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22/06/2013

Família de Beatriz Fernandes nega falta apoio à jovem

A comunidade esteve unida em torno de Beatriz, mas alguns familiares
e amigos ainda
estão de costas voltadas
A família da jovem cabo-verdiana encontrada morta em casa, a 4 de Junho, em Bonnevoie, nega falta de apoio a Beatriz Lima Fernandes (Bety).
 
Os familiares disseram ao CABOLUX/CONTACTO que quando tiveram conhecimento da morte de Bety, as coisas já estavam tratadas e não tiveram tempo para nada.
"Na quarta-feira [5 de Junho] ouvi a notícia na Rádio Latina, de morte natural, mas não disseram o nome. Só quando cheguei a casa é que soube que era ela. No próprio dia já tinham tudo no Facebook e não tivemos tempo para nada", diz o marido da tia Fernanda, António Rocha.

"Se ela veio para a Europa foi através de nós. Fui eu e a minha mulher que recebemos a Beatriz quando chegou a Portugal para tratar a diabetes. Legalizamos as coisas para ela e a mãe. Nós ajudámos a Beatriz", garante o tio por afinidade.

A mãe também nega a falta de apoio de que a família foi acusada por Zenaida, com quem Beatriz viveu quando veio para o Luxemburgo, há dois anos. "Soube na véspera que a minha filha ia para o Luxemburgo tomar conta das crianças da Zenaida", revela Maria de Fátima, residente em Portugal, e que sempre foi contra esta vinda para o Luxemburgo.

"Eu é que criei a Beatriz até aos 21 anos e sempre fui contra a ideia de ela ir para o Luxemburgo, por causa da doença [diabetes tipo 1]. Mas mesmo assim ligava-lhe sempre à noite porque era quando me dava maior preocupação", garante Maria de Fátima.

"Quando a Zenaida ia para comprar casa a Bety passou a morar sozinha, mas os médicos disseram que ela não podia viver sozinha. Tinha de tomar insulina três vezes ao dia e a Zenaida devia saber disso, até porque a Bety já tinha tido uma crise na sua casa, em que foi assistida pelo marido", conta a mãe.

No Luxemburgo, teria sido a Beatriz a não procurar apoio, diz a família. "Ela não nos disse que estava cá. Encontrei-a por acaso numa festa. Dei-lhe o nosso contacto e ela disse que ia ligar. Via-a sempre nas festas, mas nunca se quis dirigir à família. Dizia 'vou ligar à tia' e nada. Se ela estava bem com a Zenaida não íamos impedir isso", explica a filha do casal Rocha, a prima Andreia.

Mesmo assim, António Rocha garante ter procurado a Bety em Bonnevoie e diz que a família estava pronta para ajudá-la."Se ela nos tivesse procurado aqui, teríamos ajudado como em Portugal. Mesmo assim agradeço a contribuição da comunidade", diz António Rocha, referindo-se às contribuições para pagar o funeral.

"Não é verdade que a família não se interessou. Eu fui com a família à morgue para ver como podiam fazer as coisas em conjunto para enterrá-la em paz, mas a Zenaida disse que tinha tudo tratado. Eles não foram lá para reclamar o corpo da Bety", conta Etelvina dos Santos, que acompanhou António Rocha e a mulher à morgue.

"Além disso pôs no Facebook que a Beatriz não tinha família no Luxemburgo. É uma história mal contada", defende a amiga do casal Rocha.

Nesta história, e quanto ao pai, "ligava de Cabo Verde todos os minutos e dizia que tinha condições para enterrar a filha em Cabo Verde. Ele também queria enterra-la em paz", acrescenta Etelvina, "mas daqui não quiseram falar com a família". Do lado da mãe: "Até agora estou à espera da conta do funeral para pagar", conclui Maria de Fátima.

Henrique de Burgo

12/06/2013

Comunidade cabo-verdiana juntou-se no último adeus a Beatriz Fernandes


A comunidade esteve unida no último adeus à jovem cabo-verdiana Beatriz Fernandes
A comunidade cabo-verdiana no Luxemburgo está de luto pela morte da jovem Beatriz Lima Fernandes, tendo-se associado para ajudar a assegurar as despesas do funeral, no passado sábado. A jovem de 23 anos foi encontrada morta na sua residência em Bonnevoie pela polícia luxemburguesa, no dia 4 de Junho, depois do alerta de um grupo de amigos que estranhou a sua ausência durante dois dias.
"Os amigos não davam por ela há dois dias e avisaram a polícia, que teve de arrombar a porta da casa. Ela foi encontrada morta ao lado do prato com comida e do copo. Segundo os amigos, ela tinha diabetes", contou o dirigente associativo João da Luz ao CABOLUX/CONTACTO.

Uma doença confirmada pela pessoa que a trouxe para o Luxemburgo e responsável pela sua legalização no país, Zenaida Santos. "Ela tinha diabetes desde nascença. Tinha diabetes crónica. Foi morte natural".

Ouvida também pelo CABOLUX/CONTACTO, a polícia luxemburguesa diz não dispor de mais informações sobre este caso. "Não temos qualquer relatório médico que aponte não se tratar morte natural, portanto, não temos informações sobre este caso".

Beatriz Fernandes, natural da ilha cabo-verdiana de São Vicente, tinha chegado ao Luxemburgo há dois anos, vinda de Portugal (e não há dez, como erradamente como tínhamos percebido e avançado aqui), e vivia sozinha.

"Antes ela morava comigo e depois de ter encontrado trabalho foi para o quarto dela", diz Zenaida, que recorda os momentos que passaram juntas. "Ela era muito meiga. Gostava de crianças e ajudava a tomar conta das minhas filhas. Era também muito alegre e tinha muitos amigos. Ela gostava de viver e era a minha família", conta, emocionada.

Com o pai a viver em Cabo Verde e a mãe em Portugal, Beatriz tinha ainda no Luxemburgo duas tias e primos. "Só um dia antes do funeral é que soubemos que ela tinha aqui duas tias e primos. Mas ela tem também muitos amigos", garante João da Luz.

Beatriz foi a enterrar no cemitério de Hollerich
"Tinha família aqui", confirma Zenaida, "mas nunca a procuraram. Só na véspera do funeral é que
apareceram", lamenta a cabo-verdiana.

De Portugal veio a mãe e alguns amigos para o funeral. Da Suíça outros tantos amigos. Ao todo, perto de quinhentas pessoas acorreram ao cemitério de Hollerich, no passado sábado, para o último adeus a "Bety Morena", como era também conhecida.

COMUNIDADE JUNTOU TRÊS MIL EUROS PARA CUSTEAR FUNERAL

Para custear o funeral, um grupo de amigos e colegas de Bety abriu uma conta no Banque et Caisse d'Épargne de l'État, em nome de Beatriz Lima Fernandes (LU94 0019 4155 1469 4000).

A Embaixada de Cabo Verde, que também se fez representar no funeral, lamentou esta perda e confirma que também recebeu um pedido para contribuir para as despesas.

"Lamentamos imenso esta morte", disse ao CABOLUX/CONTACTO a encarregada de Negócios da Embaixada de Cabo Verde no Luxemburgo, Clara Delgado. "Eles [grupo de amigos] pediram apoio e nós estamos a apoiar [...] dentro daquilo que é possível", acrescentou a diplomata, que apela à comunidade para procurar a Embaixada para obter "informações sobre mecanismos de seguro de saúde e seguro de vida" para minorar situações como esta, já que a própria Embaixada não pode responder a todos os pedidos de ajuda.

Ao todo, e até esta segunda-feira, os fundos recolhidos para cobrir as despesas do funeral rondavam os três mil euros.

"Agradeço a toda a comunidade. Até agora temos 2.800 euros, mas só o caixão foi dois mil euros. Se não conseguirmos pagar tudo, eu e o meu marido pagamos o resto. Afinal, sou a responsável, porque eu é que assinei os papéis", explica Zenaida Santos, que lamenta ainda a falta de apoio da família.


Peditório com o número de conta para ajudar a custear o funeral
"O pai tem muitas condições. Disse que vai ajudar, mas até agora não disse nada. A mãe veio de Portugal. Telefonei na quarta-feira a avisar da morte da filha e ela só chegou na sexta à noite. Não conseguiu ver o corpo da filha e foi-se embora no sábado, depois do funeral", lamenta Zenaida.

Segundo Zenaida Santos, o funeral foi feito no Luxemburgo, em vez de o corpo ser transladado para Portugal ou Cabo Verde, porque a jovem Beatriz "não tinha apoio da mãe e do pai".

A Embaixada de Cabo Verde confirmou ao CABOLUX/CONTACTO que também não recebeu nenhum pedido de apoio nesse sentido.
Homenagem dos amigos no Facebook
O CABOLUX/CONTACTO tentou até ao fecho desta edição falar com a família de Beatriz, sem sucesso.

Henrique de Burgo

05/06/2013

Jovem cabo-verdiana desaparecida há dois dias foi encontrada morta em sua casa

Uma jovem de origem cabo-verdiana foi encontrada esta terça-feira morta na sua residência, em Bonnevoie, pela polícia luxemburguesa. A jovem de 23 anos vivia sozinha no Luxemburgo, e o alerta foi dado à polícia por um grupo de amigos que estranhou a ausência da jovem nos últimos dois dias.

"Os amigos não davam por ela há dois dias e avisaram a polícia que teve de arrombar a porta da casa. Ela foi encontrada morta ao lado do prato com comida e do copo. Segundo os amigos ela tinha diabetes", conta João da Luz ao CABOLUX/CONTACTO.

Beatriz Fernandes chegou ao Luxemburgo há 10 anos, vinda de Portugal. Nos últimos tempos  morava sozinha em Bonnevoie e não tem família no Luxemburgo.
Segundo os amigos, os familiares residem todos em Portugal.

Os amigos da vítima estão agora a recolher fundos para o funeral, que vai ter lugar este sábado às 16h no cemitério de Hollerich, na cidade do Luxemburgo.

A polícia grã-ducal, contactada pelo CONTACTO, não adiantou mais pormenores  sobre este caso.

Mais informações acerca do funeral podem ser obtidas  através do tel. 661 742 710 (Zenaida).

Henrique de Burgo