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10/07/2013

José Maria Neves apelou à união dos cabo-verdianos durante comemorações do dia da independência

Durante um dia, Roterdão foi a capital das comemorações do 38° aniversário da independência de Cabo Verde, num encontro presidido pelo primeiro-ministro cabo-verdiano, José Maria Neves. O Luxemburgo esteve representado pela encarregada de negócios da Embaixada de Cabo Verde no Grão-Ducado, Clara Delgado.

O primeiro-ministro de Cabo Verde, José Maria Neves,
chefiou a delegação cabo-verdiana a Roterdão
O encontro teve lugar em Roterdão, no sábado, e contou ainda com a presença de Fernanda Fernandes, ministra das comunidades e antiga encarregada de negócios no Luxemburgo entre 2005 e 2008, e ainda de Mário Lúcio Sousa, ministro da Cultura, além de diplomatas de vários países.

O Luxemburgo fez-se representar pela encarregada de negócios da Embaixada de Cabo Verde no Grão-Ducado, Clara Delgado, mas estiveram também presentes no encontro internacional diplomatas da Alemanha e do Benelux. José Maria Neves exaltou as conquistas de Cabo Verde ao longo da sua história e assinalou os desafios de governar um país assolado pela escassez de recursos naturais.

"Um país que de riquezas só tem vento, sol, mar, e pouco mais, mas também um país com muitas pedras preciosas, que são cada um dos cabo-verdianos e cabo-verdianas que estão nas ilhas ou na diáspora", disse o primeiro-ministro cabo-verdiano.

Roterdão, um dos primeiros destinos de emigração dos cabo-verdianos, foi uma escolha natural para o encontro internacional, explicou José Maria Neves.

"A Holanda foi uma cidade de luz e um dos principais apoiantes de Cabo Verde na luta pela independência", disse o governante, sublinhando que "foram os cabo-verdianos emigrantes na Holanda que mostraram o caminho de Cabo Verde" e que contribuíram para que o país fosse "visto com bons olhos" internacionalmente.

O governante reservou também uma palavra de agradecimento ao Luxemburgo, com quem Cabo Verde tem há vários anos acordos de cooperação.

"Não conseguimos retribuir a grandeza da cooperação com Cabo Verde", disse o primeiro-ministro.
Elogiando as comunidades na diáspora, José Maria Neves apelou à união dos cabo-verdianos para ultrapassar os desafios do país e recordou a importância de todos para a conquista da independência.

"O dia 5 de Julho foi o dia em que tomámos nas nossas mãos a liberdade de escrever o nosso destino e assumimos a responsabilidade de construir um país respeitado no mundo inteiro", recordou.

"Que futuro teria um país sem água, luz ou riquezas naturais? Temos de ser justos com aqueles que começaram, que colocaram as primeiras pedras e construíram os alicerces do país com a sua coragem e determinação", acrescentou.

Muitos foram os cabo-verdianos presentes em Roterdão
"Ganhámos o desafio da independência e quinze anos depois fizemos a abertura da democracia, ultrapassando vários desafios, e tornámo-nos numa referência de democracia na África. Ocupamos a 27a posição no mundo inteiro", disse José Maria Neves.

O primeiro-ministro cabo-verdiano lembrou também o convite de Obama para visitar a Casa Branca e congratulou-se com o prestígio que Cabo Verde conseguiu conquistar. "Nós somos um país africano, e representamos uma África positiva, capaz e empreendedora", afirmou.

Para José Maria Neves, os maiores desafios no futuro são o desenvolvimento do turismo sustentado, a criação de formas de aproveitamento das águas da chuva, a construção de barragens, melhoria dos aeroportos, portos e meios de transportes, e a valorização das riquezas naturais e do mar, com o desenvolvimento de indústrias de conserva e de transformação de peixe.

MINISTROS TAMBÉM DANÇARAM

A tarde foi animada com música ao vivo, com artistas como Américo Brito e Jaqueline Fortez, filha de emigrantes no Senegal.

O grupo de batucadeiras "Sima nos e so nos" conseguiu mesmo que Mário Lúcio, ministro da Cultura de Cabo Verde, desse uns passinhos de dança, passando depois a solada (pano tradicional usado no batuque) à ministra das Comunidades, Fernanda Fernandes, que também dançou.

Foi da antiga encarregada de Negócios do Luxemburgo que veio um dos discursos mais emotivos do dia. Fernanda Fernandes, que cresceu e estudou em Portugal, diz que se sente por isso muito próxima dos emigrantes cabo-verdianos, e apelou a que todos trabalhem em prol do país.

A ministra das Comunidades, Fernanda Fernandes, deu um pé de dança
"Cada um de nós tem um compromisso para com Cabo Verde. Todos nós podemos ajudar o país a tornar-se num país cada vez melhor", desafiou Fernanda Fernandes, garantindo que está a fazer a sua parte, enquanto ministra das Comunidades, um cargo que lhe dá prazer "por poder estar perto das diásporas".

O encontro internacional serviu também para promover contactos económicos, disse ao CONTACTO o cônsul-geral da Holanda, Belarmino Monteiro Silva.

"Juntou-se o útil ao agradável, uma vez que, além desta grande festa com os cabo-verdianos, também se proporcionaram encontros de interesse económico para ambos os países. Estou extremamente contente e feliz pela participação dos imigrantes residentes aqui na Holanda e também nos países vizinhos, como o Luxemburgo, Bélgica, França e Alemanha, que se juntaram a nós nesta celebração", disse ao CONTACTO o Belarmino Monteiro.

O diplomata frisou a importância de assinalar a data da independência do país junto dos cabo-verdianos e dos seus descendentes, mostrando-lhes que "devem sentir-se orgulhosos pelo percurso de Cabo Verde, que nos 38 anos de independência conseguiu passar de país pobre para país de desenvolvimento médio".
"Não existem países grandes ou pequenos, existem grandes países e pequenos países, e Cabo Verde é um grande país", sublinhou o cônsul na Holanda.Na festa estiveram ainda muitos cabo-verdianos residentes na Holanda.

Osvaldo Brito, a viver no país há 25 anos, garante que os cabo-verdianos estão muito bem integrados na sociedade holandesa."A tal ponto que quase nos esquecemos que somos cabo-verdianos e já não precisamos das associações para esse efeito", disse ao CONTACTO.

Romira Rocha, outra emigrante cabo-verdiana na Holanda com quem o CONTACTO falou, confirma a boa integração dos cabo-verdianos no país, mas alerta para o desinteresse dos jovens pela educação e a formação profissional, fortemente apoiada pelo governo holandês.
Antão Freitas, residente no Luxemburgo há mais de duas décadas, representou a comunidade cabo-verdiana do Grão-Ducado nas comemorações em Roterdão.

Num discurso emotivo, o presidente da associação Estrela do Norte, sediada em Ettelbruck, e membro da Comissão Consultiva para Estrangeiros de Schieren, agradeceu ao Luxemburgo pelas oportunidades que tem dado à comunidade cabo-verdiana.
Antão Freitas elogiou ainda o apoio e a participação activa na vida da comunidade da actual encarregada de negócios no Luxemburgo, Clara Delgado.

Fonte: CONTACTO/Aleida Vieira, em Roterdão - texto e fotos

01/07/2013

Embaixada de Cabo Verde fechada na sexta-feira

A Embaixada de Cabo Verde no Luxemburgo informa que vai estar encerrada esta sexta-feira, dia 5 de Julho, por causa do feriado nacional (Dia da Independência Nacional).
A Embaixada convida ainda a comunidade a participar, no sábado, na confraternização das comunidades cabo-verdianas no norte da Europa, que vai contar com a presença do primeiro-ministro de Cabo Verde, José Maria Neves, em Roterdão, na Holanda.

Entre as 14h e as 18h (45, Stationsplein), na cidade de Roterdão, espera-se muita animação musical com Carlos Matos & Banda, uma palestra e outras actividades.

29/03/2013

José Maria Neves reuniu-se com Obama (video)

O primeiro-ministro de Cabo Verde, José Maria Neves, encontrou-se esta quinta-feira com o Presidente dos Estados Unidos da América, Barack Obama, que "elogiou o crescimento económico e as boas práticas governativas" do país.

"O encontro correu muito bem. Foi importante para a relação bilateral entre os Estados Unidos e o continente africano", disse o primeiro-ministro à agência Lusa.

A reunião contou com a participação de outros três chefes de Estado: da Serra Leoa, Ernst Bai Korom, do Senegal, Macky Sall, e do Malawi, Joyce Banda.

Na Casa Branca, Obama fez uma apresentação sobre os temas comuns que unem os Estados Unidos África e, no final, cada chefe de Estado teve cerca de 10 minutos para abordar os assuntos que mais lhe interessam.

José Maria Neves relatou que Obama se "mostrou muito aberto e receptivo para mobilizar recursos e investimento", sobretudo para "programas de energia e mobilização de recursos de água, na área dos agro-negócios."

Em Washington, o primeiro-ministro irá ainda reunir-se com oficiais do Pentágono e do Departamento de Transportes.

Amanhã, começa uma visita à Nova Inglaterra, que passará por New Bedford, Boston, Brockton Providence e Pawtucket, cidades com uma expressiva comunidade cabo-verdiana.


03/07/2012

MpD vence novamente autárquicas em Cabo Verde

Foto: Moisés Santiago
O Movimento para a Democracia (MpD) foi o grande vencedor das eleições autárquicas deste domingo em Cabo Verde, ganhando mais duas câmaras que em 2008 e subindo em termos de votação.
O Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV) conseguiu ganhar ao MpD um concelho em Santo Antão (Porto Novo), mas perdeu três municípios para o principal partido da oposição: Tarrafal de São Nicolau, Paul e Brava.
O MpD fica com 13 concelhos, o PAICV desce para oito e o Grupo Independente da Mudança para a Confirmação e Consolidação das Cidades, que tem o apoio do Movimento para a Democracia, mantém o concelho do Sal.
"Há uma vitória clara do MpD e uma derrota clara do PAICV. Continuamos a ser o maior partido a nível local", sintetizou Carlos Veiga (MpD), para quem o resultado das eleições constitui um "recado claro do descontentamento da população" em relação ao Governo de José Maria Neves, primeiro-ministro desde 2001. Veiga lamentou ainda assim a perda do município de Porto Novo para o PAICV.
José Maria Neves, por seu lado, reconheceu a derrota do PAICV nas eleições. "Não atingimos os objectivos preconizados", que passavam pela "manutenção das 10 câmaras ganhas em 2008 e a conquista de pelo menos mais duas". Neves mostrou-se surpreendido pela perda das edilidades do Paul de Santo Antão e do Tarrafal de São Nicolau, admitindo o "desgaste" de 21 anos de poder na Brava para justificar a derrota na ilha mais a sul do arquipélago.
Garantindo que cumprirá o mandato de primeiro-ministro até às próximas legislativas, em 2016, a que já disse que não se vai candidatar, José Maria Neves defendeu que não foi o Governo que esteve a ser avaliado nas autárquicas e que "não se pode misturar as coisas".

29/06/2012

José Maria Neves não se demite se perder autárquicas

Foto: Lusa
As eleições autárquicas em Cabo Verde são já neste domingo, dia 1 de Julho. Os cabo-verdianos vão poder eleger os novos órgãos locais em 22 municípios, entre 57 listas concorrentes.

O presidente do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV) e actual primeiro-ministro, José Maria Neves, afirmou que não se demitirá do Governo se voltar a perder as autárquicas, como em 2008.

"Um bom resultado será o PAICV ganhar a maioria das câmaras municipais, para o que precisa de conseguir pelo menos duas câmaras à oposição", disse o líder do PAICV, que actualmente conta com 10 autarquias.

Já o partido da oposição, Movimento para a Democracia (MpD), tem como objectivo "manter as 12 câmaras ganhas em 2008 e conquistar uma na ilha do Fogo", disse o dirigente do MpD, Carlos Veiga.

04/05/2012

PAICV no Luxemburgo vai ser oficializado

Foto: M. Dias
O núcleo do Partido Africano de Independência de Cabo Verde (PAICV) do Luxemburgo vai ser oficializado, passando a sector.

A decisão foi anunciada na quarta-feira passada, no Luxemburgo, durante a reunião do secretário-geral do partido e primeiro-ministro de Cabo Verde, José Maria Neves.

"Na prática o trabalho vai ser o mesmo, mas com a diferença de se poder fazer as coisas de forma oficial, com mais confiança e autoridade", refere o primeiro-secretário do núcleo do PAICV – Luxemburgo, Antão Freitas, que quer ver este ano José Maria Neves na oficialização do núcleo partidário.

"Ele veio dar-nos o seu apoio e ficou também satisfeito com o andamento das coisas. Este ano vamos conseguir fazer tudo e, se possível, José Maria Neves vai regressar ao Luxemburgo na altura da oficialização".

O PAICV tem sectores políticos em Portugal, França e Holanda, e para breve vai contar com o sector do Luxemburgo.

Na reunião com José Maria Neves falou-se ainda da situação interna do partido a nível nacional e do núcleo do Luxemburgo, e ainda sobre as eleições autárquicas cabo-verdianas, marcadas para 1 de Junho.
HB

27/04/2012

Luxemburgo: Cooperação com Cabo Verde vale 60 milhões em três anos

Foto: Serge Waldbillig
"O Luxemburgo é o principal parceiro da cooperação de Cabo Verde". Quem o diz é o primeiro-ministro cabo-verdiano, José Maria Neves, que se encontrou na quarta-feira com Jean-Claude Juncker.

“O Luxemburgo é o principal parceiro da cooperação de Cabo Verde, e só em três anos pôs à nossa disposição 60 milhões de euros. Não se compara com outras cooperações”, disse José Maria Neves durante a sua visita ao Luxemburgo.

"Na reunião com Juncker falámos do reforço da cooperação bilateral. O Luxemburgo tem apoiado Cabo Verde na sua dinâmica de desenvolvimento em áreas como a saúde, a educação ou o saneamento, e agora estamos a trabalhar para expandir a nossa cooperação no domínio das energias renováveis. Estamos satisfeitos com a cooperação entre os nossos dois países e, além disso, Juncker tem dado um enorme contributo para o reforço da parceria especial entre a União Europeia e Cabo Verde. Já nos desbloqueou uma importante verba da UE e vai continuar a apoiar-nos nas instâncias europeias para o reforço da relação", concluiu Neves. 
HB

Luxemburgo: Comunidade cabo-verdiana queixa-se da alfândega da Praia

Neves leva para Cabo Verde duas grandes preocupações da comunidade cabo-verdiana no Luxemburgo: os serviços alfandegários do porto da Praia e a recorrente questão da segurança. A associação São Vicente queixou-se de um contentor com material escolar enviado para Cabo Verde e que ficou retido de Julho de 2010 a Fevereiro deste ano. Alguns empresários queixaram-se também da má qualidade e dos entraves naquele serviço alfandegário. "Há desleixo e falta de profissionalismo", acusam. "Fazemos um esforço para ajudar o nosso país e só encontramos bloqueios", reclamaram junto de Neves, que diz estar a trabalhar para um melhor funcionamento dos serviços alfandegários.
HB

"Evacuaremos cabo-verdianos da Guiné, se for necessário"

Foto: M. Dias
No encontro entre Juncker e Neves, discutiu-se ainda a situação no Mali e na Guiné-Bissau, assim como os esforços que estão a ser feitos no quadro da UE para apoiar esses países. "Os esforços são no sentido da estabilização, da paz e do desenvolvimento nesses países", referiu Neves, que tem já um plano de evacuação dos cabo-verdianos, caso seja necessário.

"Temos um sistema que funciona, e havendo necessidade criaremos rapidamente todos os canais para a evacuação daqueles que quiserem sair", diz.

Sobre a possibilidade de enviar militares para a Guiné, o primeiro-ministro cabo-verdiano diz que "Cabo Verde tem participado em Angola, Timor e Moçambique, e se houver necessidade continuará a participar". "Se Amílcar Cabral estivesse no meu lugar, pediria diálogo e entendimento entre as partes, porque nada justifica o recurso às armas para resolver problemas políticos", disse Neves, em resposta a uma pergunta do Point24/CABOLUX.
 HB

José Maria Neves responde ao MpD sobre branqueamento de capitais

Em resposta ao maior partido da oposição de Cabo Verde, MpD, que acusou esta terça-feira o Governo cabo-verdiano de "desvalorizar" a questão do branqueamento de capitais em Cabo Verde, e aludindo também ao caso Veríssimo Pinto, José Maria Neves foi peremptório: "Há atitudes e comportamentos de pessoas que não têm a ver com o funcionamento das instituições ou do sistema financeiro. O sistema financeiro de Cabo Verde não está exposto à lavagem de capitais ou do narcotráfico. É um sistema credível, estável e seria um mau serviço que a oposição prestaria ao país se veiculasse mensagens que pusessem em causa o bom nome do sistema financeiro cabo-verdiano". Em relação a eventuais desvios ou irregularidades, assegura que o seu Governo e o Banco Central de Cabo Verde têm tomado medidas. 
HB

25/04/2012

José Maria Neves encontra-se com cabo-verdianos

O primeiro-ministro de Cabo Verde, José Maria Neves, encontra-se em visita de trabalho ao Luxemburgo e vai estar com a comunidade cabo-verdiana hoje, às 14h40.
Durante esta manhã e acompanhado pelo ministro da Presidência do Conselho de Ministros e ministro da Defesa Nacional, Jorge Tolentino, e pela ministra das Comunidades, Fernanda Fernandes, José Maria Neves vai encontrar-se com o primeiro-ministro Jean-Claude Juncker, no Hotel de Bourgogne. Em cima da mesa vão estar as relações políticas e económicas, bem como as relações de cooperação entre os dois países. As relações entre a UE e Cabo Verde, a actualidade política e a situação da segurança na África Ocidental vão estar também na agenda. Já depois do almoço com Juncker, a comitiva vai passar pela Embaixada de Cabo Verde, às 14h15, para depois se encontrar com a comunidade cabo-verdiana às 14h40. O encontro vai ter lugar no no 110 da Avenue Gaston Diderich, em Belair, (a 500 metros da embaixada e ao lado da Igreja de Belair). José Maria Neves chegou ao Luxemburgo às 19h30 de ontem e uma hora depois passou pelo programa cabo-verdiano Morabeza, na Rádio Latina.

12/04/2012

José Maria Neves prepara visita ao Luxemburgo

Foto: M. Dias
José Maria Neves realiza de 22 a 29 deste mês uma visita de trabalho a quatro países europeus. Portugal, Bélgica, Luxemburgo e Alemanha são os países visitados.

O périplo do primeiro-ministro cabo-verdiano arranca em Lisboa, dia 22, onde vai inaugurar uma residência para doentes cabo-verdianos enviados para tratamento em Portugal. José Maria Neves visita também a autarquia de Torres Novas e profere uma conferência para estudantes universitários. Ainda na capital portuguesa, José Maria Neves encontra-se com o presidente Cavaco Silva e com o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho.

A 23 de Abril, o chefe do Governo cabo-verdiano segue para Bruxelas, mantendo, no dia seguinte, uma reunião de trabalho com o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso. Cabo Verde e a UE assinaram em 2008 a Parceria Especial, que engloba vários pilares, com destaque para a Parceria para a Mobilidade.

De Bruxelas, no dia 25 de Abril, José Maria Neves vem para o Luxemburgo, onde se reúne com o primeiro-ministro luxemburguês, Jean-Claude Juncker, com quem vai analisar a cooperação entre os dois países e a crise na zona euro.

A rematar as visitas, que incluem sempre encontros com a comunidade cabo-verdiana na diáspora, Neves vai estar na Alemanha, onde receberá o prémio "Ocean Deutsche Bank - Geomar 2012" pelo apoio à cooperação entre as instituições de investigação marinha dos dois países.

31/01/2012

FMI recomenda contenção orçamental a Cabo Verde para enfrentar crise

O governo de Cabo Verde deve exercer “contenção” orçamental nos próximos meses, para superar os efeitos da subida do preço das “commodities” e da crise na Zona Euro, alertou segunda-feira o Fundo Monetário Internacional (FMI).
O alerta foi feito por Nemat Shafik, directora adjunta do FMI, que presidiu a uma reunião do conselho de administração da instituição financeira internacional em Washington, em que foi feita a segunda e última revisão do desempenho da economia cabo-verdiana ao abrigo do programa de apoio (PSI) ao arquipélago.

“Dadas as persistentes incertezas económicas globais, serão necessárias políticas de contenção nos próximos meses para salvaguardar a indexação da taxa de câmbio e criar amortecedores para choques”, refere Shafik, em nota divulgada pelo FMI após a reunião.

As autoridades, refere, já restringiram as políticas macroeconómicas na segunda metade de 2011, perante a subida do preço de “commodities", de cuja importação o país depende, e os efeitos da crise financeira na Zona Euro.

Agora, o plano é reduzir o défice orçamental e a dívida externa a médio prazo, para fortalecer a posição orçamental e apoiar o crescimento do sector privado.

O governo, adianta Shafik, terá de aumentar as receitas domésticas, conter os gastos e agir “cautelosamente em relação às despesas de capital”, dependendo “tanto quanto possível” de financiamento a taxas concessionais.

Para o FMI, as recentes medidas do Banco Central cabo-verdiano e o aumento das exigências de capital para os bancos comerciais vão ajudar a conter a inflação e aumentar as reservas de moeda estrangeira.

Mas as “crescentes vulnerabilidades do sector financeiro exigem uma melhoria da regulação e supervisão” bancária, sendo a recente criação de um comité de estabilidade financeira “um passo” na direcção recomendada.

O PSI cabo-verdiano foi aprovado em Novembro de 2010, com uma duração de 15 meses.

No ponto de situação hoje feito, o Fundo alerta para o elevado desemprego, que exige “reformas para estimular a competitividade, diversificar a economia e melhorar o funcionamento do mercado laboral”.

Shafik adiantou que” progressos mais rápidos na reestruturação de empresas estatais também seriam importantes”.

As últimas previsões do Banco Mundial para Cabo Verde apontam para uma aceleração do crescimento, de 5,8 % em 2011 para 6,4 % este ano e 6,6 % no próximo.

A União Europeia, segundo dados do Banco, absorve 37 % das exportações não-petrolíferas africanas e nas economias dependentes de turismo, como Cabo Verde, as chegadas de turistas europeus constituem o grosso deste total.

Em Cabo Verde, sublinha o relatório do Banco Mundial, 92 % das exportações de mercadorias destinam-se ao Sul da Europa (Portugal, Espanha, Itália, Grécia) e Irlanda, tornando neste aspecto a economia cabo-verdiana a mais vulnerável na região a uma quebra económica a Norte.

Para contrariar o efeito da quebra da actividade económica na Europa, o Banco Mundial recomenda aos países africanos uma maior diversificação de exportações e parceiros comerciais.

Fonte: Inforpress

27/07/2011

Pedro Pires nega envolvimento no assassinato de Amílcar Cabral

O Presidente cabo-verdiano, Pedro Pires, pediu hoje (quarta-feira) "calma" aos candidatos à sua sucessão na eleições de 07 de Agosto e admitiu que trazer a debate o assassínio de Amílcar Cabral, ocorrido em 1973, "não é aconselhável", negando ainda qualquer envolvimento.

Pedro Pires respondia aos jornalistas no final de uma visita de despedida a uma instituição local, em que afirmou que as declarações do líder do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), José Maria Neves, também Primeiro-ministro, não o atingem.

"Entendo que Cabral devia estar fora disso, que não se devia trazer a sua memória para estes momentos, porque não dão a possibilidade de tratamento devido a qualquer facto histórico ou político, pelo que a tendência é sobrevoar o facto. De modo que não é aconselhável trazer para o debate essa questão", salientou Pedro Pires.

"Pessoalmente, tenho procurado estar fora do debate eleitoral, mantendo um certo distanciamento. Como entendem, não tenho interesse especial nesse debate, deixando que os actores principais da campanha façam o debate, discutam entre eles e apresentem os seus projectos. Mas serei um observador atento e interessado", frisou.

Na sexta-feira, num comício de apoio a Manuel Inocêncio Sousa, candidato apoiado pelo PAICV, Neves disse que era preciso ter cuidado com os "intriguistas", sublinhando que Cabral, fundador do então movimento de libertação (criado em 1956) foi assassinado por dirigentes do PAIGC devido a intrigas de poder e à falta de respeito pelos valores.

A alusão, para a imprensa cabo-verdiana, é óbvia, dirigindo as "graves acusações", em última instância, a Pedro Pires, apontado como apoiante da candidatura de Aristides Lima, arrastando, consigo a "velha guarda" do PAICV para fazer frente à ala de José Maria Neves.

"Não acredito (que me visem). De toda a maneira, ouvi na televisão o que foi registado e tomei boa nota disso. Não entendo que queiram atingir-me, até porque seria a última pessoa a ser atingida, porque eu, nessa altura, encontrava-me a 400 ou 500 quilómetros do sítio (Conakry, onde Cabral foi morto). Não faz sentido que se queira trazer-me para essa questão", acrescentou.

"Mas, de toda a forma, o que aconselho às pessoas é que tenham calma. Prometo, depois de deixar a Presidência da República, trazer essa questão à discussão, se julgarem que tem algum interesse e que há necessidade do seu esclarecimento. Mas, neste momento, prefiro não entrar na polémica. Não faz sentido, até porque não sou um dos actores principais da campanha", observou.

Pedro Pires escusou-se também a responder a uma questão sobre se as palavras do Primeiro-ministro foram oportunas, sobretudo por ocorrerem em vésperas das presidenciais.

"Não vou nessa direcção. Não vou julgar quem quer que seja nessa matéria. Como já disse, mantenho-me fora do debate eleitoral em relação às presidenciais. Estou de fora, não participo, nem comento, nem valorizo", concluiu.

Fonte: Angop

16/05/2011

Ferry "Sal Rei" avaria com José Maria Neves a bordo, entre S. Vicente e S. Antão

O "ferryboat" que hoje avariou e ficou à deriva no canal entre Santo Antão e São Vicente, com o primeiro-ministro cabo-verdiano - José Maria Neves - a bordo, já chegou a Porto Novo sem mais incidentes, disse à Agência Lusa fonte oficial.

Contactada por telefone, fonte do gabinete de José Maria Neves, que também seguia a bordo, indicou que, à saída do Mindelo (São Vicente), já depois do ilhéu dos Pássaros, registou-se uma avaria no leme e o "ferry" parou, com a maré a empurrá-lo em direcção à montanha conhecida por "Monte Cara".

No entanto, com a pronta chegada de um rebocador, entretanto chamado, conseguiu-se imobilizar o navio e reparar o leme, operação que demorou cerca de duas horas.

Segundo a fonte, ainda se pensou em regressar a São Vicente, mas, após uma análise da situação a seguir à reparação, decidiu-se seguir para Porto Novo (Santo Antão), onde o "ferry" chegou cerca das 10:15 locais (13:15 no Luxemburgo).

Não houve pânico nem feridos, acrescentou a fonte, sublinhando, porém, que alguns passageiros enjoaram e vomitaram, situação que considerou "normal".

José Maria Neves deslocava-se a Porto Novo para presidir à cerimónia de abertura de um encontro com os diplomatas acreditados no país, marcado para hoje de manhã, e que, entretanto, foi atrasado devido ao incidente.

Fonte: Lusa

14/02/2011

"Quem for para Cabo Verde goza da mesma protecção de saúde que aqui [Luxemburgo] - João da Luz

Após a maioria absoluta e um terceiro mandato para o primeiro-ministro cabo-verdiano José Maria Neves, o secretário da delegação no Luxemburgo do Partido Africano para a Independência de Cabo Verde, João da Luz, reconheceu que apesar da vitória a nível global, tirou “algumas lições do trabalho no terreno do MpD [que venceu aqui com 243 votos contra 200 do PAICV], e que vão ser usadas para as presidenciais no mês de Outubro.”

Mais votos, mas menos deputados

Actualizados os últimos dados divulgados pela Cabolux/Contacto, a Comissão Nacional de Eleições atribui então definitivamente 38 deputados ao PAICV, 32 ao MpD e 2 à UCID.
Desta forma o PAICV perde 3 deputados para o MpD face ao último mandato, apesar de ter aumentado a percentagem de votos em 0.5% (51,4) e o MpD ter descido 1% (41.8).
Sobre este desfasamento João da Luz lamenta: “o PAICV foi penalizado pelo sistema eleitoral vigente, que estabelece novas normas de eleições de deputados.”
“Por exemplo, no Fogo, o PAICV conseguiu mais 4306 votos que o MpD e, deste número, 1902 votos não contaram para a determinação de mandatos, enquanto em sentido contrário, na ilha do Sal, o MpD conseguiu um mandato a mais por escassos 78 votos”, explica.

Olhando ainda para os números, “ao contrário do que a oposição dizia, houve uma maior participação nestas últimas legislativas e um aumento no número de votos [no PAICV], o que quer dizer que a política feita por José Maria Neves ao longo destes dez anos é uma política aprovada pelos cabo-verdianos”, conclui.

O balanço dos 10 anos

“Os primeiros 5 anos de governo foram para concertar um país que estava combalido” e o segundo mandato para “conseguir uma visão para Cabo Verde”, tendo então o país conquistado duas vezes o Millenium Challenge Account e passado de país atrasado para país de desenvolvimento médio.”
Para o secretário do PAICV-Luxemburgo estas foram as 4 plataformas de desenvolvimento levadas a cabo pelo governo de José Maria Neves e que se pretendem reforçar:
O primeiro pilar é “a boa governação, com estabilidade, sem corrupção e gestão sã, algo que foi provado nestes mandatos”.
Em segundo, assegurar a única potencialidade de Cabo Verde - os recursos humanos – apostando em parcerias estratégicas de integração regional, que passam pela CPLP, CEDAO, Europa, América e a nova região Macaronésia, que faz Cabo Verde entrar na periferia da Europa.”
Por outro lado “mais construção de escolas técnicas em Cabo Verde, maior abertura em termos de negócios no país” e por último “a construção de estradas, energias renováveis, renovação e criação de novos portos e a construção de 3 aeroportos internacionais.”

Já para estes próximos 5 anos pretende-se reforçar os pontos referidos e “apostar na aceleração da formação da juventude cabo-verdiana nas novas tecnologias, alargamento do poder das universidades no país (foram criadas 9 universidades de 2000 para cá) e sobretudo combater a pobreza com o projecto “casa para todos”.

Incentivos aos emigrantes

Na área da emigração, “quem for do Luxemburgo para Cabo Verde, goza da mesma protecção de saúde que aqui tem”, o mesmo acontecendo de lá para cá e dentro do acordo de segurança social que se conseguiu, sendo que “o PAICV assinou 15 deles, com 15 países diferentes, enquanto o MpD apenas 4.”
Sobre as taxas alfandegárias, relembra que “a isenção total alfandegária é aplicada quando um indivíduo volta definitivamente para Cabo Verde” e se antes era preciso provar que um artigo pertencia a alguém pelo menos há 6 meses, “hoje em dia não é preciso provar nada.”
Quanto aos investimentos em Cabo Verde apela “a toda emigração para não se deixar ser enganada por indivíduos que estão à espera de apanhar um inocente.”
“O Instituto das Comunidades faz-lhe um plano financeiro de graça em vez de procurar intermediários”, complementa.
Para além destes incentivos o emigrante “têm à disposição a Casa do Cidadão, a embaixada e o portal do cidadão.”
A criação do Banco de Cabo Verde de Investimentos visa também apoiar o emigrante “desde a criação da empresa à construção da casa em Cabo Verde.”
A finalizar, relembra que “a Embaixada está preparada para prestar estas e outras informações a qualquer cidadão.”
HB

07/02/2011

PAICV ganha com maioria absoluta

A Comissão Nacional de Eleições decidou não divlugar os resultados das Legislativas para já, faltando ainda apurar os votos na diáspora.

Até ao momento, o PAICV assegura 26 deputados contra 23 do MpD, tendo a UCID elegido 2.
Faltam ainda apurar 21 lugares, 6 dos quais na diáspora, mas tudo aponta para que a maioria absoluta não fuja ao PAICV, dando assim um terceiro mandato a José Maria Neves.

MpD com vantagem no Luxemburgo

Por cá, o MpD venceu com 243 votos, tendo o PAICV registado outros 200.
A taxa de abstenção situou-se nos 47%, tendo em conta que o número total de inscritos rondava os 850 eleitores.

A CABOLUX/Contacto passou pela embaixada de Cabo Verde no Luxemburgo (um dos três locais de voto disponíveis) para acompanhar parte deste processo e ouviu Necas Martins, presidente da mesa de voto LU2, sobre a participação dos cabo-verdianos.
“Na parte da manhã esteve um pouco morno, mas esta tarde a afluência foi mais significativa. É a primeira vez que estou a trabalhar numa mesa e não se notam incidentes. Está tudo a correr dentro da normalidade.”

A importância do voto nestas eleições

Ainda na embaixada e após o exercício de voto, ouvimos alguns cabo-verdianos sobre a importância deste dia.
“O voto é importante porque faz parte da cidadania e é um instrumento para o desenvolvimento do nosso país. Com o nosso voto o país pode progredir”, refere Luísa Fernandes.
Já António Lima lamenta a falta de participação dos concidadãos: “O voto é importante e as pessoas deviam exercer esse direito porque tem muita importância na política de Cabo Verde neste momento.”
Fazendo uma avaliação global sobre o nível dos políticos cabo-verdianos e sem entrar no campo partidário, Luísa Fernandes diz que “ao longo destes anos os políticos têm estado ao nível do país e o têm desenvolvido. Estou satisfeita.” António Lima prefere “uma mudança de políticos”.

Mais tarde e na zona da Gare ouvimos alguns não votantes.
Mendes Tavares tem o seu cartão em Paris e não foi votar, mas para ele “ou Veiga ou Neves, quem ganhar é a mesma coisa, mas têm que saber o que fazem e não podem maltratar o povo.” Se as coisas em Cabo Verde estivessem mais bem organizadas, mais pessoas votariam”, acrescenta.
Para muitos cabo-verdianos o “não votar” não é apenas falta de interesse. Alguns não têm documentação cabo-verdiana válida e apresentam outras nacionalidades, como a portuguesa, e vêm nisso um impedimento para votar. Esta é a posição de João Mendes, cabo-verdiano de nacionalidade portuguesa que (relembrando o resultado das eleições mais renhidas da história moderna - as últimas presidenciais de Cabo Verde, com apenas 12 votos de diferença) é peremptório: “Por um voto se ganha e por um voto se perde e se eu estivesse recenseado eu faria parte da eleição do meu país.”

Sobre a comunidade cabo-verdiana no Luxemburgo e os políticos em Cabo Verde, Tavares salienta que “trabalhamos aqui muito para investir em Cabo Verde e quanto mais os políticos facilitarem, mais podemos fazer pelo nosso país.”
Quanto à expectativa para o próximo mandato João Neves diz que “o país não está muito mal, mas espero mais desenvolvimento para servir quem está lá, mas também para os que estão fora e espero mais apoio para o investimento que a nossa comunidade emigrante quer fazer, apoio nas despesas alfandegárias e redução dos bilhetes de viagem.”

Casos insólitos

Se a normalidade era a palavra de ordem até então, demos conta ainda na Embaixada de Cabo Verde que alguns dos votantes estavam a chegar de Ettelbruck para poder exercer o seu voto.
Segundo os representantes do PAICV e MpD, foram mais de uma centena de cabo-verdianos que se viram confrontados com este cenário, tendo sido obrigados a deslocações ora para o centro, ora para o norte ou para o sul.
Trabalho redobrado para o MpD e PAICV que tiveram de assegurar, com as suas viaturas, a deslocação de muitos votantes, mas mesmo assim insuficiente para motivar outros que acabaram por não ir votar.
Confrontado com este cenário insólito e inesperado e respondendo a quem competia informar sobre esta possibilidade de deslocações dos votantes, Necas Martins afirma que “os partidos políticos fizeram o trabalho deles e informaram as pessoas que estavam nessas situações. A comissão de recenseamento também fez o seu trabalho, mas temos de compreender que as pessoas depois de um dia de trabalho não têm motivação e disponibilidade para correr de um lugar para outro.”

De referir ainda que, segundo o secretário do PAICV-Luxemburgo, João da Luz, alguns cidadãos recenseados chegaram às urnas para votar e foram impedidos de o fazer por não encontrarem os seus nomes na lista, “o que é considerado um crime”, refere, acrescentando ainda outra suposta irregularidade: “Algumas pessoas que estavam para as mesas de voto no norte foram parar às mesas de voto noutros sítios.”

Mais uma nota negativa deu-se no final da nossa reportagem na Embaixada de Cabo Verde, quando um dos elementos da mesa de voto LU1 se dirigiu ao nosso fotógrafo Manuel Dias, pondo em causa o trabalho fotojornalístico aí realizado.

HB

09/05/2010

Luxemburgo reforça ajuda financeira a Cabo Verde (11 e 12 Abril 2010)

(Foto: Gerry Huberty/CONTACTO)
O primeiro-ministro de Cabo Verde, José Maria Neves, foi recebido nesta segunda-feira pelo seu homólogo luxemburguês, Jean-Claude Juncker, na sequência do seu périplo pela Europa.
No encontro debateu-se o pacote de apoio financeiro a Cabo Verde, que Luxemburgo vai aumentar de 45 milhões para cerca de 60 milhões de euros.
Em cima da mesa esteve também o reforço da parceria em áreas estratégicas como as trocas comerciais, o turismo, a indústria e o nível das universidades. Outra hipótese avançada é a possibilidade da abertura de uma linha aérea entre os dois países para também reforçar o turismo luxemburguês em Cabo Verde.
   A novidade do encontro, no entanto, foi a parceria trilateral entre Cabo Verde, Luxemburgo e São Tomé e Príncipe.
   Recorde-se que antes de chegar a Europa, Neves passou por São Tomé e Príncipe, país que acolhe uma enorme comunidade cabo-verdiana que ainda passa por grandes dificuldades, e vê agora realizada a promessa que deixara ao seu homólogo são-tomense, Rafael Branco, de conseguir este apoio estratégico para São Tomé e Príncipe.
   Neves reuniu-se ainda com o Grão-Duque de Luxemburgo, Henri, o Presidente da Câmara dos Deputados, Laurent Mosar e com a Comissão dos Negócios Estrangeiros da Câmara dos Deputados para debater as relações entre os dois países e a política diplomática cabo-verdiana.
   Já no domingo, o primeiro-ministro cabo-verdiano encontrou-se com a comunidade na Abadia de Neumünster com o objectivo de “dialogar para avaliar o percurso e perspectivar o futuro.”
   Recordando o rumo e visão que tem para o país, JMN apresentou ao auditório as prioridades para “a profunda transformação do país”, que passam pela aposta no “turismo, transportes, cultura, aproveitamento do mar, tecnologias de informação e comunicação”.
   Outra aposta deste governo é “fazer de Cabo Verde o Luxemburgo daquela região africana, criando um centro financeiro, que até agora já conta com 12 instituições financeiras internacionais, 5 bancos e uma bolsa de valores”, refere.
   Mas para isto é preciso continuar a “investir nas potencialidades do país”.
   À cabeça dessas potencialidades está o capital humano e como prova disso, JMN referiu que “23% do orçamento do estado é dirigido à educação/formação, que conta com 50 liceus no país, 8 instituições de ensino superior suportando cerca de 10 mil estudantes”.
   Em véspera anual de eleições presidenciais e legislativas, o Ministro dos Negócios Estrangeiros, Carlos Brito, garantiu que “a partir de agora qualquer cabo-verdiano na diáspora pode obter a nacionalidade e se recensear”, usando os serviços consulares como Conservador dos Registos Centrais e desta forma também exercer o direito a voto.
   Com uma sala cheia, JMN teve ainda tempo para ouvir os agradecimentos e as preocupações da comunidade.
   A abrir a sessão das perguntas, o jovem António Lopes Tavares, manifestou a sua “indignação pelo facto de a formação não estar a conseguir ser a base de desenvolvimento social e humano na comunidade no Luxemburgo”.
   “Os filhos ainda não podem sonhar em ser melhor que os pais e é urgente criar um plano de reinserção dos jovens”, acrescentou.
   Entre as queixas, contam-se os preços exorbitantes da habitação, o aumento da desconfiança por parte dos bancos e a consequente dificuldade em obter garantias bancárias, o que está a gerar grandes dificuldades na comunidade.
   O auditório mostrou-se ainda atento às questões internas abordando a descentralização dos serviços, a revisão da legislação face à onda de criminalidade, a discriminação sentida pelos emigrantes quando estão de visita à sua terra natal, o hipotético cenário da construção de mesquitas e o financiamento do Banco de Desenvolvimento Árabe, entre outros temas.
HB