22/09/2011

Embaixada de luto pela morte de Aristides Pereira

A Embaixada de Cabo Verde no Luxemburgo vai estar fechada esta segunda-feira, para respeitar o luto nacional decretado pela morte de Aristides Pereira, primeiro Presidente do país.

Apesar de os serviços ao público não estarem a funcionar, a Embaixada vai ter um livro de condolências à disposição dos interessados na segunda-feira, entre as 9h e as 12h e as 14h30 e as 17h30, e na terça, das 9h às 15h.

O primeiro Presidente da República de Cabo Verde, Aristides Pereira, morreu hoje nos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC), avançou à Lusa a ministra da Saúde daquele país, Cristina Fontes Lima.

Aristides Pereira, de 87 anos, estava em Portugal desde início de Agosto, tendo sido operado em Coimbra na sequência de fractura no colo fémur agravada pela condição de diabético.

Considerando a morte de Aristides Pereira como "uma perda maior para a nação cabo-verdiana", a ministra adiantou que o Governo está a preparar as cerimónias fúnebres do antigo Presidente.

"Claro que consideramos que é uma perda maior para a nação cabo-verdiana", afirmou à Lusa, acrescentando que "o Governo de Cabo Verde inclina-se perante a memória de Aristides Maria Pereira que, desde de sempre e ao lado de Amílcar Cabral, conduziria estas ilhas à independência nacional".

Cristina Fontes Lima disse ainda que o executivo vai tomar tomar "providências" quanto às exéquias do primeiro Presidente.

"Estamos a tomar as disposições para garantir as exéquias nacionais com a dignidade que o Presidente da Republica merece e nas próximas horas anunciaremos o que vai acontecer", referiu.

Afastado da vida política há mais de 20 anos, Aristides Pereira estava internado desde 3 de Agosto no serviço de Ortopedia dos Hospitais da Universidade de Coimbra, devido a uma fractura do colo do fémur esquerdo após uma queda.

Em setembro de 2010 já tinha sido internado nos HUC devido a uma fractura idêntica, do lado direito, tendo-lhe sido colocada uma prótese.

O primeiro presidente cabo-verdiano começou a sua vida profissional a trabalhar como radiotelegrafista, onde chegou a chefe dos serviços de Telecomunicações, na Guiné-Bissau.

A partir dos anos 40, Aristides Pereira envolveu-se na luta pela independência de Cabo Verde. Juntamente com Amílcar Cabral, fundou o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), em 1956, assumindo o cargo de secretário-geral, em 1973.

Com a conquista da independência, em 1975, Aristides Pereira tornou-se o presidente da república de Cabo Verde.

Em 1981, o PAIGC cabo-verdiano mudou de nome, passando a designar-se Partido Africano para a Independência de Cabo Verde (PAICV). Aristides Pereira permaneceu na Presidência da República até 1991.

Em 1991, e após eleições democráticas, Aristides Pereira perdeu para António Mascarenhas Monteiro.

Fonte: Lusa/Contacto

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