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08/06/2012

Salvador Caetano investe 3,6 ME em Cabo Verde

O Grupo Salvador Caetano, presente em Cabo Verde há duas décadas, investiu 3,6 milhões de euros na ampliação das suas instalações na Cidade da Praia, tendo alargado o portefólio de marcas ao Grupo Volkswagen.

Líder no mercado em Cabo Verde, com mais de 80 por cento de quota, a Caetano Auto CV, criada em 1993, e a Caetano One, em 1998, que comercializam as marcas Toyota, Daihatsu e Ford, juntaram-se à VAS Cabo Verde, fundada em 2003, permitindo estender as vendas às da Volkswagen, Audi, Skoda e Seat.

Em declarações à agência Lusa, o vice-presidente do Grupo Salvador Caetano salientou a aposta da empresa na parceria com o Grupo Domingo Alonso, espanhol, o que poderá abrir portas para uma expansão das actividades para a África Ocidental e América do Sul.
Salvador Acácio Caetano sublinhou que a taxa de penetração no "relativamente pequeno" mercado cabo-verdiano é de cerca de 87% e que a aposta em Angola, também há quase 20 anos, permite estofo para diversificar mercados.

"Iremos talvez para outros países africanos. Queremos investir e internacionalizar fora da Península Ibérica, onde somos o 'número 1'. Temos é de sair para outros lados e, se calhar, há outros destinos que podem aparecer, e porque não a América do Sul", disse, sem especificar que países.

Por seu lado, Adelino Silva, director geral do Grupo Salvador Caetano em Cabo Verde, disse à Lusa que o investimento nas novas instalações - passaram de 2.088 para 3.588 metros quadrados - vai permitir aumentar a produção e a capacidade de armazenamento e concretizar a aposta na parte comercial e nos serviços pós-venda, que "só representam, ainda", 15% na facturação.

Apesar de a facturação ter atingido cerca de 20 milhões de euros em 2011, o ano foi "mau" e 2012 perfila-se também como "negativo", uma vez que o primeiro semestre "está também a correr muito mal".
"Em 2011, que foi um ano mau, vendemos cerca de 800 veículos. Para este ano, tínhamos previsto ultrapassar esse número, mas o primeiro semestre está a correr muito mal. Há uma crise muito grande, há uma grande falta de apoio ao consumo e tem havido retracção das vendas", sustentou.

Questionado sobre se o investimento em Cabo Verde não é um contrassenso, Adelino Silva lembrou que, atendendo à parceria com o Grupo Domingo Alonso, era necessária a expansão do espaço, mostrando-se confiante que a crise possa ser ultrapassada rapidamente.

Com cerca de uma centena de trabalhadores, e "todos com formação específica" - garantiu à Lusa José Ramos, presidente executivo da Toyota Caetano Portugal -, as novas instalações permitem a criação de um Centro Auto Retail.

A oferta já está em todo o sector automóvel - rent-a-car, produtos financeiros, seguros e peças e acessório, o grupo está presente em seis das nove ilhas - Santiago, São Vicente, Sal, Boavista, Fogo e São Nicolau.
A VAS Cabo Verde, por seu lado, pertence a VAS África, sociedade detida em 51% pelo Grupo Salvador Caetano, e 49% pelo Grupo Domingo Alonso.
Fonte: CM/LUSA

19/04/2012

Cabo Verde com notação de risco de B+ para a dívida de longo prazo

A agência de notação financeira Fitch Ratings atribuiu uma notação de risco de “B+” à dívida de longo prazo de Cabo Verde e advertiu para a possibilidade de agravamento da notação devido às elevadas dívidas pública e privada do arquipélago, informou segunda-feira a agência.
No comunicado divulgado hoje, a Fitch adiantou que a diversificação da economia cabo-verdiana para outros sectores da actividade que não apenas o turismo poderia contribuir para a melhoria da notação de risco do país.

A Fitch Ratings adiantou que a notação de risco de “B+” justifica-se com o bom funcionamento das instituições bem como na boa governação do país, confirmados nas recentes eleições, que promoveram um ambiente macroeconómico estável e um elevado crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).

No entanto, advertiu, a classificação é limitada pelos elevados e crescentes níveis da dívida pública (76% do PIB) e externa (95% do PIB) que reflectem um recente elevado défice orçamental (8,8% do PIB, em 2011) e um desequilíbrio estrutural na balança corrente (15,1% do PIB em 2011), agravado por um plano de grandes investimentos públicos para responder às necessidades de desenvolvimento.

Apesar do abrandamento económico na Europa, que responde por 90% do Investimento Estrangeiro Directo, 80% dos turistas e 80% das remessas, o crescimento do PIB foi suportado pelo aumento do número de turistas (+25%) e pelo crescimento das remessas (+24%) da diáspora cabo-verdiana.
A Fitch Ratings disse ainda esperar que essas tendências se mantenham e que o PIB cresça cerca de 5% em 2012 e 2013.

31/01/2012

FMI recomenda contenção orçamental a Cabo Verde para enfrentar crise

O governo de Cabo Verde deve exercer “contenção” orçamental nos próximos meses, para superar os efeitos da subida do preço das “commodities” e da crise na Zona Euro, alertou segunda-feira o Fundo Monetário Internacional (FMI).
O alerta foi feito por Nemat Shafik, directora adjunta do FMI, que presidiu a uma reunião do conselho de administração da instituição financeira internacional em Washington, em que foi feita a segunda e última revisão do desempenho da economia cabo-verdiana ao abrigo do programa de apoio (PSI) ao arquipélago.

“Dadas as persistentes incertezas económicas globais, serão necessárias políticas de contenção nos próximos meses para salvaguardar a indexação da taxa de câmbio e criar amortecedores para choques”, refere Shafik, em nota divulgada pelo FMI após a reunião.

As autoridades, refere, já restringiram as políticas macroeconómicas na segunda metade de 2011, perante a subida do preço de “commodities", de cuja importação o país depende, e os efeitos da crise financeira na Zona Euro.

Agora, o plano é reduzir o défice orçamental e a dívida externa a médio prazo, para fortalecer a posição orçamental e apoiar o crescimento do sector privado.

O governo, adianta Shafik, terá de aumentar as receitas domésticas, conter os gastos e agir “cautelosamente em relação às despesas de capital”, dependendo “tanto quanto possível” de financiamento a taxas concessionais.

Para o FMI, as recentes medidas do Banco Central cabo-verdiano e o aumento das exigências de capital para os bancos comerciais vão ajudar a conter a inflação e aumentar as reservas de moeda estrangeira.

Mas as “crescentes vulnerabilidades do sector financeiro exigem uma melhoria da regulação e supervisão” bancária, sendo a recente criação de um comité de estabilidade financeira “um passo” na direcção recomendada.

O PSI cabo-verdiano foi aprovado em Novembro de 2010, com uma duração de 15 meses.

No ponto de situação hoje feito, o Fundo alerta para o elevado desemprego, que exige “reformas para estimular a competitividade, diversificar a economia e melhorar o funcionamento do mercado laboral”.

Shafik adiantou que” progressos mais rápidos na reestruturação de empresas estatais também seriam importantes”.

As últimas previsões do Banco Mundial para Cabo Verde apontam para uma aceleração do crescimento, de 5,8 % em 2011 para 6,4 % este ano e 6,6 % no próximo.

A União Europeia, segundo dados do Banco, absorve 37 % das exportações não-petrolíferas africanas e nas economias dependentes de turismo, como Cabo Verde, as chegadas de turistas europeus constituem o grosso deste total.

Em Cabo Verde, sublinha o relatório do Banco Mundial, 92 % das exportações de mercadorias destinam-se ao Sul da Europa (Portugal, Espanha, Itália, Grécia) e Irlanda, tornando neste aspecto a economia cabo-verdiana a mais vulnerável na região a uma quebra económica a Norte.

Para contrariar o efeito da quebra da actividade económica na Europa, o Banco Mundial recomenda aos países africanos uma maior diversificação de exportações e parceiros comerciais.

Fonte: Inforpress