20/01/2012

Veríssimo Pinto: "Luxemburgo é o único país onde é impossível fazer lavagem de capitais"

Em entrevista ao jornal A Nação a partir da penitenciária onde se encontra preventivamente preso, sob alegação de estar ligado ao tráfico de droga e lavagem de capitais, o ex-presidente da Bolsa de Valores de Cabo Verde, Veríssimo Pinto nega estas acusações e diz-se vítima de uma das “maiores injustiças” na história de Cabo Verde.

O ex-PCA da BVC questiona a atitude da Polícia Judiciária (PJ) e de outros agentes da Justiça que, segundo afirma, “andam a passar informações falsas a um jornal da praça, com o objectivo de confundir a opinião pública”.

“Viajei sete vezes para o Luxemburgo e não 19, como maldosamente querem fazer passar”, afirma Veríssimo Pinto, explicando que as viagens se realizaram no quadro da formação, onde foi distinguido com notas elevadas que rondam os 75 por cento naquele Grão-Ducado da Europa.

“É preciso ser-se muito ignorante para afirmar que as viagens a Luxemburgo eram para fazer lavagem de capitais”, declarou, remetendo as pessoas para o Google, a fim de verificarem que Luxemburgo é “o único país” onde é impossível fazer lavagem de capitais, devido aos “elevados requisitos” de diligência (Knowyourcostumer – KYC).

Segundo o semanário, o antigo homem forte da Bolsa de Valores está ansioso para ver chegar a hora do seu julgamento, porque segundo ele, “quem não deve não teme”.

Questiona o porquê da sua detenção no meio da rua com “muito escândalo”, enquanto outros indivíduos alegadamente implicados no caso eram chamados para serem ouvidos na sede da PJ.

Veríssimo Pinto acredita que os motivos que levaram à sua detenção têm a ver com “inveja, alguma maldade adoçada com alguma gota de política”.

Quanto ao barco, a lancha que se convencionou chamar de “voadora” esclarece que foi um negócio feito com a “máxima transparência”, envolvendo nomeadamente o reconhecimento de assinatura e transferência bancária.

Nega que existam documentos que o possam comprometer e pergunta em que país do mundo vender um barco, respeitando toda a legalidade ou convidar alguém para fazer parte do capital social de uma sociedade comercial, constitui crime.

Por isso, no seu entender, tudo indica que o que levou à sua prisão não foram factos, mas sim “linchamento público e procura de mediatismo”.

Veríssimo Pinto foi preso no quadro da operação “Lancha Voadora” que começou a 8 de Outubro, quando a Polícia Judiciária fez a maior apreensão de droga de sempre no arquipélago de Cabo Verde: 1,5 toneladas de cocaína em elevado estado de pureza, armas, equipamentos e dinheiro.

Fonte: Inforpress/FIM

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