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05/10/2011

Cabo-verdianos ainda pouco motivados para as comunais

Em 2005, a lei eleitoral permitia o voto aos cabo-verdianos nas comunais, mas não a candidatura, algo que a nova lei de 2011 reverteu, passando a haver também o direito à candidatura.

Saber quantos candidatos de origem cabo-verdiana se apresentam às eleições do próximo dia nove é uma tarefa difícil, dado que as entidades competentes não disponibilizam dados quantificadores referentes a candidatos de origem estrangeira.

Ainda assim conseguimos apurar uma lista de nove candidatos de origem cabo-verdiana: Edna Semedo (Os Verdes - Betzdorf), Carlo Lima (CSV - Ettelbruck), Anabela Neves (LSAP - Luxembourg-Ville), Maria Gomes Ganeto (LSAP - Esch/Alzette), André Bernardo (Os Verdes - Remich), Manuel Brito Delgado (CSV, Diekirch), Alex Semedo (DP, Esch/Alzette), Filomena Delgado (DP, Ettelbruck), António Santos Moreno (ADR, Mondercange).

Comparando com as últimas eleições, de 2005, em que “houve apenas um candidato de origem cabo-verdiana às comunais (CSV - Ettelbruck)”, segundo o presidente da Federação das Associações Cabo-verdianas no Luxemburgo, João da Luz, este aumento (ainda que residual, tendo em conta o universo dos candidatos: 3.321), pode ser já um sinal de uma maior participação cabo-verdiana na política luxemburguesa.

Quanto ao número de eleitores, os cabo-verdianos apresentam uma das mais notáveis subidas entre as comunidades estrangeiras, em relação a 2005, com 118%, registando-se 115 inscrições nas últimas eleições, ao passo que este ano foram apuradas 251, revela o Centro de Estudos e Formação Intercultural e Social (CEFIS). Para este aumento poderá ter contribuído o papel mobilizador da Embaixada de Cabo Verde no Luxemburgo, esta que foi "a primeira Embaixada no Grão-Ducado a realizar um acto de sensibilização à comunidade sobre a importância da participação política dos estrangeiros nestas comunais", refere a Encarregada de Negócios da mesma, Clara Delgado.

Mas face ao potencial, estes números continuam a ser baixos, pois “as pessoas não estão tão interessadas e o aumento dos candidatos, por exemplo, explica-se sobretudo pela mudança da lei”, acrescenta. O empenho das autoridades na mudança da mentalidade da comunidade em torno desta problemática é notório.

Recentemente, a visita da ministra das comunidades de Cabo Verde, Fernanda Fernandes, trouxe também essa preocupação, e os incessantes apelos do programa Morabeza da Rádio Latina ou ainda o trabalho dos núcleos partidários cabo-verdianos do MpD e PAICV e de algumas associações encontram algumas dificuldades em demover a letargia instalada.

No Luxemburgo, a participação política cabo-verdiana faz-se notar sobretudo nas eleições legislativas e presidenciais de Cabo Verde, registadas nas mesas de voto da embaixada, Ettelbruck e Esch, pois “as pessoas seguem com mais interesse as eleições cabo-verdianas do que as comunais”, reconhece o dirigente associativo, João da Luz. 251 cabo-verdianos inscritos nas comunais a contrastar com os 952 inscritos na Embaixada que votam nas eleições cabo-verdianas.

Se a cooperação bilateral Luxemburgo-Cabo Verde tem funcionado, pelo menos visivelmente do lado cabo-verdiano, já quando se fala da cooperação no domínio da “participação política dos estrangeiros no Luxemburgo”, parece que esta comunidade se sente mesmo estrangeira ou... estará à espera de alguma contrapartida que faça despertar nela esse enorme potencial.

HB

21/03/2011

10 "caras novas", seis independentes e oito mulheres no novo executivo de José Maria Neves

O novo Governo cabo-verdiano foi empossado esta segunda-feira pelo Presidente do país, Pedro Pires, numa cerimónia que decorreu às 11h00 locais no Palácio Presidencial, na Cidade da Praia.
Mantendo o "núcleo duro" do anterior executivo, um dos factos mais relevantes do novo Governo é o aumento de 15 para 21 membros, justificado por José Maria Neves pela necessidade de acabar com a acumulação de pastas do passado e de reforçar áreas, como a económica e social, para atingir os objetivos do mandato.

Além do próprio José Maria Neves, que cumpre o terceiro mandato consecutivo de cinco anos à frente do Governo, e que vai acumular com a tutela da Reforma do Estado, duas personalidades mantêm-se nas mesmas funções -- Cristina Duarte (Ministério das Finanças) e Romeu Modesto (Secretaria de Estado da Administração Pública).

Embora tenham trocado de pastas, mantiveram-se no executivo outros oito ex-ministros: Cristina Lima (deixa a Reforma do Estado e Defesa e passa para Adjunta e da Saúde), Maria Morais (independente que sai da Justiça para a Administração Interna) e José Maria Veiga (sai do Ambiente para as Infraestruturas e Economia Marítima).
No mesmo saco estão Sara Lopes (sai da Descentralização e acrescenta às pastas que já tinha da Habitação e Ordenamento do Território a tutela do Ambiente), Janira Hopffer Almada (deixa a Presidência do Conselho de Ministros, mantém a Juventude e acrescenta-lhe Emprego e Desenvolvimento de Recursos Humanos) e Fernanda Marques (sai do Ensino Superior, Ciência e Cultura para a Educação e Desporto).

Entre os que se mantêm no executivo mas que foram promovidos a ministros figuram os ex-secretários de Estado Jorge Borges (para o Ministério das Relações Exteriores), Humberto Brito (para o do Turismo, Indústria e Energia).
Entre as "caras novas" estão o ex-embaixador em Espanha, Jorge Tolentino (Presidência do Conselho de Ministros e Defesa), o ex-Diretor Nacional da Polícia Judiciária, José Lopes Correia (Justiça), o ex-líder parlamentar do PAICV, Rui Semedo (Assuntos Parlamentares) e a ex-deputada Eva Ortet (Desenvolvimento Rural).

As maiores surpresas foram as entradas no executivo do ainda reitor da Universidade de Cabo Verde (UNI-CV), António Correia e Silva (Ensino Superior, Ciência e Inovação), do músico, compositor, escritor e dramaturgo Mário Lúcio (Cultura), copiando-se, neste ministério, o que Gilberto Gil fez no Brasil, e da ex-Cônsul no Luxemburgo, Fernanda Fernandes (Comunidades).

Surpresa também na entrada de Felisberto Vieira (Desenvolvimento Social e Família, pasta tradicionalmente atribuída às mulheres), que foi opositor de José Maria Neves nas eleições para a liderança do PAICV e foi também presidente da Câmara da Cidade da Praia até 2008.
Os ainda diretores gerais de Política Externa do Ministério dos Negócios Estrangeiros, José Luís Rocha, e das Pescas, Adalberto Vieira, subiram respetivamente a secretários de Estado dos Negócios Estrangeiros e dos Recursos Marinhos.

Fonte: Lusa/Fim

14/03/2011

PAICV realiza festa da vitória

Cerca de três centenas de pessoas passaram este Sábado à noite pelo Centre Sociétere do Luxemburgo para participar na celebração da vitória do Partido Africano para Independência de Cabo Verde (PAICV) nas últimas legislativas, a 6 de Fevereiro.
Organizada pelo núcleo do PAICV no Luxemburgo, esta festa teve como objectivo “não só a vitória, mas a continuidade do desenvolvimento de Cabo Verde”, afirma Antão Freitas, vice-secretário do núcleo e responsável pela zona norte.
“Apreciar este momento de fraternidade e fazer com que as pessoas possam estar juntas é também nosso objectivo”, acrescenta João da Luz, responsável do partido no Grão Ducado.

Se tivessem ganho também no Luxemburgo, a festa seria maior? “Acho que não porque a nossa vitória é global e a derrota no Luxemburgo não conta. Temos um grupo que tem trabalhado muito, demos o nosso melhor, vamos continuar a trabalhar e um dia a vitória vai nos chegar [no Luxemburgo]”, responde Antão Freitas.

Muita animação, música pela noite dentro, comes e bebes, champanhe e o bolo da vitória foram os ingredientes desta celebração aberta a toda a comunidade e não só, dado que alguns estrangeiros aproveitaram a oportunidade para um pezinho de dança.
“É uma festa democrática, aberta a todos e mesmo aqui há pessoas do MpD” (Movimento para a Democracia - partido concorrente que ganhou no Luxemburgo), relembra João da Luz, referindo no entanto que sobre o convite endereçado à direcção do MpD “eles enviaram uma resposta dizendo que tinham outras obrigações, mas agradeceram o gesto do PAICV”.

O próximo embate serão as presidenciais, em Outubro deste ano, e soube-se este fim-de-semana que, da parte do PAICV, Manuel Inocêncio foi o nome escolhido para concorrer com Jorge Carlos Fonseca (MpD) ao lugar mais alto na nação cabo-verdiana.
Sobre esta questão, Antão Freitas diz que “O Dr. Inocêncio foi o candidato escolhido pelo Conselho Nacional e vai ter o mesmo apoio que qualquer outro candidato que tivesse ganho, seja o Hopfer Almada ou Aristides Lima.”
Quanto à escolha do MpD por Jorge Carlos Fonseca, “temos de respeitar os adversários e não vou dizer se ele é um candidato à altura ou não, mas se foi escolhido quer dizer que é um homem em quem o MpD tem confiança”, conclui.

HB

07/02/2011

PAICV ganha com maioria absoluta

A Comissão Nacional de Eleições decidou não divlugar os resultados das Legislativas para já, faltando ainda apurar os votos na diáspora.

Até ao momento, o PAICV assegura 26 deputados contra 23 do MpD, tendo a UCID elegido 2.
Faltam ainda apurar 21 lugares, 6 dos quais na diáspora, mas tudo aponta para que a maioria absoluta não fuja ao PAICV, dando assim um terceiro mandato a José Maria Neves.

MpD com vantagem no Luxemburgo

Por cá, o MpD venceu com 243 votos, tendo o PAICV registado outros 200.
A taxa de abstenção situou-se nos 47%, tendo em conta que o número total de inscritos rondava os 850 eleitores.

A CABOLUX/Contacto passou pela embaixada de Cabo Verde no Luxemburgo (um dos três locais de voto disponíveis) para acompanhar parte deste processo e ouviu Necas Martins, presidente da mesa de voto LU2, sobre a participação dos cabo-verdianos.
“Na parte da manhã esteve um pouco morno, mas esta tarde a afluência foi mais significativa. É a primeira vez que estou a trabalhar numa mesa e não se notam incidentes. Está tudo a correr dentro da normalidade.”

A importância do voto nestas eleições

Ainda na embaixada e após o exercício de voto, ouvimos alguns cabo-verdianos sobre a importância deste dia.
“O voto é importante porque faz parte da cidadania e é um instrumento para o desenvolvimento do nosso país. Com o nosso voto o país pode progredir”, refere Luísa Fernandes.
Já António Lima lamenta a falta de participação dos concidadãos: “O voto é importante e as pessoas deviam exercer esse direito porque tem muita importância na política de Cabo Verde neste momento.”
Fazendo uma avaliação global sobre o nível dos políticos cabo-verdianos e sem entrar no campo partidário, Luísa Fernandes diz que “ao longo destes anos os políticos têm estado ao nível do país e o têm desenvolvido. Estou satisfeita.” António Lima prefere “uma mudança de políticos”.

Mais tarde e na zona da Gare ouvimos alguns não votantes.
Mendes Tavares tem o seu cartão em Paris e não foi votar, mas para ele “ou Veiga ou Neves, quem ganhar é a mesma coisa, mas têm que saber o que fazem e não podem maltratar o povo.” Se as coisas em Cabo Verde estivessem mais bem organizadas, mais pessoas votariam”, acrescenta.
Para muitos cabo-verdianos o “não votar” não é apenas falta de interesse. Alguns não têm documentação cabo-verdiana válida e apresentam outras nacionalidades, como a portuguesa, e vêm nisso um impedimento para votar. Esta é a posição de João Mendes, cabo-verdiano de nacionalidade portuguesa que (relembrando o resultado das eleições mais renhidas da história moderna - as últimas presidenciais de Cabo Verde, com apenas 12 votos de diferença) é peremptório: “Por um voto se ganha e por um voto se perde e se eu estivesse recenseado eu faria parte da eleição do meu país.”

Sobre a comunidade cabo-verdiana no Luxemburgo e os políticos em Cabo Verde, Tavares salienta que “trabalhamos aqui muito para investir em Cabo Verde e quanto mais os políticos facilitarem, mais podemos fazer pelo nosso país.”
Quanto à expectativa para o próximo mandato João Neves diz que “o país não está muito mal, mas espero mais desenvolvimento para servir quem está lá, mas também para os que estão fora e espero mais apoio para o investimento que a nossa comunidade emigrante quer fazer, apoio nas despesas alfandegárias e redução dos bilhetes de viagem.”

Casos insólitos

Se a normalidade era a palavra de ordem até então, demos conta ainda na Embaixada de Cabo Verde que alguns dos votantes estavam a chegar de Ettelbruck para poder exercer o seu voto.
Segundo os representantes do PAICV e MpD, foram mais de uma centena de cabo-verdianos que se viram confrontados com este cenário, tendo sido obrigados a deslocações ora para o centro, ora para o norte ou para o sul.
Trabalho redobrado para o MpD e PAICV que tiveram de assegurar, com as suas viaturas, a deslocação de muitos votantes, mas mesmo assim insuficiente para motivar outros que acabaram por não ir votar.
Confrontado com este cenário insólito e inesperado e respondendo a quem competia informar sobre esta possibilidade de deslocações dos votantes, Necas Martins afirma que “os partidos políticos fizeram o trabalho deles e informaram as pessoas que estavam nessas situações. A comissão de recenseamento também fez o seu trabalho, mas temos de compreender que as pessoas depois de um dia de trabalho não têm motivação e disponibilidade para correr de um lugar para outro.”

De referir ainda que, segundo o secretário do PAICV-Luxemburgo, João da Luz, alguns cidadãos recenseados chegaram às urnas para votar e foram impedidos de o fazer por não encontrarem os seus nomes na lista, “o que é considerado um crime”, refere, acrescentando ainda outra suposta irregularidade: “Algumas pessoas que estavam para as mesas de voto no norte foram parar às mesas de voto noutros sítios.”

Mais uma nota negativa deu-se no final da nossa reportagem na Embaixada de Cabo Verde, quando um dos elementos da mesa de voto LU1 se dirigiu ao nosso fotógrafo Manuel Dias, pondo em causa o trabalho fotojornalístico aí realizado.

HB

06/02/2011

Resultado dos votos no Luxemburgo dão vantagem ao MpD

Finalizada a contagem dos votos no Luxemburgo referentes às legislativas cabo-verdianas, o MpD soma vantagem com 243 votos, sendo que o PAICV obteve 200 votos, registando-se apenas um voto nulo nas quatro mesas de voto espalhadas pelo país.
Estes números revelaram uma abstenção na ordem dos 50%, dado que dos 847 inscritos para votar, só 444 o fizeram.
Houve, no entanto, alguns casos menos positivos que também marcaram este dia e que daremos conta mais à frente.
Relembre-se que daqui a sensivelmente uma hora será conhecido o resultado dos votos a nível nacional.

03/02/2011

Cabo Verde vai a votos este domingo

É já neste domingo, dia 6, que os cabo-verdianos são chamados às urnas para escolherem o primeiro-ministro para os próximos 5 anos e os 72 lugares da Assembleia Nacional, numa eleição disputada taco a taco e sem vencedor antecipado.

São 309 617 os cabo-verdianos recenseados para estas eleições legislativas e também para as presidenciais de Agosto deste mesmo ano, ou seja, 62,9% da população (491 575), sendo que os restantes 37 645 cabo-verdianos estão recenseados na diáspora, principalmente em Portugal e não mais de um milhar no Luxemburgo.
Na corrida às eleições estão o actual primeiro-ministro José Maria Neves, do Partido Africano para a Independência de Cabo Verde (PAICV), Carlos Veiga, antigo primeiro-ministro e líder do Movimento para a Democracia (MpD), António Monteiro, da União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID), João Silvestre Além, do Partido Social Democrata (PSD) e João do Rosário - Partido do Trabalho e da solidariedade (PTS).
Dos 5 partidos, apenas os 2 principais, PAICV e MpD se apresentam a todos os círculos, 10 em Cabo Verde e 3 da diáspora - África, América e Europa.

A bipolarização em Cabo Verde

À boa maneira das democracias ocidentais, o destaque destas eleições vai para a luta entre os dois homens que governaram Cabo Verde nos últimos 20 anos – Carlos Veiga, de 1991 a 2001 e José Maria Neves, de 2001 a 2011, ou seja, centro-direita (MpD) e centro-esquerda (PAICV).

Se é certo que desde o início da campanha até ao fecho das mesas de voto a lei cabo-verdiana não permite divulgação e comentário dos resultados de sondagens ou inquéritos de opinião dos eleitores sobre os concorrentes às eleições, nem mesmo assim alguém arrisca em prognosticar um potencial vencedor no dia 6, tal é a incógnita.
Se também é certo que os dois partidos já se assumem como vencedores, não é menos certo que nenhum dos dois pode assumir uma maioria absoluta.
Se este cenário se vier a verificar, pode-se abrir uma porta para coligação com a terceira força política – UCID.
Sobre este possível cenário, um alto dirigente da UCID, partido claramente contra a bipolarização, já tinha assumido que para uma coligação “o nosso partido vai escolher o programa de governação que melhor responde às necessidades dos cabo-verdianos e Cabo Verde”.

Da pré à campanha

Pela primeira vez em Cabo Verde, os candidatos ao cargo de primeiro-ministro apresentaram em pré campanha as suas propostas de governação do país em debates transmitidos pela Rádio e Televisão de Cabo Verde (RTC).
Se nesses debates o destaque foi para temas como economia, emprego, turismo e emigração, já na fase da campanha passou-se do racional para o sentimental. Arruadas e comícios por todo o país fazendo as pessoas sair à rua, no típico ambiente romano de “pão e circo”.
É caso para dizer que se a multiplicação dos pães e peixes em tempos serviu para alimentar uma multidão, nesta recta final de campanha eleitoral, a multiplicação dessas arruadas e comícios, regadas com acusações mútuas de compra de votos e não só, serve agora para alimentar os dirigentes políticos. Ora se dá pão e peixe (e circo) à multidão, ora é essa multidão o pão e peixe dos candidatos.

Mesas de voto em Ettelbruck, Luxemburgo e Esch

No Luxemburgo apenas o MpD e o PAICV têm delegações permanentes e nesta terça foi possível reuni-los num debate caloroso para esclarecer a comunidade, pelo menos os que não têm outras fontes de informação actualizada. Nelson Brito, candidato a deputado pelo círculo eleitoral da Europa pelo MpD e João da Luz, secretário da delegação do PAICV, passaram pelo programa Morabeza da Rádio Latina para o balanço dos últimos anos de governação, apresentação do conteúdo programático dos seus partidos, análise dos anseios da comunidade cabo-verdiana no Luxemburgo, entre outros temas.

Este debate foi seguido por muitos ouvintes e teve alguns picos de crispação entre os dois intervenientes, vulgo Netcha e Djony, aquando dos “apagões”, números do INE sobre o desemprego, cooperação tripartida entre Luxemburgo, Cabo Verde e São Tomé e Principe, entre outros temas.
Ambos tentaram mostrar, com mais ou menos sucesso, os seus argumentos para convencer os eleitores.
Já para o dia 8 de Feveveiro, esperam-se novamente as duas representações no programa Morabeza para a análise e comentário do resultado das eleições.

De referir que além do Morabeza, o blog Cabolux e o jornal Contacto têm colaborado para a divulgação das informações pertinentes sobre as eleições legislativas em Cabo Verde. Relembre-se que serão instaladas 2 mesas de voto na Embaixada de Cabo Verde no Luxemburgo para residentes na cidade de Luxemburgo e arredores; 1 mesa na Comuna de Ettelbruck e outra na Comuna de Esch.

O horário de voto é entre as 8:00 e as 18:00h, devendo os eleitores fazerem-se acompanhar do boletim de inscrição eleitoral bem como de um documento de identidade - passaporte ou bilhete de identidade.

HB

30/01/2011

Debate PAICV - MpD no programa Morabeza a 1 de Fevereiro

Em altura de campanha para as eleições legislativas cabo-verdianas, os representantes dos dois partidos com representação no Luxemburgo (PAICV e MpD) vão estar presentes num debate a ter lugar no programa Morabeza (Rádio Latina), dia 1 de Fevereiro a partir das 20h.

Em cima da mesa estarão os temas que marcam a actualidade política em Cabo Verde, o conteúdo programático de cada movimento político para estas eleições, o olhar sobre a comunidade cabo-verdiana residente no Luxemburgo, entre outros assuntos.
Esteja atento aos 101.2 ou 103.1 (FM-Luxemburgo) ou, se preferir, escute o programa via internet em http://www.radiolatina.lu/

28/01/2011

Eleições legislativas a 6 de Fevereiro com mesas de voto em Ettelbruck, Luxemburgo e Esch

A Embaixada da República de Cabo Verde no Luxemburgo, a propósito das eleições legislativas marcadas para o próximo dia 06 de Fevereiro, informa que serão instaladas 2 (duas) mesas de voto na Cidade do Luxemburgo para residentes na Cidade de Luxemburgo e arredores. Local de votação: Embaixada de Cabo Verde, 117, Val Ste Croix, L- 1371.

Zona Norte: Para residentes em Ettelbruck e outras comunas vizinhas, haverá uma (1) mesa de voto.
Local de votação: Comuna de Ettelbruck, Hôtel de Ville, Maison Communale, Place de l’Hotel de Ville, L-9087, Ettelbruck.

Zona Sul: Para residentes na Comuna de Esch-Sur-Alzette e comunas vizinhas, haverá também uma (1) mesa de voto.
Local de votação: Comuna de Esch Sur Alzette, Place de l’Hotel de Ville, Departamento “Biergeramt”, Rés-do-chão.

A Embaixada de Cabo Verde apela a todos os cidadãos inscritos nos cadernos eleitorais a participarem nestas eleições, pois votar é não somente um direito, como constitui um dever cívico de todo o cidadão.

20/01/2011

Arranca hoje campanha eleitoral para as legislativas cabo-verdianas

Após o momento de debate entre os candidatos, chegou então a altura do ruído e dos cartazes passarem para a rua. Está assim marcado o início oficial da campanha para as eleições de 6 de Fevereiro em Cabo Verde. Cinco partidos políticos concorrem às quintas eleições legislativas em vinte anos de democracia em Cabo Verde.

O PAICV, do primeiro-ministro José Maria Neves, que governa os destinos do país há 10 anos, tem pela frente quatro adversários, com destaque para o principal partido da oposição MpD, do ex-primeiro-ministro Carlos Veiga (que passou recentemente pelo Grão-Ducado). Além do PAICV e MpD, a UCID, de António Monteiro, PSD, João Além e PTS, João do Rosário, completam o menu de ofertas aos eleitores.

Tendo em conta tal espectro politico, hoje arrancou a campanha eleitoral em todos as ilhas e concelhos de Cabo Verde, sendo que a animação é maior nas duas principais cidades do país, a Praia e o Mindelo. Comícios, arruadas, espectáculos, encontros directos com os eleitores vão marcar este período, antecedido por alguns debates entre os partidos concorrentes.

Ainda na noite desta terça-feira José Maria Neves e Carlos Veiga enfrentaram-se naquele que foi o primeiro debate entre os dois na rádio e televisão de Cabo Verde, depois de terem feito o mesmo antes, conjuntamente, com dois outros concorrentes, António Monteiro, da UCID, João do Rosário, do PTS.

Por Luxemburgo, os representantes dos dois maiores partidos (PAICV e MpD) não se fazem ouvir e o debate programado no programa Morabeza (Rádio Latina), se vier a ter lugar, virá já muito tarde para se poder passar informação pertinente aos possíveis eleitores cabo-verdianos residentes no Grã-Ducado.

Recorde-se que serão instaladas mesas de voto no consulado de Cabo Verde para o momento decisivo, dia 6 de Fevereiro.
HB

07/01/2011

Cabo Verde: Televisão pública promove primeiro debate de candidatos a chefes de governo

Os dois principais candidatos às eleições legislativas de 6 de Fevereiro, José Maria Neves, presidente do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, no poder) e Carlos Veiga, do Movimento para a Democracia (MpD, principal partido de oposição), participam pela primeira vez num debate eleitoral na rádio e televisão públicas.

A informação foi avançada pelo director da Televisão de Cabo Verde (TCV), Álvaro Ludgero Andrade, que explicou que o debate vai ser transmitido em direto e em simultâneo na Rádio de Cabo Verde (RCV) e TCV, conforme foi proposto pelos partidos.

Com a duração de uma hora e meia e moderado por um jornalista da RCV e outro da TCV, este vai ser o primeiro debate entre os dois presidentes dos dois maiores partidos cabo-verdianos (PAICV e MpD), na história da democracia cabo-verdiana.

O frente a frente realiza-se no âmbito de uma série de debates entre os líderes partidários que a Televisão e Rádio Públicas leva a cabo a partir de 14 de janeiro.
No primeiro encontro, José Maria Neves (PAICV), Carlos Veiga (MpD), António Monteiro (UCID) e João do Rosário (PTS) vão apresentar as suas propostas para os próximos cinco anos, caso ganhem as eleições, adiantou Álvaro Ludgero Andrade.

“Esse debate terá a duração de duas horas. Deverá ter o mesmo formato que temos estado a utilizar até o momento, com perguntas, respostas e réplicas”, explicou.
A seguir ao debate geral, estão programados os duelos entre os candidatos.
O primeiro, a ter lugar no dia 16 entre os partidos menos representativos, ou seja, que não concorrem a todos os 13 círculos eleitorais, designadamente a UCID e o PTS, para dois dias mais tarde acontecer o confronto entre os líderes dos maiores partidos, PAICV e MpD.
As eleições legislativas estão marcadas para 6 de fevereiro, sendo que a campanha eleitoral terá início no dia 20 deste mês.
Às eleições concorrem cinco partidos: o PAICV, O MPD, a UCID, o PTS e o PSD.

28/11/2010

Comissão Nacional de Eleições prolonga recenseamento até 3 de Dezembro

Com marcação das eleições legislativas para 6 de Fevereiro de 2011, o Recenseamento Eleitoral Geral no Estrangeiro (REGE) será prolongado até 3 de Dezembro de 2010, adiantou a Comissão Nacional de Eleições.

Desta forma, os serviços consulares cabo-verdianos no Luxemburgo vão também abrir os postos de recenseamento criados para o REGE.
Relembre-se que todo o cidadão que cumpra 18 anos até 6 de Fevereiro poderá se recensear.
HB

22/11/2010

Carlos Veiga quer transformar consulado cabo-verdiano em embaixada

De visita ao Luxemburgo, Carlos Veiga, líder do MpD e candidato às próximas eleições legislativas em Cabo Verde, reuniu-se este fim-de-semana com a comunidade cabo-verdiana no Centre Sócietere para apresentar as linhas mestras da sua política dirigida à diáspora, o seu rumo para Cabo Verde e ainda prometer trabalhar para criar uma embaixada no Luxemburgo.

Uma década depois de ter chefiado o governo de Cabo Verde, Veiga justifica o seu regresso à política, com as eleições já em início de 2011: “Achamos que foi desviada a dinâmica criada nos anos 90 e que podia ter conduzido Cabo Verde a um bom plano desenvolvimento. É preciso retomar outra vez o caminho do desenvolvimento e esse é o grande desafio deste regresso”.

Num encontro movimentado com sessão aberta a perguntas, o líder ventoinha viu-se purificado no fogo, sobretudo através de desafios lançados por elementos do PAICV e de alguns simpatizantes do MpD. Após o discurso esperado, foram vários os temas lançados pelo público, desde a segurança, desemprego, regionalização, recenseamento, obras públicas, etc.

Os momentos mais calorosos foram marcados pelas críticas de Antão Freitas, activista do PAICV, recebendo vários apupos quando ainda usava da palavra, já após ter ultrapassado os dois minutos determinados.
Já no final do encontro, a CABOLUX ouviu Veiga sobre a visita ao consulado, representado por Clara Delgado: “Vou colocar-me à disposição do nosso consulado para ser porta-voz das dificuldades que eventualmente existem, mas também porta-voz dos casos de sucesso.”
“Quando for governo, dada a importância do consulado no Luxemburgo, vamos ter a preocupação de o transformar numa verdadeira embaixada, porque o Luxemburgo é um parceiro fora de série de Cabo Verde e tem de ter também um tratamento fora de série”, acrescenta o líder do MpD.

Quanto às preocupações para com a diáspora, aponta a “preocupação permanente em relação à integração plena na sociedade de acolhimento; o papel do governo em criar um bom ambiente de recepção dos nossos imigrantes que vêm de férias ou regressam definitivamente a Cabo Verde.” 

Em terceiro lugar, “despartidarizar as relações entre Cabo Verde e as comunidades. Nas questões de Estado todos devem ser tratados com isenção, igualdade e não deve haver partidos. Os serviços têm de ser eficientes, não para criar problemas, mas sim para resolvê-los. Consulados e embaixadas têm que dar atenção à relação da nossa comunidade com Cabo Verde e isso faz-se com a ideia de que não há comissários políticos nas embaixadas.”
Por último, refere “o investimento da diáspora em Cabo Verde” também como linha de aposta.

Sobre as áreas prioritárias para o seu mandato, “primeiro temos de pensar nas pessoas, isso quer dizer, dar atenção a questões como o desemprego, pobreza, habitação, educação e saúde”. Depois desta fase aponta como caminho “o crescimento da economia aliado ao emprego de qualidade, que se faz através da criação de um bom ambiente de negócio, com investimento privado, seja nacional, emigrante ou estrangeiro.”

Perfil migratório de Cabo Verde
Em reacção à notícia do estudo “Perfil migratório de Cabo Verde” que dava conta de um aumento de 20% de imigrantes em 2009, na maioria da África Ocidental, e de um aumento da emigração qualificada, Veiga afirma que “como país pequeno, não podemos receber indiscriminadamente qualquer pessoa que vai para Cabo Verde, sobretudo os que para lá vão fazer uma competição no mercado de trabalho. Claro que somos a favor da livre circulação e da mesma maneira que queremos os cabo-verdianos bem integrados, queremos também os que lá estão a trabalhar bem integrados, regularizados, legalizados, a pagar os seus impostos e a contribuir para a segurança social, mas temos de criar barreiras a novas entradas de imigrantes condicionando a possibilidade de nos virem a criar problemas.”

Em relação aos emigrantes qualificados “precisamos de quadros, mas se calhar, se investirmos demasiado na educação vamos ter quadros em excesso. Exportação de quadros pode ser um dos serviços que podemos fazer, mas neste momento ainda estamos a precisar deles e não é bom sinal se os nossos quadros estão a ir para Angola ou outros países.

Dá o exemplo das câmaras municipais como fonte de absorção desses quadros “se apoiarmos, com certeza que as câmaras municipais podem ser uma fonte de absorção dessas mãos-de-obra qualificadas. Mas neste momento observamos o oposto, que é o governo a travar a admissão de quadros nos municípios, o que é inconcebível.”

CEDEAO
Sobre a recomendação feita a Cabo Verde para presidir a comissão da CEDEAO, Veiga afirma que “É bom e acho que devemos ser mais activos na CEDEAO para que este organismo seja posto num lugar certo que possa interessar a Cabo Verde. Acho difícil, mas se isso for conseguido é muito bom para Cabo Verde. Será uma boa medida e boa orientação de política que deve ser seguida. Se formos governo vamos continuar esta ideia de colocar quadros importantes em lugares de direcção na CEDEAO”.
HB