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27/09/2013

Projecto do governo cabo-verdiano apoia regresso definitivo a Cabo Verde

Viviane van Hueck, da Organização Mundial das Migracoes,
Nadir Delgado, coordenadora da CAMPO, e Clara Delgado,
Encarregada de Negócios de Cabo Verde no Luxemburgo Foto: Aleida Vieira
A comunidade cabo-verdiana assistiu no domingo, no Centre Sociétaire, na cidade de Luxemburgo, à apresentação do projecto "Reforço das capacidades de Cabo Verde na gestão das Migrações". Este projecto tem origem numa parceria entre a União Europeia (UE) e Cabo Verde e tem como objectivo o apoio à reintegração económica dos emigrantes cabo-verdianos que desejem regressar a Cabo Verde e aí criar uma empresa ou integrar-se no mercado de trabalho daquele país.

O projecto foi apresentado por Clara Delgado, encarregada de Negócios da Embaixada de Cabo Verde no Luxemburgo, Viviane Van Hoeck, da Organização Mundial das Migrações (OIM), e Nadir Delgado, coordenadora do Centro de Apoio ao Migrante no País de Origem (CAMPO). Muitos foram os cabo-verdianos que compareceram a esta sessão de esclarecimento.

No âmbito da parceria de mobilidade entre Cabo Verde e a UE, o projecto "Reforço das capacidades de Cabo Verde na gestão das Migrações" prevê um apoio económico de cerca de 4.000 euros para os cabo-verdianos emigrantes nos países como Portugal, Holanda, França ou Luxemburgo que queiram regressar ao seu país de origem. Apenas os cabo-verdianos residentes num destes quatro países e que nunca tenham sido alvos de medidas de afastamento de um dos estados membros da EU podem beneficiar deste projecto.

O apoio à criação de uma empresa é feito em quatro fases. Apoio técnico para a criação de uma empresa, ou seja, após a apresentação do seu projecto à OIM ou directamente ao CAMPO, o emigrante irá ser aconselhado por um consultor especializado que analisará o projecto e aconselhará quanto à viabilidade do projecto.

Após a certificação da viabilidade do projecto, o emigrante recebe uma ajuda financeira de cerca de 4.000 mil euros e vai, também, ser acompanhado no lançamento e implementação do seu negócio. Uma formação inerente à sua actividade é também garantida.

Para quem queira regressar ao arquipélago e integrar o mercado de trabalho, a coordenadora do CAMPO informou que "é possível disponibilizar online o CV através da ferramenta PQuE, que irá partilhar o currículo pelas diferentes instituições do país de acordo com a formação e experiência da pessoa", garantiu Nadir Delgado, sublinhando que desta forma a comunicação entre as instituições será garantida.

Nadir Delgado informou ainda que 10 % das pessoas que apresentaram os seus projectos já foram seleccionadas.

O projecto "Reforço das capacidades de Cabo Verde na gestão das Migrações" tem uma duração de 36 meses e o empresário é acompanhado durante o primeiro ano da empresa. Para apresentar um projecto ou simplesmente pedir informações, deve ser enviado um email para campo@campo.com.cv ou ainda consultar a página em linha da CAMPO (www.campo.com.cv).

Fonte: CONTACTO/AV

01/11/2011

Cabo-verdianos em Portugal procuram outros países da Europa para fugirem à crise

A ministra das Comunidades de Cabo Verde, Fernanda Fernandes, disse ontem que a crise está a levar imigrantes cabo-verdianos em Portugal a pedirem ajuda para regressarem ou voltarem a emigrar dentro da Europa, havendo já quem manifeste dificuldades em sobreviver.

Sem adiantar números, Fernanda Fernandes explicou que as embaixadas e associações parceiras do governo cabo-verdiano já estão a receber "solicitações de pessoas a quererem voltar ou a manifestar dificuldades em sobreviver. Pessoas que perderam o emprego ou idosos sem meios de sobrevivência".

A ministra, que visitava uma escola no Vale da Amoreira, Moita, onde uma turma de 20 alunos está a testar um sistema bilingue em crioulo e português, adiantou que da sua agenda em Lisboa consta ainda uma reunião com instituições de solidariedade portuguesas que trabalham, direta ou indiretamente, com a comunidade e na qual se discutirá a crise.

Fernanda Fernandes também participou no primeiro encontro nacional das associações cabo-verdianas em Portugal, organizado pela federação cabo-verdiana das associações.

Questionada pela Lusa sobre a forma como a comunidade cabo-verdiana está a reagir à crise, Fernanda Fernandes afirmou que "há pessoas com esperança, lutando". "Dizemos que sempre vivemos em crise, somos desafiadores do destino", disse.

No entanto, reconheceu que as autoridades sentem que "há gente com problemas de sobrevivência e já não é só na tradicional diáspora do sul, como em São Tomé, mas também na Europa, nomeadamente em Portugal.

"Temos notado que há uma reemigração de cabo-verdianos na Europa, seja à procura de reunificação familiar, seja à procura de emprego. Sabemos que países, como o Luxemburgo, que têm recebido alguns cabo-verdianos provenientes de Portugal".

A ministra recorda que voltar a emigrar nem sempre é solução, porque "o desemprego tem tocado todos os países da Europa".

No entanto, o regresso a Cabo Verde "é encarado com delicadeza porque o emigrante não gosta de regressar sem sucesso". Segundo Fernanda Fernandes, os emigrantes cabo-verdianos "procuram sempre alternativas antes de regressar definitivamente". A decisão de pedir ajuda para regressar "não é tomada de ânimo leve".

Fonte: RTP