ora com os outros irmãos. Mas já se sabe que com o tempo pode vir também a ficar num lar", diz o filho.

Manuel Silva tem outros cinco irmãos em Cabo Verde, mas descarta a possibilidade de um regresso definitivo dos pais à terra natal.
"Decidimos que eles ficassem cá porque o sistema de saúde é melhor. A minha mãe ainda pode lá ir de visita, mas para o meu pai é impossível. Ele não pode sequer viajar e vai ficar por cá", lamenta Manuel, que lembra que o pai estava à espera de uma colocação num lar há dois anos.
"A situação não era fácil e tivemos de optar pela alternativa mais extrema. Já há dois anos que o meu pai estava à espera de uma colocação num lar. Felizmente, tivemos o apoio social, porque sem essa ajuda era impossível pagar as despesas. Esses lares são muito caros", aponta o filho.

A mentalidade mudou e a tendência é de regresso, para os que podem

"As pessoas que vieram para cá ainda antes da independência e que fizeram família com pessoas de outra nacionalidade não regressam. Já para os que vieram depois, a mentalidade mudou. A tendência é de regresso e muitos regressam ao país porque quando lá vão de férias vêm como está Cabo Verde e preferem ficar por lá”, diz uma das mais influentes representantes da comunidade cabo-verdiana no Luxemburgo e presidente da Associação dos Pais dos Alunos de Origem Cabo-verdiana (APADOC), Joana Ferreira.

“Os médicos até dizem para regressarem à terra, por causa da temperatura. A temperatura lá é melhor para eles e quando vêm cá, vê-se que vêm melhor", acrescenta Joana Ferreira.

Quanto a casos como o do octogenário Carlos Silva a dirigente associativa diz que são em “número reduzido”.
“Quando temos casos de pessoas com fragilidade de saúde, elas não podem ir para Cabo Verde. Preferem ficar por cá por causa dos cuidados médicos e da medicina mais avançada, mas são um número reduzido", assegura Joana Ferreira, que explica o pouco número de cabo-verdianos nos lares.

"Não há muitos cabo-verdianos nos lares de idosos. Nós temos uma ligação muito próxima com a família e não há filho cabo-verdiano que queira ver os pais num lar. Nesse aspecto fomos educados de outra maneira e temos uma mentalidade diferente da europeia."
 
Um lugar ao sol no Luxemburgo e em Cabo Verde
 
Jaime Barbosa goza a sua reforma com um pé no Luxemburgo e
outro em Cabo Verde, sempre à procura do sol. Não tem família no
Luxemburgo, mas passa o tempo com os amigos. Diz que é livre   
Foto: H.Burgo
Jaime Barbosa nasceu na Ribeira Brava, ilha de S. Nicolau, mas cresceu em S. Vicente. Chegou à Mosele francesa a 4 de Abril de 1964 para trabalhar nas fábricas.

“Vim trabalhar para as fábricas da Mosele ainda o tempo do  general de Gaulle. Havia muita greve na altura e infelizmente aquilo acabou por ir fechando”, conta Jaime, que um ano e meio depois, em 1965, fez as malas e foi para Roterdão (Holanda), onde havia já uma considerável comunidade cabo-verdiana. Mais tarde regressou a França, e em 1970 veio para o Luxemburgo, onde encontrou e manteve trabalho no aeroporto do Findel.
 
Em 2000, e aos 65 anos, Jaime reforma-se e de lá para cá tem reservado o seu “lugar ao sol” entre o Luxemburgo e Cabo Verde.
 
"Eu passo o Verão aqui, que tem sol, e o Inverno em Cabo Verde para apanhar o bom sol de lá. Antes não podia porque trabalhava, mas agora posso lá ir”, diz.
 
Mas para já a ideia é ficar pelo Luxemburgo, não por causa do sistema de saúde, mas porque se sente mais “habituado à Europa”.
 
“Para já a ideia é ficar por cá porque, como vim ainda novo, estou mais habituado à Europa. Mas nunca se sabe. Quanto à questão da saúde, é certo que o médico é sempre um bom apoio, mas eu não estou aqui por causa disso. Médicos há em todo o lado e quando chegar a hora da morte não há médicos para isso! Por enquanto consigo andar e não tenho problemas. Quando faltarem as forças posso encontrar assistência nos dois países. Lá há família ou paga-se a alguém para ajudar. Aqui é igual, os médicos e os amigos são a família”, confia Jaime.
 
A caminho dos 78 anos, Jaime vive sozinho e é quem mantém as portas abertas da Associação Amizade Cabo-verdiana no Luxemburgo, na capital. Não tem família no Luxemburgo e é com os amigos que passa o tempo, sempre com a música por perto.
 
“Há algumas pessoas que não regressam porque têm aqui os filhos e o resto da família. Não é o meu caso. Não tenho filhos e a minha família está em Cabo Verde. Aqui passo o tempo com os amigos. Juntámo-nos para tocar música cabo-verdiana, saio também para bailes e festas, e se eu quiser ficar aqui, eu fico. Sou livre e vou para o meu berço Cabo Verde quando quiser”, diz o músico, que tem a única mágoa de não ver valorizado o talento musical cabo-verdiano no Luxemburgo.
 
“Já toquei com a Cesária quando ela veio cá dar o concerto em Begen. Toquei com o Samba e o Justino. Grandes músicos. Também hoje temos bons músicos por cá, mas não percebo porque é que para as festas cabo-verdianas vão buscar músicos de fora. Deviam dar mais valor aos músicos que temos aqui”, desabafa o ainda “jovem” velho Jaime.
HB